Wednesday, April 29, 2009

Uma dica para os " europeus" do PS



A edição de hoje do DN dá-nos conta que o PS anda a retirar cartazes que andou a afixar por causa de um erro na data de assinatura do tratado de adesão de Portugal à CEE.
Eles, "Europeus", eles, o "Partido da Europa", afixaram um cartaz com um Soares perdido numa nublosa de azuis e vermelhos, talvez na tentativa de imitar Obama e as próprias cores das suas bandeiras.
Algo vai mal nas campanhas do PS: gralhas nas datas fundamentais do nosso caminho europeu, crianças envolvidas em tempos de antena do PS a pedido do Governo...
Aproveito para deixar uma ferramenta muito útil aos candidatos socialistas ao Parlamento Europeu: é por aqui!

Tuesday, April 28, 2009

Como se escreve campanha negra em inglês ?

Será que José S. Pinto de sousa também processou os jornalistas do Daily Mail?

" o meu melhor amigo é o magalhães "

Os pais das criancinhas capturadas pelo Governo para um tempo de antena do PS estiveram ontem reunidos com o Conselho Executivo da Escola de Castelo de Vide.
Pelos vistos, a participação do Governo não se ficou por um simples telefonema para a escola. Parece que pelo menos um elemento da Direcção Regional de Educação do Alentejo terá acompanhado as filmagens no local.
Vale a pena conhecer o contexto local da coisa.

Monday, April 27, 2009

A avaliação de desempenho também já chegou à polícia


Várias esquadras do país estão a impor "números-base" de detenções a fazer até ao fim do ano. Os polícias queixam-se de que assim só trabalham para as estatísticas. A Direcção da PSP prefere falar em prevenção da criminalidade.

Comentário

É um vírus? Uma forma de loucura que tombou sobre o país? Depois do sistema financeiro, que ruiu por causa de modelos de avaliação de desempenho assentes na fabricação fraudulenta de resultados, é agora a vez dos polícias serem avaliados pelo número de detenções. E assim se coloca o Estado de Direito em perigo. Este Governo não pára de trabalhar para as estatísticas: foi assim com os professores, é assim com os polícias e o frenesim avaliativo só vai parar quando já não houver, neste país, nada para avaliar.
Qualquer dia, vai um cidadão na rua e é abordado por um polícia, muito amável, a solicitar a sua ida à esquadra, para cumprir o seu serviço mínimo mensal de detenções...A polícia e os próprios governantes, deviam era de zelar pela defesa e segurança do cidadão, e nunca se preocuparem com os objectivos mensais ou anuais...
Polícias têm de prender para cumprir números

Saturday, April 25, 2009

Partido de P(into) de S(ousa) em descida nas intenções de voto para as europeias. Professores regressam á luta em finais de Maio


A TVI24 divulgou ontem uma sondagem sobre as intenções de voto dos portugueses nas eleições para o Parlamento Europeu que deve ter deixado o sr. Sousa e os seus próximos com os cabelos em pé: o PS e o PSD estão separados por meio ponto e o BE eleva-se à posição de terceira força política. Estamos a pouco mais de um mês das eleições europeias e a cinco meses das legislativas. Estamos no tempo certo para iniciar a campanha "Eu Não Voto Neste PS!" e "Vota à Esquerda ou à Direita, mas não votes no PS!" Os professores vão voltar às ruas. E com esse regresso, pretendem várias coisas: chamar a atenção da opinião pública para os malefícios de uma avaliação burocrática de desempenho criadora de injustiças e mal-estar nas escolas e de um estatuto da carreira docente que divide os professores em duas categorias, burocratiza as funções docentes e não deixa tempo para ensinar. Ao longo da semana passada, os sindicatos ouviram os professores. Realizaram-se mais de 1000 reuniões sindicais em escolas de todo o país. A Plataforma Sindical vai reunir na próxima semana para decidir quais serão as formas de luta a realizar no 3º período. Essas formas de luta podem passar por manifestações e greves. O mais provável é a realização de uma manifestação nacional, no dia 22 de Maio acompanhada de uma greve geral no mesmo dia.
Manif em cima de campanha eleitoral

Friday, April 24, 2009

Pensamento do dia

«O que é costume nos países civilizados é entregar o projecto à Universidade, a um grupo de professores de direito penal, que, de acordo com determinados objectivos de politica criminal, estudariam a questão e apresentariam um projecto feito e sintonizado com os princípios do Direito Penal»
Maria José Morgado, sobre as discussões de café em torno do combate à corrupção e a falta de vontade política de resolver o problema

Questionário da ONU

(Recebido por e-mail) :

Questionário da ONU

-A ONU resolveu fazer uma grande pesquisa mundial.
-A pergunta era:-'Por favor, diga honestamente, qual a sua opinião sobre a escassez de alimentos no resto do Mundo.
'-O resultado foi extraordinário:
-- Os Europeus do Norte não entenderam o que é 'escassez'.
-- Os Africanos não sabiam o que eram 'alimentos'.
-- Os Espanhóis não sabiam o significado de 'por favor'.
-- Os Norte-americanos perguntaram o significado de 'o resto do Mundo'.
-- Os Cubanos estranharam e pediram maiores explicações sobre 'opinião'.
-- O Parlamento português ainda está a debater o significado de 'diga honestamente'...

