Monday, November 30, 2009

Caiu outra praça forte da parvalhização



Sabia- se há muito que Las Vegas era a capital do dinheiro novo e da idiotia multimilionária. Ali servem-se hamburger's acompanhados de french fries, regados com Bordeaux, a 6000 dólares; ali há hotéis onde a pernoita chega aos 40.000 e o pequeno-almoço de corn flakes se sorve com champanhe. Ali vão tolos de todo o mundo beber o Ménage a Trois, cocktail que orça os 3.000 dólares por copo, passear-se nas limousines de oito rodas a 2.000 dólares por hora, comer o caviar Beluga a 5.000 dólares o frasco ou aspergir-se com o Kona Nigari, água retirada das profundezas do oceano. É um verdadeiro mostruário, exaustivo e grandioso, das infinitas possibilidades que o ser humano atinge após porfiado esforço para se rebaixar. Las Vegas foi o ícone - como está no moda o palavrão - da "cultura popular", do hórrido, do sem-gosto, do reles que não consegue atingir os calcanhares do Kitsch.
Há cerca de uma dúzia de anos, o Dubai começou a ser falado com um fascínio digno de suspeita, pois os seus entusiastas eram, sem tirar, a gentuça que povoa os programas da CNBC, do Bloomberg e da CNN, com a sua gritante alarvidade, cupidez pelo negócio e desbaratamento da inteligência. Em 1900, eram 10.000 pessoas vivendo em tendas esburacadas, alimentando-se de tâmaras e uns peixes que davam à costa. Em 2005, eram mais de um milhão entregando-se a prodigiosas actividades ciclópicas de construção, a especulação bolsista, indústria de entretenimento e ao ocioso malbaratamento dos recursos petrolíferos. Ali chegavam milhões de turistas, não para a aventura do deserto e das praias, mas para os mais caros restaurantes, as mais caras lojas, os mais sofisticados hotéis do mundo. Ali tudo atingiu o gigantismo de que o mentecaptismo se serve para compensar a criatividade: o Palm Jumeirah, o Wadi Waterpark, uma Disneylândia arabizada, o Burj Dubai, a mais alta torre do mundo, o Hydropolis, o primeiro hotel subaquático do mundo, The World, uma constelação de ilhas artificiais cujo conjunto realiza a orbe terrestre, o Snow Park, o maior complexo mundial de pistas de ski em gelo. Uma fantasia sem graça, o símbolo maior da parvalhização e do sonho de uma aldeia global povoada de ricos patetas e patetas ricos.
Era, até dia 27 de Novembro, a "cidade global". Tudo se desmoronou numa noite. Outras seguir-lhe-ão as pisadas. Estou para ver como reagirão os business first à derrocada de outras Mecas e Jerusaléns da religião do dinheiro. E quando Singapura, o mais civilizado reduto da parvalhização, seguir o exemplo do Dubai ?

Um socialista desalinhado

Henrique Neto no Jornal de Leiria (página 16 do link ):
(…) Com o clima de corrupção generalizada existente, com os métodos usados na revisão dos preços, com os objectivos anunciados e com as prioridades conhecidas do Governo a serem a EDP, a PT a Mota-Engil, a Ongoing, Joaquim de Oliveira, a Martifer, a Sá Couto e quejandos, é fácil de ver para onde irão os milhares de milhões de euros de investimentos públicos previstos. (…)
Ou seja, a grande prioridade de José Sócrates não são os postos de trabalho, mas a ajuda às empresas do regime e o controlo dos meios de comunicação, para que os portugueses não se apercebam disso. (…)
Isto mais não é do que o princípio basilar da redistribuição socialista: tirar pouco (mas cada vez mais) a muitos para benefício de alguns.

