Tuesday, September 30, 2008

O sr. Pinto de Sousa vive num país virtual

O primeiro-ministro, José Pinto de Sousa, lamentou esta sexta-feira, em Faro, a «incompreensão» dos que «desprezam o plano tecnológico» e assegurou que essas vozes críticas «não sabem do que estão a falar», noticia a Lusa.
«Aqueles que desprezam as tecnologias nas escolas não sabem do que estão a falar», afirmou o chefe do Governo durante a apresentação do Plano Tecnológico para as escolas portuguesas, que teve lugar na Escola Secundária Pinheiro e Rosa, em Faro.
O novo Plano permitirá que até ao fim do ano todas as escolas do 2º e 3º ciclo fiquem ligadas à Internet pelo menos a 64 Mbps, mas a escola hoje visitada por Pinto de Sousa ficará ligada a 100 Mbps por fibra óptica, à semelhança de outras 99 em todo o País.
Como é de pequenino que se torce o pepino, convém que os meninos aprendam logo desde tenros infantes a mexer em computadores, já que a sua vida profissional será totalmente preenchida em frente a estas máquinas: em call-centers e caixas de supermercados, que o nosso governo tanto se esforça para banalizar, e tornar apelativo, como emprego de futuro.Seria interessante perguntar ao nosso amigo se as tecnologias são assim tão importantes que possam substituir um professor, já que pelos vistos há neste momento um computador para todos os alunos que dele necessitam, mas não há emprego para 40.000 professores, algo que o executivo acha perfeitamente normal. Será que a prioridade é arranjar um computador, para alunos que não têm professores? Será que o Magalhães trás consigo um programa que o habilite a ensinar?Seria também interessante dizer ao nosso primeiro ministro que se quer comparar-se aos países do Norte da Europa, deveria começar por uma perspectiva mais terrena: explorar a fundo o sistema social Nórdico, que começa desde logo por um ensino extremamente rígido e rigoroso, em que as tecnologias são efectivamente uma componente vital da aprendizagem do aluno, mas em que a faceta do professor e da auto-responsabilização é ainda mais importante. O facilitismo fica na gaveta. Será que nos podemos comparar a uma região assim? Evidentemente não.Parece que o Primeiro Ministro está num mundo virtual, sem contacto com o mundo real.

Um artigo para refletir

Um pequeno texto de Fernando Sobral que, não sendo exaustivo nem profundo, toca num dos pontos fundamentais dos erros crassos da deriva neoliberal governativa e, particularmente, na acção mais destruidora de sempre de um Ministério da Educação - sob o manto diáfano da formação de cidadãos úteis à sociedade (leia-se mundo do trabalho) estão a destruir-se pessoas - leia-se seres pensantes.
Fernando Sobral (in Jornal de Negócios, 22/09/08)

Educação económica
A lei da oferta e da procura permite estabelecer a relação entre a quantidade de algo que é oferecido e a demanda que dele existe. Sentindo-se iluminados, sucessivos Governos (e com mais militância socialista, este) têm aplicado os princípios da economia de mercado à educação. O resultado é catastrófico. Como no caso do Lehman Brothers, não é já que vamos pagar a factura das más políticas de educação.
A conta chegará mais tarde. O Governo, alimentado por essa máquina que está a destruir a escola, chamada Ministério da Educação, começou por fechar escolas onde, por razões de oferta e procura, havia poucos alunos. Depois, fez das estatísticas de sucesso a base da regulação do sector da educação. A metáfora do mercado aplicou-se, depois, aos currículos e aos exames: determinando o que é ensinado, como é ensinado e onde e como é ensinado. Tudo em nome da "liberdade de escolha". Enquanto a direita propunha uma escola com disciplina e autoridade, a esquerda preferiu a escolha e a competição. Não contente, o Governo, na sua via para o socialismo educacional, vai afogando disciplinas por falta de alunos: ontem, a filosofia e o latim, hoje, a química. No fundo, em nome das leis da oferta e da procura, o Governo está a matar a capacidade de questionar dos alunos. Isto é, está a acabar-se com a oferta, com a desculpa da procura. Um dia, o país vai necessitar de se questionar. E não vai haver ninguém preparado para fazer perguntas. Só existirão pessoas capazes de debitar respostas que vêm no Magalhães.

Mau estar na Secundária de Fafe

Recurso de aluna fez disparar as notas-
A reavaliação dos exames nacionais de uma aluna do 11.º ano da Secundária de Fafe transformou notas "sofríveis" em "excelentes". Os restantes pais não se conformam e já foi pedida a intervenção do Ministério da Educação.
-Pais e alunos das turmas do 11º ano, do ano lectivo transacto, da Escola Secundária de Fafe estão revoltados com a "subida astronómica" que tiveram as notas de uma aluna que pediu recurso dos exames nacionais de Física e Química e de Biologia e Geologia. As notas transformaram-se, após o recurso da aluna, de positivas sofríveis em notas de excelência.
-"Na prova de Física e Química passou de 9,8 para 18,9 enquanto na prova de Biologia e Geologia a nota de 11,6 transformou-se em 19", explicou ao JN um dos vários encarregados de educação que se apresentam revoltados com este volte-face na classificação dos exames nacionais.
-"Como é possível que um professor avalie uma prova com uma nota muito baixa e a mesma prova seja reavaliada e colocada quase com a cotação máxima?" Esta pergunta atravessa, por estes dias, a mente de vários pais e alunos que se sentem injustiçados e descriminados pelo tratamento dado a este caso.
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A desconfiança dos pais é ainda reforçada pelo facto de a mãe da aluna em causa ser docente naquele estabelecimento de ensino e, segundo alegam, "há cerca de três anos" ter acontecido "o mesmo com outro filho que agora até está na universidade a cursar Medicina".
-Ao que o JN apurou, em causa não está apenas uma simples reavaliação dos exames mas também um hipotético atestado médico que indica que a jovem poderá sofrer de dislexia e que a leva a não responder acertadamente às questões que na sua maioria são de escolha múltipla.
-Este assunto está a causar algum mal-estar na Secundária de Fafe onde, inclusive, terá estado nos últimos dias uma equipa de inspectores do Ministério da Educação. Esta informação não foi confirmada oficialmente ao JN, já que José Caetano, presidente do Conselho Executivo da escola, não quis pronunciar-se para já sobre o assunto.
-Esta situação é delicada porque abrange a comunidade escolar de uma pequena cidade onde quase todos se conhecem e, por esse facto, todos negam dar a cara para a reportagem do JN. A Associação de Pais também não se quis pronunciar oficialmente sobre o caso, mas o JN apurou junto de fonte próxima que "por uma questão de equidade entre todos os alunos foi pedido, através de carta, ao Ministério da Educação e ao Juíz Presidente dos Exames Nacionais que as provas de todos os alunos do 11º ano da Secundária sejam reavaliadas". (Jornal de Notícias)
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Comentário : Como é que podem notas sofríveis (9.8 e 11,6) transformarem-se em
18,9 e 19? Algo vai mal na Secundária de Fafe e no ministério da Educação. Um rigoroso inquérito, com publicação do resultado, é o mínimo que se exige! Já repararam, que a Secundária de Fafe, até parece as Novas Oportunidades?
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Sunday, September 28, 2008

Por que se matam os polícias?


Em poucos dias - não é "notícia" porque estraga o falso "glamour" em que o regime vive - suicidou-se uma meia dúzia de agentes policiais, ora da GNR, ora da PSP. Desde quase adolescentes (vinte e pouco anos) até homens mais maduros, esta gente que supostamente vela pela nossa existência, decidiu colocar um termo à deles porquê? A presença constante de uma arma é tentadora? A vida "privada" e a de agente da autoridade cruzaram-se em algum nó górdio irreversível? Sem provavelmente terem lido muita filosofia, estes homens, no acto limite do suicídio, descobriram aquele que alguns consideram o único "tema" verdadeiramente filosófico. E levaram, para a eternidade, esse segredo. Falo disto porque eram pessoas com uma função especial que, diz-se, o regime tem o dever de acarinhar para que eles cumpram o dever de nos proteger. Afinal, nem eles conseguiram proteger-se de si próprios. Dá para pensar.

