Monday, December 29, 2008

Autarquias recusam assumir os custos da propaganda do Governo ( computadores Magalhães )

O Governo queria dividir a despesa do e-escolinha, que distribui os 'Magalhães', com autarquias, que recusam pagar assinaturas caseiras de Internet. E as 230 mil inscrições registadas até hoje deixam antever que terá de ser o dinheiro do Orçamento estatal a compensar o investimento das operadoras. As câmaras municipais recusam pagar a factura do acesso à internet do Magalhães, como pretendia o Governo. As Direcções Regionais de Educação do Norte e Centro enviaram propostas por escrito a todas as autarquias para que estas pagassem o acesso dos alunos à Net em casa, o que implica o pagamento, em média de 50 euros pelo modem e 250 por cada ligação. Com esta medida, o Governo pretendia dividir com as autarquias a factura a pagar no futuro às operadoras que estão a financiar o projecto. O Executivo comprometeu-se a compensar as empresas de telecomunicações, caso o que elas estão a investir a fundo perdido não seja suficiente para pagar o e-escolhinhas (programa que gere a atribuição dos computadores).
A possibilidade de José Sócrates ter de pagar do cofres do Estado é cada vez mais certa: é que, além da recusa das câmaras, neste momento apenas 230 mil pais se inscreveram- para receber o Magalhães - menos de metade dos 500 mil pretendidos até final do ano lectivo . Por outro lado, só foram entregues 35 mil Magalhães em todo o País.
Este cenário significa que muito dificilmente se conseguirá atingir a quantidade de assinaturas suficiente para evitar o pagamento da factura por parte do Governo.
E as autarquias não estão dispostas a suportar estes custos. A Câmara Municipal de Paredes confirma que recebeu um e-mail da Direcção Regional de Educação do Norte com a proposta do Governo para o pagamento das mensalidades de internet dos alunos do 1º ciclo com o computador Magalhães. Essa nota, revela o vereador da Educação Pedro Mendes, referia ainda que a autarquia seria contactada, por um dos operadores de internet. Porém, tal contacto nunca chegou a realizar-se. Mesmo assim, Pedro Mendes afasta desde já a possibilidade de a Câmara Municipal , que é responsável por cinco mil alunos, aceitar a sugestão do Governo.
Guilherme Pinto, presidente da Câmara de Matosinhos, disse ao DN que considera "um bocadinho caro" o investimento de 500 mil euros por ano em modems e ligações à Internet, o que o leva a adiantar apenas que a autarquia está "em discussão" com o Governo. Já para o autarca da Maia, Bragança Fernandes, pagar a factura do magalhães"não é uma responsabilidade das câmaras", que actualmente assistem a "questões sociais terríveis" que implicam investimentos prioritários.
Fonte: DN Online de 29/12/08
Comentário
Equipar todos os Magalhães com Internet custaria ao município de Gaia quase um milhão de euros por ano,
Na área de jurisdição da DREC, a Câmara da Guarda recusou pagar 600 mil euros por ano para os alunos terem ligações à internet, "fora das escolas".
Um pouco por todo o lado, as autarquias recusam assumir os custos da propaganda do Governo. Até hoje, só foram entregues 35 mil Magalhães. Muito longe dos números apregoados pelo Governo. Quando as pessoas se habituam a mentir, dificilmente conseguem falar verdade. Bem pode a DREN enviar emails para as autarquias. Os autarcas não são correia de transmissão do ME.Quando se fizer a história da maior campanha propagandística dos últimos 34 anos, ficaremos a saber qual foi o papel dos golden boys que se penduraram no Plano Tecnológico para venderem ao país a ideia falsa de que o futuro da Nação depende da oferta de banda larga às criancinhas. Esses golden boys, acabados de se licenciar pelo ISCTE e pela Faculdade de Economia da Universidade Nova, viram no PS e no Plano Tecnológico um seguro de vida: um passaporte para o futuro garantido. É vê-los a correr o país atrás do primeiro-ministro, em carros do Estado com direito a motorista do Plano Tecnológico. O chefe deles chama-se Zorrinho e já foi professor universitário. Agora é o chefe de orquestra de um ópera bufa chamada Plano Tecnológico.

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