Maior ONG contra corrupção entra em Portugal

Um grupo de especialistas portugueses, como Luís de Sousa (do ICS), Saldanha Sanches, Paulo Morais e Adelino Maltez, vai esta semana formalizar uma estrutura que permitirá a entrada da Transparency International em Portugal - que é um dos três países da Europa sem qualquer ligação à mais prestigiada ONG de luta contra a corrupção.
-Portugal é um dos três países da Europa sem qualquer entidade reconhecida pelo mais importante organismo internacional de luta contra a corrupção, a Transparency International - a Organização Não Governamental que publica o único ranking de corrupção mundial, que trabalha com a ONU. A ausência só tem paralelo em Malta e Islândia. Mas agora, pela primeira vez, um grupo de especialistas iniciou o processo de "adesão" àquela organização, que levará - se tudo correr bem e a avaliação for positiva - a um reconhecimento pleno em 2012.
-Com o caso "Face Oculta" na agenda, o objectivo ganha nova pertinência - mesmo que, como sublinha Adelino Maltez, o processo tenha começado "antes destes ventos".
-O projecto de adesão terá passo fundamental, sabe o DN, já na próxima sexta-feira, quando os especialistas portugueses - que incluem nomes como Luís de Sousa do Instituto de Ciências Sociais (ICS), Saldanha Sanches ou Adelino Maltez - decidirem a fórmula escolhida para avançar: ancorar o projecto no ICS ou, em alternativa, criar uma organização independente, com estatutos próprios. "Depois disso, haverá reunião em Berlim, com a Transparency International, para assinar o protocolo de colaboração", dando início ao processo de adesão", confirma Luís de Sousa, o homem que está à frente do projecto.
-
Comentário: Concordo e dou todo o meu apoio. É mais uma voz contra a corrupção que grassa em Portugal, especialmente no sector Estado... Esperamos que o sr. Pinto de Sousa não levante obstáculos a esta ONG...

Saturday, November 28, 2009

Penedos ganha ( recebe) 46 mil euros mensais da REN

.Presidente suspenso pode manter salário se o Conselho de Administração assim o decidir

José Penedos, suspenso da presidência da REN no âmbito do caso Face Oculta, poderá manter o salário de 46 mil euros mensais, se o Conselho de Administração decidir favoravelmente nos próximos dias, apurou o «Correio da Manhã».-No ano passado à frente da empresa, Penedos ganhou 655 mil euros, entre remunerações fixas e prémios de gestão. Só em prémios a empresa gastou um valor total de 1,4 milhões de euros, distribuído pelos cinco membros executivos do Conselho de Administração.
-Na altura da apresentação do relatório e contas da REN, Penedos defendeu que o valor do seu vencimento era baixo: «A REN é uma das empresas mais mal remuneradas do PSI20», afirmou a um jornal diário.
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Comentário: Tomando por comparação o ordenado do Presidente Obama (270.000 euros/ano), estas remunerações que os gestores portugueses recebem, são autênticamente escandalosas e pornográficas... Neste caso, o sr. José Penedos, consegue receber num mês o que um português que tenha o ordenado mínimo, recebe em 8 anos... Assim, também eu quero ser amigo de José Pinto de Sousa...

Centralismo

Carro de Jaime Gama choca com o de Mário Mendes na Av. da Liberdade
A "corte" sediada em Lisboa é de uma tal dimensão que os seus membros já se atropelam, mesmo nas mais largas ruas da capital.
Portugal corre o risco de cair para o Atlântico, ironizava Fernando Ruas algumas horas antes do infeliz incidente.
Votos de rápidas melhoras para os feridos.

Thursday, November 26, 2009

Percebem ?

Há sete anos começava o processo "Casa Pia". O mundo ia mudar, o regime ia cair, várias figuras "gradas" seriam "apanhadas", outras tantas iriam atirar-se das pontes disponíveis, os "meninos" seriam vingados e deixariam de ser molestados até à eternidade. Repare-se que nunca houve "meninas". Passou o tempo e, depois de várias crucificações públicas, começou o julgamento. Os documentos reunidos cabem em várias jaulas para elefantes de diversos jardins zoológicos. Todavia, a única coisa que mudou neste sete anos foi o processo penal. Percebem?

A hipocrisia da estupefacção

O deputado socialista Ricardo Rodrigues afirmou ontem que ficou “estupefacto” com a manutenção de Fernando Lima na Presidência da República. Mas o mesmo deputado foi uma das caras da “defesa” da manutenção de Lopes da Mota no Eurojust, mesmo depois de lhe terem aberto um processo disciplinar devido às suas interferências no caso Freeport. E será que alguém se recorda de o ouvir a pedir a demissão do gestor público José Penedos, militante socialista que hoje foi obrigado pelo poder judicial a afastar-se da REN? E o que será que este deputado pensa dos vários casos de suspeição que envolvem alguns dos seus dirigentes partidários? Será que também ficou estupefacto com a manutenção dos mesmos nos cargos? Se este deputado tivesse algum pudor, tinha-se abstido de comentar esta notícia de Fernando Lima. É que eu saiba, não é suspeito de ter cometido crime algum, ou será que foi apanhado em alguma escuta, e o magistrado desse processo considerou que estava a cometer um crime de atentado contra o Estado de Direito. Se fosse esse o caso, talvez entendesse a sua estupefacção.