Saturday, September 27, 2008

O governo de Pinto de Sousa no Pais das Maravilhas

Era uma vez um País (das maravilhas) onde havia um governo que estava a um ano de eleições, e cujo primeiro ministro tinha um sonho. Era um “sonho em grande”, que se traduzia na ambição de continuar a ser primeiro ministro depois das tais eleições.
Ora, como a maior parte das contas que o primeiro ministro e os seus especialistas de propaganda e marketing tinham feito no início da legislatura tinham saído furadas, restava ao governo uma bandeira - o “sucesso escolar”.
Vai daí, o governo (quase todo o governo) andava a correr seca e meca distribuindo, num dia cheques de 500€, noutro computadores da Intel a pataco e, noutro ainda, anunciando que brevemente todos os alunos teriam sucesso escolar garantido até ao final da escolaridade obrigatória, desde que estivessem matriculados num estabelecimento da rede pública.
Era uma vez (numa cidade real desse País das Maravilhas) um professor que trabalhava com alunos reais, que tinham dificuldades reais para cumprir o currículo das maravilhas. Com computadores da Intel distribuidos a pataco, ou sem computadores da Intel distribuidos a pataco. Porque estes alunos reais viviam no seu quotidiano situações que nada tinham a ver com a propaganda e a retórica dos governantes que continuavam a viver no País das Maravilhas.
Esse professor trabalhava com crianças para quem a escola era o oásis em que se refugiavam das agruras da pobreza e da miséria (material, mas também moral). Alunos cujos pais sofriam o problema do desemprego e dos salários de miséria. Filhos de famílias desestruturadas e muitas vezes sem dinheiro para garantir as necessidades básicas de alimentação, vestuário e saúde e higiene.
Por isso, quando o tal professor ouvia nos noticiários “reportagens” que eram autênticos tempos de antena do governo, ou lia afirmações como: “este «é um projecto para preparar as crianças para o futuro» de modo a que o país tenha «uma juventude mais bem preparada que as outras juventudes da Europa».” , ou: «O computador com ligação à Internet permite o acesso à grande biblioteca global, onde reside o essencial do conhecimento e da informação» , a sensação de náusea ficava insuportável e apenas lhe vinha à ideia uma adaptação de um título de um filme - Este país não é para gente séria.
Porque ficava por explicar que, mais do que uma oportunidade para as crianças e jovens deste país real, quem iria retirar um lucro efectivo com a distribuição dos computadores eram as operadoras de Internet, que veriam aumentar exponencialmente o número de clientes. Mas também, no caso do “magalhães”, a Intel e a Microsoft que combatiam, com o auxílio do governo do País da Maravilhas, o One Laptop Per Child de Nicholas Negroponte.

Ministério da Propaganda

Clique em cima da imagem para ler o texto do filósofo Desidério Murcho, uma das poucas vozes que falam com frontalidade de educação."As directrizes, formulários, regras, estipulações, tolices de todo o género com que os funcionários do ME afogam os professores têm por fim introduzir na escola o único tipo de gestão que os políticos e burocratas conhecem: uma gestão baseada na manipulação e na mentira".

Friday, September 26, 2008

Países desenvolvidos, os tais do primeiro mundo

Um homem de 39 anos foi condenado, na Alemanha, a três anos de prisão por ter alugado os serviços sexuais da mulher a um vizinho. A moeda de troca era uma grade diária de cerveja!

Numa visão romanticamente distorcida



Para um coração socialista que acredita numa igualdade estatistica, existe agora um senão: se antes alguns colégios privados facilistas que despachavam os meninos privilegiados da sociedade eram, no limite, regulados pelo mercado que à partida não aceitava o seu produto, agora, com a possibilidade de uma escola pública igualmente facilitista temos os mais desfavorecidos sem nenhuma vantagem competitiva, pelo que a ausência de rigor, pode muito bem mascarar números e mostrar um pleno grau de alfabetização, mas na realidade, aqueles que partem em desvantagem apenas verão o fosso mais alargado por estas medidas. E Maria de Lurdes Rodrigues, com esta visão distorcida, poderá muito bem ser a responsável por isso!

Thursday, September 25, 2008

Sem tempo para respirar: como eles destruiram a função docente

O colega Simeão Quedas analisa de forma notável a situação dramática de sobrecarga horária dos professores. E aponta os culpados: MLR, VL, JP e os PCEs zelotas. Veja aqui o texto "Sem Tempo Para Respirar".
"São tantas e tão graves as medidas deste governo para degradar as condições de trabalho dos professores que se torna difícil escolher a pior de todas elas. Mas a mais odiosa de todas, tendo em conta o desprezo que revela pela dimensão reflexiva e criativa da actividade docente, é o aumento brutal do horário de trabalho dos professores, que ultrapassa largamente as 35 horas definidas na lei.
Todos sabemos que as aulas implicam um grande dispêndio de energia mental, afectiva e física. O trabalho docente começa antes e prolonga-se para lá de cada aula. Daí que um professor precise de um horário semanal pouco pesado que lhe permita investigar, planificar, produzir materiais de ensino, avaliar, repensar e redefinir o seu trabalho. Nada disto parece impressionar Maria de Lurdes e seus dois muchachos. Pelo contrário, em nome da pseudo ocupação plena dos alunos e do chamado aproveitamento racional dos recursos humanos, querem transformar a escola num armazém de criancinhas e os professores em máquinas para todo o serviço, que saibam de tudo um pouco e muito de coisa nenhuma, numa estratégia clara para diminuir ainda mais o seu reconhecimento social.
A sobrecarga e desregulamentação do horário de trabalho é uma consequência natural deste processo de desqualificação profissional e, simultaneamente, um factor do seu aprofundamento. Com efeito, passou a ser trivial o trabalho descontínuo, sem limite de furos, sem limite de turmas, sem limite de programas, muitas vezes repartido pelas três partes do dia, com reuniões a torto e a direito a propósito de tudo e de nada (71% das funções prescritas no art. 35º do ECD implicam a realização de reuniões), ao que se acrescentam fins de semana inteiramente ocupados na preparação de aulas, correcção de testes e satisfação de minudências burocráticas."
Simeão Quedas

As crianças precisam de brincar e de interagir com o real. Não precisam de computadores

O Público de ontem dedicou duas páginas ao massacre ocorrido numa escola profissional finlandesa. Foi o segundo massacre em escolas finlandesas ocorrido no último ano. Repete-se o mesmo padrão: jovem estudante, viciado na Internet, nas consolas e nos jogos de computador. O mesmo padrão dos homicidas de Columbine, do homicida de Virgínia Tech e do homicida Pekka-Eric. Em todos os casos, os jovens lançaram as suas ameaças no Youtube.
Uma exposição prolongada à Internet e aos jogos de vídeo e de computador potencia o corte com a realidade física e promove o isolamento e a anomia social. As crianças não precisam de passar mais tempo em frente dos televisores, das consolas e dos computadores. Já se mexem pouco. Brincam ainda menos. E pouco contacto têm com a natureza. Passam demasiado tempo em actividades formais. A escola a tempo inteiro obriga-as a permanecerem demasiadas horas fechadas, em actividades formais, dentro de espaços fechados e sob a direcção de adultos. Não têm oportunidade para experimentarem e brincarem. Os adultos estão a roubar-lhes o tempo de ócio. A oferta de 500 mil portáteis a crianças do 1º CEB vem reforçar as oportunidades para o alheamento da realidade física. As consequências serão terríveis. Os exemplos de Columbine, Virgínia Tech, Pekka-Eric e Kauhajoki estão aí para nos mostrarem o futuro que estamos a construir.

Wednesday, September 24, 2008

Uma proposta

Garante José Pinto de Sousa
Magalhães acessível também para alunos do 5º e 6º anos.O primeiro-ministro anunciou hoje, em Matosinhos, o alargamento do programa governamental de acesso a computadores e Internet aos alunos do 5º e 6º anos de escolaridade"
Notícia SOL
Proponho que rebatpizem o "Magalhães" dos alunos do segundo ciclo!
Porque não uma homenagem a Fernão Mendes Pinto que, segundo consta, tinha uma característica tão semelhante à de José de Sousa?
Chamemos-lhe então: Fernão Mentes Minto!

Tuesday, September 23, 2008

Corrupção : somos os maiores

TI: Portugal está mais corruptoRelatório internacional revela que caímos quatro pontos em relação ao ano passado-O relatório anual da organização não-governamental Transparency Internacional foi divulgado esta terça-feira e revela que Portugal está mais corrupto, segundo o Índice de Percepção de Corrupção. Em relação ao relatório do ano passado, Portugal caiu quatro lugares, passando de 28º para 32º lugar.
-O aumento da percepção do problema da corrupção em Portugal no ano passado pode ter sido causada pela investigação de alegada corrupção que envolveu figuras destacadas do desporto.
-Segundo o ranking da Transparency Internacional (TI), que analisa 180 países, Portugal está entre os países onde aumentou a percepção de corrupção, encontrando-se no 32º lugar do ranking a nível global e no 19º lugar a nível europeu. Outros países europeus onde aumentou esta percepção da corrupção foram Bulgária, Finlândia, França, Itália, Noruega e Inglaterra. (Portugal Diário)
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Comentário : Ainda bem que avançámos no ranking de alguma coisa, foi na corrupção, paciência!!...Mas com os políticos que temos, não podiamos esperar mais!...
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MLR avisa: estão quase criadas as condições para 100 % de sucesso

O jornal Sol Online de ontem noticia: a ministra da educação afirmou, em Lousada, que Portugal começa a reunir as condições para atingir os 100% de sucesso no 9º ano. «Não é uma utopia. Se outros países da Europa com os quais nos comparamos o fazem, Portugal também o pode fazer», disse a ministra.
Maria de Lurdes Rodrigues, que falava aos jornalistas à margem da cerimónia de inauguração do novo centro escolar de Nevogilde, Lousada, distrito do Porto, explicou que Portugal começa a reunir todas as condições para alcançar a meta dos 100 por cento de aprovações no final do ensino básico.
«Os nossos alunos não são menos inteligentes, os nossos professores não são menos preparados, as nossas escolas eram piores, mas estão a ficar melhores. Portanto, com todas as condições, não é uma utopia, é mesmo uma meta para cumprir», explicou.

