Tuesday, June 30, 2009

Gente Fina


Nos EUA, o sr. Madoff já foi condenado a perpétua. Cento e cinquenta anos pela trafulhice. Cá, a política e os tribunais cumprem calendários. Se bem nos recordamos, apenas Vale e Azevedo foi molestado e, mesmo assim, só depois de ter deixado a presidência do Benfica. E sabe-se o estado da arte. Não esperem nada de extraordinário contra os trafulhas domésticos. Gente fina é outra coisa. E a justiça portuguesa também.

Sunday, June 28, 2009

Cosmovisões

Em entrevista à SIC, o primeiro-ministro, comentando a decisão do Presidente da República sobre a data das eleições (e à não simultaneidade de autárquicas e legislativas), reafirmou a sua concordância com a mesma e aproveitou para lançar mais uma daquelas elegantes farpas políticas, bem ao jeito do tipo de gente que actualmente domina o aparelho do Partido Socialista: “era o Salazar que falava em custos e em poupar quando se tratava de apostar na Democracia” (parafraseio).

Esta tentativa, recorrente, do PS e do governo, de tentar colar a imagem e o ideário de Manuela Ferreira Leite ao avarento e retrógrado homem de Santa Comba Dão não é apenas tola: é simbólica. A grande diferença entre o PS e o PSD, e entre Pinto de Sousa e Manuela Ferreira Leite, é cada vez mais clara. O actual primeiro-ministro continua a desvalorizar e a menosprezar o actual cenário macroeconómico e financeiro do país. Manuela Ferreira Leite já percebeu que Portugal está num estado de pré-falência incompatível com mega investimentos estatais e que é na economia real (a das pequenas e médias empresas) que deve ser administrada a injecção de adrenalina (porque só aqui se poderão colher frutos a longo prazo).

O sr. Sousa continua a dar sinais de que, no que toca ao Estado, o dinheiro pode esticar-se infinitamente porque, para ele, o Estado é magnânimo, omnipotente e, no limite, sacrossanto. Esta mentalidade, que o aproxima infinitamente mais de Salazar do que Manuela Ferreira Leite, é típica de quem nunca teve um contacto mínimo com a economia e o país real. O que não deixa de ser previsível. Não nos esqueçamos que Pinto de Sousa é um produto genuíno do carreirismo político à portuguesa: provinciano, de origens humildes, iniciou a sua ligação aos partidos na JSD da Covilhã; em 1981 filiou-se no PS; foi deputado, pela primeira vez, em 1987; integrou o Secretariado do Partido Socialista em 1991; integrou o governo de António Guterres em 1995, passando de Secretário de Estado Adjunto do Ministro do Ambiente a Ministro do Ambiente e do Ordenamento do Território (já no segundo governo de Guterres), tendo, pelo meio, sido Ministro-Adjunto do Primeiro-Ministro. No meio de tão frenética actividade política, teve tempo para obter um diploma de bacharelato em engenharia civil no ISEC, inscreveu-se em Direito mas abandonou o curso e, finalmente, obteve a licenciatura em engenharia civil aos 40 anos. Toda a carreira política e «profissional» do Sr. Sousa foi feita ora nos partidos políticos, ora no Estado, mais concretamente no seu braço executivo e em cargos não propriamente técnicos (ou seja, de nomeação política). Por entre tachos, conhecimentos, amiguismos, cartões partidários e, obviamente, alguma inteligência e uma boa dose de «ferocidade», Pinto de Sousa venceu na vida e chegou onde chegou.

Mais uma vez, Pinto de Sousa mentiu


Esta notícia é conhecida há 48 horas e o Primeiro-ministro ainda não a contestou. Eu percebo que os portugueses já estão habituados às mentiras de Pinto de Sousa, mas não seria importante o Partido Socialista desmentir esta notícia? Ou será que o estado caótico em que o Largo do Rato se encontra já nem isso permite?
A verdade é que restam poucas dúvidas que o sr. Sousa mentiu descaradamente aos portugueses na semana passada, quando garantiu que nada sabia do negócio da PT.

Thursday, June 25, 2009

Curiosidades sobre o TGV

Agora que parece que a decisão sobre o TGV Lisboa - Madrid foi suspensa até Outubro talvez haja tempo para se responder as algumas questões:
1- Sabendo que Madrid fica a uma latitude a norte de Coimbra porque é que o TGV Lisboa Madrid desce até Evora que fica na latitude de Setúbal ?
2- Se a latitude de Madrid fica a mais de 200 kilometros a norte da latitude de Lisboa porque é que os primeiros 30 Kilometros de linha são em direcção ao sul ?
3- Se de Lisboa a Madrid por estrada são 600 Kilometros porque é que a linha de TGV vai ter 670 Kilometros?
4- Se tanto Lisboa como Madrid ficam a norte do Tejo porque é que é necessário construir uma ponte ferroviária para passar o Tejo em Lisboa ?
5- Se é suposto os comboios na nova linha andarem a 350 Kilometros por hora porque é que são anunciadas viagens entre Lisboa e Madrid de 2.5 h ?

O descalabro



Foi patético ver e ouvir ontem o Primeiro-Ministro.

Contradições e mentiras: Pinto de Sousa a dizer aos deputados, no Plenário da Assembleia da República, que Carlos Guerra, gestor do PRODER e arguido no caso Freeport, foi substituído pelo Governo na semana passada; e o Ministro da Agricultura, nos Passos Perdidos, a dizer aos jornalistas que não, que ainda iria ouvir o mesmo Carlos Guerra, para depois decidir se o mantinha ou não no referido cargo. Gato escondido…

Controlo político da comunicação social: a 23 de Junho, a PT comunicou à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários a existência de contactos com a Prisa, nos quais se “abordaram diversos cenários de investimento, incluindo a possível aquisição de uma participação no capital social da Media Capital” (detentora da TVI). Um dia depois o Governo diz que não sabe de nada (embora seja detentor de uma golden share na PT…) e, dois dias depois da notícia, a PT diz também que não foi nada, que o negócio da compra de 30% da TVI pela PT nunca existiu. Extraordinário. Aguardamos agora que a PT, na promoção da MEO, substitua os spots dos Gato Fedorento pela história da Carochinha…

Fundações fantasma: na boa tradição guterrista da Fundação para a Prevenção e Segurança, o actual Governo administra uma fundação privada, denominada de fundação para as comunicações móveis, mas que recebe mais de 36 de milhões de euros do Estado (como é que este financiamento público é compatível com a natureza de fundação privada?), tem sede num serviço do Ministério das Obras Públicas e gere um saco-azul de centenas de milhões de euros, gastando dinheiro por ajuste directo, num claro subterfúgio para evitar os concursos públicos a que os organismos públicos, por lei, estariam obrigados. É isto transparência?

