Monday, January 28, 2008

Substituições no Parlamento

A entrada e saída de deputados do Parlamento é muito criticada. Quando ainda falta mais de um ano para o termo da actual legislatura, mais de metade da composição inicial de deputados na Assembleia da República já mudou. De um total de 230 parlamentares eleitos em Fevereiro de 2005, 117 já suspenderam o mandato e 37 abandonaram mesmo o Parlamento. E círculos eleitorais como Setúbal, Aveiro, Évora, Faro, Guarda, Braga, Viana do Castelo e Vila Real já não são representados pelos cabeças de lista eleitos.
O nosso Parlamento será representativo dos círculos eleitorais? Ou os nossos " representantes"
não serão escolhidos pelos políticos centralistas de Lisboa?
Ver artigo do Correio da Manhã sobre o assunto.
É a " democracia representativa " que o País tem.

Sunday, January 27, 2008

Sucesso Estatistico

A percepção é comum à generalidade dos docentes e não apenas: a obsessão do Governo e do ME com o controle dos custos na Educação, que sacrificou em primeiro lugar os professores, e a tentação de fabricar Sucesso a todo o custo tem, num segundo momento, como principais vítimas aqueles que deveriam estar em primeiro lugar nas suas preocupações (e não apenas na sua verborreia) os quais são os alunos.
Porque poucas dúvidas subsistirão neste momento que para este Governo e a tríade do ME o que interessam são os números para exibir nas estatísticas oficiais, sejam elas as do défice ou do sucesso escolar.
Em boa verdade o ME não está preocupado com a qualidade do ensino ou das aprendizagens, mas apenas com a construção de resultados, nem que para essa construção se recorram aos truques mais arbitrários, desde o condicionamento do trabalho dos professores à pura e simples manipulação das estatísticas em torno do abandono escolar (a revisão do Estatuto do Aluno mais não é que um caminho para reduzir administrativamente o abandono, mesmo quando ele existe) ou das certificações passadas à la minute nessa grande fábrica de Sucesso que é o programa Novas Oportunidades.
Mas o que é mais grave é a forma como a acção ministerial, que muitos acham ser resultante de um plano pacientemente executado e eu insisto em ler como resultado de incompetência técnica ao serviço de objectivos errados, está a perturbar o funcionamento normal das escolas e a prejudicar gravemente o trabalho pedagógico de professores e alunos.
A catadupa legislativa, com alterações constantes de regras a meio do ano, só pode(m) resultar em efeitos fortemente prejudiciais para a qualidade do ensino e não para o seu reforço. A sobrecarga burocrática causada pelo processo (pesado, formalista, papelento) de avaliação do desempenho dos professores, com as suas inépcias e irregularidades recentes, a tentativa de mudança da orgânica das escolas a meio de um ano lectivo, a alteração das regras quanto à assiduidade dos alunos ou mesmo do enquadramento das NEE, são tudo factores de grave disrupção na vida das escolas que, num segundo momento, podem ter como efeito o desânimo dos docentes e a opção de muitos pela saída mais fácil: a de aceder à fabricação de scuesso.
Querem que a minha avaliação dependa da dos meus alunos? Tudo bem, eu dou positiva e não me aborreço mais com isso.
Querem que as faltas não contem para a retenção dos alunos? Tudo bem, passemos toda a gente e ficam todos contentes, mesmo que seja tudo uma fraude.
Querem colocar as câmaras e as famílias a controlarem o trabalhos dos docentes? Tudo bem, nós garantimos o sucesso para nos deixarem em paz.
Esta é obviamente a via errada, mas é uma tentação com que o ME acena, sendo que a não aceitação destas regras a bem, pode acabar com pressões a mal.
Os alunos ganham alguma coisa com isso? Obviamente que não!
As suas aprendizagens passam a ser melhores? Obviamente que não!
Há condições para os professores darem o melhor de si aos alunos neste contexto? Obviamente que não.
Para o ME os fins estatísticos justificam quaisquer meios. E podem ter todos a certeza: os alunos são os que mais perderão, porque o Sucesso não se constrói desta forma.
O verdadeiro Sucesso é outra coisa.
Artigo retirado do blog " A educação do meu umbigo

