Monday, February 28, 2011

Grupos de trabalho ( boys ligados ao governo )

Segundo o o Público, o governo inventou até agora cerca de 70 grupos de trabalho, comissões, observatórios, grupos consultivos, uma coordenação nacional e "estruturas de missão" (gosto particularmente do "som" destas últimas) que envolvem à volta de seiscentas pessoas, umas funcionárias públicas e outras não. Guterres foi o campeão destas inutilidades que apenas servem para os respectivos membros ornamentarem o currículo e, em alguns casos, comporem a mensalidade. Na maior parte dos casos, senão em todos, o Estado tem organismos para fazer o que esta bonzaria eminentemente "reflexiva" faz ou deixa de fazer. Até existe um grupo de trabalho para a "promoção da bicicleta", uma comissão para "promover uma adequada conexão entre a justica e o desporto", outra para "reflectir" (sic) sobre a certificação florestal"ou para "definir claramente o conceito de voto em mobilidade". Ridículo? Aparentemente, sim. Mas, entre nós, nada obedece forçosamente à lógica, ao rigor ou ao bom senso. E, depois, diz-se que a Europa é que deve dar "os passos certos" sob pena de nos afundarmos apesar da bondade patriótica do governo (o "esforço") e das suas "medidas". Como se nós não andássemos há anos a fazer mais nada a não ser "passos em volta", com a devida vénia a Herberto Helder.

Música de intervenção

Agora que todos andam a falar da Parva que sou d’ Os Deolinda, quem conhece esta do Paco Bandeira?

«Viva Portugal do “deixa andar”

Viva o futebol cada vez mais
Viva a Liberdade, viva a impunidade
Dos aldrabões quejandos e que tais
Viva o Tribunal, viva o juiz
E paga o justo pelo pecador
Viva a incompetência, viva a arrogância
Viva Portugal no seu melhor
Refrão:
Viva a notícia, da chafurda social
De que o Povo tanto gosta
Espectáculo da devassa
Viva o delator sem fuça
É a morte do artista
Viva a pepineira do «show-off»
Dos apresentadores de televisão
Viva a voz do tacho de quem vem de baixo
Do chefe do ministro do patrão
E viva a vilanagem financeira
E a licenciatura virtual
Viva a corretagem, viva a roubalheira
Viva a edição do «Tal & Qual»
Refrão
E viva a inveja nacional
Viva o fausto, viva a exibição
Da dívida calada, que hoje não se paga
Mas amanhã os outros pagarão
Viva a moda, viva o Carnavalolarilas, olarilolé
Viva a tatuagem, brindo à bebunagem
Que vai na Internet e na TV
Refrão
Calem-se o Cravinho e o bastonário
O Medina, o Neto e sempre o Zé
Viva o foguetório, conto do vigário
Que dá p’ra Aeroporto e TGV
Viva o mundo da publicidade
O «share» ou não «share» eis a questão
O esperto da sondagem, o assessor de imagem
Viva o fazedor de opinião»



Autêntica canção de "escárnio e mal dizer" é o esplendor de Portugal no seu pior. Só é pena que nenhum meio de grande audiência tenha dado por isso (anda no You Tube mas ainda não dei por ela em nenhuma Rádio ou Televisão). Porque será? Será por razões políticas, ou porque há demasiada gente a quem assenta a carapuça?

Como se faz um bom aluno: com trabalho, esforço, dedicação

Ao contrário do que muitas pessoas defendem, as tecnologias de informação e em particular a Internet não dispensam o aluno do trabalho, do esforço e da dedicação ao estudo. Nem tornam obsoletos os conteúdos das disciplinas nem eliminam a necessidade de memorização de nomes, factos, termos e ideias.
Por que razão é preciso mais?
As tecnologias da informação e a Internet são apenas instrumentos de trabalho que, bem usados, ajudam no acesso à informação. O processo de selecção, análise e crítica da informação e a transformação da informação em conhecimento e deste em saber têm de ser realizados pela mente do aluno e isso exige esforço, trabalho e dedicação.
No fundo, o que transforma um aluno fraco num bom aluno é apenas isto: trabalho, esforço e dedicação.
É essa a mensagem que o ME, os directores e os professores têm de transmitir aos alunos desde o jardim-de-infância até à Universidade. Não é com conversa mole sobre a igualdade e direitos que se consegue isso. É criando ambientes onde o respeito pelo trabalho, o gosto por fazer as coisas bem feitas, o cumprimento das rotinas, a formação de bons hábitos, a resiliência e a responsabilidade se cultivam no dia-a-dia.
As escolas estatais andam entretidas com outras coisas e a arquitectura da avaliação externa e da avaliação de desempenho docente desviam os directores e os professores do que é essencial, fixando-os no acessório, no faz-de-conta e na mentira.