Monday, November 23, 2009

Os" Boys" de Gueterres

( artigo de José António Saraiva - SOL )

O PROCESSO chamado ‘Face Oculta’ tem as suas raízes longínquas num fenómeno que podemos designar por ‘deslumbramento’.
Muitos dos envolvidos no caso, a começar por Armando Vara, são pessoas nascidas na Província que vieram para Lisboa, ascenderam a cargos políticos de relevo e se deslumbraram.
Deslumbraram-se, para começar, com o poder em si próprio.
Com o facto de mandarem, com os cargos que podiam distribuir pelos amigos, com a subserviência de muitos subordinados, com as mordomias, com os carros pretos de luxo, com os chauffeurs, com os salões, com os novos conhecimentos.
Deslumbraram-se, depois, com a cidade.
Com a dimensão da cidade, com o luxo da cidade, com as luzes da cidade, com os divertimentos da cidade, com as mulheres da cidade.
ORA, para homens que até aí tinham vivido sempre na Província, que até aí tinham uma existência obscura, limitada, ligados às estruturas partidárias locais, este salto simultâneo para o poder político e para a cidade representou um cocktail explosivo.
As suas vidas mudaram por completo.
Para eles, tudo era novo – tudo era deslumbrante.
Era verdadeiramente um conto de fadas – só que aqui o príncipe encantado não era um jovem vestido de cetim mas o poder e aquilo que ele proporcionava.
Não é difícil perceber que quem viveu esse sonho se tenha deixado perturbar.
CURIOSAMENTE, várias pessoas ligadas a este processo ‘Face Oculta’ (e também ao ‘caso Freeport’) entraram na política pela mão de António Guterres, integrando os seus Governos.
Armando Vara começou por ser secretário de Estado da Administração Interna, José Sócrates foi secretário de Estado do Ambiente, José Penedos foi secretário de Estado da Defesa e da Energia, Rui Gonçalves foi secretário de Estado do Ambiente.
Todos eles tiveram um percurso idêntico.
E alguns, como Vara e Sócrates, pareciam irmãos siameses.
Naturais de Trás-os-Montes, vieram para o poder em Lisboa,inscreveram-se na universidade, licenciaram-se, frequentaram mestrados.
Sentindo-se talvez estranhos na capital, procuraram o reconhecimento da instituição universitária como uma forma de afirmação pessoal e de legitimação do estatuto.
A QUESTÃO que agora se põe é a seguinte: por que razão estas pessoas apareceram todas na política ao mais alto nível pela mão de António Guterres?
A explicação pode estar na mudança de agulha que Guterres levou a cabo no Partido Socialista.
Guterres queria um PS menos ideológico, um PS mais pragmático, mais terra-a-terra.
Ora estes homens tinham essas qualidades: eram despachados, pragmáticos, activos, desenrascados.
E isso proporcionou-lhes uma ascensão constante nos meandros do poder.
Só que, a par dessas inegáveis qualidades, tinham também defeitos.
Alguns eram atrevidos em excesso.
E esse atrevimento foi potenciado pelo tal deslumbramento da cidade e pela ascensão meteórica.
QUANDO o PS perdeu o poder, estes homens ficaram momentaneamente desocupados.
Mas, quando o recuperaram, quiseram ocupá-lo a sério.
Montaram uma rede para tomar o Estado.
José Sócrates ficou no topo, como primeiro-ministro, Armando Vara tornou-se o homem forte do banco do Estado – a CGD –, com ligação directa ao primeiro-ministro, José Penedos tornou-se presidente da Rede Eléctrica Nacional, etc.
Ou seja, alguns secretários de Estado do tempo de Guterres, aqueles homens vindos da Província e deslumbrados com Lisboa, eram agora senhores do país.
MAS, para isso ser efectivo, perceberam que havia uma questão decisiva: o controlo da comunicação social.
Obstinaram-se, assim, nessa cruzada.
A RTP não constituía preocupação, pois sendo dependente do Governo nunca se portaria muito mal.
Os privados acabaram por ser as primeiras vítimas.
O Diário Económico, que estava fora de controlo e era consumido pelas elites, mudou de mãos e foi domesticado.
O SOL foi objecto de chantagem e de uma tentativa de estrangulamento através do BCP (liderado em boa parte por Armando Vara).
A TVI, depois de uma tentativa falhada de compra por parte da PT, foi objecto de uma ‘OPA’, que determinou a saída de José Eduardo Moniz e o afastamento dos ecrãs de Manuela Moura Guedes.
O director do Público foi atacado em público por Sócrates – e, apesar da tão propalada independência do patrão Belmiro de Azevedo, acabou por ser substituído.
A Controlinvest, de Joaquim Oliveira (que detém o JN, o DN, o 24 Horas, a TSF) está financeiramente dependente do BCP, que por sua vez depende do Governo.
SUCEDE que, na sua ascensão política, social e económica, no seu deslumbramento, algumas destas pessoas de quem temos vindo a falar foram deixando rabos de palha.
É quase inevitável que assim aconteça.
O caso da Universidade Independente, o Freeport, agora o ‘Face Oculta’, são exemplos disso – e exemplos importantes da rede de interesses que foi sendo montada para preservar o poder, obter financiamentos partidários e promover a ascensão social e o enriquecimento de alguns dos seus membros.
É isso que agora a Justiça está a tentar desmontar: essa rede de interesses criada por esse grupo em que se incluem vários boys de Guterres.
Consegui-lo-á?
Não deixa de ser triste, entretanto, ver como está a acabar esta história para alguns senhores que um dia se deslumbraram com a grande cidade.
por JAS do semanário SOL