Justiça...

Alunos punidos por participarem em manifestação
(Se por tão pouco, deu nisto...)
Aluno esfaqueado no recreio de escola
(... que fazer agora com esta?)

Pinto de Sousa: a sua dificuldade em lidar com a liberdade de imprensa



«Desde o princípio que Sócrates viveu em guerra com os jornalistas. Para ele, a informação sobre o Governo tinha de ser pouca e calculada. Quanto menos fosse e quanto mais calculada, menos daria alimentação e oportunidade à crítica. Isto exigia evidentemente que uma autoridade central - o gabinete do próprio Sócrates - decidisse o que o público devia ou não saber, como e por quem. Os ministros não deviam falar quando achavam necessário e só porque achavam necessário. Era preciso um plano de propaganda ou, se quiserem, de "apresentação", que obrigasse toda a gente. Claro que esse plano nunca verdadeiramente passou de um projecto ou de um desejo. Mas também é verdade que durante anos houve uma espécie de barreira entre o Governo e os jornalistas. De qualquer maneira, com o tempo as críticas vieram. E Sócrates começou a exercer represálias sobre os críticos pelo velho e desastroso método do boicote. Se uma televisão ou um jornal por qualquer motivo o ofendiam ou, supunha ele, o prejudicavam, Sócrates fazia o possível (e o impossível) por não se aperceber da sua maléfica existência: recusava entrevistas, cortava as relações com os directores, não os convidava para viagens de natureza oficial e por aí fora. Mesmo os ministros (quase sempre em apuros para salvar a sua própria pele) se prestavam relutantemente a pôr o pé nessas cavernas de iniquidade e de intriga. Se a relação entre o Governo e os jornalistas se tornou numa relação "pessoal" e "obsessiva", a culpa não é dos jornalistas. É de quem primeiro se mostrou "pessoal" e "obsessivo". Claro que as coisas pioraram com o escrutínio da vida de Sócrates. Sucede que se esperava que Sócrates não ignorasse duas coisas. Para começar, que, em última análise, nenhuma vida suporta escrutínio. E, depois, que a dele seria inevitavelmente vista à lupa. Um primeiro-ministro normal negava, sem paixão, o que valesse a pena negar e deixava o resto aos tribunais. Sócrates resolveu partir em campanha contra o mundo. Desde apresentar-se como vítima de uma conspiração obscura e quase universal a processar uns tantos jornalistas (6? 7? 8?), não poupou um erro. E produziu o efeito previsível: ninguém acreditou em conspiração alguma e os jornalistas acabaram por o processar a ele. Pior ainda: terça-feira conseguiu transformar Manuela Moura Guedes no grande problema do Governo. Com o país no estado em que está.»
Vasco Pulido Valente, Público

Thursday, April 23, 2009

José Eduardo Moniz processsa o primeiro ministro




Veja já o vídeo aqui.

RelacionadosManuela Moura Guedes processa SócratesTwitter: as «bocas» sobre a entrevista a SócratesSócrates: «Duvido que o Freeport me custe a maioria»Sócrates não aceita recados de Cavaco

O director-geral da TVI confirmou, esta quarta-feira, durante o Jornal Nacional, que já avançou para os tribunais com uma queixa contra José Sócrates.
Veja aqui o vídeo
«Já avancei para os tribunais com uma queixa contra José Sócrates, não impedindo outros jornalistas de o fazerem também», revelou.
José Eduardo Moniz utilizou as próprias palavras do primeiro-ministro para desmentir as mesmas: «Não sou cobarde, nem me escondo atrás de uma moita ou de um arbusto para fazer uma caça ao homem, utilizando um jornal travestido.»

Wednesday, April 22, 2009

Ninguém possui o monopólio da indignação




"O Jornal Nacional das Sextas na TVI é uma" caça ao homem" , um telejornal travestido", disse o grander timoneiro aos circunspectos jornalistas da RTP. A jornalista Manuela Moura Guedes já respondeu. É natural que ela se sinta insultada e difamada. Ninguém possui o monopólio da indignação.

Tuesday, April 21, 2009

Pinto de Sousa processa quem não deve (???)