Friday, February 25, 2011

O cábula vai à Escola



Já se percebeu bem que José Pinto de Sousa pretende arrastar o País para a responsabilidade de pagar juros altíssimos, incomportáveis a prazo, por se recusar a reestruturar a dívida pública a médio prazo e por continuar a adiar as reformas de emagrecimento do Estado.
Até agora tem sido principalmente o Banco Central Europeu e, a prazo, os contribuintes portugueses a suportar os custos da teimosia do ainda primeiro-ministro.
Mas o cerco está-se a apertar.
A Alemanha está farta de suportar o despesismo do Governo português, que ainda não percebeu (nem perceberá) que finanças sãs significa o Estado, normalmente, não ter despesas superiores às receitas e não lançar sobre as gerações futuras, ou outros povos, os encargos por endividamentos não reprodutivos e não sustentados na riqueza nacional efectiva.
A compra de votos que Pinto de Sousa despudoradamente fez com os aumentos da função pública em 2009 e os medicamentos gratuitos para os velhinhos (em 2010 o consumo de medicamentos em ambulatório desceu perto de 6%, enquanto os encargos do SNS subiram quase 10%. Contraditório? Não, simplesmente demagógico, criminosamente demagógico...), a escassos meses das últimas eleições legislativas, são bem a marca da sua (des)governação demagógica e irresponsável.
Agora, parece que Pinto de Sousa foi chamado a Berlim e, por mim, creio que a conversa com a Sr.ª Merkel não lhe será tão fácil como os exames com o “meu caro” reitor Eng. Luís Arouca.
Balão de oxigénio? Ultimatum? Diktat?
Só depois de 2 de Março saberemos, talvez, o que José de Sousa foi ouvir.
Seja como for, chegámos a um ponto tal que confio mais que a Sr.ª Merkel (também já um pouco desconfiada, na foto) defenderá melhor os interesses portugueses do que o licenciado Pinto de Sousa. É que pior do que ele já fez a Portugal é impossível. E tem de ser a Europa a obrigar o Estado português a equilibrar as suas contas, não do lado da receita, como fazem os socialistas, mas pelo da despesa, como faria qualquer governante patriota, sério e responsável perante o nosso futuro colectivo.

Governo está por semanas

A crer nesta notícia da capa da edição, de hoje, do SOL, estará para breve a queda do governo, face ao atestado de incompetência e de falência da governação baseada na mentira e na propaganda, tal como consubstanciado no recurso à "ajuda externa".
Apesar da crise e dos sacrifícios que nos esperam, a simples possibilidade de o país e, sobretudo, a escola pública, se ver livre de José Pinto de Sousa, é motivo suficiente para, na ocasião da queda, se abrir uma garrafinha de champagne.

Curiosa convergência

O juiz Carlos Alexandre estava a incomodar muita gente. Sobretudo muita gente poderosa. Por isso nada melhor do que neutralizá-lo. É isso que o Governo se prepara para fazer, através de mais uma habilidade e das inevitáveis manipulações estatísticas. A TVI contou bem o caso. Até porque ainda foi a tempo de o contar, pois o José Alberto Carvalho ainda lá não chegou.
Entre os poderosos que o juiz Carlos Alexandre incomoda está o incontornável Noronha do Nascimento, presidente do Supremo Tribunal de Justiça. O juiz Carlos Alexandre também teve o azar (ou a coragem) de lhe fazer frente, pelo que agora é ameaçado com um processo disciplinar. Tudo por causa das famosas escutas às conversas que Vara teve com José Pinto de Sousa.
Curiosa, no mínimo, esta convergência de ódios entre o Governo e presidente do Supremo Tribunal.

Tuesday, February 22, 2011

Lei do tabaco

Afinal, a avançada lei espanhola que proíbe o fumo em casa se lá estiver uma empregada doméstica a trabalhar, tem já consagração na ordem jurídica portuguesa, desde que foi aprovada a lei que proíbe o fumo em locais públicos. Para os defensores desta interpretação da lei, uma casa particular torna-se num espaço público enquanto lá houver um trabalhador em horário de trabalho, e só regressa à primeira condição após a saída deste. Nestas condições, parece-me que o legislador ficou aquém do que devia. Esqueceu-se, por exemplo, de proibir que se fechem as portas dos quartos à chave durante a jorna, já que, por definição, os espaços públicos não podem ter acesso vedado a ninguém. Os decibéis dos aparelhos de áudio e o ruído das televisões também devem ser alvo de controle e de limitações legais claras. A eventual prática de actos privados e íntimos dos donos da casa, em horário de trabalho das empregadas domésticas, deve ser proibida por atentado ao pudor realizado em espaço público. E as casas onde se fume fora do horário de trabalho devem ser higienizadas, os cinzeiros limpos com álcool e os sofás e carpetes desinfectados com produtos que evitem a permanência de substâncias tóxicas, de modo a que, no dia seguinte, quando o trabalhador regressar, tudo esteja alvo, limpo e livre de ameaças para a sua saúde. Aproveitando a circunstância para citar os clássicos, C. S. Lewis dizia que “de todas as tiranias, aquela exercida sinceramente em prol do bem das suas vítimas é talvez a mais opressiva”. Tinha toda a razão, como os portugueses já deviam ter percebido.