Pesadelo: José Manuel Marques, próximo do sr. Sousa e vice-presidente do Instituto da Conservação da Natureza quando o actual Primeiro-Ministro foi Ministro do Ambiente, é o quinto arguido do caso Freeport. O cerco aperta

Moral da história: a 4 anos de arrogância seguem-se 4 meses de descalabro da maioria socialista. O Governo está a ruir em contradições, o PS a tirar as medias ao "engenheiro" e os Portugueses, finalmente, a começar a respirar de alívio…

Tuesday, June 23, 2009

SPM achou a prova de Matemática do 12º ano fácil mas razoável



A prova de Matemática do 12º ano foi “razoável”: “Sem ser difícil, não é escandalosamente fácil.” Foi esta a apreciação que a Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM) fez do exame nacional com mais alunos inscritos realizado hoje. A APM não emitiu ainda parecer sobre o exame nem colocou na página web a proposta de resolução.

Monday, June 22, 2009

Exames: De mal a pior

Trancrevo o parecer da Sociedade Portuguesa de Matemática sobre o exame realizado hoje de Matemática do 9º ano de escolaridade:

Parecer da Sociedade Portuguesa de Matemática sobre o Exame Nacional do 3º ciclo do Ensino Básico (Código 23)

1. Após análise ao Exame do 9º ano hoje efectuado, a SPM verifica que o nível geral da prova é de novo demasiado elementar. O exame destina-se a alunos no final da escolaridade obrigatória. Após nove anos de ensino de matemática exigir-se-ia um maior grau de dificuldade.
2. Logo na pergunta 1, pede-se a média aritmética de três números: 382, 523 e 508. A facilitar ainda os cálculos, que são triviais na posse da calculadora permitida nesta prova, fornece-se a soma (1413) — é uma questão do 6.º ano de escolaridade. Na pergunta 5, pede-se ao aluno que leia valores num gráfico simples. Após leitura desses dados pede-se que calcule o valor de 100 euros em libras, sendo sabido quantas libras vale um euro. A pergunta 6 está ao nível do 3.º ano de escolaridade. Na pergunta 7, pede-se para identificar um sistema de duas equações a duas incógnitas que nem se pede para resolver.
3. Em quase todas as perguntas, os conceitos são testados com exemplos demasiado elementares. Os cálculos são todos muito simples, a equação do segundo grau é trivial, para mais sendo fornecida a fórmula resolvente, e os exemplos de geometria são demasiado directos.
4. Não há problema algum em introduzir num exame perguntas de anos anteriores ou de grau de dificuldade baixo. O que é prejudicial é que um número exagerado de perguntas corresponda a tópicos que deveriam estar sabidos anos antes e que todas ou quase todas as perguntas tenham um grau de dificuldade muito baixo.
5. Grande parte da matéria essencial do 9.º ano de escolaridade não foi coberta por esta prova. É o caso da resolução de inequações, sistemas e equações literais, multiplicação de polinómios, intervalos de números reais, proporcionalidade inversa e igualdade ou semelhança de triângulos.
6. Tanto professores como alunos que se empenharam durante estes anos lectivos sentem-se desacompanhados e desapoiados com esta prova. O que exames deste tipo transmitem é a ideia de que não vale a pena estudar mais do que as partes triviais das matérias. Tanto os jovens que prosseguem os seus estudos no Secundário como os que terminam aqui a sua escolaridade não podem concluir estar bem preparados pelo facto de conseguirem um resultado satisfatório neste exame.
7. Pode pensar-se que provas elementares têm a vantagem de ajudar a perceber que as questões matemáticas não são intransponíveis. Mas estabelecer patamares demasiado baixos, em vez de incentivar a mais estudo e mais conhecimento, acaba por prejudicar todos — tanto os melhores, que se sentem desincentivados, como os menos treinados, que sentem menos necessidade de trabalhar para aumentar o seu domínio das matérias. Em suma, uma prova demasiado elementar como esta não serve o progresso do ensino. Pelo contrário, cria precedentes difíceis de contrariar
.8. A matemática é uma das matérias mais importantes para a formação dos nossos técnicos e dos cidadãos do futuro. Estamos no século XXI. É urgente formar técnicos competentes, capazes de competir num mercado internacionalizado e numa economia em que o conhecimento tem uma importância cada vez maior.
O Gabinete do Ensino Básico e Secundário da Sociedade Portuguesa de Matemática

Grande confusão. Afinal as fichas de auto- avaliação serão outras




Na recta final do ano lectivo, o Ministério informou as escolas que vai dar formação aos avaliadores e enviar novas fichas de auto-avaliação para os professores. Há estabalecimentos onde a auto-avaliação já esta feita, e os sindicatos estão "estupefactos". Mas Ministério diz que está a cumprir prazos e que avaliação não terá "qualquer efeito" no próximo ano.
Na recta final do ano lectivo o Ministério da Educação enviou um ofício às escolas a anunciar "breves sessões de formação destinadas a directores e outros avaliadores" dos professores. Além disso, a tutela decidiu divulgar agora novas fichas de auto-avaliação (a preencher pelos professores), numa altura em que muitas escolas já deram por encerada a entrega dos documentos.
Fonte: Diário de Notícias
Comentário

Tudo isto é de loucos. Depois de tanta confusão, só há uma solução: suspender esta trapalhada toda. E esperar que o próximo Governo tenha pessoas sensatas à frente do ME, com quem seja possível negociar uma saída para o Inferno que a actual equipa do ME trouxe às escolas.

Sunday, June 21, 2009

Mais uma campanha negra

O manifesto dos 28 economistas

As reacções ao manifesto dos 28 economistas revelam o desespero do Partido de Pinto de Sousa , e também dalguma esquerda que vê no investimento público a qualquer preço a salvação do país. Uns dedicaram-se a acusar os subscritores de apego ao poder, ao verem nisto uma manobra de se aproximarem às teses defendidas por Manuela Ferreira Leite desde que chegou a líder do PSD. Nesta tese ilusória, acredita-se que estes economistas vêem que o PSD pode chegar ao poder, e desta forma procuram ganhar os bons créditos de um possível futuro governo. Só por pura imaginação se pode imaginar que homens como Henrique Neto, Silva Lopes, Medina Carreira ou Augusto Mateus (já para não falar em muitos outros) se envolveriam numa iniciativa destas apenas por desejo de proximidade com o poder. Além que acusar os subscritores, muitos deles da área do Partido Socialista, de estarem a fazer um frete a Manuela Ferreira Leite, é puramente ridículo. Outros têm tentado retirar credibilidade aos nomes apresentados, por terem sido ministros de outros governos, muitos deles do Partido Socialista. As críticas têm-se centrado na crítica aos subscritores, e não à sua posição propriamente dita.Talvez porque não conseguem colocar em causa a competência dos subscritores.
É óbvio que este manifesto nasceu da convicção que estes economistas têm que avançar neste momento, de grave crise económica e com o endividamento externo a atingir números assustadores, para a construção de o novo aeroporto de Lisboa, para o TGV ou para a 3ª auto-estrada Porto-Lisboa seria catastrófico para o país. Depois desta tomada pública, restam poucas pessoas fora da área dos acólitos do sr. Sousa a defender estas construções no imediato. Isto, claro, exceptuando as empresas do sector de construção civil, por motivos óbvios.