Saturday, January 26, 2008

Acusações do Bastonário da Ordem dos advogados

O procurador-geral da República, Pinto Monteiro, ordenou a abertura de um inquérito à corrupção no Estado, com base nas acusações do bastonário da Ordem dos Advogados, António Marinho Pinto, disse ao DN fonte da procuradoria."Devido à gravidade das declarações proferidas pelo bastonário da Ordem dos Advogados e a repercussão social das mesmas, determino a abertura de um inquérito para investigação de tais factos", disse ao DN. O inquérito será conduzido pela magistrada Cândida Almeida, directora do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), coadjuvada pela procuradora adjunta Carla das Neves Dias, também do DCIAP. O PGR reage, desta forma, com mais uma "equipa especial", às declarações polémicas do bastonário recém-eleito, Marinho Pinto, que acusa titulares de "cargos de relevo no Estado português de cometerem crimes impunemente", ameaçando que "em breve" poderá revelar casos concretos. Questionado ontem pelo DN para denunciar esses casos concretos, Marinho Pinto alertou que não vai "revelar nos jornais" essas denúncias. Mas o bastonário, cujas declarações foram proferidas em entrevista à Antena 1, não poupou o próprio PGR e o organismo que dirige. Apontou o dedo a Pinto Monteiro, Ministério Público e Polícia Judiciária por saberem de situações de corrupção das mais altas esferas do Estado e nada fazerem. "O Ministério Público é muito forte com os fracos e muito fraco com os fortes", acusa o representante dos 25 mil advogados. Marinho Pinto garantiu que é na condição de "provedor do cidadão e não como bastonário" que falou, mas garante que está disponível para ir explicar ao Parlamento e concretizar. "Chamem-me que eu vou e conto tudo", garantiu. Marinho Pinto refere essa criminalidade como a "mais nociva" e acusa os seus autores de exibirem os benefícios e lucros dessa criminalidade". "E de se passearem impunemente na sociedade", disse. Ao ter conhecimento da decisão do PGR, Marinho Pinto afirmou que não ficou "surpreendido". "É habitual abrirem-se inquéritos em Portugal. Não fico surpreendido", afirmou o bastonário, "mas não quero fazer mais qualquer declaração sobre o despacho emitido hoje [ontem] pelo procurador-geral da República (PGR)."Existe em Portugal uma criminalidade muito importante, do mais nocivo para o Estado e para a sociedade, e andam por aí alguns impunemente a exibir os benefícios e os lucros dessa criminalidade, sem haver mecanismos para lhes tocar. Alguns até ocupam cargos relevantes no aparelho de Estado português, ostensivamente", afirmou Marinho Pinto. Ainda segundo o bastonário dos advogados, "o fenómeno da corrupção é um dos cenários que mais ameaça a saúde do Estado de direito em Portugal". Este despacho do procurador-geral da República "entra imediatamente em vigor". O bastonário dos advogados garante ainda que "o fenómeno da corrupção é um dos cenários que mais ameaça a saúde do Estado de direito em Portugal", mas deixa para mais tarde a divulgação de alegados casos concretos.
Artigo retirado do DN de 26 de Janeiro

Sobre a elevada incidência da corrupção, as organizações internacionais colocam- nos mais próximos da realidade da América Latina do que da dos países nórdicos, e principalmente a incapacidade do sistema judicial em combatê - la.
Tal como Marinho Pinto disse, existem advogados que são deputados de manhã fazendo as leis que usam à tarde nos seus escritórios de advogados e pelos quais cobram milhões.É por isso que a nossa legislação é uma manta de retalhos imperceptíveis e sem qualquer nexo. Os srs. Deputados vão acrescentando e truncando artigos para servirem os interesses dos seus clientes. Oitenta por cento dos inquéritos relacionados com a corrupção são arquivados. Em 2006, o número de presos por este crime rondava a dezena.
O nosso Ministro da Justiça continua a dizer que o " sistema judicial " funciona.

