Wednesday, December 31, 2008

Novo Blog de Música

Vão ser colocados postagens de música no blog A minha música

Como se diz "Feliz Ano Novo"


Português: Feliz Ano Novo
Espanhol: Feliz Ano Neuvo
Francês: Bonne Annee
Italiano: Buon Capodanno
Alemão: Prosit Neujahr
Irlandês: Bliain nua fe mhaise dhuit
Grego: Eftecheezmaenos o Kaenooryos hronos
Turco: Yeni Yiliniz Kutlu Olsun
Polaco: Szczesliwego Nowego Roku
Russo: S Novim Godom
Servo-Croata: Scecna Nova Godina
Holandês: Gullukkig Niuw Jaar
Árabe: Kul 'aam u antum salimoun
Chinês: Chu Shen Tan
Checoslovaco: Scastny Novy Rok
Hebraico: L'Shannah Tovah Tikatevu
Vietnamita: Cung-Chuc Tan-Xuan
(confiando na net, claro!)

Pela dignificação da função docente- António Nóvoa


António Nóvoa (numa Conferência sobre a função docente)(...)
É importante perceber um paradoxo que está na origem de contradições importantes na históriada profissão docente: a inflação retórica sobre a missão dos professores implica dar-lhes uma maior visibilidade social, o que reforça o seu prestígio, mas provoca também controlos estatais e científicos mais apertados, conduzindo assim a uma desvalorização das suas competências próprias e da sua autonomia profissional.Esta realidade está na origem da má notícia que tenho para partilhar convosco: o excesso dosdiscursos esconde uma grande pobreza das práticas. Dito de outro modo: temos um discursocoerente, em muitos aspectos consensual, estamos de acordo quanto ao que é preciso fazer, masraramente temos conseguido fazer aquilo que dizemos que é preciso fazer.(...)Quais são as razões desta má notícia? Não é muito difícil responder a esta pergunta. Nos últimos anos, houve uma expansão sem precedentes da comunidade da formação de professores, em particular dos departamentos universitários na área da Educação, dos especialistas internacionais e também da “indústria do ensino”, com os seus produtos tradicionais (livros escolares, materiais didácticos, etc.) acompanhados agora de uma panóplia de tecnologias educativas. Nestas três esferas de acção produziu-se uma inflação discursiva sobre os professores. Mas eles não foram os principais autores destes discursos e, num certo sentido, viram o seu território ocupado por outros grupos. Devemos ter consciência deste problema se quisermos compreender as razões que têm dificultado a concretização, na prática, de ideias e discursos tão óbvios e consensuais.
(...)
Assim sendo, o que seránecessário fazer? Talvez seja possível assinalar três medidas, que estão longe de esgotar as respostas possíveis, mas que podem ajudar a superar muitos dos dilemas actuais.
Primeira medida
É preciso passar a formação de professores para dentro da profissão

A frase que escolhi para subtítulo – “É preciso passar a formação de professores para dentro daprofissão” – soa de modo estranho. Ao recorrer a esta expressão, quero sublinhar a necessidade de os professores terem um lugar predominante na formação dos seus pares. Não haverá nenhuma mudança significativa se a “comunidade dos formadores de professores” e a “comunidade dos professores” não se tornarem mais permeáveis e imbricadas. O exemplo dos médicos e dos hospitais escolares e o modo como a sua preparação está concebida nas fases de formação inicial, de indução.A este propósito, merecem referência os estudos de Lee Shulman, designadamente um apontamento brilhante que escreveu recentemente, intitulado Uma proposta imodesta.Lee Shulman explica que um dia acompanhou a rotina diária de um grupo de estudantes eprofessores médicos num hospital escolar. O grupo observou sete doentes, estudando cada casocomo uma “lição”. Havia um relatório sobre o paciente, uma análise da situação, uma reflexãoconjunta, um diagnóstico e uma terapia. No final, o médico responsável discutiu com os internos(alunos mais avançados) a forma como tinha decorrido a visita e os aspectos a corrigir. De seguida, realizou-se um seminário didáctico sobre a função pulmonar. O dia terminou com um debate, mais alargado, sobre a realidade do hospital e sobre as mudanças organizacionais a introduzir para garantir a qualidade dos cuidados. Lee Shulman escreve que viu uma instituição reflectir colectivamente sobre o seu trabalho, mobilizando conhecimentos, vontades e competências. E afirma que este modelo constitui não só um importante processo pedagógico, mas também um exemplo de responsabilidade e de compromisso. Neste hospital, a reflexão partilhada não é uma mera palavra. Ninguém se resigna com o insucesso. Há um envolvimento real na melhoria e na mudança das práticas hospitalares.
Pela minha parte, advogo um sistema semelhante para a formação de professores: estudoaprofundado de cada caso, sobretudo dos casos de insucesso escolar; análise colectiva das práticas pedagógicas; obstinação e persistência profissional para responder às necessidades e anseios dos alunos; compromisso social e vontade de mudança.
Na verdade, não é possível escrever textos atrás de textos sobre a praxis e o practicum, sobre aphronesis e a prudentia como referências do saber docente, sobre os professores reflexivos, se não concretizarmos uma maior presença da profissão na formação.
É importante assegurar que a riqueza, a complexidade e a beleza do ensino “saiam do armário”,como pretende Lee Shulman, adquirindo a mesma visibilidade de outros campos de trabalho académico e criativo.

Segunda medida
É preciso promover novos modelos de organização da profissão
A segunda medida que vos proponho aponta para a necessidade de promover novos modelos deorganização da profissão. Grande parte dos discursos torna-se irrealizável se a profissão continuar marcada por fortes tradições individualistas ou por rígidas regulações externas, designadamente burocráticas, que se têm acentuado nos últimos anos. Este paradoxo é bem conhecido dos historiadores: quanto mais se fala da autonomia dos professores mais a sua acção é controlada, por instâncias diversas, conduzindo a uma diminuição das suas margens de liberdade e de independência.
A colegialidade, a partilha e as culturas colaborativas não se impõem por via administrativa oupor decisão superior. Mas o exemplo de outras profissões, como os médicos, os engenheiros ouos arquitectos, pode inspirar os professores. O modo como construíram parcerias entre o mundoprofissional e o mundo universitário, como criaram formas de integração dos mais jovens, comoconcederam uma grande centralidade aos profissionais mais prestigiados ou como se predispuseram a prestar contas públicas do seu trabalho são exemplos para os quais vale a pena olhar com atenção.
Não é possível preencher o fosso entre os discursos e as práticas se não houver um campo profissional autónomo, suficientemente rico e aberto. Hoje, num tempo tão carregado de referências ao trabalho cooperativo dos professores, é surpreendente a fragilidade dos movimentos pedagógicosque desempenharam ao longo das décadas um papel central na inovação educacional.

Terceira medida
É preciso reforçar a presença pessoal e pública dos professores

O documento da OCDE citado no início desta intervenção, Teachers matter, chama a atenção para o seguinte: “As questões levantadas neste relatório tocam no âmago do trabalho e das carreiras dos professores. O sucesso de qualquer reforma depende do envolvimento activo dos professores no seu desenvolvimento e concretização. Se os professores não participarem activamente e não sentirem que a reforma também lhes pertence é praticamente impossível que qualquer mudança venha a ter sucesso”.Esta conclusão do estudo da OCDE constitui uma boa introdução à terceira medida que tencionopartilhar convosco: a necessidade de reforçar a presença pessoal e pública dos professores.Em 1984, Ada Abraham escreveu esse belo livro, L’enseignant est une personne, que se tornouum símbolo de diversas correntes de investigação sobre os professores. Mas, apesar dos enormes avanços neste domínio, é preciso reconhecer que falta ainda elaborar aquilo que tenho designado por uma teoria da pessoalidade que se inscreve no interior de uma teoria da profissionalidade. Trata-se de elaborar um conhecimento pessoal (um auto-conhecimento) no interior do conhecimento profissional e de captar o sentido de uma profissão que não cabe apenas numa matriz técnica ou científica. Toca-se aqui em qualquer coisa de indefinível, que está no cerne da identidade profissional docente.
Este esforço conceptual é decisivo para se compreender a especificidade da profissão docente,mas também para que se construam percursos significativos de aprendizagem ao longo da vida.Recordo o mestre Bertrand Schwartz, em texto escrito há quarenta anos: a Educação Permanente começou por ser um direito pelo qual se bateram gerações de educadores, transformou-se depois numa necessidade e agora tornou-se uma obrigação.
(...)Comunicação integral

Tuesday, December 30, 2008

Acelerar obras públicas " prioritárias"

Um "bom" exemplo!
Num país de tanga onde também se discute a credibilidade do sistema politico, dos políticos e da sua actuação;
Num país onde a falta de transparência dos titulares de cargos publicos tem sido cada vez mais uma constante;
Num país de justiça lenta para aqueles que utilizam dinheiros publicos em seu benefício pessoal;
Vem o Governo aprovar um diploma que permite o ajuste directo num máximo de 5,15 milhões de euros para obras públicas e 206 mil euros para aquisições de bens e serviços.

Só mesmo aqui, neste pequeno Portugal!

Reabriu

23 de Dezembro, a ainda bem tímida resposta europeia ao projecto de uma biblioteca virtual global lançado pelos mentores do Google.