Saturday, June 20, 2009

A farsa do sistema de avaliação de professores




Ana Drago "O sistema de avaliação de professores falhou e é uma farsa"

Thursday, June 18, 2009

Como disse? Repita se faz favor !

«Erramos ao propôr uma avaliação tão exigente, tão complexa e tão burocrática»,
admitiu, José Pinto de Sousa
O erro não foi, propriamente, "propor". O erro foi mesmo impor. Impor uma avaliação que ninguém respeita, excepto a Armandina "25.000" Soares.
O erro da avaliação não está em ser "exigente". Não é exigente, antes pelo contrário, é inexequível.O erro não está na complexidade da avaliação. A bem da verdade, a avaliação era uma espécie de teia de tantas contradições e impossibilidades que o Governo teve de a simplificar. Mesmo assim, ou melhor, em resultado disso, criou uma pequena monstruosidade, nada complexa, antes pelo contrário, tão simples tão simples que levará a que se cometam as maiores arbitrariedades e injustiças que se possam imaginar.

Wednesday, June 17, 2009

Ecos do relatório da OCDE. Professores portugueses passam muito tempo a impor a disciplina na sala de aula



  • No Correio da Manhã: Os professores portugueses são os segundos da Europa que mais tempo passam a impor disciplina na sala de aula. De acordo com os dados do Inquérito Internacional de Ensino e Aprendizagem, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), em Portugal perde-se 16,1 por cento da aula a manter a ordem, o que corresponde a cerca de 15 minutos em cada bloco de 90 minutos de aula. Brasil (17,8%), Malásia (17,1) e Islândia (16,7) são os países nos quais esse valor é superior ao de Portugal. A média da OCDE é de 12,9 por cento. O mau comportamento (69,1%) e o absentismo (50,8%) dos alunos são os factores que os docentes portugueses mais associam ao insucesso escolar, valores acima da média dos países da OCDE, respectivamente, 60,2% e 45,8%. A reacção do ME aos resultados do estudo é preocupante. Valter Lemos, sempre igual a si próprio e cada vez mais parecido com o chefe no processo de negação da realidade, afirma: "Portugal tomou as medidas certas".

Monday, June 15, 2009

Negócios suspeitos

Em qualquer país do mundo, os negócios do seu Primeiro-ministro e respectiva família com uma empresa com ligações à Camorra faria correr rios de tinta. Em Portugal, faz correr apenas um pequeno ribeirito. Estamos a habituar-nos a conviver com estas minudências.

Friday, June 12, 2009

Pinto de Sousa contra Pinto de Sousa


A 1 de Maio de 2004, nas vésperas das eleições europeias desse ano, o Expresso publicava uma entrevista a Pinto de Sousa na qual o actual Primeiro-Ministro dizia, sobre o chefe do executivo de então, que “Não acredito que o primeiro-ministro seja tão autista que, se for claramente derrotado nestas eleições, não tire delas consequências políticas para a condução do Governo.”

Mas cinco anos depois, a 7 de Junho de 2009, o mesmo Pinto de Sousa , depois de se saber claramente derrotado nas eleições europeias deste ano (a votação no PS passou de 44%, em 2004, para 26%, em 2009), afirmou que a consequência política que deve tirar para a condução do executivo é a de que “O Governo vai manter o rumo”

Palavras para quê? É um artista português

Leitura Essencial- a política do chico-esperto


No plano político, poder-se-ia dizer, mesmo, que boa parte da política do executivo se caracteriza pelo chico-espertismo (taxa moderadora na Saúde, certas cláusulas do Estatuto do Aluno e muitas outras medidas na Educação, como certas iniciativas da reforma fiscal que retiram pequenos privilégios aos contribuintes, cêntimo a cêntimo) com que o governo aparentemente facilita a vida dos portugueses sem lhes dar a substãncia correspondente, tornando-os oficial e legalmente verdadeiros chicos-espertos. Assim, a governação de Sócrates institucionalizou práticas e um espírito geral que se caracteriza pelo desvio á lei, pelo «desenrasque» mais ou menos clandestino. Mais: toda a máquina de propaganda do Governo, vital para o regime, se funda no chico-espertismo. Apresentam-se estatísticas que nada dizem sobre a substância a que se referem, ou modificando as suas fontes (por exemplo, um relatório sobre o Ensino Básico em Portugal feito por uma agência privada, segundo as regras da OCDE, como se tivesse sido realizado pela OCDE), manipulam-se os números não os contextualizando, etc. Neste sentido, não é exagerado afirmar que o chico-espertismo está genuinamente a infectar a execução das reformas, retirando-lhes visão, alcance e coragem.
(José Gil, Em Busca da Identidade – O desnorte, 2009, pp. 31-32

Wednesday, June 10, 2009

Cavaco no 10 de Junho



O Presidente da República fez hoje um discurso duro e muito sensato, nas comemorações do 10 de Junho, em Santarém. Aníbal Cavaco Silva lançou um alerta contra o "alheamento", considerando que os "níveis de abstenção como aquele que se verificou nas eleições de domingo passado são um sintoma de desistência, de resignação, que só empobrecem a democracia". Quem considera que Cavaco Silva faz discursos distantes, frios e sem sombra de actualidade, teve aqui uma clara demonstração do contrário.
Para além de dizer que "a abstenção deve fazer reflectir os agentes políticos", Cavaco Silva acrescentou que "a confiança dos cidadãos nas instituições democráticas depende, em boa parte, da forma como aqueles que são eleitos actuam no desempenho das suas funções". Os recados estão todos lá.
"A credibilidade dos agentes políticos é tanto mais necessária quanto a situação económica e financeira actual representa um desafio, sem precedentes nas últimas décadas, à qualidade das instituições democráticas, à competência e visão de futuro dos decisores", disse o PR. Como se não bastasse, Cavaco falou da ética na política e da sobriedade na sociedade e deixou esta nota, talvez uma das mais importantes: "Tanto no Estado como na sociedade civil é preciso adoptar uma cultura de transparência e de prestação de contas".