Pinto de Sousa já processou António Balbino Caldeira do blog Do Portugal Profundo... e perdeu!O sr. Sousa não aprendeu e anda a processar tudo e todos!!!No Do Portugal Profundo aparece a lista dos processados por Pinto de Sousa:
"O Expresso de 18-4-2009, citado por Nuno Ramos de Almeida no 5 Dias de 19-4-2009, noticiou que José de Sousa , que além de "cidadão enquanto tal" é primeiro-ministro de Portugal, já instaurou 9 (nove) processos contra jornalistas. Até agora, eram conhecidos dois processos: um contra o jornalista João Miguel Tavares e outro contra jornalistas do Público.
Carlos Vidal, também ontem, 19-4-2009, ainda no 5 Dias, sintetiza. O sr. Sousa já processou:

João Miguel Tavares, colunista do DN
Cristina Ferreira, jornalista do Público
Paulo Ferreira, jornalista do Público
José Manuel Fernandes, jornalista do Público
Manuela Moura Guedes, jornalista e pivot da TVI
José Eduardo Moniz, director-geral da TVI
Ana Leal, jornalista da TVI
Carlos Enes, jornalista da TVI
Júlio Bagulho, operador de câmara da TVI"

E Charles Smith e Manuel Pedro, ele não processa porquê?Estes insultam-no de "Corrupto" e "estúpido"...Porque não os processa?

As pessoas também são o que dizem

"Admito que perdi os professores, mas ganhei a opinião pública", Maria de Lurdes Rodrigues, Junho/2006

"Vocês [deputados do PS] estão a dar ouvidos a esses professorzecos", Valter Lemos, Assembleia da República, 24/01/2008

"Caso haja grande número de professores a abandonar o ensino, sempre se poderiam recrutar novos no Brasil", Jorge Pedreira, Novembro/2008

"Quando se dá uma bolacha a um rato, ele a seguir quer um copo de leite!", Jorge Pedreira, Auditório da Estalagem do Sado, 16/11/2008

"[Os professores são] arruaceiros, covardes, são como o esparguete (depois de esticados, partem), só são valentes quando estão em grupo!", Margarida Moreira - DREN, Viana do Castelo, 28/11/2008

Monday, April 20, 2009

Justiça mal parada

Este artigo de António Barreto no Público de hoje foi-me enviado por um amigo que o considera mais uma grande análise de um assunto sociológico mas de "Estado" (sobretudo) feita por quem nos habituou à qualidade, seriedade, frieza e oportunidade das suas intervenções.