Monday, December 29, 2008

Autarquias recusam assumir os custos da propaganda do Governo ( computadores Magalhães )

O Governo queria dividir a despesa do e-escolinha, que distribui os 'Magalhães', com autarquias, que recusam pagar assinaturas caseiras de Internet. E as 230 mil inscrições registadas até hoje deixam antever que terá de ser o dinheiro do Orçamento estatal a compensar o investimento das operadoras. As câmaras municipais recusam pagar a factura do acesso à internet do Magalhães, como pretendia o Governo. As Direcções Regionais de Educação do Norte e Centro enviaram propostas por escrito a todas as autarquias para que estas pagassem o acesso dos alunos à Net em casa, o que implica o pagamento, em média de 50 euros pelo modem e 250 por cada ligação. Com esta medida, o Governo pretendia dividir com as autarquias a factura a pagar no futuro às operadoras que estão a financiar o projecto. O Executivo comprometeu-se a compensar as empresas de telecomunicações, caso o que elas estão a investir a fundo perdido não seja suficiente para pagar o e-escolhinhas (programa que gere a atribuição dos computadores).
A possibilidade de José Sócrates ter de pagar do cofres do Estado é cada vez mais certa: é que, além da recusa das câmaras, neste momento apenas 230 mil pais se inscreveram- para receber o Magalhães - menos de metade dos 500 mil pretendidos até final do ano lectivo . Por outro lado, só foram entregues 35 mil Magalhães em todo o País.
Este cenário significa que muito dificilmente se conseguirá atingir a quantidade de assinaturas suficiente para evitar o pagamento da factura por parte do Governo.
E as autarquias não estão dispostas a suportar estes custos. A Câmara Municipal de Paredes confirma que recebeu um e-mail da Direcção Regional de Educação do Norte com a proposta do Governo para o pagamento das mensalidades de internet dos alunos do 1º ciclo com o computador Magalhães. Essa nota, revela o vereador da Educação Pedro Mendes, referia ainda que a autarquia seria contactada, por um dos operadores de internet. Porém, tal contacto nunca chegou a realizar-se. Mesmo assim, Pedro Mendes afasta desde já a possibilidade de a Câmara Municipal , que é responsável por cinco mil alunos, aceitar a sugestão do Governo.
Guilherme Pinto, presidente da Câmara de Matosinhos, disse ao DN que considera "um bocadinho caro" o investimento de 500 mil euros por ano em modems e ligações à Internet, o que o leva a adiantar apenas que a autarquia está "em discussão" com o Governo. Já para o autarca da Maia, Bragança Fernandes, pagar a factura do magalhães"não é uma responsabilidade das câmaras", que actualmente assistem a "questões sociais terríveis" que implicam investimentos prioritários.
Fonte: DN Online de 29/12/08
Comentário
Equipar todos os Magalhães com Internet custaria ao município de Gaia quase um milhão de euros por ano,
Na área de jurisdição da DREC, a Câmara da Guarda recusou pagar 600 mil euros por ano para os alunos terem ligações à internet, "fora das escolas".
Um pouco por todo o lado, as autarquias recusam assumir os custos da propaganda do Governo. Até hoje, só foram entregues 35 mil Magalhães. Muito longe dos números apregoados pelo Governo. Quando as pessoas se habituam a mentir, dificilmente conseguem falar verdade. Bem pode a DREN enviar emails para as autarquias. Os autarcas não são correia de transmissão do ME.Quando se fizer a história da maior campanha propagandística dos últimos 34 anos, ficaremos a saber qual foi o papel dos golden boys que se penduraram no Plano Tecnológico para venderem ao país a ideia falsa de que o futuro da Nação depende da oferta de banda larga às criancinhas. Esses golden boys, acabados de se licenciar pelo ISCTE e pela Faculdade de Economia da Universidade Nova, viram no PS e no Plano Tecnológico um seguro de vida: um passaporte para o futuro garantido. É vê-los a correr o país atrás do primeiro-ministro, em carros do Estado com direito a motorista do Plano Tecnológico. O chefe deles chama-se Zorrinho e já foi professor universitário. Agora é o chefe de orquestra de um ópera bufa chamada Plano Tecnológico.

Sunday, December 28, 2008

Salvem os ricos ( contemporâneos)



texto original, cantado por vocalistas portugueses, a música é internacionalmente conhecida
" we are the world "

Dos erros do passado aos errros do presente

Confesso que nos últimos anos tenho vindo progressivamente a perder a ilusão de poder fazer algo por este país e hoje acredito que toda a minha geração está quase que de mãos atadas perante a nossa realidade política e social. Poderia pensar que é apenas um reflexo da crise para que, inexoravelmente, temos vindo a caminhar mas temo ser algo bem mais profundo e enraizado na nossa cultura. Só assim se explicam os sucessivos escândalos e casos que todos os dias a classe jornalística traz a público, umas vezes por mérito próprio, outras nem tanto. A mais recente refere-se à região autónoma da Madeira, a mesma cuja bandeira ostenta a gloriosa cruz da Ordem de Cristo mas que em pouco honra os seus descobridores. O decreto, conhecido como lei do jackpot, fez aumentar as verbas dos partidos políticos representados no parlamento da Madeira, apesar da redução de 68 para 47 deputados, devido à alteração da base de cálculo que passou a ser o indexante de apoios sociais e não o salário mínimo. Assim, cada deputado madeirense passou a valer 108 mil euros por ano, o que em muito favorece o partido mais representado no parlamento, o PSD, o mesmo que fez aprovar o diploma. Como forma de protesto e certamente para ir buscar alguns votos, o PND resolveu usar parte dos 108 mil euros a que teve direito por ter um deputado eleito no parlamento, entregando 30 euros, salvo erro, a cada um dos primeiros 250 idosos a aparecer na sua sede. Obviamente que os idosos não se fizeram rogados e lá apareceram em grande número para receber a prenda de natal ainda que alguns não soubessem bem de onde vinha. Sendo este um pequeno mas típico exemplo dos muitos esquemas arquitectados pelos políticos portugueses, devemos já estar em condições de rivalizar ou mesmo ultrapassar os italianos. Como dizia Giordano Bruno, um filósofo italiano, "que ingenuidade pedir aos que têm poder para que mudem o poder" e de facto tenho vindo a tomar real consciência das suas palavras.Assim, não se vislumbram grandes perspectivas de futuro aos desalinhados com o sistema vigente. Por vezes interrogo-me em que altura da nossa vida democrática terá começado o apodrecimento da classe política. Acredito que, até ao final da década de 80, os políticos ainda teriam ideais a orientar as suas vidas mas na década de 90 o mesmo já não aconteceria dado que todos conhecemos os nomes dos governantes de então que hoje estão envolvidos em escândalos económicos. Além disso, a entrada de Portugal na União Europeia, então CEE, em 1986, trouxe até nós rios de dinheiro que alimentaram a ganância de muitos e aprouveram a poucos. O desperdício de todos esses fundos, que deveriam ter sido investidos principalmente em educação como fez a Irlanda, condenou-nos à cauda da Europa. Já não bastava sermos um país pequeno como tínhamos também que ser pouco inteligentes. Basta olhar para a nossa história para constatar que o auge do nosso império, no século XVI, se baseou no conhecimento. Para tal, séculos antes Portugal soubera acolher e proteger os cavaleiros perseguidos da Ordem dos Templários por toda a Europa. Assim se formou a Ordem de Cristo, herdeira dos Templários, que tinha sido extinta pelo Papa. Dom Dinis teve a perspicácia de o fazer e não obedeceu ao Papa que reinvidicava para a igreja católica todos os bens da riquíssima Ordem dos Templários em Portugal. Contornou a questão argumentando que os templários eram apenas usufrutuários de bens da coroa portuguesa e que por isso a igreja não tinha direito aos mesmos. Assim se instalou em Portugal uma inestimável fonte de conhecimento que, aliada à aposta de vários reis na educação, nomeadamente Dom João I cuja descendência ficou conhecida por ínclita geração, viria a tornar-nos no centro do primeiro mundo globalizado da história da humanidade. Ironicamente fomos traídos pela nossa própria ambição. Seria presságio? Dom Manuel I, sentindo-se imparável, quis tornar-se rei de toda a península ibérica e para isso precisava de agradar aos reis católicos de Espanha para vir a casar com a sua filha herdeira do trono, Isabel de Aragão. A condição era a expulsão dos judeus de Portugal, os mesmos que cá se tinham fixado a partir dos Templários, mas Dom Manuel I quis contornar essa exigência convertendo à força esses mesmos judeus, ficando depois conhecidos por cristãos-novos. Anos mais tarde, o estabelecimento da Inquisição eliminou definitivamente os judeus que restavam e terá sido essa a primeira das razões do declínio do império. Isto tudo para dizer que nem só as infra-estruturas e as obras públicas contribuem para o desenvolvimento de uma nação. No presente como no passado, a educação é fundamental e por isso pessoalmente penso que perdemos uma oportunidade única para investir no conhecimento.Quanto ao futuro, volto a manifestar o meu pessimismo porque enquanto não se mudarem as mentalidades, não há reformas que resultem e não há economia que resista.

Mais propaganda do senhor Sousa


Há coisas, como a tal bebida, que primeiro estranham-se e depois entranham-se. Ser banqueiro deve começar por ser muito estranho. Lidar com dinheiro que nunca se vê deve fazer confusão. Mas depois deve entranhar-se: com a habituação torna-se familiar.

Deve ser pelo que está a passar José de Sousa . Isto é: uma fase difícil. Desde que o socialista Sousa desatou a avalizar, nacionalizar e intervir em bancos o espírito entranhou-se-lhe rápido. Tão rápido que na sua mensagem de Natal não hesitou em rejubilar com um feito do Governo de que ainda ninguém se tinha dado conta, nem provavelmente o próprio.

Criámos as condições para que baixassem os juros com a habitação”, disse, sem tremelique de vergonha nem pudor, o Primeiro-Ministro. Ora, isto deve ter uma explicação. O sr. Sousa vê-se banqueiro pela força dos convívios recentes e por segundos natalícios imaginou-se ou o Deus do mercado, ou, mais provável, o Presidente do Banco Central Europeu para quem com gáudio, felicidade e voto transferiu o poder de comandar a moeda e o crédito em Portugal nos idos de 1992.

Está finalmente decifrado o Código Pinto de Sousa : ele é o verdadeiro banqueiro anarquista. Expliquem-lhe que é só uma boa e prodigiosa história de Fernando Pessoa e não se conhece exemplo concreto, por favor. Poupe-nos, Sr. Engenheiro, às patranhas da propaganda barata.
(publicado na edição de hoje do Democracia Liberal)

Friday, December 26, 2008

Livro analisa corrupção e a sua aceitação em Portugal



Corrupção e os portugueses: Atitudes, práticas e valores é o título de um livro lançado há dias, no qual se conclui que os portugueses são, na generalidade, contra a corrupção, mas, no dia-a-dia acabam por pactuar com “cunhas” e situações de conflito de interesses.
«No nível simbólico, abstracto, toda a gente condena a corrupção, tal como no resto da Europa, mas no nível estratégico, no quotidiano, as pessoas acabam por pactuar com a corrupção, até nos casos mais graves, de suborno», disse Luís de Sousa, co-autor com João Triães.
Ler mais sobre o livro: Apresentação do livro, com descrição de capítulos e a Introdução (apresentados pela Editora) e artigo de Celso Paiva Sol da Rádio Renascença [em 15/10/2008].
Como se diz na recensão crítica de Celso Paiva Sol
«Na verdade, os portugueses condenam a corrupção, mas também lhe atribuem vários níveis. alguns até aceitáveis»
Uma obra a ler!