António Barreto exorta o poder a dar o exemplo e critica as desigualdades e as injustiças sociais


António Barreto fez, hoje,no dia 10 de Junho, Dia de Portugal um discurso muito crítico. Na presença do PR e do primeiro-ministro e ainda de altas individualidades do poder político, judicial e económico, o sociólogo António Barreto exortou os políticos e os poderosos a darem o exemplo. E apelou ao exemplo pela justiça e pela tolerância, pela “honestidade e contra a corrupção”, pela eficácia, pontualidade, atendimento público e civilidade de costumes, contra a decadência moral e cívica, pela recompensa ao mérito e a punição do favoritismo.
Comentário
Pinto de Sousa ficou embaraçado perante as criticas do Presidente da República, de António Barreto , perante os 26 % de domingo, sente que vai em breve para o caixote de lixo da História. Noutro país da Europa , já estava demitido á muito tempo face aos métodos menos honestos utilizados na sua carreira política.




Tuesday, June 09, 2009

Pinto de Sousa a apanhar bonés entregues pelos polícias


O cerco aperta-se. Depois de quatro anos a diabolizar os grupos profissionais, a aprovar leis que tornam mais difícil produzir prova contra os corruptos e os homicidas e a branquear a violência física contra polícias e professores, o sr. Sousa está cada vez mais sozinho no labirinto que construiu.
Até Domingo, ainda tinha uma centena de jornalistas e comentadores afectos ao PS a reafirmarem que ele era imbatível e que as oposições não eram alternativa. As empresas de sondagens - com excepção da Marktest - contribuíram, durante meses, para agigantar a ilusão do Homem providencial e imbatível no discurso, nos debates e no contacto com o Povo. Puras mentiras fabricadas meticulosamente pelos serventuários do Poder e pelos que andam permanentemente de mãos estendidas.
Até Outubro, Pinto de Sousa vai subir ao calvário. Um calvário que ele construiu através de um estilo de exercer o poder que o Povo censurou no Domingo passado. O Povo disse que está farto de mentiras e de propaganda. Farto da política-espectáculo. Cansado das ameaças e perseguições. Zangado por ver o partido de Pinto de Sousa estender os tentáculos a todas as estruturas da administração pública, confundindo o Estado com o Partido. De repente, tudo ficou em aberto. E o caminho faz-se com acções de rua que tenham impacto na opinião pública e que desgastem ainda mais o PS do sr. Sousa e de Maria de Lurdes Rodrigues. Os polícias percorreram, ontem, esse caminho. Um caminho que centenas de milhares de professores fizeram, por diversas vezes, nos últimos dois anos. E vão voltar a fazer em finais de Setembro.

O verdadeiro vencedor de domingo

A democracia foi derrotada pela falta de comparência. Sitiada pela corrupção e pelo indiferentismo, caso não volte a confiança pública, podemos encenar uma democracia sem povo, mas com muita partidocracia, onde vencer poder equivaler ao ser vencido. A abstenção não é uma causa da futura crise. Foi apenas um sintoma, quando a indiferença já é azedume e pode volver-se em explosão, se se confirmarem os sinais do "out of control".

As duas vestais do sagrado altar do eduquês


Novo post sobre educação de Rui Baptista (na foto, tomada de posse de Ana Maria Bettencourt do lugar de presidente do Conselho Nacional de Educação):

“Há alunos do 1.º ciclo do ensino básico que saem sem saber fazer contas” (entrevista, em 23/Outubro/1996, à RTP do então Primeiro Ministro António Guterres).
As duas vestais chamadas Ana são ambas do Partido Socialista. Uma, Ana Benavente, em decadência política depois de ter sido secretária de Estado da Educação (1995-2001) dos governos de António Guterres quando este declarou publicamente a sua paixão pela educação sem correspondência pela sua então compagne de route que a transformou em fogo fátuo. Outra, Ana Maria Bettencourt, recentemente eleita presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE).Embora dando o desconto de se tratar de comadres desavindas, a propósito da actuação de Ana Benavente no referido cargo governamental cito a análise que da sua acção governativa fez o actual secretário de Estado da Educação Valter Lemos: “A actuação de Ana Benavente nos governos de Guterres ‘resultou nos piores resultados escolares da Europa’ em matéria de sucesso escolar e, na base deste falhanço, esteve uma cedência permanente aos interesses da Fenprof” (Público, 29/Fevereiro/2008).Irmanadas não apenas pelo nome próprio, mas também pelas suas opiniões pedagógicas, corria o ano de 2008, na revista “Opinião Socialista”, escrevia Ana Benavente um artigo em que “salientava que a escola não funciona para dar programas mas sim para assegurar as aprendizagens”. Defende, agora, Ana Maria Bettencourt um “ensino não centrado no programa, mas no aluno, porque o programa é pouco útil se os alunos não aprenderem” (Público, 05/Junho/2009).
Pareceres antigos deste órgão colegial denunciavam já uma vontade de dar às Escolas Superiores de Educação um estatuto que se não coaduna, de forma alguma, com a génese que presidiu à sua criação, apenas, para a formação de educadores de infância e professores do 1.º ciclo do ensino básico (antigo ensino primário). Assim, em título à largura de toda a página, foi publicada a seguinte notícia: “Parecer provisório do CNE defende que as Escolas Superiores de Educação formem professores para o secundário” (Público, 30/Janeiro/97). Este parecer atentava contra uma longa e exigente formação científica dos professores do ensino secundário e punha em risco a sua tradicional formação universitária.Avant la lettre, em artigo de opinião, perante uma notícia saída no Público (26/Maio/96), alertava eu para a intenção do governo em “as Escolas Superiores de Educação passarem a formar professores até ao 9º ano de escolaridade”, apesar de “recém-licenciados pela Faculdade de Letras de Coimbra nem sequer terem tido acesso ao respectivo estágio pedagógico, desencadeando uma crise que podia pôr em causa a sobrevivência da própria escola” (Correio da Manhã, 16/Junho/96).Nessa mesma altura, perante o clima de desastre que se aprestava a abater sobre a Academia portuguesa, mostrando grande preocupação com o rumo que as coisas estavam a tomar, o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas chamou a si a defesa de direitos e deveres seculares de natureza cultural e científica dos claustros universitários. Para o efeito, elaborou um dossiê, intitulado Repensar o Ensino Superior, em que defendia “a consolidação de um sistema dual, politécnico e universitário” e a necessidade em proceder “rapidamente à análise das funções das Escolas Superiores de Educação, considerando-se a oportunidade da sua reconversão, por exemplo, em centros de formação contínua dos docentes do ensino superior [o que retiraria uma parcela substancial a um rendoso mercado dominado pelos sindicatos] ou em escolas com outra vocação”. Esta última sugestão de reconversão logo foi abusivamente aproveitada por esses estabelecimentos de ensino para se transformaram em “universidadezinhas”, com um amplo e variado leque de cursos a ministrar sem qualquer identificação com a finalidade que presidiu às respectivas criações. Por seu turno, como que espicaçada no seu brio de docente da Escola Superior de Educação de Setúbal, Ana Maria Bettencourt logo replica, sem medir as palavras, que, “em matéria de formação dos professores, o pensamento dos reitores é pré-histórico” (sic).No última sexta , a própria Ana Maria Bettencourt reconhece, em entrevista ao Público (05/Junho/2009), embora “sem generalizar” (como teve a diplomacia de referir), mas certamente baseada na sua experiência pessoal, que “as escolas superiores não preparam os professores para o mundo complexo que é a educação”. Investida, agora, como responsável máxima por “um órgão colegial” de consulta do Ministério da Educação, resta saber quais as modernices da sua lavra destinadas a fazer sair da mediocridade o actual sistema educativo nacional. É tudo uma questão de esperar para ver...