Sunday, November 22, 2009

Face Oculta: Pinto Monteiro arquiva escutas a Pinto de Sousa

O procurador-geral da República, Pinto Monteiro, comunicou ontem através de uma nota que arquivou as oito certidões extraídas do processo Face Oculta com conversas entre Armando Vara e o primeiro-ministro José de Sousa .
Ao contrário do juiz de instrução criminal de Aveiro e do procurador titular do inquérito, João Marques Vidal, que entendiam haver indícios de um crime de atentado contra o Estado de Direito, Pinto Monteiro “considera que não existem elementos probatórios que justifiquem a instauração de procedimento criminal contra o senhor primeiro-ministro ou contra qualquer outro dos indivíduos mencionados nas certidões”.
O procurador-geral da República informa que remeteu as escutas para o presidente do Supremo Tribunal de Justiça, mas informa que essa avaliação em nada alterará o sentido da sua decisão. Esclarece ainda que o arquivamento destas certidões não colide com o processo principal da Face Oculta, que afirma ser “relevante para o saudável funcionamento das instituições democráticas”.
“Após cuidadosa e exaustiva análise de todos os elementos remetidos à Procuradoria-Geral da República [PGR], foi proferido pelo procurador-geral da República, com data de hoje, um despacho onde se considera que não existem elementos probatórios que justifiquem a instauração de procedimento criminal contra o senhor primeiro-ministro ou contra qualquer outro dos indivíduos mencionados nas certidões, pela prática de crime de atentado contra o Estado de Direito, que vinha referido nas mesmas certidões, pelo que ordenou o arquivamento do conjunto dos documentos recebidos”, lê-se na nota enviada pela PGR.

Comentário: Nem outra coisa seria de esperar... e, já agora, uma pergunta: não é o Governo que nomeia o Procurador Geral da República? Além disso, numa entrevista à RTP, Pinto de Sousa disse que "confio na Justiça, porque os meus melhores amigos são juízes"...