Quem o avisa...

Até o cristão-novo do "socratismo" José Miguel Júdice deu mostras de um resquício de lucidez. «2009 será um dos piores anos da história económica de Portugal e o pior desde a implantação da democracia», escreve ele no Público. Faça uma ficha com isso e aproveite para a dar ao admirável José Pinto de Sousa enquanto ele está de pé.

Desidério Murcho - opinião

( texto de Desidério Murcho publicado no Publico de 3ª feira e no blog " De rerum natura ")

A indisciplina é um dos problemas com que se debatem alguns professores do ensino secundário. Contudo, nem sempre se compreende que um dos factores que explicam alguns casos de indisciplina é a desvalorização da escola. É interessante comparar o comportamento de um mesmo estudante na escola e num clube de futebol, por exemplo. O mesmo estudante que na escola é mal-educado, falsamente rebelde e uma dor de cabeça para os professores, é um aprendiz normal no clube de futebol, dedicando-se com afinco a aprender o seu desporto favorito. E no clube de futebol as regras de comportamento podem até ser mais rígidas do que na escola.
A diferença é que o valor do futebol é para esse estudante óbvio, ao passo que vê a escola como uma imposição sem sentido. A menos que a escola seja valorizada no seu meio familiar, o estudante vê as aulas e o estudo como uma tolice que tem burocraticamente de cumprir antes de ir à vida que a morte é certa.
Ora, nada tem sido feito por parte dos responsáveis educativos para tornar óbvio o valor do estudo, dos livros e da escola a quem não aprende em casa a valorizar essas coisas. Pelo contrário: ao obrigar cada vez mais os professores a fazer as vezes de dinamizadores culturais, para não dizer palhaços, retirando da escola a sua dignidade própria e tentando transformá-la em entretenimento mentecapto, os responsáveis educativos pioraram a situação. Pois quando se encara a escola desta maneira é porque se pensa que a física, a matemática, a geografia, a história, a literatura ou a filosofia não são realmente interessantes.
O oposto desta atitude é a conversa dos senhores de olhar severo que usam palavras caras na televisão para repetir sem quaisquer argumentos que essas são as coisas mais importantes do mundo, para toda a gente. Acontece que isto é uma mentira. A maior parte da humanidade nunca teve o mínimo interesse em física, matemática, história ou filosofia, e vive bem assim. Tal como a maior parte da humanidade nunca teve o mínimo interesse em saber fazer pão, saber fazer electricidade ou saber curar uma perna partida. Pessoas diferentes interessam-se por coisas diferentes.
Para a escola ser respeitada por estudantes e pais não precisamos de pregar a mentira evidente de que a matemática ou a história interessam a toda a humanidade. Tal como o estudante que aprende futebol não pensa com certeza que aquilo é a coisa mais importante do mundo; basta-lhe que seja interessante para ele, e que sinta ter talento para isso. Esta é a atitude que temos de ter na escola. A filosofia, a música erudita ou a matemática não são as coisas mais importantes do mundo. São apenas importantes para algumas pessoas. Mas para sabermos se somos uma dessas pessoas, temos de passar pela escola e estudar essas coisas da melhor maneira possível. Se não o fizermos, não saberemos se realmente nos interessa ou não. O papel da escola universal é dar a todos os estudantes esta oportunidade única, sobretudo aos que não a têm em casa.

Tuesday, December 23, 2008

Indisciplina- para o ME mais um caso pontual

Uma auxiliar de educação da EB2/3 de Paços de Brandão, Santa Maria da Feira, foi “espancada” ao murro e pontapé por um aluno de 15 anos. Esta é a segunda vez que Fátima Almeida é agredida, mas, mesmo assim, prefere o silêncio para não arriscar um processo disciplinar. No último ano, esta é a terceira funcionária a ser agredida por alunos. O presidente do Conselho Executivo, Rafael Barros, confirma os incidentes, mas garante que o caso “está a ser empolado”.
Para cúmulo, o aluno continua a frequentar a escola e o responsável, Dr. Rafael Barros, aconselha os professores e funcionários a não reagirem às provocações dos alunos!
Livrem-se do cobarde. Tem é medo que sobrem alguns murros e pontapés para ele.

Vinte PCEs de Coimbra organizam-se para acertar posições sobre o modelo de avaliação burocrático


Um grupo de presidentes de conselhos executivos (CE) de escolas da Região Centro está a organizar uma reunião inédita, de representantes dos órgãos de gestão de estabelecimentos de ensino de todo o país, para “reflectir” “e acertar posições” sobre o modelo de avaliação de desempenho dos professores, soube o PÚBLICO. A iniciativa partiu dos CE de 20 escolas de Coimbra, mas conta com a colaboração de representantes dos órgãos de gestão de estabelecimentos escolares de Viseu e de Santarém para fazer reunir, já no início do segundo período, todos os que se sentem “preocupados” com o actual “clima de intranquilidade”. A notícia surge no momento em que a Plataforma Sindical dos Professores se encontra no Ministério da Educação, para entregar aquele que diz ser “o maior abaixo-assinado de professores de sempre”, com mais de 60 mil assinaturas de docentes, a exigir a suspensão do modelo de avaliação de desempenho e o fim da divisão da carreira em duas categorias.
Fonte: Público de 22/12/08

Monday, December 22, 2008

música para ouvir na quadra natalicia



Adestes Fidelis



Ave Verum Corpus de W A Mozart


Panis Angelicus de Cesar Frank

Saturday, December 20, 2008

Demagogia feita à maneira

Primeiro-ministro engoliu uma cassete.
Repete à saciedade que é necessária a avaliação dos professores. Ora, nunca ninguém, muito menos os professores, disse ou diz o contrário.As intervenções de Pinto de Sousa sobre o assunto, simplistas e repetitivas, vão sempre no mesmo sentido:
(1) os professores não querem ser avaliados;
(2) a avaliação é importante para o futuro da educação.
A técnica é por demais conhecida dos profissionais da Propaganda e Pinto de Sousa , nesse aspecto, bebe de mestres: repetir, até à exaustão se necessário, uma ideia simples, aparentemente lógica e sensata. A técnica do martelamento produz junto dos mais incautos e/ou menos informados resultados favoráveis para o seu emissor, sobretudo, se este gozar de prestígio institucional. Quando as características da mensagem são adequadas ao público-alvo a quem se dirige e quando se trata de alegadamente "pôr na ordem", "retirar privilégios" a uma classe supostamente favorecida, fazendo-se assim justiça, então a receita funciona às mil maravilhas.Note-se que o sr. Sousa nunca se refere aos méritos ou deméritos do modelo de avaliação em causa, às habilidades ou inaptidões de quem o formulou e quis pôr em prática.Isso, obviamente, não lhe interessa. O que interessa é fazer passar a mensagem de que se tem "sentido de estado" (o que, ainda segundo o sr. Sousa , a toda a sociedade civil parace faltar), que os professores são uns calaceiros e que, contra todos, ele lutará sem desfalecimentos a "bem da nação".Tal desonestidade intelectual, tal demagogia, tal esperteza saloia são lamentáveis.

Declaração para o professor não ser avaliado pelo modelo de avaliação burocrático ( chileno )

Exma Senhora Presidente do Conselho Executivo
Eu, _________________________________­­­­______________, professor ­­­­____________________, do grupo ___________, fazendo valer o meu direito à avaliação, de acordo com o estipulado pelo artigo 11, nº 1, do Decreto Regulamentar 2/2008 de 10 de Janeiro, manifesto o meu interesse em ser avaliado(a), mas não pelo presente modelo de avaliação do desempenho docente, por considerar que
1. O modelo previsto no Decreto Regulamentar 2/2008 de 10 de Janeiro nunca reuniu condições de exequibilidade, tendo sido um factor determinante na degradação do relacionamento interpessoal entre a classe docente e profundamente perturbador do clima escolar com reflexos negativos (directos e indirectos) no processo de ensino e aprendizagem;
2. Este modelo, ainda em vigor, encontra-se já completamente desvirtuado, por força da introdução de diferentes despachos e emendas, nenhuma delas resultado de uma discussão aberta e participada com a classe docente;
3. O Decreto Regulamentar, que altera, transitoriamente, o modelo de avaliação vigente, não está ainda publicado, nem foi ratificado pelo Presidente da República.
4. É um modelo que estratifica a carreira artificialmente em professores titulares e professores, sem qualquer fundamento de ordem profissional, ético e pedagógico, não correspondendo a qualquer diferenciação funcional.
Pelo exposto, reitero a minha intenção de ser avaliado(a), mas nunca por um modelo em fase de extinção, nem por um outro que desconheço. Mais manifesto o meu direito a ser avaliado(a) através de um modelo que seja justo, testado, simples, formativo e que, efectivamente, promova o mérito pela competência científico-pedagógica, mas sem diferenciação de natureza administrativa.
O declarante,

Friday, December 19, 2008

Thomas Jefferson

( Clicar sobre a imagem para melhor visualização )



THOMAS JEFFERSON, terceiro presidente dos Estados Unidos, escreveu...há 200 anos

"...País governado ao acaso, governado por vaidades e por interesses, por especulação e corrupção, por privilégio e influência de camarilha, será possível conservar a sua independência?"
(Eça de Queiroz, in «O Distrito de Évora» 1867)

Thursday, December 18, 2008

456 Escolas com o modelo de avaliação de desempenho burocrático ( chileno ) parado

( Este artigo está postado no blog ProfAvaliação, penso que é importante e vou divulgá- lo no meu blog pessoal)

O Norte está a fazer uma Maria da Fonte contra os modernaços insensíveis e cruéis que pretendem lançar as escolas e os professores no Inferno. Não vale a pena os comentadores amigos do Governo afirmarem que é o PC ou o BE que estão a mobilizar os professores. Se assim fosse, seria em Lisboa e no Sul do país que o movimento de resistência interna estaria mais aceso. E não é. É no Norte do país, na região tutelada pela Dona Margarida, que a luta é mais firme e coesa. São 166 agrupamentos/escolas com a avaliação completamente parada. No Norte. E depois, vem o Centro, com a grande cidade de Viseu à cabeça: 136 agrupamentos/escolas. E em terceiro, Lisboa e Vale do Tejo com 105. E por último o Sul, com apenas 49. Estão a ver como os comentadores amigos do Governo andam a parir propaganda falsa? Os professores do Sul do país estão à espera de quê? Que o Inferno lhes caia em cima? Não custa nada. Basta afirmar publicamente: não quero ser avaliado com este modelo burocrático e único na Europa.
( in ProfAvaliação de Ramiro Marques )

Wednesday, December 17, 2008

Poderia Pinto de Sousa ser condenado por alta traição?