Monday, June 08, 2009

A primeira derrota de Pinto de Sousa?


Esta não foi «a primeira derrota eleitoral» do admirável líder. Depois da maioria absoluta de Fevereiro de 2005, o querido líder, sempre que foi a votos - e não nas sondagens ou quando andou ao colo dos Sousa Tavares, dos Luís Delgado, dos Bettencourt Resendes perdeu, salvo no referendo sobre o aborto em que andou a reboque do jacobinismo radical . Perdeu as autárquicas logo em Outubro de 2005, perdeu as presidenciais em Janeiro de 2006 (onde o seu candidato, esse grande ideólogo anti-Barroso em Bruxelas, voltou a demonstrar que pertence definitivamente a uma honrosa e memorável história) e perdeu estas europeias. É o que dá não ter mais para oferecer do que a "solidez" que a propaganda lhe tem conferido.

Sunday, June 07, 2009

O principio do fim de Pinto de Sousa



O BE é provavelmente o maior vencedor das eleições europeias. Tem fortes probabilidades de ganhar o 3º deputado ( depois de apurados os resultados dos consulados) . Tinha apenas um deputado: Miguel Portas. Poderá ficar com três. A vitória do BE deve-se, fundamentalmente, aos professores. Foi o discurso e a acção da deputada Ana Drago que levou dezenas de milhares de professores a votarem pela primeira vez no BE. É uma lição para os individuos que estão à frente do PS. Outra lição: a derrota do partido de Pinto de Sousa deveu-se, principalmente, à arrogância e prepotência de Maria de Lurdes Rodrigues. O Povo não gosta de ver os professores maltratados ( respeita mais os professores que os políticos ) . O partido de Pinto de Sousa e o Governo do sr. Sousa maltrataram os professores como nenhum Governo o fizera antes. Tiveram a resposta merecida. Paulo Rangel tomou posições justas a favor dos professores. Comprometeu-se na revisão do ECD e do modelo de avaliação de desempenho. Teve palavras de compreensão para com a luta dos professores. E essa atitude trouxe-lhe votos.
Os grandes derrotados foram as empresas de sondagens ( controlados por individuos ligados ao sistema ) que davam 38% ao PS e 2% ao CDS ( o PS ficou com cerca de 26% e o CDS com cerca de 8%) e a propaganda e campanhas dispendiosas ( o partido que mais investiu foi claramente derrotado).

Resultados finais:
PSD: 8 deputados; PS: 7 deputados; BE: (3 )deputados, provável ; CDU: 2 deputados; CDS: 2 deputados

Saturday, June 06, 2009

A Idade das Trevas

( recebido por correio electrónico)

Como o meu filho ia ter um teste de História, estive a estudar com ele e a fazer-lhe perguntas.A matéria era relativa à Idade Média. As classes sociais, o modo de vida de cada uma delas, esse tipo de coisas. Estava eu a estudar os privilégios da nobreza e dei comigo a pensar que, em Portugal, ainda não saímos bem da Idade Média. Nessa época a mobilidade social era praticamente nula. A nobreza vivia fechada sobre si própria usufruindo dos seus próprios privilégios. Relacionavam-se entre si, casavam-se entre si, frequentavam os mesmos castelos, participavam nas mesmas festas e banquetes, e olhavam para o povo do alto dos seus privilégios sociais e económicos.
Ora, se atentarmos no que se passa em Portugal, há décadas dominado pelo PS e pelo PSD, também aqui existe, cada vez mais, uma feudalização da sociedade, assim como que uma organização social cada vez mais endogâmica.Repare só no casamento da filha de Dias Loureiro, amigo íntimo de Jorge Coelho, com o filho de Ferro Rodrigues, amigo íntimo de Paulo Pedroso, irmão do advogado que realizou a estúpida e milionária investigação para o Ministério de Educação e amigo de Edite Estrela que é prima direita de António José Morais, o professor de José Sócrates na Independente, cuja biografia foi apresentada por Dias Loureiro, e que foi assessor de Armando Vara, licenciado pela Independente, administrador da Caixa Geral de Depósitos e do BCP, que é amigo íntimo de José Sócrates, líder do partido ao qual está ligada a magistrada Cândida Almeida, directora do Departamento Central de Investigação e Acção Penal, que está a "investigar" o caso Freeport.Talvez isto ajude a explicar muito do que se passa com a Justiça, com a Economia e com a Educação.Sobre a Educação vale a pena pensar um bocadinho.Haverá gente em Portugal a beneficiar com a degradação da escola pública?Outra vez: Haverá gente em Portugal a beneficiar com a degradação da escola pública?Há. Claro que há!E quer entender porquê? E quem são? Quer mesmo?É fácil... Experimente a sentar-se um pouco com o seu filho a estudar História.

