Tuesday, March 08, 2011

Em Abril, dívidas mil

Abril será um mês particularmente difícil para a gestão da dívida portuguesa, dada a grande quantidade de dívidas a vencer.
Hoje os juros da dívida soberana a 5 anos disparam e já estiveram em 7,59%, acima dos juros a 10 anos (7,56%). O risco de default abriu em alta, com Portugal entre os países com maior crescimento do risco.
Dos quatro países da zona euro mais frágeis (Grécia, Irlanda, Portugal e Espanha), os juros das OT portuguesas a cinco e dez anos no mercado secundário são os que mais estão a subir hoje.
Na Grécia os rumores crescentes da necessidade de um processo de reestruturação da dívida, levaram a Moody´s a baixar hoje o rating, que já está em "lixo" (junk), em três níveis.
Na Irlanda foi anunciada ontem a coligação de bloco central entre Fine Gael e Trabalhistas colocando na agenda a renegociação do acordo com Bruxelas e o FMI.
E em Espanha há dúvidas crescentes sobre o processo de recapitalização das Cajas de Ahorros a penalizar a credibilidade nas finanças do país.
Estamos em maus lençois!
Parece-me que já não há medidas de austeridade que vão contentar os mercados.
Portugal poderá só ter dois caminhos: pedir ajuda ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira, que vem agregado com as medidas do FMI (e seja o que Deus quiser) ou assumir que terá de fazer uma reestruturação da dívida (e seja o que Deus quiser).
O Governo deve explicar como se chegou a esta situação e como vamos sair dela, e não vale atirar as culpas para os reguladores que deixaram que existisse o 'subprime'

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