A pergunta parece excêntrica , e até talvez seja mesmo excêntrica , mas consideremos:
José Sousa é Primeiro-Ministro da República Portuguesa, certo?
Isto significa que tem o dever de servir a República Portuguesa, certo?
E como o cargo de Primeiro-Ministro não é acumulável com outro emprego, isto significa que não pode servir outros interesses que não sejam os da República Portuguesa, certo?
Ora o que nós temos visto desde que José Sousa tomou posse, e com especial nitidez nos últimos meses, é que ele tem servido os interesses do sector financeiro, do sector energético, dos barões da Comunicação Social - todos, excepto os da República Portuguesa.Pior: nalguns casos tem chegado a servir estes interesses em detrimento dos interesses da República Portuguesa.A isto chama-se traição, certo? É o que vem nos dicionários.Não poderíamos julgá-lo e condená-lo?

Vendilhões do Templo

Vendam o Sousa , vendam o Cavaco, vendam a Assembleia, vendam tudo...É o que este governo sabe fazer. Não há valores, não há respeito, não há ética nem moral que lhes valha... E não é só naquilo que ao património diz respeito.... Que vendam também as mães deles...Se o MAL existe, estes mamíferos são a sua verdadeira personificação.Para não variar, e mais uma vez, Manuel António Pina:
17 Dezembro 2008

Vendilhões do Templo

Com os encargos de todas as obras públicas anunciadas, boa parte do nosso futuro está hipotecada; pelo presente já ninguém dá nada; resta o passado. Não se estranhará, pois, que o Governo prepare um novo regime para o património histórico e cultural que abre portas à venda mais ou menos indiscriminada de monumentos históricos. "O mote é alienar", denunciam, alarmadas, as associações de defesa do património.Se a coisa, congeminada no Ministério das Finanças, for avante, depois do Forte de Peniche transformado em pousada, veremos um dia destes uma loja Ikea na Torre de Belém e um hotel de charme no Mosteiro de Alcobaça (e porque não no da Batalha?); Rui Rio poderá, finalmente, vender a Torre dos Clérigos em "time-sharing"; e António Costa, em Lisboa, fazer dos Jerónimos um centro comercial. Governados por mercadores sem memória e sem outra cultura que não a do dinheiro, faltava-nos ver a nossa própria História à venda. Em breve, nem Cristo (quanto mais nós) terá poderes para expulsar os vendilhões do Templo porque eles já terão comprado o Templo e já lhe terão dado ordem de expulsão a Ele.

A crise e os milhões

-«Os Estados desviam milhões, que vêm directamente dos bolsos dos contribuintes, para evitar as falências de bancos mal geridos ou que se meteram em escandalosas negociatas. Será necessário. Mas o povo pergunta: e as roubalheiras, ficam impunes? E o sistema que as permitiu - os paraísos fiscais -, os chorudos vencimentos (multimilionários) de gestores incompetentes e pouco sérios, ficam na mesma? E os auditores que fecharam os olhos - ou não os abriram suficientemente - e os dirigentes políticos que se acomodaram ao sistema, não agiram e nem sequer alertaram, continuam nos mesmos lugares cimeiros, limitando-se a pedir, agora, mais intervenções do Estado, com a mesma desfaçatez com que antes reclamavam "menos Estado" e mais e mais privatizações?
-Pedem-se e pediram-se sacrifícios para cumprir as metas do défice, impostas por Bruxelas. Mas, ao mesmo tempo, os multimilionários engordaram - os mesmos que agora emagreceram na roleta russa das economias de casino - e os responsáveis políticos (os mesmos, por quase toda a Europa) não pensam em mudar o paradigma ou não anunciam essa intenção e não explicam sequer aos eleitores comuns, os eternos sacrificados, como vão gastar o dinheiro que utilizam para salvar os bancos e as grandes empresas da falência, aparentemente deixando tudo na mesma? E querem depois o voto desses mesmos eleitores, sem os informar seriamente nem esclarecer? É demais! É sabido: quem semeia ventos colhe tempestades...» [Diário de Notícias]-

Parecer: de Mário Soares ( curiosamente um grande apoiante de José Pinto de Sousa )

Confira o novo modelo de Avaliação Simplex

PINTO DE SOUSA, MLR E RESTANTE COMITIVA APROVARAM SIMPLEX:

Notícia IOL

Despachos da Avaliação Simplex afixados no DR

( obtive esta informação a partir do blog "ProfAvaliação" de Ramiro Marques )

Cada professor avaliador vai ter um hora semanal para avaliar três docentes. Esta é uma das medidas de simplificação e desburocratização do processo de avaliação de desempenho de professores, publicada ontem em Diário da República e que já está em vigor desde dia 4.
Os despachos da ministra da Educação e do secretário de Estado da Educação explicitam as situações em que pode haver delegação de competências do avaliador do coordenador de departamento curricular e do director de escola. É ainda referido que, quando num dos departamentos curriculares não existam professores titulares, pode ser nomeado um professor para exercer, transitoriamente, essas funções. Já em relação às quotas para os professores com Muito Bom e Excelente, o despacho ministerial estabelece que em cada grupo de docentes pode ser sempre atribuída pelo menos uma menção qualitativa de Muito Bom e uma de Excelente, independentemente da dimensão do grupo de avaliados.
Fonte: CM de 17/12/08
Comentário
As novidades são:
1. uma hora semanal na componente não lectiva para avaliar 3 docentes.
2. as quotas de Muito Bom e Excelente foram alargadas
A pergunta que deixo é a seguinte: quais as consequências destas mudanças?
Leia aqui os despachos
( retirado de ProfAvaliação )

Tuesday, December 16, 2008

Os professores na Extremadura Espanhola

No país vizinho, na Província da Extremadura, o Governo Regional tem uma campanha de anúncios na televisão e na rádio a valorizar os professores e a enaltecer o seu trabalho. Veja aqui o vídeo. A Junta da Extremadura chama a esta campanha "Valoración Docente".

Monday, December 15, 2008

Curiosidades do governo de Pinto de Sousa

Educação: "Há qualquer coisa de obstinado e cego e surdo quando se insiste numa avaliação por portas administrativas que penalizam a escola pública".

Economia: "Há qualquer coisa que não bate certo num país onde 18% dos portugueses vivem no limiar da pobreza e uma minoria de gestores ganha milhões em prémios e salários".

Trabalho: "Há qualquer coisa do avesso quando o novo código do trabalho é elogiado pelo presidente da CIP."

Estado: "Há qualquer coisa de indecoroso na promiscuidade do exercício entre cargos públicos e privados."

Banca: "É preciso coragem para não gastar dimheiros públicos a salvar o BPP que administra grandes fortunas".

Manuel Alegre, Diário Económico, 15/12, p. 36

Situação política actual

Transcrevo o seguinte artigo do Blog SEDES por o considerar uma análise objectiva e isenta da situação actual que merece ser ponderada pelo cidadão comum e, principalmente, pelos obreiros do futuro do País.
Mal-estar difusoPublicado por L. Campos e Cunha a 11 de Dez

Há uns oito meses, a SEDES chamou a atenção para um mal-estar difuso que poderia degenerar em conflitos sociais de dimensões e consequências imprevisíveis. A crítica pessoal foi a resposta à Tomada de Posição da SEDES, procurando assim que as ideias ficassem por discutir. Dias depois, tivemos o País paralisado por bloqueios ilegais (e ilegítimos) de camionistas. Desde então, as manifestações de vários grupos não deixaram de acontecer. O caso mais recente dos professores é paradigmático.Mas tememos que o caso da Grécia possa ser mais um sinal de alerta.
A Crise, que ainda mal nos tocou, pode criar situações de gravidade social para as quais o Governo não tem margem de manobra orçamental com a fúria despesista para obras que nada resolvem e que já estão a criar dificuldades de financiamento no sector público neste preciso momento. A oposição que deveria canalizar para dentro do sistema o descontentamento não funciona seja por culpa própria, seja por controle governamental dos media. Aliás, em bom rigor, hoje o PS é poder e oposição simultaneamente. Do ponto de vista de Sócrates, Manuel Alegre é mais oposição que Ferreira Leite e ficaremos a dever a aquele o representar democraticamente o desespero de muitos.Nessa tomada de posição a SEDES também chamava a atenção para uma imprensa (crescentemente) sensacionalista conjugada por uma justiça morosa e ineficaz abria as portas ao populismo e à arbitrariedade. Nada vem mais a propósito, pois temos vindo a assistir a verdadeiras campanhas de ataques pessoais nunca vista em democracia. Há muitos jornais (alguns ditos de referência) que não se cansam de atacar a idoneidade de pessoas que conheço bem e sei da sua honradez e honestidade, enquanto que a negociata e o contrato-que-cheira-mal passa em claro. Ou seja, um certo estilo de gente abomina pessoas decentes e rectas pelo que é necessário eliminá-las quanto mais depressa melhor. Dentro em pouco, lugares públicos (não necessariamente políticos) serão só ocupados por pessoas que estejam lá por razões que nada têm a ver com o bem comum.Este sistema político está prematuramente envelhecido e não o vejo capaz de enfrentar os problemas sociais que a Crise poderá (esperemos que não) acarretar. Temo que a Grécia não seja o prelúdio de algo mais grave a nível europeu e nacional. Nessa altura, é bom estarmos preparados para defender a liberdade.