Avaliação de desempenho do pessoal docente

Como se imagina, não é nada fácil fazer listas das escolas ou agrupamentos que tomaram posição em relação à avaliação do desempenho. A APEDE já contou 71.

Sunday, February 20, 2011

Às vezes é preciso repetir o óbvio

"Fomos enganados durante seis anos", diz António Barreto. Talvez possa parecer o óbvio , mas nunca é demais repeti-lo perante os supostos números da suposta execução orçamental que são publicados na imprensa do regime antes de se tornarem (ou não) oficiais - e que depois são "confirmados" pelo primeiro-ministro. Fomos enganados durante seis anos por um primeiro-ministro incompetente e por um governo incapaz, acompanhados de uma imensa máquina de propaganda - e de alguns idiotas úteis de diversas proveniências, sempre em busca de um qualquer microfone ou de uma página de jornal à mão de semear.

Prova que não basta ser primeiro - ministro para ser bem educado

Vale a pena citar Soares dos Santos, um empresário que dá emprego a milhares de trabalhadores e contribui, ele sim, para o crescimento económico, apesar do governo miserável que temos: "os truques são para o Sócrates. Ele é dos políticos que gostam de truques. O nosso sucesso assenta em trabalho".

Friday, February 18, 2011

Campeonatos internos de jogos matemáticos


Alguns alunos em competição nas partidas decisivas




CAMPEÕES INTERNOS DOS JOGOS ESTRATÉGICOS
MATEMÁTICOS

Hex 11x11 2º ciclo João T. Fernandes 6B em 10-02-11

Ouri 3º ciclo Luís M. Ferreira 8D em 10-02-11

Gatos e Cães 2º ciclo João T. Fernandes 6B em 17-02-11

Rastros 3º ciclo João Sobral 8F em 17-02-10

Ouri 2º ciclo Gonçalo Pedro 6A em 03-02-11

Hex 11x11 3º ciclo João Dinis Ferreira 9A em 03-02-11


Irão representar a nossa Escola no Campeonato Nacional, que irá decorrer no ISEL- Lisboa em 18 de Março de 2011 os seguintes alunos: do 2º ciclo, Gonçalo Pedro do 6 A, em Ouri, Vítor Ferreira do 6B em Gatos e Cães , João Tiago Fernandes do 6 B em Hex.
Do 3º ciclo, João Dinis Ferreira do 9 A em Hex, Luís Ferreira do 8 D em Ouri, João Sobral do 8 F em Rastros.
Endereço oficial das competições em http://joaomaduro.blogspot.com/, marcador Jogos Matemáticos

Thursday, February 17, 2011

Simples boato ou não

A curiosidade se apascenta de notícias, e o mundo é um teatro de novidades
(Marquês de Maricá, 1773-1848).

A Net transformou a actual aldeia global num teatro de novidades com uma plateia avaliada em sete mil milhões de almas. Reza assim uma das últimas notícias que nela circula, e que se cita parcialmente:"Os políticos iam diminuir os vencimentos deles em 15%, não iam?
Pois iam, para inglês ver. Mas agora, no Orçamento, aumentaram-se em 20% nas despesas de representação e assim compensam aquele "sacrifício". Um truque tão antigo que é um escândalo. Mas passa sempre, porque as pessoas não se dão ao cuidado de pedir contas.”É invocado como fonte um estudo que o economista Eugénio Rosa fez em 20 de Outubro passado ao Orçamento de Estado para 2011:

Das duas uma, ou é verdade ou não passa de um simples boato. Caso não passe de boato que atinge o bom nome do país cumpre a quem de direito dar a conhecer aos portugueses a verdade dos factos. Se for verdade, cumpre a essas mesmas entidades apresentar uma razão justificativa (?). Ninguém melhor para o fazer que os governantes sempre responsáveis perante o tribunal da opinião pública.
Goebbels, ministro da propaganda de Hitler, afirmou que “uma mentira mil vezes repetida transforma-se numa verdade”. E um boato mil vezes repetido, sem ser desmentido, não se poderá transformar, também ele, numa verdade?
A ser verdade, será uma perigosa verdade a impor um banho moral, tão bem descrito pela pena de Eça em páginas de “Os Maias”:
“Estou como tu dizias aqui há tempos: ‘ Caiu-me a alma a uma latrina, preciso um banho por dentro!’Ega murmurou melancolicamente:
- Essa necessidade de banhos morais está-se tornando com efeito tão frequente!... Devia haver na cidade um estabelecimento para eles”.
Venha a água e o sabão para o banho moral...