Saturday, November 21, 2009

Thursday, November 19, 2009

Escutas e verdades inconvenientes

Escreveu ontem no Público Costa Andrade, Professor da Universidade de Coimbra: “Uma escuta, autorizada por um juiz de instrução no respeito dos pressupostos materiais e procedimentais prescritos na lei, é, em definitivo e para todos os efeitos, uma escuta válida. Não há no céu - no céu talvez haja! - nem na terra, qualquer possibilidade jurídica de a converter em escuta inválida ou nula”.
E o reputado penalista prossegue: “Uma vez recebidas as certidões ou cópias, falece àquelas superiores autoridades judiciárias, e nomeadamente ao presidente do STJ, legitimidade e competência para questionar a validade de escutas que foram validamente concebidas. Um domínio que não é mínimamente posto em causa pelas vicissitudes que, em Lisboa, venham a ocorrer ao nível de processos, instaurados ou não, aos titulares de soberania. Não se imagina - horrible dictum - ver as autoridades superiores da organização judiciária a decretar a destruição de meios de prova que podem ser essenciais para a descoberta da verdade. Pior ainda se a destruição tiver tambem o efeito perverso de privar a defesa de decisivos meios de defesa. Não podem decretar retrospectivamente a sua nulidade. O que lhes cabe é tão-só sindicar se elas sustentam ou reforçam a consistência da suspeita de um eventual crime do catálogo imputável a um titular de órgão de soberania. O que não podem é decretar a nulidade das escutas: porque nem as escutas são nulas, nem eles são taumaturgos. O que, no limite e em definitivo, não podem é tomar decisões (sobre as escutas) que projectem os seus efeitos sobre o processo originário, sediado, por hipótese, em Posárgada, e sobre o qual não detêm competência” Mas o que Costa Andrade escreve não interessa à situação.
A situação não descansa nem descansará enquanto não conseguir destruir umas escutas que devem ser muito, mas mesmo muito explosivas para o actual Poder.
E a situação vai conseguir destruí-las, qualquer que seja o seu conteúdo. Mesmo que as conversas escutadas configurem, como sustentaram o procurador do caso "Face Oculta" e o juiz de instrução de Aveiro (outros pobres diabos que deverão conhecer a experiência do juiz Rui Teixeira), crimes de atentado contra o Estado de Direito.
(via TVI )

Tuesday, November 17, 2009

Corrupção- Portugal desdeu no ranking

Portugal desceu novamente no ranking anual sobre a percepção da corrupção , segundo um relatório hoje divulgado pela organização não-governamental Transparency International . O país obteve 5,8 pontos, numa escala de zero (altamente corrupto) a dez (altamente limpo), contra 6,1 pontos no ano passado, caindo da 32ª para a 35ª posição, entre 180 países avaliados.

Desde 2005 que o país tem vindo a baixar na lista. No ano passado, o processo Apito Dourado e o caso dos donativos do grupo Somague ao PSD tinham provocado uma baixa substancial no Índice de Percepção da Corrupção no país. Este ano, os casos Freeport e Face Oculta poderão ter contribuído para uma nova queda no ranking.O Índice de Percepção da Corrupção, que a Transparecy International publica anualmente desde 1995, é calculado a partir de 13 inquéritos diferentes, conduzidos por diversas organizações internacionais. Este ano, os cinco países mais bem colocados são a Nova Zelândia (9,4), Dinamarca (9,3), Singapura (9,2), Suécia (9,2) e Suíça (9,0). Na cauda da lista estão a Somália (1,1), Afeganistão (1,3), Birmânia (1,4), Sudão (1,5) e Iraque (1,5).Portugal está na metade superior da tabela, próximo de Espanha (6,1), Dominica (5,9), Porto Rico (5,8) e Botswana (5,6).
De entre os países europeus, os piores classificados são a Roménia (3,8), Grécia (3,8), Bulgária (3,8), Itália (4,3) e Eslováquia (4,5).

Comentário: Não deixa de ter piada: a descida de Portugal no ranking de países com mais corrupção desde 2005, ano da tomada de posse do sr.Sousa... Compreende-se agora a sua oposição aos projectos anti-corrupção do eng. João Cravinho...

Música da Época

Saturday, November 14, 2009

Necessário

Portugal precisa de uma operação "mãos-limpas", a exemplo do que sucedeu em Itália no início da década de 90. Com a sucessão de escândalos a abalar a sociedade portuguesa, desde o BPN, Freeport, Face Oculta ou a Operação Furacão, é urgente proceder a uma investigação total sobre o que se passa em Portugal. Não é apenas um partido que está apenas em causa, nem as relações tentaculares entre o poder económico e político. É todo um regime de corrupção que parece estar instalado em Portugal. Resta saber se existe a vontade ou a capacidade para empreender tal operação.

Friday, November 13, 2009

Lojas dos trezentos ( milhões )



Em abstracto, podem sentar-se na mesma loja um juiz, um procurador, um advogado, um arguido, um professor de direito, um camarada de partido, um adversário do partido, um realizador de cinema, um pasteleiro, um empreiteiro, um zombeteiro, um politólogo e um jornalista. Em abstracto, chamam-se uns aos outros irmãos. E neste direito da família os irmãos valem mais que no ramo homónimo.