Pequenês

«Este Parlamento não é uma metáfora: é o retrato exacto e verdadeiro da democracia que temos.» (António Barreto)

Sunday, December 14, 2008

Sobre as faltas dos deputados- um cartoon do Publico


Clique em cima da imagem para ampliar. Merece divulgação sobretudo depois das infelizes declarações de Ameida Santos - que veio justificar o absentismo dos deputados com os salários baixos; tambem defendeu de que não devem ser feitas votações na Assembleia da República á sexta feira. Um insulto à grande maioria dos portugueses que ganham menos de 1000 euros mensais e que são os mais pobres de toda a zona euro e correm o risco de se tornarem, em breve, os mais pobres de toda a UE Enfim temos de dar o desconto da sua idade bastante avançada; está a ficar senil. Já agora: Almeida Santos é mais um dos que elogiam a "coragem" e a "determinação" da ministra da educação. Só podia.

Publicado livro de Antero Valério


Para encomendar o livro do colega Antero: Enviar um mail com nome (completo, de preferência), morada e qual a encomenda para: anteroval@gmail.com
Como alternativa , podem sempre enviar o pedido e o pagamento para:
Antero Valério - Rua Mateus Vicente, Nº3, 3ºDtº, 1500-445 Lisboa.
O preço do livro é de 17,5 euros, mais 2,5 para despesas de envio. (20 euros).
O preço da colecção de postais é de 9 euros, já com os portes incluídos.
O livro tem 120 páginas, 80 páginas a preto e branco e 40 páginas a cores.
A colecção é de 9 postais, embalados numa caixa/cartoon.

Saturday, December 13, 2008

A sra. ministra da Saúde anda nervosa

Quem diria que a senhora da saúde era capaz de se passar desta maneira? E, ainda por cima, para poupar a nossa senhora de lurdes!



Combinação: Ana Jorge ficou furiosa por um jornalista ter questionado a sua colega da Educação

CM - 12 Dezembro 2008 - 00h30

"Ainda por cima é a RTP a fazer isso"
A cena mostra até que ponto chegaram as relações entre a Comunicação Social e o Governo socialista. A ministra da Saúde, Ana Jorge, foi ao Centro Nacional de Cultura apresentar o plano de combate à sida nas escolas.
Como tem sido hábito neste Governo, o acontecimento tinha a pompa e a circunstância do costume. Acabada a cerimónia, com os inevitáveis discursos da praxe, Ana Jorge pôs-se à disposição dos jornalistas para responder a mais algumas questões sobre aquela matéria. Acontece que Ana Jorge não estava sozinha. Estava acompanhada de Maria de Lurdes Rodrigues, ministra da Educação, que, como se sabe, tem andado na berlinda devido à guerra com os professores.
O jornalista da RTP aproveitou a ocasião e tentou naturalmente fazer uma pergunta a Maria de Lurdes Rodrigues sobre o assunto. Foi então que Ana Jorge saltou indignada com o comportamento do jornalista: 'O quê? O senhor não sabe o que está combinado? Que hoje só se pode fazer perguntas sobre esta cerimónia e sobre o plano de combate à sida nas escolas? Ainda por cima é a RTP, a televisão pública, a fazer uma coisa destas. E, depois, logo à noite, não sai a reportagem.'
Assim vão a informação e o poder neste País.
António Ribeiro Ferreira, correioindiscreto@correiomanha.pt

Um grupo ( 13 pessoas) reuniu-se e defendeu o actual modelo de avaliação desempenho chileno

Um grupo de professores a favor da avaliação de desempenho reuniu-se hoje, em Lisboa, com a ministra da Educação para mostrar que estão satisfeitos com a simplificação do processo neste ano lectivo e apoiam a sua implementação.
“Queremos que a avaliação seja feita no interior das escolas mas aceitamos e consideramos fundamental que tivesse havido todo este processo de simplificação porque é o primeiro ano que o vamos implementar”, declarou Armandina Soares, porta-voz do grupo de 13 pessoas de várias escolas do país que estiveram hoje no ministério.
A professora afirmou que as simplificações ajudaram a implementar a avaliação: “Retiraram alguma carga, aligeiram aspectos processuais - as tais famigeradas fichas de avaliação - e trouxeram a possibilidade de os professores poderem optar por querer, este ano, avaliação na componente científico-pedagógica ou serem avaliados na sua componente funcional”, esclareceu.
Sobre a “luta” que tem vindo a ser travada pelos sindicatos pela suspensão do processo, Armandina Soares considerou que “não faz sentido”: “Acho que neste momento temos de partir para o trabalho, já estamos cansados”.
O grupo, que representa cerca de uma centena de docentes a favor da avaliação de desempenho dos professores, defende “um apaziguamento nas escolas e que exista alguma reflexão sobre o que está a acontecer”.
(…)
Armandina Soares sublinhou que o grupo não tem qualquer tipo de conotações partidárias e que se constituiu por proximidade e por desejarem voltar “a olhar num sentido positivo para o trabalho” que têm pela frente.

Curiosamemte, a senhora Armandina Soares é uma acólita de Pinto de Sousa já tendo intervindo em foruns do PS e as suas intervenções já estiveram na página oficial do partido de P(into) de S(ousa).

Na sessão de ontem, no Parlamento os deputados de P(into) de S(ousa) foram os mais faltosos

Uma semana depois da polémica sobre as faltas dos deputados, não se esperava que ninguém faltasse ontem,sexta-feira em São Bento, mas afinal a Comissão de Orçamento e Finanças teve que ser cancelada por falta de quórum.
Era necessário um mínimo de nove deputados para dar início à reunião, estavam presentes apenas oito. O presidente da Comissão de Orçamento e Finanças, Jorge Neto, viu-se obrigado a suspender os trabalhos.
O PS foi, ontem de manhã, o partido que teve mais deputados em falta. A deputada Marta Rebelo desvalorizou as faltas, considerando que há assuntos mais importantes com que os deputados se devem preocupar e que esta polémica se relaciona com uma «política com p pequeno».
Fonte: TSF de 12/12/08
Comentário
Bem prega Frei Tomás. É lamentável ver os deputados do PS a argumentarem a favor da manutenção da avaliação burocrática de desempenho dos professores com o argumento de que é necessário premiar o rigor e o mérito. Afinal, quem é o grupo profissional mais absentista do país? Estou em crer que são os deputados da Nação. Quando chega à quinta-feira à noite é vê-los a abandonarem o AR com o pretexto, nem sempre verdadeiro, de quem têm trabalho político a fazer fora de Lisboa. É caricato ver os deputados do PS a reforçarem os argumentos da ministra da educação contra os professores com o pretexto de que passam pouco tempo na escola, têm muitas férias, faltam muito e outras mentiras do género. Tenham decoro, senhores deputados do PS e não atirem pedras para o ar!

Cimeira Ibero Americana



Mais um cartoon de Antero Valério

Friday, December 12, 2008

Quintana Cabanas- filósofo e pedagogo, arrasa o " eduquês "



José Maria Quintana Cabanas é um filósofo e pedagogo espanhol que nasceu e vive na Catalunha. É o crítico espanhol mais lúcido das teorias curriculares que têm vindo a destruir a escola pública e a afastar dela os filhos das classes alta e média alta. Quintana Cabanas desenvolve um combate feroz contra a confusão curricular e a falsificação estatística dos resultados dos alunos para OCDE e UE verem. Critica o aumento exponencial das funções administrativas e burocráticas dos professores e propõe o regresso à centralidade da missão de ensinar. Opõe-se à criação das "tangas" e "tralha" curriculares que dão pelo nome de projectos curriculares de escola, projectos curriculares de turma, planos educativos individuais e outras papeladas e grelhas com siglas complicadas que têm vindo a criar a ilusão de que é possível aprender sem esforço. É um acérrimo defensor de um currículo centrado no cânone cultural, artístico, humanístico e científico. Um opositor declarado da aldrabice pedagógica que dá pelo nome de aprendizagem de competências. Um defensor do professor intelectual. O professor que ensina conteúdos porque é o garante da transmissão do legado civilizacional.

MLR sem resposta



Intervenção da deputada Cecília Honório , do Bloco de Esquerda na audição da ministra de Educação, no Parlamento

MLR não quer acordo, para já ...

Maria de Lurdes Rodrigues promete avançar com modelo simplificado
Ministra diz que sindicatos não apresentaram "proposta verdadeiramente alternativa" -A ministra da Educação disse hoje que os sindicatos não apresentaram “nenhuma proposta verdadeiramente alternativa” para a avaliação dos professores e que aceitar as suas sugestões representaria “um regresso ao passado”, pelo que promete avançar com o modelo simplificado que propôs.

“O Governo reforçou a sua convicção quanto à importância de prosseguir com o seu modelo de avaliação, com as medidas de simplificação já anunciadas”, anunciou Maria de Lurdes Rodrigues, acrescentando que será aprovado “brevemente” o decreto que regulamenta as alterações anunciadas há quase três semanas.

De acordo com a ministra, a proposta apresentada esta tarde pela Plataforma Sindical “cabe, basicamente, numa folha A4” e contempla sobretudo a auto-avaliação pelos docentes, sem observação de aulas e sem envolvimento da direcção da escola, nem qualquer possibilidade de distinção do mérito, correspondendo, assim, “a um grave regresso ao passado”.

“Os sindicatos não apresentaram nenhuma proposta verdadeiramente alternativa para uma avaliação credível dos professores. Era minha convicção no passado, e é agora ainda mais, que nenhuma razão pode ser invocada para se suspender o modelo de avaliação”, acrescentou, admitindo que a divergência com os sindicatos se mantém “grande” no que diz respeito a esta matéria.

Comentário : MLR , em declarações à imprensa, declarou que os Sindicatos tinham apresentado uma proposta de avaliação que cabia numa folha A4. Se o intuito dela foi menosprezar essa proposta, então deve saber que o seu orientador José Pinto de Sousa , fez o exame de Inglês Técnico também numa folha A4 e, ainda por cima, enviada por fax...se fosse hoje, teria enviado por e-mail...Ah, estas cabecinhas loucas...