A FACILIDADE com que, em Portugal, um caso de justiça se transforma num caso da justiça! É este um dos piores sintomas do estado a que chegou este sistema público. A menina desaparecida no Algarve quase deixou de ser assunto e preocupação, para que o processo, as querelas entre polícias, a competição entre poderes e tutelas, os erros de investigação e as fugas de informação se tornassem no assunto realmente importante.A criança disputada entre o pai biológico e a família adoptiva (ou que pretendia sê-lo) depressa passou a ser um pretexto para rivalidades entre tribunais e psicólogos.O processo Casa Pia vai ficar nos anais da justiça portuguesa sobretudo por causa das influências políticas, dos erros de instrução, das fantasias dos interrogatórios, das práticas insólitas de investigação, das quebras de segredo de justiça e das quezílias entre magistrados ou entre polícias.O caso Bragaparques é o sinal exacto do modo como muitos magistrados olham para a corrupção e a respectiva sentença ficará como modelo.O julgamento de Fátima Felgueiras é rico de peripécias judiciais e fugas, tanto de informação como de arguida.A história do Freeport, longe do fim, é uma enciclopédia da má investigação, da rivalidade entre polícias, de pressões políticas, de arrogância, de quebra de segredo propositada e de promiscuidade entre a justiça, a política e os negócios.Os casos do futebol e das SAD estão aí para demonstrar a fragilidade do sistema judicial e da legislação.Os processos dos bancos mostram como é fácil, quando se tem poder, manipular a informação, passar entre as gotas de água da fiscalização e transformar em lícitos os mais ignóbeis processos de fraude e evasão à lei.
TODOS ESTES processos acabaram por se metamorfosear em questões da justiça, sendo cada vez mais irrelevante a matéria substantiva. O protagonismo de magistrados e polícias e os atropelos de processo ganharam importância e é disso que se discute, não a matéria em apreço. Foram “pressões” conhecidas ou suspeitas; fugas de informação deliberadas e dirigidas; quebras estratégicas de segredo de justiça; técnicas de investigação estapafúrdias; métodos de interrogação e investigação vergonhosos; e acusações públicas entre os operadores de justiça.Mau grado os milhares de casos resolvidos todos os dias, são os processos “pesados” (pelo dinheiro, pela política, pelo gosto da imprensa ou pelos nomes envolvidos) que dão à justiça portuguesa este carácter de ópera bufa que lhe faz a sua reputação.
OS MAGISTRADOS e os polícias falam de mais em público e, quando podem e querem, criam polémicas que afectam a segurança e a certeza da justiça.A actuação de dirigentes e ex-dirigentes, de quadros superiores e ex-quadros, da Polícia Judiciária em vários casos, com relevo para a Casa Pia, o Freeport e a menina inglesa, foi própria de querela de taberna ou de balneário.Os corpos profissionais da justiça organizam-se para se combaterem, mas também, quando é preciso, para afrontarem a sociedade e o Estado.As recentes cerimónias de posse dos presidentes dos sindicatos de magistrados judiciais e do ministério público (que não deveriam existir) são autênticos rituais de Estado e poder. Estes sindicatos, aliás, metem o nariz onde não devem e ocupam-se mais de política geral e de política de justiça do que do próprio do sindicalismo, isto é, das questões profissionais e laborais. Alguns dirigentes sindicais chegam a ter influência em processos em curso!A porosidade entre tribunais superiores, conselhos superiores e sindicatos é assustadora.A Procuradoria-Geral da República é, há vários anos, um problema real da justiça portuguesa.A situação em que se encontra o Provedor de Justiça é, ao mesmo tempo, uma metáfora e o retrato exacto da Justiça portuguesa.O desempenho de funções políticas por magistrados, desde a requisição para gabinetes e outras instituições, até ao exercício de cargos políticos, mantém-se e desenvolve-se sem chocar quem quer que seja.O Parlamento, com mais competências em matéria legislativa e judicial do que o governo, mantém um silêncio e uma inacção próprios dos impotentes.A Justiça é cara, muito cara. O aumento das custas (mais que compensa as reduções marginais) e o respectivo pagamento “à cabeça” vêm criar novos problemas sociais numa justiça que já é desigual. O governo encara esses custos como uma espécie de “taxa moderadora” da saúde a fim de diminuir “a procura”!A distinção, para efeitos de corrupção, entre actos lícitos e ilícitos é uma caricatura e destina-se a salvaguardar as causas verdadeiras da corrupção mais poderosa e eficaz, a que, a coberto da licitude, envenena o país e a sociedade.Há leis suficientes para julgar e punir os crimes de evasão fiscal, de fraude, de corrupção e até de enriquecimento estranho. Mas não há processo, tribunais, polícias e magistrados à altura. Por isso se fazem novas leis. Por isso não se cumprirão.
ESTUDOS de opinião recentemente publicados (na Visão, por exemplo) mostram a terrível percepção que os portugueses têm da justiça. Num caso, consideram a inoperância do sistema como uma das principais ameaças à liberdade. Noutro, colocam os magistrados, numa escala de respeito, nas mais baixas posições. Há vinte ou trinta anos, estavam entre os mais reputados. Hoje, são quase desprezados. Acima deles, muito longe, médicos, professores, advogados, engenheiros, polícias e até jornalistas! Abaixo deles, só ministros e deputados!
O CHOCANTE é a atitude e o comportamento dos interessados, supondo que o são. Governo e Parlamento parecem não perceber o que se passa com a falta de respeito pela justiça e pelos magistrados. Não percebem as causas nem as consequências. E, se percebem, não querem saber das soluções. Dirigentes das instituições judiciais e dos sindicatos refugiam-se no direito obscuro, em normas processuais e na arrogância da cátedra. Apear da existência de centenas de excelentes juízes, aqueles de que não se fala e que não aparecem nos sindicatos e na televisão, a profissão judicial está denegrida pela opinião pública que a reserva para o refugo da competência e da seriedade. Um país sem justiça é um país perigoso.

«Retrato da Semana» - «Público» de 19 de Abril de 2009
António Barreto

Sindicatos e partidos da oposição unidos na defesa da causa dos professores. Até sexta, estão previstas 1400 reuniões de professores em todo o pais


Depois de os partidos da oposição, todos eles, do CDS ao BE, assinarem o documento a pedir a fiscalização sucessiva do decreto regulamentar 1-A/2009 (Simplex2), mostrando com esse acto repúdio pela principal bandeira do ME, são agora os sindicatos de professores a mostrarem a força que resulta da unidade em torno do essencial: recusa da divisão da carreira em duas categorias e total oposição ao modelo burocrático de avaliação de desempenho. Só a Fenprof vai ter nas escolas 300 dirigentes sindicais durante a semana que hoje se inicia. Estão previstas 1400 reuniões de professores ao abrigo da lei sindical. Nas reuniões de professores, estarão em discussão as formas de luta a realizar no 3º período, a atitudes a tomar face à ficha de auto-avaliação e reacções face ao previsível aumento exponencial do desemprego docente, a partir de Setembro, tendo em conta os resultados do concurso nacional. O momento é de união.
Numa altura em que o Freeportgate conhece novos desenvolvimentos e o país se afunda numa profunda crise económica, moral e social, a luta dos professores pode dar um poderoso contributo para a derrota do PS nas eleições legislativas. A derrota do PS, após governar Portugal 11 anos nos últimos 13, é a condições primeira para a regeneração política, económica, moral e social do país.