Comentário

Ninguém pode acusar MLR de falta de sinceridade. Ela diz o que pensa e o que quer. E os professores estão quase a fazer-lhe a vontade. Com os exames nacionais cada vez mais fáceis a cada ano que passa e com o programa novas oportunidades a distribuir certificados do 9º e do 12º ano a torto e a direito - 6 meses é quanto basta - o objectivo está prestes a ser alcançado. Mas ainda há alguém que se preocupe com a qualidade das aprendizagens? Os pais que têm dinheiro para colocar os filhos na escola alemã, seguindo o exemplo do primeiro-ministro, preocupam-se e muito. Os outros pais ou não têm dinheiro ou estão anestesiados com tanta propaganda. Lembram-se de MLR ainda há pouco tempo ter afirmado que as reprovaçãoes ficam caras ao erário público? E que os alunos não aprendem mais quando repetem o ano? Com o novo modelo de avaliação de desempenho em marcha acelerada e com a obrigatoriedade de definição de metas e objectivos de sucesso escolar, as escolas e os professores vão, certamente, fazer a vontade à ministra da educação. Nem será preciso esperar dois anos pelo milagre. Ele irá acontecer no próximo mês de Julho.

Uma obra construída de vazios

José Pinto de Sousa escalou onze elementos do Governo para o acompanharem na entrega das primeiras unidades do tal computador que de português só tem o nome (ler aqui) e de público só tem a equipa de vendas. Quando a obra feita é constituída de vazios, os governos em peso concentram-se em campanhas de marketing e refugiam-se no disfarce.
O ME, competentíssimo, empenhado em credibilizar-se, até descobriu notas inflacionadas em alguns estabelecimentos de ensino. Importante não ter sido em nenhuma das escolas públicas, onde as taxas de sucesso desejadas são fixadas nos próprios objectivos dos docentes que, obviamente, não vão prejudicar as suas carreiras e o seu rendimento familiar em favor de uma verdade que só alguns deles não querem esconder.

Associação de Pais querem saber para que servem os exames

Ver noticia do SOL
Se o objectivo é 100% de sucesso, os exames realmente não fazem qualquer sentido.
E os exames, já sabemos, são fascistas e ajudam a reproduzir as desigualdades e dão trabalho e não há quem os faça sem erros e custam dinheiro e depois é preciso fazer despachos a mandar repetir e, em suma, são uma chatice.
Pensando mesmo bem, a escola toda com aulas e testes é uma chatice e ir lá custa dinheiro e há que pagar e aturar os professores e a electricidade e a conta da água e agora a banda larga também são não sei quantos milhões e o dinheiro para as pinturas e o desgaste dos contentores e só dá mesmo jeito se for para arrumar a criançada e juventude «a tempo inteiro» que em «part-time» é mais para os empregos dos pais e a flexibilização dos horários e isso é que era uma revolução acabar com a escola e ficar só a parte do recreio, mas lá dentro por causa da chuva quando chove e do vento quando venta não esquecendo o sol quando solarenga, com uma auxiliar de acção recreativa por cada 500 petizes e se possível uma jeitosa e do agrado do senhor vereador que há um" bill clinton" em cada esquina nós é que temos vergonha de dizer isso alto.

Monday, September 22, 2008

A honra da firma

Ninguém presta atenção a coisas como esta ou esta.
O país que conta - "giro", "leve","descontraído" e "liberal" - está entretido com os "combates" entre a JS e o Manuel Alegre, a alegria de J. Pinto de Sousa, o silêncio de Ferreira Leite, a bola, as tertúlias televisivas dos do costume ou, mais recentemente, escandalizado com a honradez de Eanes, um pormenor que não vem nos "manuais de serviço" desse país que conta. Gastam resmas de papel e o teclado dos computadores a defender o "liberalismo" quando, na prática, o "liberalismo" doméstico resume-se a pouco mais do que isto?
Andamos a forjar um perigoso país de pacotilha com "democracias" paralelas como na economia. Depois ninguém se queixe.

O grande mistificador



Passa hoje o aniversário da estreia de O Ouro do Reno (Das Rheingold), o prólogo da tetralogia wagneriana O Anel do Nibelungo (Der Ring des Nibelungen), em Munique. O "clip" pertence à versão de Herbert von Karajan* e representa a descida dos deuses ao "Niebelheim", um subterrâneo infernal onde Alberich e os seus anões trabalham o ouro cuja posse confere poder sobre todo o mundo. Alberich furtara o ouro depois de enganar as ninfas encarregadas da sua preservação em nome do amor. Alberich não queria saber do amor para nada. Queria só o poder. Wotan e Loge encontram Mime, irmão de Alberich, que lhes dá conta da infelicidade do "Niebelheim" sob a liderança de Alberich. Este obrigou o irmão a forjar um elmo mágico, o "Tarnhelm", que lhe permite transformar-se no que quiser. Alberich tenta impressionar os deuses tornando-se invisível. Loge desafia então Alberich a demonstrar a magia do "Tarnhelm" e Alberich transforma-se num dragão. O deus finge-se impressionado e pede-lhe que se transforme, não já num ser imenso, mas numa pequena criatura, dando a entender que, dessa forma, será mais fácil furtar-se aos perigos. Alberich, armado em esperto, "vira" sapo e é imediatamente capturado pelos deuses e levado ao mundo onde todos, a começar pelos deuses, se irão perder até ao derradeiro capítulo do Anel, O Crepúsculo dos Deuses. Alberich é uma excelente metáfora musical do trajecto de muitos políticos contemporâneos. Como eles, é um grande mistificador, fútil, ambicioso e soberbo, que acaba mal.

* Berliner Philharmoniker, Thomas Stewart (Wotan), Peter Schreier (Loge), Zoltan Kelemen (Alberich), Gerhard Stolze (Mime)

Sunday, September 21, 2008

"A força da mudança "


Totalmente "obamizado", Pinto de Sousa apareceu em Guimarães como os velhos apresentadores dos eurofestivais da canção. De camisa aberta e suada, o secretário-geral do PS estava eufórico como quem conta os votos dos diversos países para apurar um vencedor. Mais do que a música do Gladiador, servia melhor ao cenário o recente Mamma Mia e os sons dos Abba. O espectáculo até contou com a presença desse extraordinário animador político que é o sr. César, dos Açores, prenhe de gravitas insular e disposto a gastar na sua reeleição uma pipa de massa. Comovedor, sem dúvida. Pinto de Sousa deu de barato que "o país está cansado da falta de ideias e de ambição", garantiu o "rumo" e apresentou o PS como "a força da mudança". Como de costume, o teleponto que lhe prepararam ignorou duas ou três banalidades. A primeira banalidade é o mundo. O PS tem uma enorme dificuldade em lidar com um mundo que não parece compreender as "ideias" e a "ambição" do seu secretário-geral. O mundo está errado. A contingência é uma invenção filosófica. Pinto de Sousa é que sabe. A segunda banalidade é o país. O país acolhe um bando de ressabiados e de má-línguas que não percebem a "força da mudança" que é o PS e o incomparável timoneiro que constitui o seu secretário-geral. O país, como o mundo, não tem "ideias" nem tem "ambição". Finalmente, e incluídos no referido bando, estão os partidos da oposição - uns histéricos, outros silenciosos - , isto é, igualmente "sem ideias nem ambição". No final dos anos 70, Vasco Pulido Valente publicou um livro intitulado O País das Maravilhas. Reunia crónicas dos anos em que Soares foi chefe do governo. Nessas crónicas, editadas originariamente em jornais, VPV tentou explicar, em vão, a Soares que não levasse o país tão alegremente para o fundo. Talvez conviesse a José de Sousa , com as devidas adaptações, ler esse livrinho precisamente por causa das referidas banalidades: o mundo e o país. O circo de Guimarães é apenas uma pequeníssima amostra do "estilo" de propaganda que nos espera até Outubro de 2009.

J.S. Bach



Air on a G string, from suite 3 de J. S. Bach

A encher- se e a gozar com o povo

A Galp baixou o preço da gasolina em 3 cêntimos e o do gasóleo em 1 cêntimo. Desta forma, a diferença noticiada há uns dias relativamente ao preço dos combustíveis que se verificava em Dezembro de 2007, quando a cotação do petróleo era aproximadamente a mesma que se verifica hoje, é agora de 7 e 12 cêntimos. Com plenos poderes para fixar o preço que quiser, a Galp continua a gozar com um Governo renitente em manter este sistema de preços administrativos de mercado. Ele serve, na perfeição, tanto para preparar carreiras promissoras nas administrações das petrolíferas, como para evitar os custos eleitorais de ter a responsabilidade de fixar preços, como ainda para reforçar a regra que norteou toda uma governação: mão de ferro com os fracos, joelhos sujos com os fortes.
E os milhões continuam a escorrer na mesma direcção.
Quem manda aqui?

Na Escola da Ana Maria

Na escola d’Ana Maria
Já não há paz nem alegria:
Há vaidade e presunção
Há soberba e inquisição
E pura demagogia!

Na escola d’Ana Maria
Morreu a harmonia!

Na escola d’Ana Maria
Reina a burocracia:
Há papéis e papelões
Relatórios e avaliações
E portefólios de fantasia!

Na escola d’Ana Maria
Morreu a pedagogia!

Na escola d’Ana Maria
Grassa a autocracia:
Há chuva de normativos
Há órgãos deliberativos
Há avisos e editais
Há actos eleitorais
Mas quem manda é o ditador!