Wednesday, February 16, 2011

619 Mil Desempregados

Segundo os últimos dados do INE, já há 619 mil desempregados em Portugal, o que corresponde a uma taxa de desemprego de 11,1%. É a primeira vez desde que há registos que a taxa de desemprego se situa acima dos 11%. Em comparação, no último trimestre de 2009 o número de desempregados era de 563 mil. Ou seja, 56 mil novos desempregados só no ano passado, dos quais 40 mil são mulheres.
Outro dado preocupante é o número de desempregados de longa duração (i.e., desempregados há mais de um ano), que não pára de aumentar. Já são 327 mil. Só em 2010, o número de desempregados de longa duração aumentou nada mais nada menos do que 20,8%. Esta tendência é bastante alarmante, pois é sabido que o desemprego de longa duração é mais difícil de combater.
Por região, as taxas de desemprego no último trimestre de 2011 variam muito No Algarve já há quase 15% de desempregados, enquanto em Lisboa (12,3%) e na região Norte (12,7%) a taxa de desemprego já está acima dos 12%. Em relação a 2009, o desemprego subiu em todas as regiões, com a excepção dos Açores:
Resumindo, o flagelo do desemprego está a aumentar a um ritmo muito preocupante. Infelizmente, este é um tema que, inexplicavelmente, continua fora da agenda política e é pouco retratado nos meios de comunicação social. Seria bom que os vários partidos começassem a dedicar mais atenção ao tema e apresentassem soluções concretas sobre como combater este enorme drama social e pessoal.

Banco de Portugal diz que" já estamos em recessão economica"

Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, lançou o alerta: "pode dizer-se que estamos em "recessão económica", afirmando que a solução pode estar nas exportações.
Em entrevista ao Diário Económico, o governador disse ainda que a recessão deve-se ao processo de ajustamento e de emagrecimento orçamental levados a cabo pelo Governo. Para Carlos Costa, era importante que "houvesse resultados claros de execução orçamental".
"Nem sempre somos os mensageiros que todos gostaríamos de ouvir, mas o mensageiro não modifica a mensagem. E se a mensagem é sólida e está tecnicamente fundamentada não se pode ignorá-la", afirmou o governador.
No entanto, Carlos Costa não quis deixar de elogiar Teixeira dos Santos afirmando: "Admiro francamente a resistência do nosso ministro das Finanças".
A solução para ultrapassar a recessão passa, segundo Carlos Costa, por um esforço de sustentabilidade das finanças públicas e pelo cumprimento dos objectivos definidos.

Comentário: Esta revelação só poderá causar surpresa ao sr. Pinto de Sousa e aos seus inúmeros "boys." Toda a gente sabe o país está em recessão económica, mas é bom que o governador do Banco de Portugal o declare. Não é como no tempo do Vitinho Constâncio, um verdadeiro "voz do dono"...

Monday, February 14, 2011

O mar por um canudo

Portugal tem duas fronteiras. A marítima, que em tempos idos nos proporcionou venturas, e a terrestre com Espanha que facilitou a perda da soberania na ordem externa a partir de 1580. Este "dado" histórico foi recentemente actualizado e a fronteira terrestre praticamente desapareceu, prolongando-se até à Alemanha. Aliás, ambas as soberanias, interna e externa, fora os ademanes institucionais decorrentes do exercício do voto, apresentam-se mais retóricas do que outra coisa qualquer. A costa portuguesa deu-nos, por consequência, muitas alegrias até o governo de José Pinto de Sousa, pela mão do iluminado Pinho, lembrar-se das pacóvias manobras de propaganda que respondem pelo nome de "west coast" e "allgarve". Com isto, a dita costa passou a ser vista mais como a "ocidental praia" da Europa centrada na Alemanha e menos como um país a ser levado a sério. O tropismo começa logo na própria costa e cá dentro de casa. Sabe-se agora que o governo desligou os radares de vigilância de costa e que a mesma é assegurada por cinquenta binóculos e vinte câmaras portáteis. Tanta "modernidade" e é preciso olhar o mar por um canudo. É a tragédia de um "choque tecnológico" ridículo que, sem mais, acaba morto na praia.

Friday, February 11, 2011

Derrubar ou não, a escolha é simples

Neste momento as taxas da dívida externa já quebraram a resistência dos 7% (e se não fosse o telefonema para Frankfurt já andariam a rondar o 8%). Parece que agora não poderemos derrubar o governo pois "[n]ada podia ser mais trágico para o financiamento da República nos mercados internacionais". Novamente a mesma história. Não sabem muito bem o que os "mercados" acham da nossa capacidade de endivididamento. O Prof Álvaro Santos Pereira apresenta 6 excelentes razões para derrubar o governo. Em alternativa podemos continuar a fingir que é a instabilidade política que nós vai levar à bancarrota.

Escola Secundária Infanta Dona Maria, novamente na linha da frente

Foi- me enviado por correio electrónico esta tomada de posição, que foi assinada por 95 dos 96 professores que a escola tem e que foi aprovada por unanimidade em Conselho Pedagógico. Parabéns a esta escola e que possa servir de exemplo a todos quantos ainda colocam a hipótese de ficarem indiferentes perante tamanho golpe na escola pública e na dignidade da educação!