A avaliação e o Modelo de Gestão das Escolas

A avaliação e o modelo de gestão das escolas foi o tema de um encontro que reuniu esta sexta-feira todos os presidentes dos conselhos executivos das escolas de Coimbra e arredores.
Imagens também aqui, sendo ainda interessante a notícia sobre a popularidade dos professores. Note-se que damos uma abada a quase todas as outras categorias, incluindo líderes religiosos.

Os portugueses confiam mais nos professores de que nos políticos

Os professores merecem a confiança de 42 por cento dos portugueses, muito acima dos 24 por cento que confiam nos líderes militares e da polícia, dos 20 por cento que dão a sua confiança aos jornalistas e dos 18 por cento que acreditam nos líderes religiosos.
Os políticos são os que menos têm a confiança dos portugueses, com apenas sete por cento a dizerem que confiam nesta classe.
As sondagens valem o que valem, mas valem sempre alguma coisa quando nos interessa. Se o PM quer cavalgar sondagens caseiras feitas por medida, nós podemos ficar felizes com sondagens internacionais sem interesses directos no assunto.
Muito interessante é que, embora acompanhando a tendência internacional, os portugueses confiam em média ainda mais nos professores do que os restantes inquiridos (42% contra 34%).
Gostaria agora que Maria de Lurdes Rodrigues fundamentasse em que dados baseia a sua conquista da «opinião pública» no seu conflito com os docentes. Com a esmagadora maioria dos docentes, de quem desalinham apenas alguns engomadinhos e ditadoras de paróquia.
Ou ainda melhor: o que fundamenta que o ME esteja nos últimos 3 anos a atacar sem cessar a classe docente, tentando (pelo vistos sem resultado) humilhá-la aos olhos do resto da sociedade, produzindo decreto sobre decreto no sentido de retirar-lhe toda a autonomia e poderes efectivos nas escolas, para além de tentar condicionar de forma externa a sua forma de desempenhar as suas funções.
Acrescentar a isso que os políticos são os «profissionais» pior vistos pelos portugueses é irrelevante, porque redundante. Assim como ver que os gestores/dirigentes empresarias ficam lá muito para trás.

Tuesday, January 22, 2008

Terrorismo Legislativo

Excelente artigo de Paulo Guinote autor do blog " a Educação do meu umbigo " sobre a torrente legislativa do actual Ministério de Educação e que impõe prazos não ezequíveis para as Escolas aplicarem as leis .
Sobre o mesmo assunto ver resposta sensata e oportuna à Ministra de Educação do Agrupamento Vertical das Escolas de Gueifões - Maia.

Monday, January 21, 2008

Torneios internos de Jogos Matemáticos





Na Escola Eugénio de Castro, no passado dia 17 de Janeiro, foram disputados o torneio interno de Ouri do 2º ciclo, ganho por João Dinis Ferreira do 6 E e o torneio de Hex do 3º ciclo ganho por Luis Maduro do 9 G.
Na próxima quinta feira irão ser disputados o torneio de Semáforo do 2º ciclo e Amazonas do 3º ciclo.
Os campeonatos nacionais decorrem neste ano lectivo, em Braga, em 29 de Fevereiro.

Thursday, January 17, 2008

Governo fecha, privados abrem

Governo fecha, privados abrem
Chaves vai ter um hospital privado em 2009 com maternidade e serviço de urgências 24 horas. Anúncio surge menos de um mês após Correia de Campos ter determinado fecho da unidade de saúde local.
Nada contra a iniciativa privada. Só que é estranho que uma unidade privada, virada para o lucro, seja atraída por uma zona que o Estado considera onerosa para o orçamento .