Na escola d’Ana Maria
Morreu a Democracia!

Luís Costa

Saturday, September 20, 2008

Excesso de reuniões- desabafo de uma colega

( retirado do blog ProfAvaliação de Ramiro Marques )
Posso dizer que desde dia 9 de Set até hoje, já tive 9 reuniões- 2 CP, 2 reuniões dpt, 1 reunião geral, 1 reunião cursos profissionais, uma reunião de DT, 1 reunião de Conselho turma, 1 reunião pais.... Preparei 4 destas reuniões (sou Coordenadora Dpt e DT de um Curso Profissional)!!!! Algumas destas reuniões tiveram uma duração superior a 5 horas!!! Relatório disto, grelha daquilo, análise do outro..
Além disso, tenho mais 13h de aulas que tive de dar, avaliação diagnóstica...vocês sabem... preciso de comer (de vez em quando) e de dormir algumas horas.
Para a semana já tenho agendadas mais QUATRO reuniões (poderão aparecer mais)!!
Sabem o que ficou para trás? A preparação das aulas para os meus alunos!!!! Não deveria ser esta a principal preocupação de qualquer professor??? Não há TEMPO. Não temos tempo de ser PROFESSORES!! Este governo não nos deixa ser PROFESSORES!
É tempo de dizer BASTA!
Contem as vossas" histórias" aqui ou noutro qualquer espaço!!! Temos de denunciar o que tentam fazer ao ENSINO!!!
Desculpem o desabafo
Francisca
( publicado em ProfAvaliação )

Friday, September 19, 2008

O político musculado e o " miudo"

Já todos sabemos que Hugo Chávez é amigo do Eng. Pinto de Sousa. Já todos sabemos que o nosso primeiro-ministro viu na Venezuela o novo el dorado para onde é possível exportar quase tudo, desde computadores a preço de amigo a negócios imobiliários. Já todos sabemos também que é a Chávez que Pinto de Sousa confessa os seus segredos políticos mais íntimos e revela as suas frustações, como a fraca capacidade de recuperação da economia portuguesa. O que nós não sabíamos era que o político sul-americano mais próximo de Fidel Castro e aliado de Evo Morales nutria uma simpatia tal pelo nosso primeiro-ministro ao ponto de lhe chamar "Eh, chico".
Isso mesmo. Foi o que eu vi e ouvi na televisão. Um político, no mínimo, musculado a falar perante uma plateia de homens e mulheres, todos vestidos de encarnado. Chávez falava das características do Magalhães, dizia que o computador era à prova de bombardeamentos e tratava um político democraticamente eleito de um País da União Europeia como se de um rapazola se tratasse. "Chico" para aqui, "Chico" para ali. José de Sousa fez este mês 51 anos e pode ser muita coisa, mas não é nenhum miúdo. Já não há respeito?

Thursday, September 18, 2008

Honra

Subscrevo Baptista-Bastos no DN de ontem
Propuseram ao ex- presidente o recebimento dos retroactivos. Recusou. Eu não esperaria outra coisa deste homem, cujo carácter e probidade sobrelevam a calamidade moral que por aí se tornou comum. Ele reabilita a tradição de integridade de que, geralmente, a I República foi exemplo. Num país onde certas pensões de reforma são pornográficas, e os vencimentos de gestores" atingem o grau da afronta; onde súbitos enriquecimentos configuram uma afronta e a ganância criou o seu próprio vocabulário - a recusa de Eanes orgulha aqueles que ainda acreditam no argumento da honra.
( extrato do artigo de Baptista Bastos no DN )
Ver artigo na sua totalidade

Internacionalização Lusitana

Muito antes da globalização, muito antes da aldeia global, já nós, portugueses, sempre pioneiros, éramos os paladinos e campeões da internacionalização.Sendo a línga portuguesa a nossa Pátria, vejamos algumas das definições refúgio que já ganharam lugar cativo no léxico lusitano.
Quando um português tem um problema para complicado para resolver... diz que se vê grego;
- Se alguma coisa é difícil de compreender... diz que é chinês;
- Se trabalha de manhã à noite... diz que é um mouro;
- Se tem uma invenção moderna e mais ou menos inútil ... diz que é uma americanice;
- Se alguém mexe em coisas que não deve... diz que é como o espanhol;
- Se alguém vive com luxo e ostentação... diz que vive à grande e à francesa;
- Se alguém faz algo para causar boa impressão aos outros... diz que é só para inglês ver;
- Se barafusta, agitando muito os braços.... diz que é como o italiano;
- Se é tudo certinho, rígido, inflexível... diz que é à alemã;
- Se bate tudo como o planeado, sem avanços nem atrasos...diz que é como um relógio suiço;
- Se alguém tenta regatear o preço de alguma coisa ... diz que é pior que um marroquino;
Mas quando alguma coisa corre mal... diz que é ......"à PORTUGUESA".

Wednesday, September 17, 2008

Claro que estes dois não podiam faltar ao grande evento

Pinto de Sousa fala em grande operação de descentralização.
Na cerimónia estiveram presentes os autarcas independentes Valentim Loureiro e Fátima Felgueiras. Pinto de Sousa afirmou que os acordos assinados representaram «uma das maiores operações políticas de transferência de competências desde o 25 de Abril de 1974». Para Pinto de Sousa , com este acordo o «Governo e autarquias assumem a responsabilidade de uma concertação estratégica na prioridade nacional que é a educação».
Para quem está mais esquecido, convém recordar que Pinto de Sousa, Armando Vara, Fátima Felgueiras foram sócios de uma Sociedade de Vendedores de Combustível ( Sovenco ) , registada no concelho de Amadora em 1990. Velhos amigos, Armando Vara tem um vencimento milionário na admnistração dum banco, Fátima Felgueiras tem problemas com a Justiça, por desvio de dinheiros públicos.

Tuesday, September 16, 2008

A Escola dos 500

Clique sobre a imagem, para melhor visualização

Friday, September 12, 2008

Vasco Pulido Valente - opinião

Vale a pena ler, artigo de Vasco Pulido Valente no PUBLICO de hoje. A acusação de VPV é forte: PS e PSD lançaram o país num beco sem saída. Portugal está sem destino e o povo anestesiado e sem esperança. Paralisado pela utopia não cumprida: o sonho europeu, uma Europa rica que cuidaria de nós, de onde viria uma corrente infindável de fundos. Soube-se hoje (dados do INE) que, no ano passado, o número de óbitos ultrapassou o número de nascimentos. Quando o povo deixa de procriar, por falta de esperança e de incentivo, é porque optou por um gradual suicídio colectivo. Esta é a herança que eles nos deixaram. 24 governantes aproveitaram o dia do diploma para se passearem pelo país a distribuir cheques de 500 euros. Com a justiça a passar pela maior crise de sempre (os juízes impedidos de decretar a prisão privativa de criminosos violentos e cruéis em consequência de uma revisão irresponsável do código penal), o sistema nacional de saúde a derrapar e o valor das reformas e salários a caírem a pique, andar pelo país a distribuir cheques de 500 euros, numa operação de propaganda que custou mais de 500 mil euros, é rir da desgraça em que o país se encontra.

Wednesday, September 10, 2008

Jogos do Mundo

Com o jornal "PUBLICO " de amanhã , 11 de Setembro, pode adquirir o 10º livro de jogos do mundo da Europa Moderna conjuntamente com tabuleiro de Hex.

Tuesday, September 09, 2008

A saga de um professor contratado

A Produções Fictícias produziram este vídeo genial sobre a saga de um professor contratado. O vídeo de 4 minutos mostra bem os estragos que a política educativa deste Governo fez na imagem que a sociedade tem dos professores. Foi uma enorme desgraça que se abateu sobre os professores. Veja o vídeo.
É uma narrativa ao mesmo tempo cómica e dramática. Um jovem professor chega a casa dos pais e notícia que foi colocado numa escola situada numa zona problemática. Os pais ficam muito preocupados com a colocação do filho e temem pela segurança dele. Tentam convencer o filho a recusar a colocação e apontam alternativas profissionais mais sossegadas.
O vídeo reflecte a imagem que a opinião pública tem da escola e dos professores:
1. Professores sem autoridade.
2. Alunos que passam de ano sem irem às aulas.
3. Alunos que progridem sem saber o mínimo.
4. Professores sobrecarregados de trabalho e de obrigações.
5. Professores sem condições para ensinarem.
6. Professores que são vistos pelo Governo como adversários e culpados pela baixa taxa de qualificação dos portugueses.
A propósito da violência escolar, a qual como é sabido se concentra em algumas zonas problemáticas do país, o JN Online faz o balanço das últimas estatísticas e conclui que a violência junto das escolas aumentou 40%. Só a PSP contabilizou cerca de 3000 crimes à entrada das escolas. No último ano lectivo, registou-se um aumento significativo, 40%, de agressões a alunos e professores junto das escolas.