TOMADA DE POSIÇÃO DOS PROFESSORES DA ESCOLA SECUNDÁRIA INFANTA D. MARIA
– COIMBRA
– SOBRE A AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DO PESSOAL DOCENTE

Os professores da Escola Secundária Infanta D. Maria (ESIDM) aprovaram, em 27/10/2008, uma moção em que mostraram o seu “veemente desagrado face ao modelo de avaliação introduzido pelo Decreto Regulamentar N.º 2/2008, de 10 de Janeiro”, tendo decidido por unanimidade “suspender a participação neste processo de avaliação de desempenho até que se proceda a uma revisão concertada do mesmo, que o torne exequível, justo, transparente, ou seja, capaz de contribuir realmente para o fim que supostamente persegue, uma Escola Pública de qualidade.”
Posteriormente, e face a algumas alterações introduzidas pelo Governo, os professores da ESIDM aprovaram em 6/1/2009 uma moção em que consideraram que “as alterações pontuais que foram introduzidas não alteraram a filosofia e os princípios que lhe estão subjacentes”, mantendo o essencial do modelo. Decidiram, então, manter suspensa a sua participação no processo de avaliação.
Relativamente ao Modelo de Avaliação do Desempenho Docente (ADD) estabelecido no actual Estatuto da Carreira dos Educadores de Infância e dos Professores dos Ensinos Básico e Secundário, os professores da ESIDM consideram que mantém muitas das características negativas do anterior modelo contestado pela esmagadora maioria dos professores a nível nacional.
O Decreto Regulamentar N.º 2/2010 não tem em conta a complexidade da profissão docente, que não é redutível a um modelo burocrático, numa perspectiva limitadora de uma verdadeira ADD.
Este modelo, pela sua excessiva complexidade, implica um grande acréscimo de procedimentos burocráticos para os professores, correndo-se o risco de ficar relegado para um plano secundário todo o trabalho que enriquece verdadeiramente o processo de ensino-aprendizagem.
Não revela um cariz formativo, destinando-se essencialmente a garantir a progressão na carreira (congelada sabe-se lá até quando…), nem promove a melhoria das práticas, não se traduzindo, pois, em qualquer mais valia pessoal e/ou profissional.
Impondo quotas para as menções de Excelente e Muito Bom, desvirtua qualquer perspectiva dos docentes de ver reconhecidos os seus méritos, conhecimentos, competências e investimento na carreira.
Provocará uma conflitualidade acrescida entre docentes, contribuindo, assim, para um indesejável clima de trabalho na comunidade escolar.
A avaliação objectiva, a realizar pelos avaliadores, do grau de consecução dos avaliados não se encontra garantida devido ao excesso de complexidade do modelo relativamente aos domínios e indicadores dos descritores para cada uma das dimensões.
Este modelo é dificilmente exequível também pelo trabalho exigido aos avaliadores que passa pela observação de aulas, apreciação dos relatórios de auto-avaliação e respectivos anexos e evidências, preenchimento das fichas de avaliação global, entrevistas com os avaliados, reunião do júri de avaliação, entre outras tarefas a desenvolver dentro do respectivo horário de trabalho.
Tendo em consideração o que foi referido, os professores da ESIDM abaixo assinados manifestam a sua discordância relativamente ao modelo de avaliação em vigor, exigindo a quem de direito que promova, o mais brevemente possível, uma discussão séria e alargada sobre a avaliação do desempenho docente, com vista a encontrar um modelo consensual, não burocrático, justo, que seja possível aplicar sem causar prejuízos ao normal funcionamento das escolas, visando a melhoria do serviço educativo público, a dignificação do trabalho docente, promovendo, deste modo, uma escola de qualidade.

Coimbra, 31 de Janeiro de 2011
Dar conhecimento a:
Presidente da República
Primeiro-Ministro
Ministra da Educação
Directora Regional de Educação do Centro
Conselho Nacional de Educação
Conselho das Escolas
Comunicação Social
Os Professores:

Wednesday, February 09, 2011

Pinto de Sousa está feliz

Os portugueses pagaram mais 15% em impostos em relação ao ano anterior.
"Isso é um bom número", afirmou José Pinto de Sousa.
O Governo aplicou bem esse dinheiro e a nossa vida está muito melhor. Não vejo outra razão para o Primeiro-ministro assumir-se tão satisfeito com o aumento do esforço fiscal da comunidade.

Nem uma palavrinha sobre os impostos?

PS exige combustíveis "low cost" nas zonas fronteiriças.

Estes deputados do PS estão preocupados com o encerramento dos estabelecimentos de gasolina nas zonas fronteiriças com Espanha. Não percebi porque protestam. Será que queriam que os portugueses que vivem nessas zonas pactuassem com o roubo que é a carga fiscal nos combustíveis e não fossem comprar a Espanha, onde é muito mais barato?