Tuesday, November 10, 2009

Corrupção organizada ?

Transcrição :
A cabeça do polvo
Jornal de Notícias. 091109. Por Mário Crespo

O sistema judicial português enfrenta o imenso desafio de não deixar que o Face Oculta se torne numa segunda Casa Pia. Até aqui o processo tem tido um avanço modelar. Não houve interferências políticas. Lopes da Mota não veio de Bruxelas discutir com os seus pares metodologias de arquivamento e, no que foi uma excelente janela de oportunidade de afirmação de independência, não havia sequer Ministro da Justiça na altura em que o País soube da enormidade do que se estava a passar no mundo da sucata. Mas, há ainda um perturbante sinal de identidade com a Casa Pia. É que o único detido, até aqui, é o equivalente ao Bibi e Manuel Godinho, o sucateiro, no mundo da alta finança política não pode ser muito mais do que Carlos Silvino foi no mundo da pedofilia. Ambos serviram amos exigentes, impiedosos e conhecedores que tentaram, e tentam, manter a face oculta. É preciso ter em mente que as empresas públicas são organizações complexas. Foram concebidas para ser complicadas. Com os tempos foram-se tornando cada vez mais sinuosas. Nas EPs, as tecnoestruturas, que Kenneth Galbraith identificou e descreveu como o cancro das grandes organizações, ocupam tudo e têm-se multiplicado, imunes a qualquer conceito de racionalidade democrática, num universo onde não conta o bom senso ou a lógica de produtividade. Parecem ter um único fim: servirem-se a si próprias. Realmente já não são fiscalizáveis. Nas zonas onde era possível algum controlo foram-se inventando compartimentos labirínticos para o neutralizar, com centros de custos onde se lançam verbas no pretexto teórico de elaborar contabilidades analíticas, mas cujo efeito prático é tornar impenetráveis os circuitos por onde se esvai o dinheiro público. Há sempre mais um campo a preencher em formulários reinventados constantemente onde as rubricas de gente que de facto é inimputável são necessárias para manter os monstros a funcionar. Sem controlo eficaz, nas empresas públicas é possível roubar tudo. Uma resma de papel A4, uma caneta BIC, um milhão de Euros, uma auto-estrada ou uma ponte. Tudo isto já foi feito. Por isso mais de metade do produto do trabalho dos portugueses está a fugir por esse mundo soturno que muito poucos dominam. Por causa disso, grande parte do património nacional é já propriedade dos conglomerados político-financeiros que hoje controlam o País. Por tudo isto é inconcebível que Manuel Godinho tenha sido o cérebro do polvo que durante anos esteve infiltrado nas maiores empresas do Estado. Ele nunca teria conhecimentos técnicos para o conseguir ser. Houve quem o mandasse fazer o que fez. Godinho saberá subornar com sacos de cimento um Guarda-republicano corrupto ou disfarçar com lixo fedorento resíduos ferrosos roubados (pags 8241 e 8244 do despacho judicial). Saberá roubar fio de cobre e carris de caminho de ferro. Mas Godinho não é mais do que um executor empenhado e bem pago de uma quadrilha de altos executivos, conhecedores do sistema e das suas vulnerabilidades, que mandou nele. É preciso ir aos responsáveis pelas empresas públicas e aos ministérios que as tutelam. Nas finanças públicas, Manuel Godinho não é mais do que um Carlos Silvino da sucata. Se se deixar instalar a ideia de que ele é o centro de toda a culpa e que morto este bicho está morta esta peçonha, as faces continuarão ocultas. E a verdade também.

NOTA: Há justificados receios de que os culpados melhor colocados na estrutura sócio-política continuem imunes e impunes e apenas sejam atirados uns fogachos para os mexilhões. A Justiça está a preparar a salvaguarda de uma pretensa imagem de isenção estendendo uma capa sobre um deputado do maior parido da oposição, adiando sine die o seu julgamento a fim de não se dizer que tem simpatias para com os do partido do Governo. ‘há critérios iguais para todos, sem favores especiais para ninguém’ . O certo é que nisso os partidos entendem-se muito bem, como se viu na aprovação por unanimidade da lei de financiamento dos partidos depois vetada pelo PR.