Chumbos no básico atigiram o valor mais baixo da ultima década

Ver artigo do Público
A taxa de chumbos no ensino básico e secundário atingiu, no ano lectivo 2007/08, o valor mais baixo da última década, com a maior diminuição a registar-se no terceiro ciclo, segundo dados do Ministério da Educação (ME).A melhoria de resultados verificou-se em todos os níveis de ensino, com os números da retenção a descerem até aos 22,4 por cento no secundário (menos 3,5 pontos percentuais do que no ano anterior) e aos 8,3 por cento no básico (menos 2,5).A maior queda registou-se no nono ano, onde os chumbos caíram 7,5 por cento, ficando-se pelos 14,3. A diferença pode ser explicada pela diminuição das negativas no exame nacional de Matemática do terceiro ciclo, que baixaram quase 30 pontos percentuais.
Esta “notícia” plantada na Lusa para grande circulação retoma velhos métodos que já cansa desmontar. Claro que o insucesso caiu no 9º ano em virtude de exames de qualidade excepcional. Claro que o insucesso caiu o ano passado. E vai cair mais, agora que o Estatuto do Aluno vai entrar a funcionar em pleno. O mesmo para o abandono.
Os alunos continuarão a ter exactamente o mesmo desempenho ou até pior, mas as estatísticas melhorarão. Porque a máquina montada, da teia comunicacional ao espartilho legislativo a isso obrigam.Porque nada de importante em matéria do progresso efectivo das aprendizagens se resolve num par de anos.
Quem quer perceber a ideologia subjacente a esta onda de sucesso, basta ler os livros de início dos anos 90 de Valter Lemos. A fórmula mágica está lá.

Monday, September 08, 2008

A nossa Economia vista pelo exterior

Pelo relevo que tem para a (des)consideração internacional do nosso país e, principalmente, pelo diagnóstico frio sobre o beco da direcção económica de Portugal, transcrevo na íntegra o artigo do Financial Times de 31-8-2008 (primeiro feed em Portugal no Blasfémias?) "Porcos no chiqueiro":

Défice da balança de transacções correntes em percentagem do PIB - 2000-2007"

Países excitantes obtém acrónimos excitantes, pelo menos nos círculos financeiros. O Brasil, a Rússia, a Índia e a China, por exemplo, países em crescimento rápido, são chamados BRICS [tijolos], as próprias iniciais indicando um crescimento sólido. Outros países têm menos sorte. Vejam por exemplo, Portugal, Itália, Grécia e Espanha [Espanha], às vezes chamados PIGS [Porcos]. É uma alcunha pejorativa mas com muita verdade.Há oito anos, os Pigs [Porcos] voavam mesmo. As suas economias levantaram voo depois de aderir à Zona Euro. As taxas de juro caíam para mínimos históricos – e eram, com frequência, negativas em termos reais. Tal como o dia sucede à noite, seguiu-se uma explosão do crédito. Os salários subiram, os níveis de dívida incharam, tal como os preços das casas e o consumo. Agora os Pigs [Porcos] caíram no chão.Pelos números do comércio se pode ver até onde podem cair. Enquanto a Zona Euro, de modo geral, está em equilíbrio, no final de 2007 a Espanha e Portugal tinham défices da balança de transacções correntes equivalentes a 10% do PIB. Nessa altura, a Grécia tinha uns colossais 14%, enquanto o défice italiano de 3% era relativamente respeitável.A resposta usual a um escancarado défice da balança de transacções correntes é uma forte desvalorização. Mas os Pigs [Porcos] são membros do euro, portanto essa estrada está fechada.A alternativa seguinte é simplesmente continuar e financiar o défice de alguma forma. Mas isso é cada vez mais difícil de realizar nestes tempos de censura do crédito. Na verdade, a Espanha pode ter um problema particular. No passado, os seus bancos – especialmente as suas cajas [caixas] não cotadas – utilizaram títulos garantidos por activos (ABS), de baixa qualidade, para conseguir dinheiro barato do Banco Central Europeu. Mas o Banco Central Europeu tenciona apertar as suas regras de empréstimo.Resta, por isso, uma última e muito dolorosa solução. A competitividade pode ser restaurada pela baixa dos salários reais. Por outras palavras, uma depressão profunda. O sinal mais dramático disto pode ser visto em Espanha, onde o desemprego cresceu cerca de um ponto percentual no segundo trimestre [em Portugal não cresce porque o Governo coloca formalmente em formação profissional, cerca de 100 mil desempregados, como revelou o semanário Sol e como se fosse financeiramente e humanamente possível estarem constantemente em formação profissional cerca de cem mil pessoas!...]A Grã-Bretanha, enfrentando problemas semelhantes nos primórdios dos anos 1990 quando foi acorrentada ao Mecanismo de Taxas de Câmbio comunitário (ERM), retirou a libra do ERM e a desvalorização salvou-lhes a pele. Há quem se pergunte se os Pigs [Porcos], enquanto parte do Euro, não se arriscam a tornar-se bacon."
À parte o acrónimo mal-intencionado (que o Manuel do Sexo dos Anjos tamém denuncia) e sem fleuma - que parece ter sido cunhado no Economist de 5-6-2008 - ressalta do artigo do Financial Times que o único caminho viável no curto-prazo para a crise económica profunda do nosso País, ainda que disfarçada pela maquilhagem dos números do desemprego, crescimento económico e manipulação de exportações, é a redução dos salários. A economia compensa o desvario político, aproveitando o excesso de oferta de trabalho com salários mais curtos.Essa redução salarial não chega aos trabalhadores do quadro e alguns funcionários a contrato, mas atinge os trabalhadores de empresas entretanto falidas e encerradas e os que são despedidos, os auto-empregados e os recém-empregados que auferem salários reduzidos e piores condições. É esta situação que está a acontecer em Portugal, como se vê nos empregos de 500 euros que as grandes empresas oferecem a licenciados por oito horas de trabalho.O Estado Social segregacionista dos direitos adquiridos cria, no seu estertor, dois hemisférios laborais: o de cima (empregados do quadro, mais velhos, ou com reformas douradas) e o de baixo (trabalho precário, mais jovens ou pobres). Essa divisão política pelo equador do Estado Social é insustentável: se não houver integração social cria-se um conflito geracional gravíssimo entre a geração do quadro e a geração precária.O chiqueiro não é o País, nem porcos os portugueses. Porcaria é o Estado Social que nos enfiou na pocilga. Acorde quem adormeceu nas cantigas governamentais de recuperação, quando ainda não chegámos ao fundo do vale de lágrimas. A situação actual do País é grave demais para sustentar este regime (des)representativo anti-democrático. A democracia directa não deve tardar.

Sunday, September 07, 2008

Estatuto do Aluno- uma pérola do Eduquês

O Estatuto do Aluno entra em vigor em toda a sua plenitude. Veja o que muda e fique com a noção do enorme disparate pedagógico que o ME criou.Se o aluno faltar sem justificação à prova de recuperação fica retido, no caso do Ensino Básico,ou excluído da frequência da disciplina, no caso do Secundário. O prazo limite de faltas a partir do qual o aluno é sujeito a medidas correctivas e à realização de uma prova de recuperação, mas só no caso de se tratar exclusivamente de ausências injustificadas, passou entretanto de três para duas semanas se o aluno estiver no 1.º ciclo e do triplo para o dobro dos tempos lectivos semanais de uma disciplina, se o estudante frequentar os restantes níveis de ensino.O aluno pode transitar de ano sem comparecer nas aulas, desde que obtenha aprovação na prova de recuperação, não sendo definido qualquer limite para o número de testes a que pode ser sujeito.
Conclusão:
Este Estatuto do Aluno é, de facto, um monumento ao disparate. É claro que os pais relapsos, aqueles que se demitem das funções parentais e que são os primeiros a apontar o dedo aos professores quando os filhos fazem asneiras ou têm maus resultados, estão loucos de contentes. No fundo, o ME tem legislado para essa gente. E como é mais fácil arranjar bodes expiatórios do que assumir responsabilidades, esses pais vão-se iludindo com esta "música de embalar" e pensam que os filhos têm sucesso quando, na verdade, andam a "estudar" para ficarem uns "perfeitos ignorantes". Um dia chegará em que os "ignorantes" deixarão de ter a protecção do ME e, nessa altura, a realidade e a verdade virão à luz do dia. Verificarão, então, que foram enganados. Mas essa constatação virá tarde demais. Restar-lhes-á a almofada do rendimento de reinserção social ou 500 euros mensais por 8 horas semanais a servir cafés ou agarrados ao telefone num qualquer call center. Serão pobres durante toda a vida e nem sequer disporão do espírito crítico necessário para se poderem revoltar porque o Governo de José Pinto de Sousa lhes negou, através de facilidades e artifícios administrativos, o acesso à cultura e a aprendizagem de um ofício. É um crime cujas consequências serão notadas e identificadas tarde demais. Será um crime sem castigo.
Não deixa de ser curioso e irónico que a Lei 3/2008, sobre o Estatuto do Aluno, tenha sido aprovada na AR com os votos dos deputados do PS, precisamente a bancada parlamentar que conta com maior número de ex-professores. Dos tais que chegaram ao topo da carreira sentados nas bancadas da Assembleia da República. Esta situação mostra que os maiores inimigos dos professores são os ex-professores.