Por outro lado, estes ilustres deputados têm uma solução. Será que exigem uma diminuição da carga fiscal? Nada disso. Querem é mais postos de gasolina "low cost". Segundo percebi, fazem essa exigência à Direcção Geral da Energia. Nem sabia que competia à DGE abrir negócios de gasolina. Mas com estes socialistas estamos sempre a aprender.

Frases de um socialista sobre um PS amordaçado

- "O PS, neste momento, precisa é de gente nova para a mudança."
- "os grupos que tomam conta do partido são cada vez mais pequenos. É sabido que José Sócrates foi escolhido numa reunião entre oito ou nove pessoas. O Jorge Coelho, o António Costa..."
- "Eu tenho ouvido alguns militantes dizerem que já não querem José Sócrates, mas acham que se votarem contra ele estão a contribuir para retirar o partido do poder. Não lhes ocorre que essa pode ser a única maneira de evitar que o PSD chegue ao poder, porque, nas actuais circunstâncias, a única alternativa do PS era ganhar consciência dos erros que cometeu e tentar convencer os portugueses de que tem capacidade para os corrigir."
- A saída de José Sócrates da liderança e do governo
"Era a única maneira de o PS não ficar durante muitos anos conotado com os erros que cometeu nos últimos tempos. Não tenhamos ilusões: a partir do momento em que o PSD tiver acesso ao poder, o PS vai ser martirizado pelos erros cometidos e os portugueses vão ter uma consciência maior disso. O partido vai pagar duramente estes anos de José Sócrates. Os erros são tantos, e de tal maneira graves, que põem em causa a independência nacional."
- "o presidente do partido, Almeida Santos, controla tudo. Só dá a palavra verdadeiramente a quem quer, corta a palavra, diz que não há tempo..."
- "há censura. O presidente do PS, com o estatuto que tem, inibe as pessoas de dizerem aquilo que pensam e mesmo quando dizem há uma censura imediata. Há um clima de pressão, mesmo não sendo preciso, porque seriam críticas isoladas. Tem sido um processo contínuo de limitação da liberdade interna."
- "O próprio primeiro-ministro disse, numa reunião interna do partido, que se o partido for mexer muito no Estado está a mexer na base de apoio do PS. Honra lhe seja feita, foi muito claro. E aí o Passos Coelho tem razão. Há que dar uma volta ao Estado, porque isto é insustentável."
- "o governo não tem crédito internacional. O primeiro-ministro é acusado de ser mentiroso nos jornais. Isto não é normal e tem efeitos internacionais. O futuro do país está dependente do cumprimento do Orçamento, porque ninguém acredita que ele o vá cumprir."
- "é impossível resolver qualquer problema com o José Sócrates à frente do poder"

(Henrique Neto, hoje, ao i)

Sunday, February 06, 2011

O regresso da canção de protesto



-Parva que sou-

Sou da geração sem remuneração
E não me incomoda esta condição
Que parva que eu sou
Porque isto está mal e vai continuar
Já é uma sorte eu poder estagiar
Que parva que eu sou
E fico a pensar
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar
Sou da geração "casinha dos pais"
Se já tenho tudo,
pra quê querer mais?
Que parva que eu sou
Filhos, maridos, estou sempre a adiar
E, ainda me falta o carro pagar
Que parva que eu sou
E fico a pensar
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar
Sou da geração "vou queixar-me para quê?
"Há alguém bem pior do que eu na TV
Que parva que eu sou
Sou da geração "eu já não posso mais!"
Que esta situação dura há tempo de mais
E parva que eu sou
E fico a pensar,
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar-

DEOLINDA

Foram os próprios Deolinda, em comunicado enviado para as redacções, que confessaram a sua surpresa (e emoção) pelo efeito mediático conseguido com a estreia da canção "Parva que eu sou" nos concertos que fizeram no passado fim de semana nos Coliseus de Lisboa e do Porto. A canção, cuja letra sublinha a apatia de uma geração "sem remuneração", e que "estuda para ser escrava", suscitou uma adesão espontânea junto do público que assistia aos concertos (muitos espectadores de punho no ar) e, depois, nas redes sociais, blogues e até no Parlamento, onde foi glosado pelo deputado José Soeiro, do Bloco de Esquerda. Mas também a direita se "aliou" aos Deolinda, contrapondo os direitos adquiridos à precariedade do emprego, como causa dos males da geração "casinha dos pais". A música pop tem destas coisas. (Expresso).-

Pinto de Sousa " Não haverá despedimentos na função pública"

José Pinto de Sousa afirmou que "não haverá despedimentos na função pública", alegando que essa medida e as privatizações são a base da "agenda liberal" do PSD.
No encerramento de uma Convenção da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) do PS, num hotel de Lisboa, na qualidade de secretário-geral dos socialistas, José Pinto de Sousa referiu-se às jornadas parlamentares do PSD que se realizaram na segunda e terça-feira.
"O que é que se ouve? Sempre as mesmas duas coisas. Por um lado, a ideia de despedimentos na função pública. É esta a agenda deles. Claro, depois passam toda a semana a explicar que não é bem assim porque temem essa impopularidade, mas é isso que está na cabeça deles, é a ideia de que deve haver despedimentos na função pública", alegou Pinto de Sousa.
"Pois não haverá despedimentos na função pública e o Governo fará o seu dever pondo as contas públicas em ordem sem recorrer a essa agenda liberal de despedir pessoas na Administração Pública", afirmou.