Thursday, December 11, 2008

Não há deputados de substituição?

Mais um cartoon de Antero Valério

Entre 2005 e 2007 Portugueses perderam poder de compra

Dados do INE elaborados com base no EurostatPortugueses perderam poder de compra entre 2005 e 2007 e estão na cauda da Zona Euro -
Estes dados não incluem este ano de forte abrandamento económico, em particular do consumo. Os portugueses perderam poder de compra entre 2005 e 2007 relativamente à média da União Europeia e Portugal surge na cauda da lista dos 15 países da Zona Euro, com o pior poder de compra de todos, nos 76,2 por cento, segundo dados hoje apresentados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
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O Produto Interno Bruto (PIB) por habitante expresso em Paridades de Poder de Compra (PPC) elevou-se no ano passado a 76,2 por cento, face à média europeia, de acordo com as estimativas do INE que têm por base informação do Eurostat.
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Esta avaliação não inclui os dados deste ano, onde se verifica uma deterioração acentuada das condições económicas das empresas e das famílias, dificuldades acrescidas de acesso ao crédito e o agravamento do preço dos produtos alimentares e dos combustíveis até, pelo menos, Outubro deste ano.
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Em 2005, o poder de compra português correspondia a 76,9 por cento da média da UE (valor final apurado) e em 2006 era de 76,4 por cento, de acordo com as estimativas elaboradas pelo gabinete de estatísticas da União Europeia.
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Comentário : Parece-me que o sr. Sousa não fica muito bem nesta "fotografia". 2005 a 2007, são anos do seu consulado, e o Eurostat não abona nada de bom sobre eles. Mas como ele é um verdadeiro artista de circo, há-de dizer que a culpa "foi dos outros"... Resultado: os sacrifícios impostos aos portugueses foram em vão...

O Governador do Banco de Portugal

O mais bem pago governador de um banco central na UE, o extraordinário dr. Constâncio, começou o dia a dizer que não íamos entrar em recessão técnica. Depois alguém lhe deve ter mostrado umas "fichas" - diferentes daquelas que costumam mostrar a Pinto de Sousa - e Constâncio lá admitiu que até ao final do ano a coisa "borrega". Dois trimestres consecutivos de crescimento negativo é no que dá, apesar da "prudência" politicamente correcta do governador. As coisas são, afinal, o que são. E nem sempre são aquilo que as "fichas" dizem.

O estado da nação

Um país de papagaios. Uma sociedade desenvergonhada. Um lugar que, a cada hora que passa, fica a dever mais dois milhões de euros ao estrangeiro, fora os juros. Henrique Medina Carreira explicou, com desenvoltura e ironia, o "estado da nação" e a razão por que não acredita na propaganda de Pinto de Sousa , alguém que ele não leva a sério ao contrário do empertigado Gomes Ferreira da SIC-Notícias. Dispensa comentários.

Wednesday, December 10, 2008

Na Polícia, o valor das multas conta para a avaliação do desempenho

"Já sabíamos que na ASAE, as apreensões, coimas e levantamento de contra-ordenações estavam inscritas como objectivos, agora ficamos a saber que na Policia o valor das multas cobradas conta para a avaliação de desempenho. Que melhor forma haverá de fazer com que sejam os próprios policias a incentivar a transgressão e o crime? (...)"
(We Have Kaos in the Garden,
Quando o crime convêm )

Maria do Rosário Gama escreve sobre a avaliação simplex

O memorando de entendimento que, em Abril do corrente ano, foi assinado com a plataforma sindical, onde foram acordadas as condições de aplicação do modelo de avaliação neste primeiro ciclo avaliativo, foi na altura recusado por muitas escolas, entre as quais a Escola Infanta D. Maria que, de certo modo, já anteviam este desfecho.
Apesar do Ministério afirmar que foram ouvidos todos os intervenientes e parceiros do sistema educativo, identificou alguns problemas mas não identificou, ou não quis reconhecer, o principal problema:
Este modelo de avaliação carece de racionalidade pedagógico-didáctica ! O pedido da suspensão do modelo foi feito pelos 120 000 professores no dia 8 de Novembro (já o havia sido feito em 8 de Março), exprimiu-se nas diferentes reuniões do Ministério com os Conselhos Executivos, foi feito por algumas associações de Pais a que se junta agora a CONFAP (“não se pode suspender algo que já está parado!”) foi feito por toda a oposição, pelo Conselho das Escolas, pelo Sindicato dos Inspectores da Educação. Afinal, a auscultação pela equipa ministerial serviu para dizer que nenhum dos que pedem a suspensão estão certos e, “lavando as mãos”, gritam com a voz de “um deus ex-máquina”: vamos simplificar o modelo. Deste modo, a opinião pública afirmará:
a Ministra cede, os professores não! Isto é absolutamente falacioso e passamos a explicar porquê:Embora as diferentes medidas, isoladamente sejam razoáveis e susceptíveis de serem aceites pela opinião pública como um avanço no sentido de resolver o impasse, de facto, A SIMPLIFICAÇÃO NÃO O RESOLVE.
1º medida do simplex :
Garantir que os professores, sempre que o requeiram, possam ser avaliados por avaliadores da mesma área disciplinar
Vejamos um caso concreto na Escola Secundária Infanta D. Maria: a coordenadora do Departamento de Ciências Sociais e Humanas é do grupo disciplinar de Geografia; delegou competências numa professora titular de Economia e numa professora titular de Filosofia para avaliarem os respectivos professores do grupo de recrutamento. A coordenadora de Departamento, de acordo com o inicialmente previsto teria a cargo a avaliação dos colegas de Geografia (3) dos colegas História (5) e ainda as duas colegas em quem delegou competências (10 no total). Com a simplificação do modelo e a possibilidade de os avaliados poderem ter avaliadores da mesma área disciplinar (grupo de recrutamento), os cinco professores de História podem fazer essa exigência. Não havendo nenhum professor titular em quem delegar competências, um professor de História, não contratado, poderá ser nomeado titular em comissão de serviço e avaliar os seus colegas.De acordo com a medida nº 7 do “simplex” há que Clarificar o regime de avaliação dos avaliadores. Assim, a Coordenadora do Departamento de Ciências Sociais e Humanas, as duas titulares em quem delegou competências e a professora de História, avaliadora não titular (titular em comissão de serviço), passarão a ser avaliadas apenas pelo Conselho Executivo. A Coordenadora do Departamento de Ciências Sociais e Humanas passará assim a avaliar só as três colegas de Geografia e alguma de História que “prefira” a sua avaliação (!!!)No que se refere às quotas máximas, as 4 Coordenadoras de Departamento poderão aceder a um Excelente, um Muito Bom e dois Bons; as avaliadoras titulares e os professores avaliadores não titulares (titulares em comissão de serviço), em quem foram delegadas competências, terão como percentagem máxima de quotas, 5% de Excelentes e 20% de Muito Bons. A professora (de História, por exemplo) não titular, mas avaliadora, irá concorrer a vagas de titular tal como os restantes professores que ela poderá avaliar. Como para aceder a estas vagas a classificação é um factor importante, pelo menos para desempate, a professora avaliadora titular em comissão de serviço, irá avaliar com interesse em causa própria.Os professores avaliados só poderão candidatar-se a Excelente ou Muito Bom se tiverem aulas assistidas pela avaliadora, enquanto que esta não necessita dessa condição para se candidatar a Excelente ou Muito Bom.Esta situação repete-se noutros departamentos, por exemplo, no Departamento de Línguas, só existe um professor de Espanhol: se ele quiser ser avaliado por um da sua disciplina tem que se ir procurar noutra Escola da cidade um avaliador. E se cada professor de Espanhol quiser ser avaliado por um professor de Espanhol, avaliam-se uns aos outros?Se as divisões, conflitos e tensões já existiam, pioram ainda mais e o sistema em vez de simplificar, complica.
2ª medida do “simplex”
- Não considerar o parâmetro referente ao progresso dos resultados escolares e à redução das taxas de abandono escolar.
Esta era uma medida reclamada pelos professores que, levava a que cada professor, no início do ano, tivesse que “prever” os resultados finais dos seus alunos tendo em conta o ponto de partida. Assim, traçaria os seus objectivos considerando o progresso nas aprendizagens, a evolução da classificação da sua disciplina face às restantes disciplinas, face às classificações da mesma disciplina/ano e ainda face à avaliação externa (neste caso só para as disciplinas com exame). No final do ano, não se poderia afastar dos objectivos traçados, pois isso conduziria a penalização do professor. Resolvia-se facilmente de uma forma administrativa…
.3ª medida do “simplex”
- Promover a simplificação dos instrumentos de avaliação
Não havia alternativa senão simplificar: Para preencher, por exemplo, a ficha de avaliação do Conselho Executivo respeitante a cada um dos professores da Escola, os instrumentos de registo tinham 95 descritores se fossem considerados todos os parâmetros, subparâmetros e itens. Note-se que nestas fichas havia 5 parâmetros, 13 subparâmetros e 23 itens. Exceptuando o subparâmetro A1, para cada um dos restantes itens houve que encontrar descritores a fim de, em cada um deles, classificar cada professor de acordo com os valores propostos pela tutela: 10, 8, 7, 6 ou 3.É de referir que, para além da ficha do Conselho Executivo, foi necessário elaborar instrumentos de registo que permitissem preencher outras cinco (!!!) fichas tão complexas como esta!!!Neste momento, com o final do 1º período, torna-se impraticável voltar de novo a rever fichas e a encontrar novos descritores.Esta medida denota o afastamento da realidade das Escolas, por parte do legislador, quando propõe fichas como aquelas que levaram horas e horas de trabalho sem possibilidade de, na prática, virem a ser aplicadas e portanto é o reconhecimento (não assumido publicamente) da parte da tutela da inexequibilidade deste processo.
4ª medida do “simplex”
- Dispensar, em caso de acordo, a realização de reuniões entre avaliador e avaliado
Estas reuniões poderiam contribuir para a parte formativa da avaliação, se de facto este fosse um processo formativo.
5ª medida do “simplex”
- Tornar voluntária a avaliação da componente científico-pedagógica
Esta componente constitui requisito necessário à obtenção das classificações de “Muito Bom” e “Excelente”; retirá-la, significa reconhecer que o que é importante para esta equipa ministerial é a componente organizacional e não a verdadeira essência do que é ser Professor, ou seja, a sua preparação cientifico-pedagógica e a relação com os alunos. Para um professor ser BOM basta ser assíduo, participar na vida da Escola, participar em acções de formação contínua e ter boa relação com a comunidade!!! Se a finalidade deste modelo de avaliação é melhorar o ensino-aprendizagem, esta medida contradita de forma clara essa dimensão.
6ª medida do “simplex”
- Reduzir o número mínimo de aulas a observar
A redução de 3 para 2 aulas a observar, não constitui cedência, uma vez que estava prevista a observação mínima de uma aula por período. Como o 1º período já está no fim, é normal que haja redução para duas aulas a observar, uma em cada um dos períodos restantes!
7ª medida do “simplex”
Clarificar o regime de avaliação dos avaliadores –
Já foi referido em conjunto com a 1ª medida.
8ª medida do “simplex”
Alargar as acções de formação contínua consideradas na avaliação
Com a fusão dos centros de formação, chegamos ao final do 1º período sem ofertas formativas e por isso é necessário recorrer a acções de formação, realizadas em anos anteriores, acreditadas e que não tenham sido utilizadas em anteriores avaliações. A proposta do Ministério, ao atribuir a menção de Bom nos casos em que não exista classificação destas acções, remete para algo que já observámos “do outro lado do Atlântico”…. Serve tudo, desde que no final haja uma nota!!!
9ª medida do “simplex”.
Melhoria das condições de trabalho para os avaliadores
Os avaliadores têm uma sobrecarga de trabalho que justificaria para todos, redução da componente lectiva. Com o horário lectivo sem qualquer redução, como é o caso dos avaliadores em fim de carreira, estes têm o mesmo número de turmas que os restantes colegas e, necessariamente, o mesmo número de provas para realizar, de testes para corrigir, de aulas para preparar. Como se isso não bastasse, ainda são chamados para umas acções de formação, em horário pós-laboral, incluindo sábados durante todo o dia. Esta situação deveria ter sido prevista antes e não nesta altura do ano em que, a única saída para mascarar o problema é a possibilidade de “remunerar, através do pagamento de horas extraordinárias”.Com a componente lectiva completa, cada vez que um professor avaliador assista às aulas de um colega, os seus alunos terão aulas de substituição, nem sempre garantidas por um professor da mesma disciplina!!!Finalmente, fica bem claro que esta “avaliação inspirada em modelo chileno” tem como objectivo último atribuir quotas, fundamentais para impedir o acesso de 2/3 dos professores ao topo da carreira. De facto o que o Ministério pretende é uma classificação por quotas absolutamente administrativa e não uma avaliação que cumpra os objectivos consignados no artigo 40.º do Estatuto da Carreira Docente (Decreto-Lei n.º 15/2007, de 19 de Janeiro) dos quais destacamos “Melhorar a qualidade das aprendizagens e dos resultados escolares dos alunos”.Para haver mérito não são necessárias quotas. A avaliação é formação, evolução, melhoria. Nada disto está presente nem no modelo, nem no “simplex” que o Ministério procura impor às Escolas.Se o Ministério pretender continuar a defender a política economicista patente no actual modelo de avaliação, então para a progressão na carreira, defina um procedimento concursal, com ou sem quotas, mas acabe com mais uma das muitas injustiças que está a impor, para mais tarde reconhecer o erro e ter que voltar atrás: Acabe com as quotas na avaliação de desempenho, limite-se a definir os critérios do mérito, e que este seja atribuído a quem realmente o mereça.
Maria do Rosário Gama
Professora na Escola Secundária Infanta D. Maria - Coimbra