José Ricardo Costa, professor

Recebido por e-mail, sem indicação da publicação de onde foi retirado

Thursday, June 04, 2009

Yes, we can too



Durante 4 anos os Portugueses foram esmagados por sondagens que davam a vitória ao PS, por maiores que fossem as malfeitorias deste Governo socialista.
Encerramentos de serviços de Saúde (significativo este regresso de Correia de Campos na lista do PS às europeias…), laxismo na política de Educação, leis penais feitas à medida para safar amigos e soltar criminosos, desautorização das polícias, tentativas de instrumentalização do Ministério Público e dos órgãos do poder judicial – isto para já não falar do pouco invejável currículo do Primeiro Ministro –, estranhamente não pareciam incomodar o eleitorado.
Cheguei a pensar que o nosso Povo era masoquista.
Agora que a crise realçou o falhanço das políticas rosa (11 anos nos últimos 14…), a propaganda oficial também já não consegue encobrir o desemprego, que já atinge mais de meio milhão de trabalhadores, nem a crescente desilusão das classes médias e das pessoas menos favorecidas.
Como se não bastasse, o sr. Sousa cometeu um grave erro de estratégia eleitoral, ao escolher para cabeça de lista às europeias um ex-comunista e ex-estalinista, um Professor de Coimbra que prometia grande elevação no debate (lembram-se?) mas acabou todos os dias a atirar lama sobre partidos e adversários, a fim de tentar esconder a sua inépcia e os inúmeros telhados de vidro do PS…
Hoje, a 3 dias das eleições para o Parlamento Europeu, as sondagens dão um empate técnico entre PSD e PS, com ligeira vantagem para o primeiro.
Daqui a 3 dias pode ser o princípio do fim do Estado rosa.
Daqui a 3 dias os Portugueses podem começar a dar uma lição de humildade democrática àqueles que se julgam donos do País, educadores das consciências, mestres da Propaganda.
A América mudou.
Portugal também conseguirá mudar.
Yes, we can too!

Artigo interessante de Clara Ferreira Alves

( recebido por correio electrónico)

Para quem não leu no Expresso, aqui vai um artigo de Clara Ferreira Alves sobre o "clã" Soares.
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Eis parte do enigma.
Mário Soares, num dos momentos de lucidez queainda vai tendo, veio chamar a atenção do Governo, na última semana,para a voz da rua.A lucidez, uma das suas maiores qualidades durante uma longa carreira politica. A lucidez que lhe permitiu escapar à PIDE e passar um bompar de anos, num exílio dourado, em hotéis de luxo de Paris.A lucidez que lhe permitiu conduzir da forma "brilhante" que se viu oprocesso de descolonização.A lucidez que lhe permitiu conseguir que os Estados Unidos financiassem o PS durante os primeiros anos da Democracia.A lucidez que o fez meter o socialismo na gaveta durante a sua experiència governativa.A lucidez que lhe permitiu tratar da forma despudorada amigos como Jaime Serra, Salgado Zenha, Manuel Alegre e tantos outros.A lucidez que lhe permitiu governar sem ler os "dossiers".A lucidez que lhe permitiu não voltar a ser primeiro-ministro depoisde tão fantástico desempenho no cargo.A lucidez que lhe permitiu pôr-se a jeito para ser agredido na MarinhaGrande e, dessa forma, vitimizar-se aos olhos da opinião pública evencer as eleições presidenciais.A lucidez que lhe permitiu, após a vitória nessas eleições, fundar um grupo empresarial, a Emaudio, com "testas de ferro" no comando e um conjunto de negócios obscuros que envolveram grandes magnatas internacionais.A lucidez que lhe permitiu utilizar a Emaudio para financiar a sua segunda campanha presidencial.A lucidez que lhe permitiu nomear para Governador de Macau Carlos Melancia, um dos homens da Emaudio.A lucidez que lhe permitiu passar incólume ao caso Emaudio e ao caso Aeroporto de Macau e, ao mesmo tempo, dar os primeiros passos para uma Fundação na sua fase pós-presidencial.A lucidez que lhe permitiu ler o livro de Rui Mateus, "ContosProibidos", que contava tudo sobre a Emaudio, e ter a sorte de essemesmo livro, depois de esgotado, jamais voltar a ser publicado.A lucidez que lhe permitiu passar incólume as "ligações perigosas" comAngola, ligações essas que quase lhe roubaram o filho no célebre acidente de avião na Jamba (avião esse carregado de diamantes, no dizer do Ministro da Comunicação Social de Angola).A lucidez que lhe permitiu, durante a sua passagem por Belém, visitar 57 países ("record" absoluto para a Espanha - 24 vezes - e França -21), num total equivalente a 22 voltas ao mundo (mais de 992 milquilómetros).A lucidez que lhe permitiu visitar as Seychelles, esse território degrande importância estratégica para Portugal.A lucidez que lhe permitiu, no final destas viagens, levar para aCasa-Museu João Soares uma grande parte dos valiosos presentes oferecidos oficialmente ao Presidente da Republica Portuguesa.A lucidez que lhe permitiu guardar esses presentes numa caixa-forte blindada daquela Casa, em vez de os guardar no Museu da Presidência daRepublica.A lucidez que lhe permite, ainda hoje, ter 24 horas por dia de vigilância paga pelo Estado nas suas casas de Nafarros, Vau e CampoGrande.A lucidez que lhe permitiu, abandonada a Presidência da Republica, constituir a Fundação Mário Soares. Uma fundação de Direito privado,que, vivendo à custa de subsídios do Estado, tem apenas como única função visível ser depósito de documentos valiosos de Mário Soares. Os mesmos que, se são valiosos, deviam estar na Torre do Tombo.A lucidez que lhe permitiu construir o edifício-sede da Fundação violando o PDM de Lisboa, segundo um relatório do IGAT, que decretou a nulidade da licença de obras.A lucidez que lhe permitiu conseguir que o processo das velhas construções que ali existiam e que se encontrava no Arquivo Municipal fosse requisitado pelo filho e que acabasse por desaparecer convenientemente num incêndio dos Paços do Concelho.A lucidez que lhe permitiu receber do Estado, ao longo dos últimos anos, donativos e subsídios superiores a um milhão de contos.A lucidez que lhe permitiu receber, entre os vários subsídios, um de quinhentos mil contos, do Governo Guterres, para a criação de um auditório, uma biblioteca e um arquivo num edifico cedido pela Câmarade Lisboa.A lucidez que lhe permitiu receber, entre 1995 e 2005, uma subvenção anual da Câmara Municipal de Lisboa, na qual o seu filho era Vereador e Presidente.A lucidez que lhe permitiu que o Estado lhe arrendasse e lhe pagasseum gabinete, a que tinha direito como ex-presidente da República,na... Fundação Mário Soares.A lucidez que lhe permite que, ainda hoje, a Fundação Mário Soares receba quase 4 mil euros mensais da Câmara Municipal de Leiria.A lucidez que lhe permitiu fazer obras no Colégio Moderno, propriedade da família, sem licença municipal, numa altura em que o Presidente era... João Soares.A lucidez que lhe permitiu silenciar, através de pressões sobre o director do "Público", José Manuel Fernandes, a investigação jornalística que José António Cerejo começara a publicar sobre o tema.A lucidez que lhe permitiu candidatar-se a Presidente do ParlamentoEuropeu e chamar dona de casa, durante a campanha, à vencedora Nicole Fontaine.A lucidez que lhe permitiu considerar Jose Sócrates "o pior do guterrismo" e ignorar hoje em dia tal frase como se nada fosse.A lucidez que lhe permitiu passar por cima de um amigo, Manuel Alegre,para concorrer às eleições presidenciais uma última vez.A lucidez que lhe permitiu, então, fazer mais um frete ao Partido Socialista.A lucidez que lhe permitiu ler os artigos "O Polvo" de Joaquim Vieira na "Grande Reportagem", baseados no livro de Rui Mateus, e assistir,logo a seguir, ao despedimento do jornalista e ao fim da revista. A lucidez que lhe permitiu passar incólume depois de apelar ao voto no filho, em pleno dia de eleições, nas últimas Autárquicas.No final de uma vida de lucidez, o que resta a Mário Soares? Resta um punhado de momentos em que a lucidez vem e vai. Vem e vai. Vem e vai.Vai... e não volta mais .