Saturday, September 06, 2008

opinião - José Pacheco Pereira

No Público de hoje, Pacheco Pereira continua (primeira parte já disponível no Abrupto), depois de ter andado demasiado ocupado a escrever para dentro do PSD e sobre as suas tricas - a escrever sobre a forma como «o Governo de José Pinto de Sousa foge do escrutínio e é protegido por um sistema complacente e acrítico».
Ficam aqui os tópicos 4 a 8 da sua análise, de que faço apenas breves transcrições:
O que faz falta: escrutínio, tónus crítico, crítica
Manipulação de estatísticas
A manipulação de estatísticas é uma especialidade do primeiro ministro. Chega a ser chocante como são manipulados os números do emprego/desemprego contra todas as evidências e realidades.(…)
Ocultação de dados ou informações relevantes para o escrutínio de uma política
Quando o ministro da Administração Interna alegou que desconhecia que número de polícias tinham saído, para se saber se, na relação entre novas entradas e saídas, havia um saldo positivo, não fez mais do que seguir uma política consistente neste Governo de ocultação sistemática das informações que pensa serem prejudiciais, não só para a apresentação propagandística das suas medidas como para a sua contestação.(…)
Pressões para que não se faça o escrutínio de informação potencialmente danosas para o PMO facto que mais me preocupa na maneira como este Governo, em particular o primeiro-ministro, usa o poder foi o modo como reagiu ás dúvidas e acusações sobre dois aspectos do seu currículo profissional, as suas qualificações académicas e a sua actividade de autor de projectos de casas. (...)
Manipulação de informações através da comunicação social controlada pelo Governo.(...)
Áreas importantes da governação não têm qualquer escrutínio
O Governo beneficia da falta de atenção comunicacional a áreas inteiras da governação que não têm qualquer escrutínio. isso deve-se que à falta de especialização ou interesse dos jornalistas, quer a uma ideia de falso consenso sobre estas matérias.

segunda parte do artigo do Publico no "abrupto"

Como muitos de nós, professores e não só, concordamos com muito disto. Pena é que diversos opinadores também careçam de alguma especialização ou mesmo de alguma percepção crítica (ou o referido «tónus») sobre a bondade, não demonstrada, de algumas fórmulas tidas como adquiridas na área da Educação.

Tom Jovim



Frank Sinatra com Tom Jovim em "a rapariga de Ipanema "



João Gilberto com Stan Getz em " desafinado "

Diana Krall



I have got you under my skin de Diana Krall

Portugal visto de Espanha - Verdades ocultas em Portugal

(recebido por correio electrónico)
indicadores económicos e sociais periodicamente divulgados pela União Europeia (UE) colocam Portugal em níveis de pobreza e de injustiça social inaceitável para um país que integra desde 1986 o "clube dos ricos" no continente Europeu. Mas o golpe de misericórdia foi a avaliação da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE): Portugal, nos próximos anos distanciará ainda mais de si próprio os países avançados. A produtividade mais baixa da UE, fraca inovação e vitalidade do sector empresarial, a má educação e à formação profissional, de desvio de fundos públicos, derrapagens e os maus resultados são dados salientados pelo relatório anual sobre Portugal, para a OCDE. Ao contrário Espanha, Grécia e Irlanda (que formam também parte do "grupo dos pobres" da UE), Portugal não conseguiu ter um financiamento significativo, com o seu desenvolvimento na comunidade, que fluiu ininterruptamente a partir de Bruxelas por quase duas décadas.Em 1986, Madrid e Lisboa aderiram à então Comunidade Económica Europeia com taxas semelhantes de desenvolvimento relativo, e apenas uma década atrás, Portugal era um lugar mais elevado do que a Grécia e a Irlanda, no ranking da UE. Mas em 2001, tenha foi ultrapassado por esses dois países, enquanto a Espanha está localizado a uma curta distância da média do bloco. "A convergência do Português com a economia mais avançada do ECO parece parado nos últimos anos, deixando uma lacuna significativa na renda por pessoa", diz a organização.No sector privado, dos bens de capital não são sempre utilizados de forma eficaz ou estão localizados e as novas tecnologias não forem tomadas rapidamente ", afirma a OCDE. " Portugual tem menos educação formal do que os trabalhadores de outros países da UE, incluindo os novos membros da Europa Central e Oriental", disse o documento. Todas as análises sobre os valores investidos concordam que o problema central não está nos montantes, mas nos métodos de distribuição. Portugal gasta mais do que a grande maioria dos países da União Europeia em matéria de indemnizações para funcionários públicos, originando que o seu produto interno bruto, não consiga melhorar significativamente a qualidade e a eficiência dos serviços. Com mais professores por aluno, não consegue dar uma educação competitiva e de formação comparando com o resto dos países industrializados.Nos últimos 18 anos, Portugal foi o país que recebeu mais benefícios per capita em cuidados comunitários. No entanto, após nove anos, em vez de aproximar os níveis da UE começou a cair e hoje as perspectivas apresentam maior distância. Onde foram parar os fundos comunitários?, É a pergunta insistente em debates televisivos e colunas de opinião nos principais jornais do país. A resposta mais comum é que as carteiras de dinheiro engordam aqueles que já tinham mais. Os números mostram que Portugal é o país da UE com maior desigualdade social e com os mais baixos salários mínimos e ficando a meio do bloco, pelo menos até 1 de maio, quando foi prorrogado de 15 para 25 nações. Também é o país do bloco em que gestores de empresas públicas têm salários mais elevados. O argumento mais frequente dos executivos indica que "o mercado é que decide o salário".
Consultado pelo IPS, antigo ministro das Obras Públicas (1995-2002) e actual vice-socialista João Cravinho negou essa teoria. "São os administradores que definem os seus próprios salários, não podemos carregar a culpa sobre o mercado," disse ele. Nas empresas privadas com participação do governo, do estado ou em privado com os accionistas minoritários dos executivos, estabelecem os seus vencimentos astronómicos (alguns chegam a 90.000 dólares por mês, incluindo os prémios e royalties), com a cumplicidade dos accionistas de referência ", afirmou Cravinho. Estes mesmos grandes accionistas, "são dois altos executivos, e todo este sistema, basicamente, é em detrimento dos pequenos accionistas, que faz com que uma grossa fatia dos lucros vá para contas bancárias dos gestores' lamentou o ex-ministro. Esta situação de desigualdade surge cada dia com os mais variados exemplos. A última é a crise no sector automóvel. Os comerciantes queixam-se de uma queda de quase 20 por cento nas vendas de automóveis de baixa cilindrada, com preços entre 15.000 e 20.000 dólares. Mas representantes das marcas de luxo como Ferrari, Porsche, Lamborghini, Maserati e Lotus (veículos valor superior a US $ 200.000), lamentam a oferta não poder dar para todos os pedidos, tendo um aumento de 36 por cento da procura. Estudos sobre a tradicional indústria têxtil Lusa, que foi um dos mais modernos e de mais qualidade no mundo, demonstram o seu impasse, porque seus empregadores não fazem os ajustes necessários para actualizá-lo. Mas a zona norte onde se concentra a indústria têxtil, tem mais carros por metro quadrado que a Ferrari na Itália.Um executivo de tecnologia da informação espanhol, Javier Felipe, disse à IPS que, em sua experiência com empresários Portugueses, eles "estão mais interessados no projecto que é a imagem do que com resultado do seu trabalho". Para muitos é mais importante é conduzir automóvel, o cartão de crédito que pode usar para pagar uma conta ou modelo de telefone celular, do que a eficiência da sua gestão, "disse Philip, esclarecendo que há excepções. Tudo isto está a criar uma mentalidade que, em última instância, afecta o desenvolvimento de um país ", considerou.
A evasão fiscal é outro aspecto. A impunidade tem castrado investimento do sector público com potenciais efeitos positivos na superação da crise económica e de desemprego, que este ano chegou a 7,3 por cento da população economicamente activa. Os únicos contribuintes para os cofres do Estado são os trabalhadores contratados, que deixam grande parte do salário retido na fonte de trabalho. Ao longo dos últimos dois anos, o governo decidiu entregar a carga fiscal sobre essas cabeças, mantendo situações "obscenas" e "escandaloso", segundo o economista e comentarista de televisão António Perez Metella. "Em vez de anunciar progressos na recuperação dos impostos daqueles que continuam rindo na cara do Tesouro, o governo (conservador) decidiu tomar uma maior fatia do mesmo àqueles que já pagam o que é devido, e deixa intacta a nebulosa de fugitivos procuradores, sem coerência ideológica, sem visão para o futuro ", criticou Metella.O teste é explicado no parecer uma coluna de José Vitor Malheiros. Segundo esses documentos entregues às autoridades fiscais, médicos e dentistas relataram renda média anual de 17.680 euros (21.750 dólares), os advogados 10.864 (13.365 dólares), os arquitectos de 9.277 (11.410 dólares) e engenheiros de 8.382 (10.310 dólares). Esses números indicam que por cada seis euros para pagar os impostos, "roubam nove para a comunidade", uma vez que esses profissionais não dependentes deveriam de contribuir com 15 por cento do total do imposto sobre o rendimento singular e pelo trabalho tributado, descontando apenas seis por cento disse Malheiros.Com o retorno dos impostos para fechar um ano fiscal, eles "roubam mais do que pagam", disse com sarcasmo. Se um país "permite que um profissional liberal com duas casas e dois carros de luxo declare rendimento de 600 euros (738 dólares) por mês, ano após ano, sem ser questionado, no mínimo por parte do Tesouro, e recebe uma bolsa do Estado para ajudar a pagar escola particular para os seus filhos, significa que o sistema não tem moral ", exclamou.
( Este texto foi-me enviado por e-mail )
texto original em Espanhol

Friday, September 05, 2008

Sem comentários

Contratadas lesadas por engravidar
Circular contraria incentivo à maternidade. Contratos de trabalho recusados em período de licença de parto.No momento em que José Pinto de Sousa anunciava novos incentivos à maternidade, o Ministério das Finanças divulgava uma circular que limita o direito das mulheres a renovar contratos a prazo durante o período de gozo da licença de maternidade.Eva é professora contratada há oito anos, tantos quantos adiou o sonho de ser mãe. Julgando-se protegida pelas novas medidas do Governo, decidiu engravidar. O filho tem agora dois meses; ela usufrui, actualmente, do segundo dos cinco meses de licença de maternidade a que tem direito. Mas a situação, afinal, é incompatível. Resultado: perdeu o lugar na escola onde havia sido colocada.“Se quisesse trabalhar, teria de renunciar à licença de maternidade. Para ficar com o meu filho, fiquei sem a colocação”, explica numa carta que endereçou ao grupo parlamentar do CDS-PP.