Um post bem conseguido - de Paulo Guinote

Trata-se, neste momento, de um mero desforço pessoal, usando para isso o aparato do Estado. José Sócrates gosta de banqueiros, de empresários, do homo tecnologicus,mas arrepanha-se-lhe tudo se lhe falarem de um professor, daqueles normais, pessoa com qualificação superior que dedicou a sua vida profissional a transmitir conhecimentos aos mais jovens, de formas mais ou menos convencionais, que tem brio no seu trabalho, que quer que os seus alunos se esforcem, que gosta de ver esse trabalho retribuído com os resultados desses mesmos alunos, mas sem truques estatísticos, que não recebe trabalhos por fax tecnológico em papel timbrado. Um modelo de professor que parecerá anacrónico. Detestável mesmo. Que urge extinguir. Castigar. eliminar.
Excelente análise. De facto Pinto de Sousa gostaria de "desenhar" a sociedade segundo a sua visão social: todos terão sempre uma nova oportunidade. E serão felizes...Nesta ingenharia social, a tradição, o conhecimento acumulado, o saber, o estudo, as convenções sociais e as leis não empecilhos à política das novas oportunidades, perfeitamente removíveis por uma maioria absoluta .
"O mundo de cada um é os olhos que tem"

Tuesday, December 09, 2008

Igreja Católica defende que voz dos professores deve ser ouvida

O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), padre Manuel Morujão, afirmou hoje que existem "problemas de audição" na Educação, defendendo que a voz dos professores tem de ser ouvida.
"Tem havido problemas de audição, de ouvir as vozes que gritaram forte e, certamente, não gritaram tanto contra, mas em favor de um melhor projecto de educação", afirmou o responsável no final de uma reunião que juntou o presidente da CEP, D.Jorge Ortiga, e representantes de oito dos onze sindicatos que integram a Plataforma Sindical dos Professores.
O secretário da CEP reconheceu que se sente um "mal-estar profundo" na Educação, que não se circunscreve ao modelo de avaliação dos professores ou à carreira docente, bastando para o reconhecer "abrir os olhos, os ouvidos e o coração".Fonte: RTP1, 9/12/08

As cadelas apressadas parem os filhos cegos ( Vox populi )

A pressa sempre foi má conselheira e, na guerra, uma fonte inesgotável de desaires para os contendores.
Nesta verdadeira guerra que o ME e o governo liderado por Pinto de Sousa declarou aos professores portugueses, praticamente desde que tomou posse, houve um tempo em que perdemos imenso terreno e em que os coveiros da Escola Pública de Qualidade para Todos (governo, opinon makers e restante tropa de choque) estiveram quase a conseguir atingir os seus objectivos.
Felizmente, embora com enormes custos e sacrifícios, os professores foram capazes de se reagrupar, organizar e reagir. Os últimos doze meses têm sido de luta árdua, mas que finalmente conseguiu inverter a tendência de supremacia governamental e de derrota dos professores.
Hoje somos nós quem detém a iniciativa, tendo conseguido finalmente remeter Pinto de Sousa, Maria de Lurdes Rodrigues e os seus secretários para a defensiva.
Esta inversão do curso da guerra, que começou a desenhar-se em 8 de Março, não nos pode distrair do essencial: esta guerra só será ganha quando houver um governo disposto a revogar toda a legislação aprovada pelo governo Pinto de Sousa, e isso só acontecerá se forem criadas condições para uma mudança de voto nas próximas eleições legislativas.
Percebo que muitos professores se sintam justamente indignados e cansados, desejando um fim rápido para o conflito. Admito até que haja vontade de fazer pagar aos responsáveis do ministério as malfeitorias que promoveram nestes 3 anos. Só que a pressa leva-nos a erros de avaliação que podem vir a revelar-se catastróficos para os nossos interesses.
Não podemos voltar a repetir os erros de avaliação que podiam ter deitado tudo a perder depois da assinatura do memorando. Muito mais avisado é saber resistir às provocações que fazem parte da estratégia do governo nesta fase de desespero. É por tudo isso que falar de um “novo entendimento” é um enorme disparate e, pelo contrário, o que importa relevar é a assumpção de uma postura combativa em cada escola, que se traduza na fomulação apresentada pelo Paulo Prudêncio:
a luta deve continuar no local fundamental: dentro de cada uma das escolas. Desde logo, pela recusa da proposição inicial do modelo de avaliação de desempenho: a entrega de um qualquer número de objectivos individuais
E já agora, pela participação na discussão e elaboração de moções que reafirmem essa recusa, dando resposta à sugestão da Plataforma Sindical de realizar reuniões nas escolas no dia 11 de Dezembro.
Até porque, agora, quem tem pressa é o governo, por causa das eleições. Nós temos todo o tempo do mundo para continuar a defender a Escola Pública Republicana e Laica, a Qualidade do Ensino para Todos e a Dignidade da Profissão Docente. Contra este governo e contra qualquer outro que queira dar continuidade aos disparates legislativos dos últimos anos.

Imprensa internacional faz eco das manifestações dos professores portugueses

La escuela está que arde. Una palabra maldita, evaluación, ha movilizado a los docentes. El 8 de noviembre, 120.000 maestros tomaron las calles de Lisboa para protestar. En marzo se habían manifestado 100.000. Hay unanimidad al señalar el malestar: el Estatuto de la Carrera Docente, de 2007, que divide el profesorado entre maestros titulares y maestros a secas, a partir del balance del trabajo realizado los últimos siete años. Y muchos llevan más de 20. Una evaluación que valora más a quien ocupa un cargo que a quien imparte clases.
Fonte: El Pais Online, de 8/12/08
Comentário
O modelo burocrático de avaliação é completamente estranho aos restantes países europeus. Em Espanha, existe uma prova rigorosa para entrada na profissão. É um prova nacional a que têm de candidatar-se todos os aspirantes a professores. A prova pode ser repetida várias vezes. Quando os diplomados saem das faculdades de educação, começam a preparar-se afincadamente para a realização da prova nacional. Uma vez vencida a prova, o professor não é sujeito a um modelo formal de avaliação de desempenho. As escolas é que são objecto de avaliações externas rigorosas. E essas avaliações externas das escolas têm consequências. Quando um professor não está a desempenhar bem as suas funções, é requerida uma inspecção. No caso de o professor ser completamente incapaz de melhorar as suas práticas pode ser objecto de um processo de reclassificação profissional.
Nos restantes países europeus, os professores não perdem tempo a brincar às avaliações dos colegas. O tempo dos professores é inteiramente dedicado aos alunos. Não admira, portanto, que a imprensa internacional diga que a escola portuguesa está a arder. E está. E o incendiário tem nome: José Pinto de Sousa.