Monday, November 09, 2009

" As campanhas negras " perseguem Pinto de Sousa. Que se passa?

Hoje quando os portugueses ouvem o nome de José Pinto de Sousa desfilam pela sua memória os "casos".
1 - Dúvidas sobre a sua licenciatura, ao Domingo, e o "inglês técnico";
2 - Caso Cova da Beira, os lixos da Cova da Beira;
3 - Os "projectos de arquitectura" que o sr. Sousa não terá feito mas assinado;
4 - O "Freeport";
5 - Os apartamentos de Pinto de Sousa e da sua mãe, ex-empregada doméstica;
6 - Agora o caso "Face Oculta", e a "sucata" de Ovar!
Os deuses estarão loucos perseguindo uma pessoa, Pinto de Sousa?
Ou é o Poder Político que condiciona a investigação, que não tem força para levar os casos até às últimas consequências, como a Justiça Francesa levou o do ex-PM Francês, do ex- Presidente da República francês, o do ex-ministro do Interior francês que até já foi condenado?
Tanto fumo tem de ter matéria combustível!
Noutros países da Europa a justiça já teria funcionado e o cidadão José Pinto de Sousa já teria abandonado a sua carreira política.

Saturday, November 07, 2009

Imagens de Coimbra

" Face Oculta" em cima de Pinto de Sousa

Pacheco Pereira destapa "Face Oculta" sobre a corrupção

O caso Face Oculta pairou nas duas primeiras horas do debate que acabou por ter no combate à corrupção um dos pontos altos. Pairou até o deputado do PSD Pacheco Pereira ter questionado o primeiro ministro sobre a "responsabilidade política" na nomeação de administradores e gestores de empresas públicas.
Como acontece com José Penedos, o socialista que preside à REN, uma das empresas sob investigação neste caso. Foi "o momento" do debate sobre o programa do Governo no Parlamento, antes da pausa do almoço, e que levou a um duelo entre o deputado e o primeiro-ministro.
"A Assembleia não é a Quadratura do Círculo", avisou o primeiro ministro, que acusou Pacheco de lançar "suspeições indevidas" a tudo e todos. Por "ressentimento político" causado pela derrota nas legislativas. E o primeiro-ministro deu sinais de irritação depois de ouvir o deputado dizer que o caso em que também está envolvido Armando Vara, ex-ministro socialista e administrador do BCP, não pode "apenas" ser visto no plano judicial, mas também do "plano político". O processo, afirmou Pacheco Pereira, revelou "uma rede tentacular em empresas públicas", que, em "última instância", são "responsabilidade" de ministros e secretários de Estado. Pelo que há "responsabilidade política nos governantes que fizeram as escolhas políticas". "E quando existem casos de corrupção que perturbam o funcionamento dessas empresas de forma sistemática e são estruturais há responsabilidade política", declarou.

Comentário : Não há dúvidas que Pacheco Pereira encostou o licenciado mais original e famoso do País às boxes, ao confrontá-lo com o caso "Face Oculta"... Engasgou, engasgou, ficando muito perturbado... E as medidas contra a corrupção? Será agora que vão ter leis? E há vontade política?...

Friday, November 06, 2009

As faces ocultas

«Manuel Godinho, presidente da empresa de tratamentos de resíduos envolvida no processo 'Face Oculta', beneficiou de uma extensa rede de gestores ligados ao PS para conseguir os melhores negócios em várias empresas participadas pelo Estado.O DIAP (Departamento de Investigação e Acção Penal) do Baixo Vouga e a Polícia Judiciária (PJ) de Aveiro entendem ter provas de que Armando Vara, vice-presidente do Banco Comercial Português (BCP), juntamente com os gestores Lopes Barreira (Consulgal), Paiva Nunes (EDP Imobiliária), Paulo Costa (Galp) e António Contradanças (Empoderf), Carlos Vasconcellos (Refer), José Penedos (presidente da Rede Eléctrica Nacional) e Paulo Penedos (assessor da Comissão Executiva da PT) ajudaram de forma ilegítima Manuel Godinho e o seu grupo O2 a ganharem concursos públicos naquelas e noutras empresas.» ler mais no Sol