Saturday, January 05, 2008

Somos Bons

Somos bons. Somos muito bons na maior árvore de Natal, na maior feijoada, na maior paella, na maior broa, no maior cachecol, no maior Pai Natal articulado, o maior fogo de artifício. Já em termos de Ministros, teremos que nos contentar com o segundo pior da zona euro.
Segundo estudos da empresa Mercer Consulting somos o campeão da União Europeia a nível da desigualdade social, os presidentes das empresas portuguesas ganham em média21,7 mil euros , um valor 30 veses superior ao rendimento salarial médio mensal dos trabalhadores por conta de outrem, que é de 720 euros - o que levou o próprio Presidente da Répública a rebelar-se contra o escândalo. No governo, que se afirma como " socialista " ninguém se escandaliza com este facto.
Victor Constâncio, Governador do Banco de um dos estados mais pobres da União Europeia, recebe um vencimento superior ao do Presidente da Reserva Federal dos EUA( 280 mil euros anuais versus 155 mil euros anuais ) ! É preciso coragem para o Governo de José Sócrates permitir isto!

Thursday, January 03, 2008

Satisfação da classe docente

Excerto da conclusão de uma obra que apresenta a introdução teórica da tese de doutoramento de Graça M. Batista Seco sobre A Satisfação dos Docentes (teorias, modelos e evidências):
Neste sentido, a oportunidade de desenvolver e utilizar novas competências, de realizar tarefas diversificadas, de participar na tomada de decisões ligadas ao trabalho docente (incluindo o desenvolvimento curricular), de estabelecer relações gratificantes com os alunos e de prosseguir o seu desenvolvimento profissional, através de programas de formação úteis e adequados e de uma verdadeira avaliação formativa, parecem ser aspectos intrínsecos ao trabalho que podem conduzir a um aumento da satisfação do professor. Enriquecer e desenvolver as dimensões intrínsecas à tarefa docente parece constituir-se, então, como uma das estratégias, com implicações positivas, para a percepção de bem-estar profissional dos professores (ou melhor, de alguns professores - os que gostam de tarefas enriquecidas!). Capacitar os docentes para o exercício de um job-enrichment pode constituir o principal desafio dos programas de formação e desenvolvimento profissional, que devem procurar, então, focalizar a sua atenção nas condições psicológicas geradoras de satisfação com o trabalho, num esforço de articulação equilibrada entre as múltiplas vertentes do ‘crescimento’ profissional e a dimensão pessoal do professor.
Todavia, os sistemas de incentivos devem incluir, também, consequências extrínsecas que sejam valorizadas e percepcionadas como equitativas pelos docentes, as quais passam por uma revalorização salarial e por uma melhoria das condições materiais de trabalho, do estatuto e da imagem social da profissão. (pp. 160-161)
Para quem tinha especiais dúvidas sobre a razão da insatisfação da generalidade dos docentes, acho que esta passagem explica na perfeição tudo o que não foi feito nos últimos anos: a profissão cada vez passou a ser encarada de forma unidimensional pela tutela, que sobrecarrega os docentes em quantidade de trabalho não se preocupando com a qualidade; a formação contínua empobreceu imenso e afunilou-se para duas ou três áreas ao mesmo tempo que se reduziram as hipóteses de enriquecimento a partir da participação em iniciativas exteriores às promovidas pelo ME. Ou seja tivemos foi um job-impoverishment a todos os níveis, do simbólico ao material.

Fundamentalismo do Estado Central

Era muito parvo, mas já se espera tudo pelo que até seria de acreditar em mais um pontapé na autonomia das escolas e comunidades educativas decidirem em coisas simples como estas, se querem santo patrono celestial, mártir ou simples personalidade histórica insigne, para não falar em político local de ego inchado (para quando a escola Fátima Felgueiras ou Valentim Loureiro, que o Avelino Ferreira Torres já tem campo de futebol?):
Escolas sem nomes santos
Na nova nomenclatura das escolas portuguesas desaparecem as referências religiosas, por determinação do Ministério. As escolas Básicas e Secundárias vão deixar de ter santos ou santas na denominação oficial. A indicação partiu do Ministério da Educação, no âmbito da aplicação do Decreto de Lei n.º 299/2007, da Lei de Bases do Sistema Educativo.
Mas afinal, parece que é tudo falso, mentira, má leitura, etc:
Governo desmente ter dado indicações para retirar nomes católicos
O Ministério da Educação fez esta quarta-feira um desmentido à notícia segundo a qual o Governo teria dado indicação para que fossem retirados os nomes de santos das escolas.
O comunicado remete para o Decreto-Lei n.º 299/2007 que define as regras para a denominação dos estabelecimentos de ensino. No decreto-lei está estipulado que «é necessário criar designações e denominações com que as comunidades educativas se identifiquem».
E ao que parece o jornalista Secundino Cunha entrou na lista negra do ME.