Saturday, December 06, 2008

Ex- ministros envolvidos em negócios suspeitos

Dias Loureiro e Jorge Coelho accionistas de empresas envolvidas em fraude.
Ver noticia

Derrapagens nos orçamentos

Seguindo o péssimo exemplo do CCB, a Casa da Música apresentou uma derrapagem de execução financeira de 228%.
Prevista e orçamentada para custar cerca de 33,9 milhões de euros, o custo final saldou-se por um encargo total de 111,1 milhões de euros.
Pior ainda que os 77,2 milhões de derrapagem é o facto do custo final ter sido 3,3 vezes superior ao inicialmente previsto. É "obra" (que deve, como habitualmente, ter sobrado para uns quantos.). Além de ter ficado concluída com 4 anos de atraso...
Um desvio de 8% na realização dum investimento não é brilhante, mas é aceitável. Se o desvio já é de 28%, isso não abona nem em favor da equipa de orçamentação nem da equipa de execução.
Mas quando o desvio é de 228%, essa situação é perfeitamente inqualificável. Embora, neste caso, tenha havido mudanças de (des)governo e consequentes alterações ao projecto. O que se não passou relativamente ao CCB, obra em que o desvio de execução financeira terá sido superior a 400%. Foi "obra" ainda maior. Quando era Secretário de Estado da Cultura um dos putativos candidatos à Câmara Municipal de Lisboa...
É este o País em que vivemos, são estes os dirigentes que nos governavam e governam.
Daí que casos como os do BPN e BPP e respectivas relações e "ligações perigosas" não sejam assim tão surpreendentes.

Friday, December 05, 2008

Os manos Martins

Tudo indica que a "solução" para as minas de Aljustrel (também) passa por Jorge Coelho. Depois de em Maio terem feito o habitual número do "anúncio", Pinto de Sousa e Pinho garantiram o "renascimento" da actividade das minas como um exemplo da "confiança" que nós, portugueses, deveríamos ter em nós próprios. Passaram uns escassos meses e a "confiança" feneceu bem no fundo das minas. Agora Pinho correu rumo a Aljustrel para apresentar uns tais manos Martins como a solução do problema mas não dá a certeza de que, efectivamente, os manos Martins sejam a solução. Os Martins estão à frente de uma empresa da "galáxia" de que Jorge Coelho é "CEO". Mudou apenas de nome. Pinho, uma barata tonta, parece o estafeta deste "negócio". Era bom, já que têm a mania que são donos da "consicência social", que todos estes socialistas se deixassem de cálculos e tratassem, finalmente, das pessoas e não das pessoas deles.

Credibilidade e inutilidade de alguns deputados

Trinta dos deputados da dra. Ferreira Leite baldaram-se à sessão parlamentar em que, se estivessem presentes, teria sido aprovada a suspensão do processo de avaliação dos professores graças às baldas e a cinco votos favoráveis de deputados da maioria "rosa". A "credibilidade", lema pelo qual Ferreira Leite se candidatou ao leme do PSD, também passa por evitar cenas deste género naquela a que chamam a "casa da democracia". Começo a dar razão a Maria Filomena Mónica. Basta um deputado por cada partido em vez de duzentas e tal inutilidades.

Glogalização, " Nova Admnistração Pública" e políticas de contenção de despesa pública

O governo Pinto de Sousa, embora envolto na bandeira do “socialismo democrático” e da “social democracia do século XXI”, também conhecida como 3ª via, vai cumprindo o papel que lhe é ditado pelas instâncias de regulação supranacional (UE, OCDE, FMI/BM), acalentando a esperança de que sobrem ainda alguns lugares bem remunerados para os seus membros, a exemplo do que tem acontecido com Guterres, Durão Barroso e Sampaio.
O problema grave é que a conjuntura mudou e as pessoas, isto é, o povo que vota, paga impostos e suporta a ignomínia destas personagens, começa a estar farto de os aturar.
Esperemos que ganhem juízo, para que se evite o que aconteceu no Chile pós Pinochet, onde a ministra da educação (inspiradora do modelo de avaliação de Maria de Lurdes Rodrigues) se sujeitou a este embaraço:

Thursday, December 04, 2008

Modelo de avaliação chileno não está a resultar no Chile


A ministra da educação chilena foi agredida por uma aluna. Sabia que os professores chilenos travam uma greve por tempo indeterminado contra as políticas neoliberais do Governo chileno? Os professores chilenos travam uma luta, há várias semanas, contra uma avaliação de desempenho que é igual à que o Governo de Pinto de Sousa quer impor aos professores portugueses. Tal como os professores do nosso país, os docentes chilenos não dão tréguas a uma política educativa que promove o empobrecimento, aumenta a carga horária semanal e burocratiza as funções docentes. Os alunos chilenos, por sua vez, lutam, nas ruas e nas escolas, por vezes de forma violenta, contra a degradação da qualidade das escolas públicas. Lá como cá, as políticas neoliberais contra a escola pública e os professores estão a ser conduzidas por dois partidos que se dizem socialistas. Veja aqui o vídeo que mostra uma aluna a lançar um jarro de água para cima da ministra..

Pela blogosfera- O governo deve " parar para pensar" artigo de Daniel Bessa

Da notícia do Jornal de Notícias Daniel Bessa: Governo deve "parar para pensar" podem-se extrair algumas ideias:
O Governo deve dirigir o grosso dos investimentos para as exportações, em prejuízo das grandes obras públicas que vêm sendo anunciadas.O país importa muito mais do que exporta e a diferença equivale a 10% do Produto Interno Bruto (PIB), o que o obriga a sobre-endividar-se no estrangeiro, para pagar aquela factura. Há 17 mil milhões de euros, por ano, que "saem mesmo da Banca portuguesa" e vão direitos aos bancos estrangeiros.No actual contexto de recessão internacional, que parece resolvido o défice de confiança dos cidadãos nos bancos, mas não o da confiança entre bancos, sobretudo, de países diferentes. "Os [movimentos] interbancários continuam em muito mau estado".A garantia de 20 mil milhões que o Governo deu à banca nacional foi uma boa medida, para esta conseguir dinheiro emprestado no estrangeiro, mas frisou que ela não dura para sempre e, em breve, "teremos de ouvir mais notícias do Estado português"...
Considerou ser "tempo de olhar para as debilidades estruturais", e defendeu que a economia portuguesa só ultrapassará a crise, se conseguir diminuir o défice das transacções correntes. "Precisamos, como de pão para a boca, de pôr dinheiro em coisas que exportem"."O nó górdio desta crise continua no sistema financeiro". O antigo ministro começara justamente por observar que a actual crise "é diferente das outras", porque "deixou a própria banca em condições de não se poder financiar", para concluir que, "se o dinheiro não circular no sistema financeiro, a crise não se resolve".
NOTA: Estamos numa situação difícil que não se compadece com pequenos remendos, nem paliativos. É preciso um estudo imparcial, isento, competente, sem preconceitos partidários, com dedicação aos verdadeiros interesses nacionais, com vista a encontrar a solução estrutural que vá ao encontro de um Portugal que seja melhor amanhã e que possa continuar a desenvolver-se no futuro.

Agenda, dia 6 de Dezembro


Mais dois cartoons de Antero Valério




Pedreira e Lemos já querem negociar. A ministra "anarquista" está em parte incerta

Na manhã de ontem, Jorge Pedreira manifestou disponibilidade da tutela para prolongar por mais "alguns anos" o modelo simplificado do Governo - o tal que os sindicatos já recusaram. À tarde, Valter Lemos garantiu que, "como sempre", o ministério está "inteiramente disponível" para negociar e que é à posição de "intransigência" da "plataforma" que se deve o actual impasse.
No que cada vez mais se assemelha a uma "conversa de surdos", os argumentos das partes não deixam de revelar uma notável coincidência. Cerca de hora e meia depois, Mário Nogueira considerou que os cerca de 132 mil professores que ontem fizeram greve (94%) reforçam a posição da "plataforma" para... negociar. Essa é, aliás, a grande vontade dos sindicatos, acrescentou, um processo de negociação "sério e aberto". "O ministério tem de aceitar negociar sem condições prévias, ao contrário do que tem feito, e ainda por cima colocando o ónus da intransigência nos sindicatos", acusou.
Para as 11 organizações reunidas na "plataforma", o reconhecimento de que esta foi "uma greve significativa" implica que se tirem as devidas consequências. E esperam que isso aconteça nos próximos dias, dado o "nervosismo" que detectaram nas palavras de Valter Lemos.
Fonte: DN, 4/12/08
Comentário
Com a ministra fora de combate, é o Pedreira e o Lemos que dão a cara. Mais o primeiro do que o segundo. Mas o primeiro já copiou os tiques autoritários da ministra e cada vez que abre a boca lança mais gasolina para a fogueira. É uma equipa incendiária e politicamente incapaz. Não fosse a teimosia e a arrogância de Pinto de Sousa , e o trio já tinha sido despedido. O senhor Sousa é o principal culpado da anarquia instalada nas escolas. É ele o responsável pela confusão reinante. Como afirmou, ontem, Ana Benavente, no jornal da RTPN, Pinto de Sousa tem consciência do mal que está a fazer à escola pública. É premeditado. Quanto mais anarquia e confusão houver nas escolas públicas, mais pais colocarão os filhos nas escolas privadas. Tem tudo a ver com o défice. Com estas manobras, o senhor Sousa consegue reduzir os gastos com a educação. É por isso que lhe convém manter uma ex-anarquista à frente do ME. Nada melhor do que uma equipa incendiária, comandada por uma ex-anarquista que afirma ainda sê-lo, para lançar a confusão. Depois da redução dos custos com os salários dos professores, por via do congelamento e das quotas, é agora a vez de lançar mão da "bomba atómica": infernizar de tal modo a vida nas escolas que os pais se vêem na necessidade de colocarem os filhos nas escolas privadas. E pagam, claro!