Como é que isto anda em investigação, não se sabendo nada e em certo momento vai tudo parar aos jornais? Cherchez la femme...
O rol de empresas envolvidas em que o estado tem participação é notório. Note-se que aqui estão nomes do PS mas isso é meramente circunstancial. Os do PSD já por aqui - ou por outros lados - passaram e passaram outros nomes associados a quem sirva o poder em certo momento. Façam-se leis ou reforcem-se meios, pouco importa. O mal só acaba cortando-o pela raiz e isso significa reduzir, se não eliminar, a presença do estado nos negócios.
Quantos anos vamos andar a verter tinta nos jornais enquanto a justiça faz de conta que funciona? E quanto, por fim, tudo terminar, vão os jornalistas fazer um balanço do que foram escrevendo e dizendo?
As pessoas que estão à frente das empresas públicas são nomeados pelos partidos do poder e não estão lá por mérito.

Mais uma campanha negra ?

Hoje nas bancas

Wednesday, November 04, 2009

Pensamento

As leis são como as teias de aranha.
Os pequenos insectos ficam presos.
Os grandes, furam-na.

Autor desconhecido

Máxima muito antiga; já no tempo do império romano, as Repúblicas mais corruptas, eram aquelas onde existia maior volume de legislação contraditória.
A legislação devia ser feita por lógicos e matemáticos para o edificio ficar mais estruturado.
A nossa legislação portuguesa é feita por sociedades de advogados sem escrúpulos, que criaram um edificio legislativo que é uma manta de retalhos, sem coerência interna.

Exemplo dum matemático que foi doutor em Direito. Ver biografia de Leibniz

Tuesday, November 03, 2009

Os " essenciais " e os outros

-Manuel António Pina-

Depois dos deputados, também os funcionários dos partidos foram considerados pela Direcção-Geral de Saúde (DGS) "imprescindíveis" para o "normal funcionamento da sociedade" e, por isso, incluídos na 1ª fase da vacinação contra a Gripe A, à frente de doentes crónicos, grávidas, profissionais de saúde em contacto directo com doentes, crianças, etc., que, sendo "substituíveis", terão que esperar pelas fases seguintes, rezando para que o vírus use os mesmos critérios da DGS e não se lembre deles.
-Compreende-se que gente dos partidos e deputados sejam, como diz a DGS, "essenciais ao normal funcionamento da sociedade". Pode perguntar-se é como, sem padeiros que lhes façam o pão, sem motoristas que os levem ao Parlamento e às sedes, sem pessoal das águas e da electricidade que lhes garanta o banho diário, a energia para os computadores e a luz para estudar os dossiês, sem educadoras e auxiliares de infantários que lhes tomem conta dos filhos enquanto trabalham e toda a mais gente não "imprescindível" nem "essencial ao normal funcionamento da sociedade", uns e outros poderão cumprir as suas funções.
(Jornal de Notícias)-

Sunday, November 01, 2009

Olhem bem para eles

Não se vê logo que são "homens sérios" e "inocentes"?
O Vara até tirou a licenciatura com o José Pinto de Sousa na Independente.
Embora todos tenham cara de mamões, de parasitas do Estado, de sugadores dos bens públicos, de amigos do sr. Sousa , tal ... não é bem assim.
São pessoas seríssimas. Acima de qualquer suspeita.
E o rapinanço que estes três " socialistas" , amigos e protegidos do sr. Sousa , têm feito aos bens públicos, não foram eles, fui eu.
Tá bem assim Vara?
Ok. Venham daí os 10.000 euros

Rui Rio versus Pinto de Sousa

Informado sobre um caso sério de corrupção atribuído a um funcionário da Câmara Municipal do Porto, Rui Rio pôs-se imediatamente em contacto com a PJ e denunciou o intolerável.
A PJ agiu e interrogou o alegado meliante que deverá, se tudo se confirmar, acabar julgado e condenado.Este caso é importante em si mesmo, mas também por nos trazer à memória um outro ocorrido quando José Pinto de Sousa era ministro do Ambiente e foi informado sobre alegadas tentativas de corrupção ocorridas nos serviços do seu Ministério a propósito da concessão de autorização da construção de uma grande superfície comercial no concelho de Alcochete, hoje conhecida como Freeport. Na altura, e que se saiba, o sr. Sousa não falou nem com a PJ nem com a PGR. Rui Rio e José de Sousa são portanto políticos diferentes. Mas será mais no carácter ou nos procedimentos?