Wednesday, January 02, 2008

Torneios internos de jogos matemáticos na Eugénio de Castro


TORNEIOS INTERNOS de JOGOS MATEMÁTICOS

As inscrições decorrem durante o mês de Janeiro até ao início dos respectivos torneios , que deverão ser efectuadas ou ao professor de Matemática da respectiva turma, ou ao professor João Maduro.
Os torneios serão em Janeiro em dias fixos, em período pós- laboral.
Num determinado jogo, se houverem poucos alunos inscritos, jogarão todos contra todos; na eventualidade de existir muitos alunos, será utilizado o sistema suíço, neste caso havendo uma finalíssima entre os dois primeiros.
Datas das finais

HEX 11x11 3º ciclo - 17 de Janeiro
OURI 2º ciclo - 17 de Janeiro
SEMÁFORO 2º ciclo - 24 de Janeiro
AMAZONAS 8x8 3º ciclo - 24 de Janeiro
OURI 3º ciclo - 31 de Janeiro
HEX 11x11 2º ciclo - 31 de Janeiro

Início nos dias indicados a partir das 17.00 ; a hora de encerramento está dependente do número de alunos inscritos .
O objectivo dos torneios é o apuramentos dos 6 representantes da Escola na final nacional de 29 de Fevereiro na cidade de Braga.
Endereço oficial da competição em http://joaomaduro.blogspot.com/

Tuesday, January 01, 2008

Discurso do ano novo de Cavaco Silva

Cavaco Silva no seu discurso do Ano Novo usou a fórmula do «fez-se alguma coisa, mas, mas, mas», numa estratégia que serve de contrapartida à desmedida auto-complacência do Porreiro-Ministro no discurso de Natal. A mensagem aparente é a de desagrado, apesar dos elogios aos eventos europeus.
Quanto à Educação, foi assim mesmo: há resultados, mas…
Para termos sucesso é preciso unir esforços, melhorar o clima de confiança entre todos os intervenientes no processo educativo.
É preciso assegurar o empenho e a dedicação dos professores, exigir uma participação mais activa dos pais na educação dos filhos, mobilizar as comunidades locais. E não podemos dispensar a exigência para com os alunos.
A parte destacada, para quem assistiu à versão televisionada (pode confirmar-se no vídeo disponível no site) foi aquela em que foi colocado maior ênfase.
Mas o que vem antes retoma o discurso do 5 de Outubro.
Quanto ao que veio a seguir, acaba por abalroar o governo pelo lado das preocupações sociais que tanto Sócrates tenta apresentar como suas. Duas passagens algo demolidoras:
Apesar disso, e do esforço do Estado na área da protecção social, não podemos deixar de nos inquietar perante as desigualdades na distribuição do rendimento que as estatísticas revelam.Sem pôr em causa o princípio da valorização do mérito e a necessidade de captar os melhores talentos, interrogo-me sobre se os rendimentos auferidos por altos dirigentes de empresas não serão, muitas vezes, injustificados e desproporcionados, face aos salários médios dos seus trabalhadores.(…).O acesso aos cuidados de saúde é uma inquietação de muitos Portugueses. Não estão seguros de que os utentes, principalmente os de recursos mais baixos, ocupem, como deve ser, uma posição central nas reformas que são inevitáveis para assegurar a sustentabilidade financeira do Serviço Nacional de Saúde.Seria importante que os Portugueses percebessem para onde vai o País em matéria de cuidados de saúde. Poderiam, assim, avaliar melhor aquilo que tem sido feito.
Cavaco Silva mostrou-se assim sensível ao novo-riquismo que ainda é exibido por aí apesar da crise e avisou quanto ao rigor na aplicação das verbas que vão chegar da UE. O tom não parece ter sido encarado como de elogio ao Governo.