Comentário: Mas quem é que ainda acredita num mentiroso destes? Então, o Quadro de Mobilizados não era um despedimento encapotado?... Agora, ao vir levantar esta lebre, pode o funcionário público ter a certeza, que vão haver despedimentos...

Friday, February 04, 2011

Excesso de deputados


O parlamento tem vindo a desprestigiar-se aos olhos da opinião pública. Pejado de pessoas que nunca deviam ter saído do honroso anonimato em que viviam, de membros com quatro ou cinco vidas alternativas, de meia dúzia de crónicos estilo Mota Amaral ou de miudagem desbiografada, o parlamento envergonha, desde logo, a Assembleia Constituinte de 1975 e as AR's das legislaturas prévias à emergência das maiorias absolutas de partido único. Estas maiorias, apesar de outras vantagens para efeitos meramente governativos, "mataram" o parlamento. Nada justifica 230 deputados eleitos pelo método anacrónico em vigor que "desliga" os eleitos dos eleitores e que permite os paraquedismos mais extravagantes.

Confusão nos números das presidenciais


Fala-se de muitos eleitores constantes dos cadernos já terem morrido mas que os seus nomes não foram retirados para as Câmaras poderem receber mais dinheiro público, proporcional ao número de habitantes. Se assim for, não parece ético, nem legal e poderá ser mais um aspecto das fraquezas humanas, a que os políticos não são imunes.Mas mais estranha é a discrepância de números posteriores às eleições presidenciais de 23 de Janeiro passado que agora vêm a público nas notícias Confusão no resultado das Presidenciais e Acta do Tribunal Constitucional "apaga" 500 mil eleitores. Tratar-se-á da tradicional falta de rigor e de dedicação na execução de tarefas? Será que se abusa do empirismo de fazer coisas importantes levianamente, em cima dos joelhos, com desleixo, sem cuidado? Como seria se Portugal fosse um Estado com a dimensão da Alemanha ou da França? É tão pequeno e tão mal controlado. Apesar de haver tantos «boys» a ganhar fortunas, não se vê que deles resulte melhor funcionamento da máquina estatal. Não há líder, não há timoneiro. Anda-se ao sabor de ventos e marés, sem controlar nem responsabilizar. Assim não vamos para um futuro brilhante.

Thursday, February 03, 2011

Bebés contribuintes

Mais um passo na direcção do simplex. Este ano, ao preencher a declaração de IRS relativa aos rendimentos de 2010, vai-lhe ser pedido o número de contribuinte dos dependentes, ascendentes e colaterais que estejam a seu cargo. Mesmo que sejam bebés e não contribuam com nada para esta coisa vaga que é o PIB.
Acho que deviam deixar de lhe chamar número de contribuinte, uma vez que agora se estende a quem não contribui com nada.

Será também preciso que as facturas, que serão usadas para deduzir o imposto, tenham o nome e o número de contribuinte. Prevejo um aumento das filas de espera nos estabelecimento comerciais.

Publicado Decreto Lei 18/ 2011: altera planos de estudo do básico e secundário


Foi publicado o Decreto-Lei 18/2011, que altera a matriz curricular do ensino básico e secundário, introduzindo a quarta alteração ao Decreto-Lei 6/2001.
De destacar as seguintes mudanças:
1 .Extinção da Área de Projecto.
2. Fim da obrigatoriedade de frequência do Estudo Acompanhado. A partir de Setembro de 2011, o Estudo Acompanhado é só para alunos com dificuldades.
3 .Fim do par pedagógico na leccionação da disciplina de Educação Visual e Tecnológica.
4 .Permite a organização dos tempos lectivos no 2º e 3º ciclos do ensino básico em períodos de 45 ou 90 minutos.

Wednesday, February 02, 2011

O País dos senhores doutores

Aprecie-se o video (curiosamente, não incluído na rubrica 'Artes e Espectáculos'), a partir do 01:00. Há qualquer coisa de deprimentemente ridículo em ver o nosso Führer nacional-saloiista apregoando Doutores, como um vendilhão de feira impingindo patranhas mal amanhadas aos pobres passantes, certamente incrédulos e incomodados com a estridência do bicho. De resto, a nossa fatal personagem daria um péssimo vendedor: sem a inventiva retórica que esses costumavam exibir e também sem maneiras, provavelmente, desataria às patadas furiosas na poeira e, de peito alçado, arremessaria insultos aos que, mais avisados, desconfiassem das oitavas maravilhas por ele berradas aos quatro ventos. Num amuo beiçudo, lá acabaria por arrumar a tenda.
Depois daquele estendal saloio, condizente, talvez, com o passado académico conhecido do protagonista, devemos passar a anunciar Doutores ao quilo .