OCDE desmente Ministério da Educação

O que o Ministério sabe mas esconde cobardemente, de forma a virar os portugueses menos esclarecidos contra os que trabalham dia a dia para dar um futuro melhor aos filhos dos outros."Os PROFESSORES em Portugal não são assim tão maus..."Consulte a última versão (2006) do Education at a Glance, publicado pela OCDE, em http://www.oecd.org/dataoecd/44/35/37376068.pdf.
Se for à página 58, verá desmontada a convicção generalizada de que os professores portugueses passam pouco tempo na escola e que no estrangeiro não é assim.É apresentado, no estudo, o tempo de permanência na escola, onde os professores portugueses estão em 14º lugar (em 28 países), com tempos de permanência superiores aos japoneses, húngaros, coreanos, espanhóis, gregos, italianos, finlandeses, austríacos, franceses, dinamarqueses, luxamburgueses, checos, islandeses e noruegueses!
No mesmo documento de 2006 poderá verificar, na página 56, que os professores portugueses estão em 21º lugar (em 31 países) quanto a salários!
Na página 32 poderá verificar que, quanto a investimento na educação em relação ao PIB, estamos num modesto 19º lugar (em 31 países) e que estamos em 23º lugar (em 31 países) quanto ao investimento por aluno.
E isto, o M.E. não manda publicar...Não tem problema. Já estamos habituados a fazer todos os serviços.Nós divulgamos aqui e passamos ao maior número de pessoas possível, para que se divulgue e publique a verdade.
DIVULGUE, POR FAVOR!

Thursday, September 04, 2008

Francisco José Viegas - opinião


«O primeiro-ministro visitava o Liceu Pedro Nunes e, de acordo com o CM, confundiu as salas onde os alunos têm aulas com os "contentores das obras". É uma confusão natural: a explosão escolar transformou os velhos liceus em ‘estabelecimentos de ensino’ superlotados e esburacados.Mas a democratização do ensino tem as costas largas – e deve atribuir-se grande parte das culpas à incúria, irresponsabilidade, desleixo, apatia e falta de sentido de Estado dos responsáveis da Administração Escolar (desde o Ministério às câmaras) durante os últimos 20 anos, sejam eles quem forem. Entre tantas obras, as escolas ficaram sempre para trás, esquecendo que não é possível melhorar os resultados educativos em escolas decrépitas, feias e sujas. O que é feio e sujo gera lixo e fealdade.»
Francisco José Viegas aqui

Dona Justiça ...

Nunca o Estado português foi condenado a pagar uma indemnização tão alta como no processo que envolve o ex-dirigente socialista Paulo Pedroso. Nem mesmo quando está em causa a vida humana: «O sofrimento para toda a vida» vale mais do que a maior parte das vidas perdidas em acidentes de trabalho. Em Portugal, rondam os 20 e os 40 mil euros, confirma fonte judicial.
Notícia

Os empregos tradicionais vão ter nova designação

Ora vejam se George Orwell não ficaria deliciado com este exemplo magnífico de aplicação da linguagen dupla:
Qualificações - Novas Oportunidades - Portugal, o país dos especialistas.
- Especialista de Fluxos de Distribuição ( paquete)
- Supervisora Geral de Bem-Estar, Higiene e Saúde ( mulher da limpeza )
- Coordenador de Fluxos de Entradas e Saídas ( porteiro)
- Coordenador de Movimentações e Vigilância Nocturna ( segurança)
- Distribuidor de Recursos Humanos ( motorista de autocarro )
- Especialista em Logística de Combustíveis ( empregado da bomba de gasolina)
- Assessor de Engenharia Civil ( trolha )
- Consultor Especialista em Logística Alimentar ( empregado de mesa )
- Técnico de Limpeza e Saneamento de Vias Públicas ( varredor )
- Técnica Conselheira de Assuntos Gerais ( cartomante/taróloga )
- Técnica Especialista em Terapia Masculina ( prostituta )
- Técnica Especialista em Terapia Masculina Sénior ( prostituta de luxo )
- Técnico de Marketing Direccionado ( vigarista )
- Técnico Superior Especialista de Assuntos Específicos Não Especializados ( político)

Mais um cartoon do Antero



Gaffe de Sócrates Pinto de Sousa que confundiu um contentor ( sala de aula) com um contentor de obras; passou na SIC e na TVI

Magallanes? No! Invés !!!

Espanha também já fabrica computadores " Magalhães "

Chama-se «Inves Junior» e vai ser comercializado pelo «El Corte Ingles»A partir desta sexta-feira já vai ser possível comprar computadores «Magalhães» nas lojas El Corte Inglés de Espanha. A única diferença é que não vão chamar-se assim, mas «Inves Júnior».De resto, trata-se de um portátil igual àquele que está ser produzido na fábrica de Matosinhos da JP Sá Couto, baseando-se no Classemate PC. Segundo foi possível apurar junto da empresa Investrónica, «o computador vai ser montado na fábrica de Três Cantos e distribuído a partir da central de Getafe, ambas localizadas na área metropolitana de Madrid».

Wednesday, September 03, 2008

Opiniões - Pacheco Pereira

As palavras com que o Primeiro-ministro José Sócrates se dirigiu aos 40000 candidatos à docência que ficaram de fora no concurso dos professores roçam o insulto e a grosseria. É verdade que o Ministério da Educação não deve contratar quem não precisa. É verdade que a maioria dos candidatos não se podem intitular de “professores”, embora muitos o sejam, muitos já tenham dado aulas, muitos já andem há anos a tapar os buracos das colocações sem as garantias mínimas em termos de segurança social. Mas é também verdade que eles são parte da nossa mão de obra qualificada, eles são exactamente as pessoas a quem José Sócrates prometeu dar emprego. É insuportável o modo como ele os tratou. (Abrupto)

Esta é uma questão importante, porque é estranho que Sócrates Pinto de Sousa apareça a louvar imenso a necessidade de qualificação dos portugueses, mas aos professores pareça reservar especial animosidade, mesmo aos que, licenciados e profissionalizados, são por ele considerados desnecessários.
É que há algo de estranho neste tipo de reacção, uma desafeição evidente, um aparente desejo de amesquinhar sistematicamente um grupo profissional ou mesmo aqueles que apenas a ele pretendem aceder.

Contradições entre membros do Governo

Enquanto Sócrates Pinto de Sousa sentencia que, para os professores, "o tempo da facilidade acabou", Valter Lemos recomenda que passem de ano estudantes que apresentem uma única positiva.

Perplexidades do nosso Portugal

( recebido por correio electrónico)
A HIPER-ANEDOTA em que se transformou o nosso País...

A HIPER-ANEDOTA em que se transformou o nosso País: - Na escola um professor é agredido por um aluno. O professor nada pode fazer, porque a sua progressão na carreira está dependente da nota que dá ao seu aluno.

- Um jovem de 18 anos recebe €200 do Estado para não trabalhar; um idoso recebe de reforma €236 depois de toda uma vida de trabalho.
- Um marido oferece um anel à sua mulher e tem de declarar a doação ao fisco.


- O Estado que queria gastar 6 mil milhões de euros no novo Aeroporto recusa-se a baixar impostos, porque não tem dinheiro.

- Nas zonas mais problemáticas das áreas urbanas, existe 1 polícia para cada 2000 habitantes; o Governo diz que não precisa de mais polícias.

- Numa empreitada pública, os trabalhadores são todos imigrantes ilegais, que recebem abaixo do salário mínimo e o Estado não fiscaliza.

- Um professor é sovado por um aluno e o Governo diz que a culpa é das causas sociais.

- Um polícia bate num negro: é uma atitude racista. Um bando de negros mata 3 polícias: não estão inseridos na sociedade.

- O café da esquina fechou porque não tinha WC para homens, mulheres e empregados. No Fórum Montijo o WC da Pizza Hut fica a 100 mts e nem tem local para lavar mãos.

- O governo incentiva as pessoas a procurarem energias alternativas ao petróleo e depois multa quem coloca óleo vegetal nos carros porque não paga o ISP (Imposto sobre Produtos Petrolíferos).

- O Ministério do Ambiente incentiva o uso de meios alternativos ao combustível. No edifício do Ministério do Ambiente não há estacionamento para bicicletas, nem se sabe de nenhum ministro que utilize bicicleta.