Clara Ferreira Alves in Expresso

Sobre Vital Moreira, o " amigo" dos professores


Pois. Se aquilo que o Diabo revela é verdade, é caso para recordar o provérbio: "quem tem telhados de vidro não deita pedras".
Pois o homem fartou-se de escrever no Público que os professores que resistem devem ser alvo de processos disciplinares e até qualificou o Inferno que o Governo criou nas escolas como uma benéfica revolução.
Ó Vital, eu sei que só acordaste para a realidade quando o muro te caiu em cima. Ao leve incómodo provocado pela queda do muro, tu respondeste encostando-te ao PS. E desde essa altura, tens sido o mais seguidista de todos os socialistas.
O Governo erra? Tu dizes que era preciso. O Governo legisla? Tu aplaudes. O Governo maltrata os professores? Tu concordas. O Governo cria a maior confusão e desmotivação de sempre nas escolas públicas? Tu dizes que é uma revolução. Não tens emenda. E agora vem o semanário Diabo dizer que o "Mestre Vital só sabe faltar". Será exagero? Seja como for, é de mau tom um professor atirar pedras aos que também são professores. É por isso que os 150 mil professores - aqueles que tu andaste a criticar nos teus artigos no Público - te vão castigar no Domingo. No dia 7 de Junho à noite, vais conhecer o sabor da ingratidão socialista. Vão dizer que o culpado da derrota foste tu. E tu escreverás na tua crónica semanal no Público que o Governo é bom, o PS é óptimo, tu é que foste um erro de casting.
No Domingo, vou votar com gosto.

Se o partido de Pinto de Sousa voltar a ganhar, haverá Novas Oportunidades para licenciaturas e mestrados.


A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, considerou hoje existir um défice de qualificação, reconhecimento e certificação de adultos em Portugal.
"Há um défice de qualificação, de formação mas também de reconhecimento das competências que as pessoas têm e um défice de certificação de toda a formação que fizeram ao longo das suas vidas e que não contava para a certificação escolar", afirmou Maria de Lurdes Rodrigues.
A governante discursava na cerimónia de entrega de certificados de conclusão do 9º e 12º anos de escolaridades pelo Centro Novas Oportunidades "Barafunda", Associação Juvenil de Cultura e Solidariedade Social, com sede na Benedita, concelho de Alcobaça.

Comentário

Vislumbro nestas palavras um desejo imenso de estender o Novas Oportunidades ao Ensino Superior. Por magia, chegaremos a um ponto em que todos os portugueses ostentarão o Dr nos cartões de visita graças à "generosidade" do PS que assim compra votos em troca de diplomas. Pior que roubar bancos é estoirar com o capital simbólico da Educação. Pela via da oferta dos diplomas - hoje do 12º ano, amanhã das licenciaturas e mestrados - dá-se um sinal ao país. E esse sinal é o prenúncio de uma catástrofe: não vale a pena investir na escola porque seis meses de frequência do Novas Oportunidades dá direito a diploma. Só falta mesmo lacrar o punho cerrado e a rosa no diploma. A presença do primeiro-ministro e da ministra da educação na cerimónia da entrega dos diplomas está garantida. Para o sr. Sousa, não interessa a qualidade do ensino, basta adquirir uma licenciatura num domingo de Agosto.

Wednesday, June 03, 2009

No domingo, não se deve votar em branco. Deve-se votar nos partidos da oposição. Deve- se castigar o partido de Pinto de Sousa


Anda por aí a circular uma mensagem de correio electrónico a explicar que o voto em branco é uma excelente acção de protesto e que a partir de 50% até obriga à repetição das eleições . Era bom se fosse verdade mas não é : «Voto em Branco : Expressando a ideia de que nenhuma opção, lista ou candidato servem o propósito da eleição, o voto em branco é contabilizado para fins estatísticos, embora essa manifestação não tenha qualquer expressão em termos práticos. »

Penso que o voto em branco, nulo ou abstenção apenas favorece o status quo , sendo também, uma forma irresponsável e negligente de entregar os nossos destinos nas mãos de quem não queremos. Em Portugal existe um amplo espectro político partidário e mesmo que não nos identifiquemos com nenhum partido, há sempre a possibilidade de criar ou promover a criação de novos partidos (o que até tem acontecido recentemente).
A democracia não é assim tão má , se soubermos exercê-la na plenitude. Não podemos enterrar a cabeça na areia e esperar que depois aconteçam milagres!
Há partidos para todos os gostos: micro, pequenos, médios e grandes. Não há razão para ficar em casa ou para votar em branco ou nulo. Cada um saberá qual é a melhor maneira de castigar o partido que infernizou a vida dos professores e abriu a caça ao maior grupo profissional do país. Domingo à noite, vamos castigar os individuos sem formação ética que tomaram conta do PS , deram cabo da economia nacional e fomentaram o aumento da corrupção.

MLR- a sempre crispada

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Balanço dos últimos quatro anos
Ministra da Educação no Parlamento em clima de crispação -

Crispação do princípio ao fim. Foi desta forma que a ministra da Educação se despediu hoje dos deputados nesta legislatura, numa audição parlamentar que serviu para fazer o balanço dos últimos quatro anos, mas em que Maria de Lurdes Rodrigues esteve sempre debaixo do fogo da oposição.
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Às críticas, a ministra respondeu que a Educação está hoje melhor do que quando assumiu a pasta, com novas valências na escola, espaços requalificados e um modelo de gestão que envolve de forma mais participada outros parceiros.
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O deputado do PCP Miguel Tiago acusou a ministra de responder “sempre com um chorrilho de propaganda política”, no que foi secundado pela deputada não inscrita Luísa Mesquita. A indignação de Ana Drago, do Bloco de Esquerda, levou mesmo o presidente da Comissão de Educação, António José Seguro, a fazer uma pausa nos trabalhos, após a parlamentar questionar a ministra se aceitaria de novo a pasta num futuro governo. A ministra respondeu que tinha mais respeito do que a deputada pelo sistema eleitoral e que primeiro era necessário haver eleições e contar “os votozinhos”.
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O PSD também acusou a ministra de não ter respondido “a nada”, enumerando questões como o estatuto do aluno e as provas de recuperação, que classificou como um motivo “de enorme confusão nas escolas”. Para o CDS-PP, o Governo falhou na gestão das escolas. O PS considerou, por seu lado, que as reformas são irreversíveis e que escolas e autarquias têm hoje mais poder de decisão, com a “diminuição do peso do Ministério da Educação”.
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Comentário : Esta senhora é terrível. Sempre crispada. Não sabe estar e comunicar de outra forma... Oxalá nunca mais faça parte de qualquer governo...