Se o PR não tivesse imunidade ainda lhe calhava um processo em tribunal

O Primeiro-Ministro - e revelando uma consistência admirável pela persistência em estar sempre do mesmo lado da linha da razoabilidade - está, novamente, errado. O país precisa de recados - vulgo comunicações ao país do Presidente da República a evidenciar o desnorte governativo - e seria muito bom que o (des)governo os escutasse. Não só porque o PR tem tido razão em todos os avisos económicos que tem feito (coisa que, aceita-se, seja de somenos importância para o sr. Sousa) mas também porque Cavaco Silva continua o político mais popular e respeitado, a quem os eleitores reconhecem competência como PM muitíssimo superior ao do actual detentor de um diploma em engenharia. Atacar Cavaco Silva é uma estratégia suicida de Pinto de Sousa. É certo que o actual PM aprecia um estilo trauliteiro de discussão política e a elegância argumentativa é-lhe conceito desconhecido; a má-educação que demonstra na AR em cada debate faria corar de vergonha muitas pessoas de ocupação mais humilde; contudo, numa altura em que as sondagens penalizam o sr. Sousa e o PR continua confortável, parece-me que comprar uma guerra com Belém só pode ser prejudicial. Ou está tudo de cabeça perdida neste (des)governo ou Pinto de Sousa sente-se tão fraco e sem alternativas que sabe que qualquer estratégia que tente lhe fará dano e resolveu disparar em todas as direcções.

Sunday, April 19, 2009

Paulo Guinote apresentou ontem o livro " Educação do meu Umbigo "

Tem 400 páginas, leva o nome do blogue do Paulo Guinote e foi lançado ontem, sexta, na Biblioteca Nacional. Tem a chancela da Porto Editora. Paulo Guinote deu início ao blog em 30 de Novemrbo de 2005. Daí para cá foi só crescer. Já ultrapassou 6 milhões de visitas. Nos picos das lutas dos professores atinge 20 mil visitas diárias. Nos dias mais mornos, fica-se pelas 4 mil visitas. Raramente desce abaixo das 6 mil. E tem sempre uma chuva de comentários: mais de uma centena por dia. Quando há debates sobre educação na TV, a caixa de comentários não pára: chega aos 600! E o blog transforma-se num fórum em tempo real. Paulo Guinote diz que dedica 3 horas diárias ao blogue, mas eu acho que dedica um pouco mais. E ainda tem tempo para leccionar História e Português numa escola do 2º CEB. Pelo caminho, fez um doutoramento em História da Educação. Directo, frontal, dono de uma escrita corrosiva, Paulo Guinote não gosta de trabalhar em grupo. Mas, ainda assim, foi capaz de mobilizar centenas de professores num processo de angariação de fundos para pagar os pareceres jurídicos de Garcia Pereira.

Saturday, April 18, 2009

Porreiro ,pá ..



Vídeo que passou no Jornal da noite da TVI de sexta,17 de Abril

Contra as fantasias

«Não se trata de governar para os números, nem para as estatísticas. Estão em causa problemas concretos de natureza social, que geram situações de desespero e afectam com especial gravidade os mais desprotegidos. Problemas cuja resolução é uma responsabilidade política e, mais do que isso, uma condição necessária para a estabilidade da nossa democracia. A par do agravamento do desemprego e do endividamento excessivo, aumentam as situações de carência alimentar, de famílias que não conseguem suportar os encargos de educação dos filhos, de instituições de solidariedade às quais escasseiam os recursos para responder aos novos casos de emergência social que lhes batem à porta. Só quem não conhece o que se passa no terreno, quem não contacta com as consequências da crise, não se apercebe do alastramento dos novos riscos de pobreza e não compreende a dimensão do custo social para o País das políticas que favorecem o enfraquecimento dos laços familiares. Este é um período em que se pede ao Estado um maior activismo. No entanto, esta não é altura para intervencionismos populistas ou voluntarismos sem sentido. Os recursos do País são escassos e é muito o que há ainda por fazer. É preciso garantir o máximo de transparência na utilização dos dinheiros públicos. Desde logo, por uma questão de respeito para com os contribuintes (...) Seria também inaceitável que as respostas à crise levassem ao agravamento dos problemas estruturais que Portugal enfrenta: excessivo endividamento externo, finanças públicas deficitárias, baixa produtividade, debilidade face à concorrência externa e divergência persistente face à média europeia (...) O pior que nos poderia acontecer era a crise acentuar a tendência, bem nociva para o País, de algumas empresas procurarem a protecção ou o favor do Estado para a realização dos seus negócios. Empresários e gestores submissos em relação ao poder político não são, geralmente, empresários e gestores com fibra competitiva e com espírito inovador. Preferem acantonar-se em áreas de negócio protegidas da concorrência, com resultado garantido. É crucial que os empresários e gestores percebam que a sua autonomia em relação ao poder político é, a médio prazo, decisiva para o seu sucesso e garantam que as suas empresas sejam inovadoras à escala global e não apenas aproveitadoras das oportunidades existentes no mercado português.»