- Nas prisões é distribuído gratuitamente seringas por causa do HIV, mas como entra droga nas prisões?

- No exame final de 12º ano és apanhado a copiar, chumbas o ano: O sr.Primeiro-ministro fez o exame de inglês técnico em casa e mandou por fax e é engenheiro.

- Um jovem de 14 mata um adulto, não tem idade para ir a tribunal. Um jovem de 15 leva um chapada do pai, por ter roubado dinheiro para droga, é violência doméstica.

- Começas a descontar em Janeiro o IRS e só vais receber o excesso em Agosto do ano que vem. Não pagas as finanças a tempo e horas, passado um dia já estas a pagar juros.

- Fechas a janela da tua varanda e estas a fazer uma obra ilegal. Constrói-se um bairro de lata e ninguém vê.

- Se o teu filho não tem cabeça para a escola e com 14 anos o pões a trabalhar contigo num oficio respeitável, é exploração do trabalho infantil. Se és artista e o teu filho com 7 anos participa em gravações de telenovelas 8 horas por dia ou mais, a criança tem muito talento, sai ao pai ou à mãe.

- Paguei 0.50€ por uma seringa na farmácia para dar um medicamento ao meu filho, mas se fosse drogado, não pagava nada.


É assim, está tudo dito!!!
E viva a selecção nacional, que o povo quer é bola!!!
( circula pela Internet )

Dualidade de critérios

Metade dos professores não colocados não têm direito ao subsidio de desemprego porque trabalharam durante pouco tempo(!!!) ou estiveram num regime de contrato de recibos verdes, não tendo descontado para a segurança social portanto. Ao mesmo tempo atribuem-se subsídios a criminosos e calões, que não produzem nem se interessam por produzir, dedicando-se ao crime como meio de subsistência.Este Governo e em especial o 1ºministro sofrem de autismo e profunda desonestidade intelectual. Talvez porque não sinta na pele as dificuldades pela qual a vasta maioria da população que desgoverna passa diariamente

Monday, September 01, 2008

Testemunho de um professor reformado

Testemunho do colega J. Moedas Duarte que merece aqui completa transcrição.

Fui professor durante 37 anos na Escola P. Francisco Soares de Torres Vedras e reformei-me em Janeiro passado.Hoje, dia 1 de Setembro, senti necessidade de voltar à escola para dar um abraço solidário aos meus colegas.
Num expositor da Sala de Professores deixei este texto, que partilho agora com o grupo mais alargado dos leitores deste blogue, cujo mérito tenho divulgado sempre que posso.

CARTA ABERTA AOS MEUS COLEGAS PROFESSORES

Pela primeira vez em muitos anos não retomo a actividade docente no início do ano lectivo. Mas não o lamento e é isso que me dói. Sempre disse que queria ficar na escola mais alguns anos para além do tempo da reforma, desde que tivesse condições de saúde para tal. Contudo, vi-me “obrigado” a sair mais cedo, inclusivé aceitando uma penalização de 4,5% sobre o vencimento.
Não sou protagonista de nada: o meu caso é apenas mais um no meio de milhares de professores a quem este Governo afrontou. Só quem não conhece as escolas e tem uma ideia errada da função docente é que não entende isto.
É doloroso ouvir pessoas que sempre deram o máximo pela sua profissão, que amam o ensino e têm uma ligação profunda com os alunos, a dizerem que estão exaustas e que lamentam não serem mais velhas para poderem reformar-se já. Vejo com enorme tristeza estes colegas a entrarem no ano lectivo como quem vai para um exílio. Compreendo-os bem…Este estado de coisas tem responsáveis: são a equipa do Ministério da Educação e o Primeiro-ministro.A eles se deve a criação de um enorme factor de desestabilização e conflito nas escolas que é a divisão artificial da carreira docente entre “professores titulares” e os outros que o não são. Todos fazem o mesmo, a todos são pedidas as mesmas responsabilidades, mas estão em patamares diferentes, definidos segundo critérios arbitrários.A eles se deve um sistema de avaliação de desempenho que não é mais do que a extensão administrativa daquele erro colossal.A eles se deve a legislação que não reforça a autoridade dos professores na escola, antes os transforma em burocratas ao serviço de encarregados de educação a quem não se pedem responsabilidades e de alunos a quem não se exige que estudem e tenham sucesso por mérito próprio.
No ano passado 100 000 mil professores na rua mostraram que não se conformavam com este estado de coisas. O Governo tremeu. Mas os Sindicatos de professores não souberam gerir esta revolta legítima. Ocupados por gente que não dá aulas, funcionalizados e alienados pelo sistema, apressaram-se a assinar um acordo que nada resolveu, antes adiou um problema que vai inquinar o ano lectivo que hoje começa.
Todos os que podem estão a vir-se embora das escolas, é a debandada geral. Gente com a experiência e a formação profissional de muitos anos, que ainda podiam dar tanto ao ensino, retiram-se desgostosos, desiludidos, magoados. Deixaram de acreditar que a sua presença era importante e bateram com a porta. O Governo não se importa, nada faz para os segurar: eram gente que tinha espírito crítico e resistia. «Que se vão embora, não fazem cá falta nenhuma!»
Não, não tenho pena de não voltar à escola. Pelo contrário: entro em Setembro com um enorme alívio. Mas não me sinto bem. Estou profundamente solidário com os meus colegas de profissão e tenho a estranha sensação de que os abandonei, embora saiba quanto isso é pretensioso da minha parte. Vejo com apreensão e desgosto que, trinta e sete anos depois de começar a ser professor, a escola não está melhor.Sim, regressarei hoje à escola. Mas só para dar um imenso abraço àqueles que, corajosamente, como professores no activo, enfrentam um novo ano lectivo.
Torres Vedras, 1 de Setembro de 2008
Joaquim Moedas Duarte

Como Portugal seria diferente

Transcrevo este texto, de Mário Crespo, publicado no JN, recebido por e-mail.
Imaginem como tudo seria diferente!
Imaginem
Imaginem que todos os gestores públicos das setenta e sete empresas do Estado decidiam voluntariamente baixar os seus vencimentos e prémios em dez por cento.
Imaginem que decidiam fazer isso independentemente dos resultados. Se os resultados fossem bons as reduções contribuíam para a produtividade. Se fossem maus ajudavam em muito na recuperação.Imaginem que os gestores públicos optavam por carros dez por cento mais baratos e que reduziam as suas dotações de combustível em dez por cento.Imaginem que as suas despesas de representação diminuíam dez por cento também. Que retiravam dez por cento ao que debitam regularmente nos cartões de crédito das empresas. Imaginem ainda que os carros pagos pelo Estado para funções do Estado tinham ESTADO escrito na porta.
Imaginem que só eram usados em funções do Estado.Imaginem que dispensavam dez por cento dos assessores e consultores e passavam a utilizar a prata da casa para o serviço público. Imaginem que gastavam dez por cento menos em pacotes de rescisão para quem trabalha e não se quer reformar. Imaginem que os gestores públicos do passado, que são os pensionistas milionários do presente, se inspiravam nisto e aceitavam uma redução de dez por cento nas suas pensões. Em todas as suas pensões. Eles acumulam várias. Não era nada de muito dramático. Ainda ficavam, todos, muito acima dos mil contos por mês.Imaginem que o faziam, por ética ou por vergonha. Imaginem que o faziam por consciência. Imaginem o efeito que isto teria no défice das contas públicas. Imaginem os postos de trabalho que se mantinham e os que se criavam. Imaginem os lugares a aumentar nas faculdades, nas escolas, nas creches e nos lares. Imaginem este dinheiro a ser usado em tribunais para reduzir dez por cento o tempo de espera por uma sentença. Ou no posto de saúde para esperarmos menos dez por cento do tempo por uma consulta ou por uma operação às cataratas.Imaginem remédios dez por cento mais baratos. Imaginem dentistas incluídos no serviço nacional de saúde. Imaginem a segurança que os municípios podiam comprar com esses dinheiros. Imaginem uma Polícia dez por cento mais bem paga, dez por cento mais bem equipada e mais motivada. Imaginem as pensões que se podiam actualizar. Imaginem todo esse dinheiro bem gerido. Imaginem IRC, IRS e IVA a descerem dez por cento também e a economia a soltar-se à velocidade de mais dez por cento em fábricas, lojas, ateliers, teatros, cinemas, estúdios, cafés, restaurantes e jardins.Imaginem que o inédito acto de gestão de Fernando Pinto, da TAP, de baixar dez por cento as remunerações do seu Conselho de Administração nesta altura de crise na TAP, no país e no Mundo é seguido pelas outras setenta e sete empresas públicas em Portugal.
Imaginem que a histórica decisão de Fernando Pinto de reduzir em dez por cento os prémios de gestão, independentemente dos resultados serem bons ou maus, é seguida pelas outras empresas públicas.Imaginem que é seguida por aquelas que distribuem prémios quando dão prejuízo. Imaginem que país podíamos ser se o fizéssemos. Imaginem que país seremos se não o fizermos.
este texto é da autoria de Mário Crespo e foi publicado no Jornal de Notícias

Recomeçar

Recomeça...
Se puderes,
Sem angústia e sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro,
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
E, nunca saciado,
Vai colhendo
Ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar
E vendo,
Acordado,
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças.

Coimbra, 27 de Dezembro 1977
Diário XIIIMiguel Torga