Mais uma" campanha negra " contra Pinto de Sousa

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Reformas
BBC afirma que Governo dePinto de Sousa cortou pensões e aumentou idade de reforma -

Não, não se trata de nenhuma nova força da oposição. No site da BBC, onde se traça o perfil de cada país do mundo, é afirmado que o Governo se José S. Pinto de Sousa reduziu o défice orçamental graças à redução de pensões, aumento da idade de reforma e retirando benefícios aos funcionários públicos.
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Segundo a BBC, o governo do sr. Sousa - empossado em 2005 depois de conseguir a primeira maioria absoluta para os socialistas - “traçou a sua pioridade em reanimar a economia – que se encontrava há anos quase na cauda das tabelas europeias – e travar o crescimento do desemprego”.
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“Desde então, o seu Governo conseguiu reduzir profundamente as despesas públicas, através da redução de pensões, o aumento da idade de reforma e do corte de benefícios dos funcionários públicos, numa tentativa para diminuir um dos mais elevados défices orçamentais da Europa”.
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“As reformas – que alguns acusam de estar a destruir direitos sociais – recebeu de imediato os protestos, na sua maioria dos trabalhadores do sector público”.

Ver noticia da BBC

Comentário: Com certeza que o sr. Sousa vai dizer que a BBC está a mover uma "campanha negra" contra o seu governo. Mas a BBC tem razão. Pinto de Sousa , por exemplo, evitou mexer no "sistema" de corrupção, instalado há muito na Administração Pública. Preferiu tirar regalias aos funcionários a acabar com a corrupção nas camadas superiores...

Tuesday, June 02, 2009

ME ameaça estender os planos de recuperação aos 10º,11º e 12º anos



O ME não cessa de divulgar estatísticas que mostram forte diminuição da taxa de reprovação. Um em cada quatro alunos do básico fez um plano de recuperação, em 2007/08, tendo 74% conseguido transitar de ano. Nesse ano, a taxa de transição aumentou em 9% por comparação com o ano anterior. Para quem não sabe, o plano de recuperação é um conjunto de actividades feitas na escola para apoiar os alunos que, até ao Carnaval, revelem dificuldades escolares que coloquem em risco a transição de ano. Em 2007/08, foram feitos 187 638 planos de recuperação. Os professores sabem que, em muitos casos, esses planos têm como único objectivo forçar os docentes a passarem os alunos. Há professores que elaboram mais de dez planos de recuperação em cada turma. Um professor do 3º CEB, com 5 turmas, pode ter de elaborar mais de 50 planos de recuperação. E o que vem depois também não é coisa fácil. São precisos relatórios e actas a descrever o que se fez e a justificar os fracassos. Como os professores tendem a ser cada vez mais responsabilizados pelo mau desempenho dos alunos, há cada vez mais docentes que acabam por dar, no mínimo, o nível 3 a todos, mesmo aos que revelam um domínio dos conteúdos próximo do zero absoluto. E que dizer do palavreado usado pelos professores nos planos de recuperação e nos relatórios? Todo aquele arrazoado tem de respeitar a novilíngua, o eduquês, o sociologuês e o pedagogicamente correcto. Nada daqueles conceitos corresponde à realidade mas que interessa isso? O que interessa é que os inspectores gostam de ler as pérolas do eduquês. Sem pérolas, o texto não passa e o professor corre o risco de ser considerado incompetente. Estender os planos de recuperação aos 10º, 11ºe 12º anos é alargar o pesadelo burocrático e a mentira do eduquês a todo o sistema escolar. Valia mais impor por decreto o sucesso escolar universal e completo e entregar aos alunos dois tipos de certificados: um certificado de frequência e um certificado de aproveitamento com avaliação externa. Pelo menos assim não se mentia. E os alunos que se esforçam seriam recompensados com um certificado que distinguiria o mérito. Mas isso seria pedir o impossível aos actuais inquilinos da 5 de Outubro.

Opinião de Filomena Mónica

Ideias de Maria Filomena Mónica, bem fresquinhas, na SIC notícias

Não sobra nada da política educativa deste governo

Desorganização completa

Programas que são um chorrilho de asneiras, como o de português, são cerca de 250 páginas de asneiras.
Não é possível fazer mais asneiras!
Fui como repórter à segunda manifestação e era arrepiante! Estavam lá mais de 100000 professores, agora 65000 e impressiona que o nosso primeiro-ministro, que se diz socialista, fale como fala do ensino público, trata-o como o tem tratado mas tem os filhos no ensino privado
A ministra devia ter sido eleita através de um referendo parlamentar
Sou votante PS e não vou votar PS!
A ministra devia ser recrutada pelos parlamentares. Começou bem a acabou pessimamente!
O único ministro que louvei foi David Justino
Ontem veio a público que são mais de 500 agrupamentos que ainda não têm director
Pedi a reforma antecipada, como muitos outros, porque o governo não dá autonomia para avaliar como se deve. Criou uma espécie de geringonça avaliativa!
Desde o 25 de Abril que Portugal tem dificuldade em entender a autoridade. É ingrato ter de lidar com uma cultura que liga autoridade com preferências partidárias. A história da escolha de directores para as escolas pode passar por estes critérios partidários.
É preciso uma pessoa com enorme coragem para tomar conta do ministério que está no mais completo caos que se pode imaginar!!

Maria Filomena Mónica
SIC Notícias – dia 30 de Maio

Monday, June 01, 2009

Coisas realmente importantes: e se Berlusconi fosse português ?


Se Berlusconi fosse português a abstenção descia. O entusiasmo pelo debate das grandes questões europeias aumentava. As arruadas e os comícios seriam um sucesso. O envolvimento da sociedade civil seria dado adquirido e a Ana Malhoa seria cabeça de lista. Luciana Abreu seria o número dois da lista.