Cavaco Silva, PR

Um recado ao mestre da propaganda, José S. Pinto de Sousa

Friday, April 17, 2009

ME cria mais uma estrutura burocrática


Acaba de ser criado o Observatório das Políticas Locais de Educação, uma estrutura criada pelo ME, em parceria com a Associação Nacional dos Municípios Portugueses e a Secretaria de Estado da Administração Local. Tem uma vasto conjunto de objectivos que vão da avaliação anual do processo de tranferência de competências educativas para as autarquias até o apoio aos decisores políticos nos processos de descentralização de competências. A estrutura directiva é pesada e vai criar mais uma dúzia de empregos para sociólogos amigos do Governo. Repare o leitor na imensa estrutura burocrática criada: O Observatório é composto por uma Unidade de Coordenação Executiva, uma Comissão Científica e um Conselho Consultivo e de Acompanhamento. A Unidade de Coordenação Executiva, é dirigida por um director, nomeado pelo Ministério da Educação, que representa o Observatório, integrando ainda um elemento nomeado pelo Secretário de Estado Adjunto e da Administração Local e outro pela ANMP. A Comissão Científica é dirigida por um coordenador, representante de uma das instituições parceiras e integra obrigatoriamente um investigador de cada um dos centros de investigação e, eventualmente, personalidades convidadas nacionais ou estrangeiras. O Conselho Consultivo e de Acompanhamento integra os representantes das entidades instituidoras e das instituições cooperantes. Ufa! Quantos mais empregos cria para os sociólogos que são amigos do Governo? Com que objectivo? Lançar para cima dos professores mais umas centenas de inquéritos, pedidos de relatórios e sessões de formação aos sábados sobre a "bondade" das políticas educativas do Governo. O país está em crise? O défice voltou a superar os 4%? E depois? É tudo em favor do aumento da estrutura burocrática que asfixia o tecido produtivo e os produtores!

Wednesday, April 15, 2009

Socratismo terminal

Os Xutos e Pontapés, "Sem Eira Nem Beira", arriscam-se a ser, involuntariamente, os cantores populares de revolta contra o socratismo terminal, tal como Pedro Abrunhosa foi face ao cavaquismo decadente. Será que José Pinto de Sousa também os vai processar por difamação e denúncia caluniosa?...

Já tenho o magalhães, navego na internet



um momento hilariante sobre o " magalhães "

O ciclo vicioso da Justiça envolvendo pessoas " importantes "

Acerca da Justiça em Portugal, nos tempos que correm, transcreve-se um textos do Diário de Notícias de hoje de João Miguel Tavares

Inteiramente gratuito, eis o guia com que sempre sonhou, por João Miguel Tavares

A justiça em Portugal parece-lhe confusa? Não faz ideia porque é que todos os processos que envolvem pessoas importantes acabam sempre em regabofe? Diga não à desorientação! Em apenas 20 passos, eis o guia ideal para entender todos os casos que em Portugal começam com a palavra "caso":
1) Os jornais publicam uma notícia sobre qualquer pessoa muito importante que alegadamente fez qualquer coisa muito má.
2) Essa pessoa muito importante considera-se vítima de perseguição por parte de forças ocultas.
3) Outras pessoas importantes vêm alertar para o vergonhoso desrespeito do segredo de justiça em Portugal, que possibilita a actuação de forças ocultas.
4) Inicia-se o debate sobre o segredo de justiça em Portugal.
5) Toda a gente tem opiniões firmes sobre o que é preciso mudar na legislação portuguesa para que estas coisas não aconteçam.
6) Toda a gente conclui que não se pode mudar a quente a legislação portuguesa.
7) A legislação portuguesa não chega a ser mudada para que estas coisas não aconteçam.
8) As coisas voltam a acontecer: os jornais publicam notícias sobre essa pessoa muito importante dizendo que ainda fez coisas piores do que as muito más.
9) Outras pessoas importantes vêm alertar para o vergonhoso jornalismo que se faz em Portugal, que nada investiga e se deixa manipular por forças ocultas.
10) Inicia-se o debate sobre o jornalismo português.
11) Toda a gente tem opiniões firmes sobre o que é preciso mudar no jornalismo português.
12) Toda a gente conclui que estas mudanças só estão a ser debatidas porque quem alegadamente fez uma coisa muito má é uma pessoa muito importante.
13) Nada muda no jornalismo português.
14) Enquanto o mecanismo se desenrola do ponto 1) ao ponto 13) a justiça continua a investigar.
15) Após um período de investigação suficientemente longo para que já ninguém se lembre do que se estava a investigar a justiça finaliza as investigações e conclui que a pessoa muito importante: a) Não fez nada de muito mau. b) Já prescreveu o que quer que tenha feito de muito mau. c) É possível que tenha feito algo de muito mau mas não se reuniram provas suficientes. d) Afinal o que fez não era assim tão mau.
16) Pessoas importantes que são amigas dessa pessoa muito importante concluem que ela foi vítima de perseguição por parte de forças ocultas.
17) Pessoas importantes que não são amigas dessa pessoa muito importante concluem que em Portugal nada acontece às pessoas muito importantes que fazem coisas alegadamente muito más.
18) As pessoas citadas no ponto 17) iniciam mais um debate sobre a justiça em Portugal.
19) As pessoas citadas no ponto 16) iniciam mais um debate sobre o jornalismo em Portugal.
20) Os jornais publicam uma outra notícia sobre uma outra pessoa muito importante que alegadamente terá feito outra coisa muito má. Repetem-se os passos 1) a 19).