Tuesday, February 01, 2011

A realidade nacional

Este texto de Moisés Espirito Santo merece ser difundido, pois reflecte bem o povo que somos e está adequado ao periodo pós eleitoral.

Dinheiros públicos (e miséria privada)

A grande massa dos portugueses, que vota nos governantes esbanjadores e apoia obras públicas caras e ostentatórias, não tem, no quotidiano, a noção reflectida donde procedem os «dinheiros públicos». Essa massa de ignorantes não pensa nisso; fica-se com a ideia de um cofre inesgotável, dum banco anónimo, dum tesouro mágico. É como se fossem dinheiros alheios ou de «ninguém» que se podem esbanjar e que não carecem de controle popular (nem de prestação de contas).Será necessário dizer, incessantemente, que os «dinheiros públicos» provêm exclusivamente dos impostos, das licenças, matrículas, multas e outras cobranças, ou extorsões, aos cidadãos. Não são um tesouro mágico. São como a tesouraria duma colectividade. Se os dinheiros partem em auto-estradas, TGVs, aeroportos, submarinos, automóveis de serviço, jantaradas oficiais, compra de bancos falidos, estádios, piscinas, polidesportivos, rotundas e arranjos urbanos para-saloio-ver (isto é, para o currículo dos políticos), e em pensões milionárias (duplicadas e triplicadas) dos gestores públicos e dos políticos, vai faltar dinheiro para os salários, os incentivos ao trabalho e à produção, para os subsídios de desemprego, a saúde, a educação, as pensões, a assistência aos pobres e os abonos de família. Tão verdade como eu estar aqui.Esta ignorância, irreflexão ou distracção alimenta a corrupção e a fraude.«Dinheiros públicos» são como dinheiros de «ninguém», como os caminhos de que cada um se pode servir desde que tenha acesso a eles. Podem ser vistos como «dinheiros do Estado». Ora, como a grande massa de gente confunde o Estado com o Governo, e como o Governo se pode assemelhar a uma camarilha de malfeitores, «ladrão que rouba a ladrão tem cem anos de perdão». Fraudar até pode ser uma garantia de reeleição democrática («Ele rouba mas faz»,«É esperto...»). Esta tolerância popular com a corrupção e a fraude aumentou com a democracia. Constituiu um traço do parasitismo,uma forte componente da mentalidade portuguesa.
O Correio da Manhã lançou uma petição para a discussão no Parlamento duma proposta de lei nesta matéria. Louvável. O problema é que as leis, para serem praticadas, necessitam dos governos enquanto os governos democráticos,como os que conhecemos desde há trinta anos, são cúmplices dos corruptos.A democracia chega a confundir-se com uma fraude. Um autarca que esbanja milhões em luxos públicos - para o seu próprio currículo político - que instaura uma piscina ou um polidesdeportivo em cada freguesia de mil habitantes, que abre rotundas, estradas,infraestruturas pelos campos fora para servir uma vivenda isolada, diz que essas obras foram pagas «com dinheiros públicos». Nunca diz: «fruto dos sacrifícios dos contribuintes». Se os cidadãos reflectissem que esses empreendimentos (construídos para o currículo pessoal dos políticos) estão aí em prejuízo dos gozos da saúde e da educação gratuitas, do subsídio de desemprego, dos abonos de família, das reformas, da assistência aos mais pobres e da alimentação doméstica, isto é, o que se gastou aí vai faltar para a equidade social... eu podia jurar-vos que, aquando das respectivas inaugurações, esses governantes gastadores dos dinheiros colectivos (se não apropriadores dos mesmos), deveriam ser recebidos não com aplausos mas com vaias, palavrões e, até, com gestos menos próprios como, por exemplo, à tomatada e à pedrada [«Esta sua obra contribuiu para a nossa pobreza! O seu projecto de currículo pessoal produz miséria geral!»].O problema é que são as culturas quem engendra as respectivas elites, daí que os povos têm as economias que merecem.Já a maior parte dos «dinheiros de Bruxelas» (a nova visão dum D.Sebastião) se foi em carros topo-de-gama, casas luxuosas e paraísos fiscais. Os ministros de há 20 anos vangloriavam-se de que entravam em Portugal, de Bruxelas, «tantos milhões de contos por dia». Inúmeras siglas públicas e privadas chuparam essesmilhões, sem controle. A decadência em que entramos também é o resultado desses parasitários «dinheiros de Bruxelas». Eles criaram a subsídio-dependência, afastaram os jovens do gosto do trabalho e deram cabo da agricultura e da pesca, passando nós a importar o que comemos. Quer dizer, acentuaram o tradicional parasitismo da mentalidade portuguesa.