Sem eira nem beira

Tuesday, April 14, 2009

A mesma medida anunciada várias vezes em tempos diferentes

13 de Dezembro de 2008-
Conselho de Ministros extraordinário decide aumentar, de 70 para 100, as escolas onde serão iniciadas obras de requalificação em 2009. O anúncio foi feito pelo PM e a medida foi apresentada como uma das mais importantes no combate à crise.
Pinto de Sousa deu tanto ênfase à questão que logo englobou o custo das obras de 100 escolas no pacote financeiro extraordinário "anti-crise", tendo-se mesmo "esquecido" que as verbas para cerca de 70 escolas já estavam inscritas no OE2009.
Nem adianta relembrar, por isso, que o valor total do Plano Anti-Crise anunciado pelo sr. Sousa é, no mínimo, pouco rigoroso.

13 de Abril de 2008 -
Pinto de Sousa voltou a reanunciar o mesmo plano, com as mesmas escolas, com o mesmo dinheiro, para a mesma crise. E os jornais e as televisões limitaram-se a replicar as palavras do sr. Sousa , que anunciava, como se pela primeira vez, a antecipação do início das obras.
A segunda-feira traz sempre Pinto de Sousa a repetir anúncios, a puxar ou a agarrar-se a um ou outro Ministro.

Monday, April 13, 2009

Como divulgar o xadrez

Ver neste post como o xadrez é divulgado em Linz- Áustria

O trabalho dos nossos governantes- o ministro da propaganda é o mais trabalhador

«Alguém sabe o que fazem a maioria dos ministros face aos problemas dos seus sectores? Sabe-se do ministro do Trabalho, justiça lhe seja feita, e mais um ou dois ministros. Mas a Educação está bloqueada, o Ambiente não existe, a Cultura ninguém se lembraria que é um ministério, se não fosse Manuel Maria Carrilho lembrar que o devia ser. O ministro da Administração Interna vai chegar ao termo das suas funções sem perceber que não é ministro da Justiça, e sem perceber o significado da palavra segurança. O ministro da Justiça nem sequer preside a um ajuntamento de corporações em guerra umas com as outras, porque nem o lugar de presidente da mesa lhe deram. O Ministro das Finanças, um dos pilares fundamentais deste Governo e que podia apresentar obra, assiste agora à demolição quotidiana do que tinha conseguido com pretexto na crise, e, como já o admitiu, governa pelas estrelas. Há um governante que trabalha muito. O ministro dos Assuntos Parlamentares, que tutela a televisão, a rádio e a propaganda. No seu ministério e no gabinete do primeiro-ministro, trabalha-se 24 horas por dia e em todos os azimutes. Seria, aliás, interessante saber se um blogue anónimo "corporativo" feito por assessores usando arquivos governamentais e que tem o objectivo de popularizar os temas da propaganda, fazer contrapropaganda e desinformação bastante profissionalizada, se bem que sem grande sucesso, depende desse ministro ou do gabinete do primeiro-ministro. Aí trabalha-se em tempo quase real, mas governar só residualmente. No Governo está tudo em estado de estupor. Estudar os assuntos, identificar e resolver os problemas, implementar um programa, fazer qualquer coisinha por um país que está numa profunda, muito profunda crise, não se usa nem se pratica. A culpa salvífica é da "crise", que é tratada como uma desculpa útil e pouco mais. (...) Poucas coisas revelam mais esta ausência de governação no meio de uma crise gravíssima do que um primeiro-ministro que mais uma vez foi à Central Fotovoltaica da Amareleja, a pretexto de uma visita de estudantes estrangeiros numa iniciativa paga pelo próprio Governo (o ministro da Economia considerou má educação querer saber quanto custou), e que funcionaram como casting para a sua aparição diária na televisão. Como é óbvio, falou em português para estudantes que não percebem a língua, mesmo sendo suposto haver tradução. Mas não era para eles que falava, era para nós. Era o "momento Chávez" de dia. Aquilo a que hoje se resume a governação.»

José Pacheco Pereira, Público

Monday, April 06, 2009

Justiça " célere"

«José Sócrates processou João Miguel Tavares por um artigo escrito a 3 de Março no DN e o nosso colunista, ex-jornalista da casa, já foi ouvido. Um mês bastou! Bem sei que os processos por eventual abuso de liberdade de imprensa costumam andar um pouco mais rápido do que os outros, mas deixo a nota: a Justiça, quando quer, pode ser célere.»
João Marcelino, director do Diário de Notícias

Palavra dos deputados " faz fé " para justificar faltas

por FRANCISCO ALMEIDA LEITE

Jaime Gama ordenou mudanças no regime de presenças e faltas, mas deputados podem faltar cinco dias sem apresentar justificação."A palavra do deputado faz fé, não carecendo por isso de comprovativos adicionais". É esta a redacção do ponto sete do novo regime de presenças e faltas dos deputados em plenários, que o presidente da Assembleia da República fez aprovar. Jaime Gama acabou por deixar a possibilidade de os deputados poderem alegar ausência por motivo de doença sem que para isso seja necessária a apresentação de quaisquer justificativos nos primeiros cinco dias. Excepto quando a doença "se prolongue por mais de uma semana". Ou seja, um deputado que falte e que com isso impeça ou prejudique uma votação pode invocar doença sem que tenha que apresentar qualquer tipo de atestado médico.De fora ficou o apertar da malha aos faltosos, exigido por vários partidos após o episódio de 5 de Dezembro, quando a ausência de 48 deputados impediu a aprovação de um projecto de resolução do CDS/PP que recomendava ao Governo a suspensão da avaliação dos professores.Passados quatro meses e com a sala do plenário da AR reaberto após as obras que o transformaram e modernizaram, as atenções do presidente da Assembleia da República centraram-se apenas e só na modificação do registo inicial das presenças em plenário. Na resolução da AR n.º 21/2009, aprovada a 13 de Março e que foi agora publicada em Diário da República, na edição de dia 26, são introduzidas alterações logo no ponto um. "As presenças nas reuniões plenárias são verificadas a partir do registo de início de sessão efectuado pessoalmente por cada deputado, no respectivo computador no hemiciclo", pode ler-se no novo regime. Uma mudança que Jaime Gama encomendou ao conselho de administração, sem ter encomendado aos líderes parlamentares uma redacção diferente para os outros pontos mais polémicos do regime de presenças e faltas.Ao DN, José Lello assume a autoria das alterações, dizendo que "o que estava em causa era a substituição do registo dos deputados na folha de presenças pela inscrição electrónica nos computadores de cada um". Questionado sobre se teria sido possível ir mais longe, após a polémica de Dezembro passado e a de Abril de 2006, quando a ausência de 120 dos 230 deputados inviabilizou votações por falta de quórum, José Lello é taxativo: "Poderia, no condicional, mas não era isso que estava em causa".O presidente do conselho de administração da AR - que também supervisionou as obras recentes - acrescenta que o órgão que dirige "é executivo e não político, pelo que não poderíamos ter feito alterações de cariz eminentemente político". José Lello, sem querer comentar a eventual falta de vontade política para apertar o controlo aos deputados faltosos, acrescenta ainda que "as alterações aos regimes e as resoluções da AR ainda não são mobilizadas pela opinião da imprensa".Ao DN, o líder de um partido com assento na AR diz que "não faz sentido acreditar apenas na fé de um deputado, embora na prática sempre tenha sido assim". Outro deputado considera "uma oportunidade perdida a alteração não ter sido mais discutida em conferência de líderes".
In Diário de Notícias.

Sunday, April 05, 2009

Violência nas Escolas

Especialistas reunidos em Espanha defendem que o aumento da violência nas escolas reflecte crise de autoridade familiar.

Especialistas em educação reunidos na cidade espanhola de Valência defenderam hoje que o aumento da violência escolar deve-se, em parte, a uma crise de autoridade familiar, pelo facto de os pais renunciarem a impor disciplina aos filhos, remetendo essa responsabilidade para os professores.


Os participantes no encontro 'Família eEscola: um espaço de convivência', dedicado a analisar a importância da família como agente educativo, consideram que é necessário evitar que todo o peso da autoridade sobre os menores recaia nas escolas. 'As crianças não encontram em casa a figura de autoridade', que é um elemento fundamental para o seu crescimento, disse o filósofo Fernando Savater. '

As famílias não são o que eram antes e hoje o único meio com que muitas crianças contactam é a televisão, que está sempre em casa', sublinhou.


Para Savater, os pais continuam 'a não querer assumir qualquer autoridade', preferindo que o pouco tempo que passam com os filhos 'seja alegre' e sem conflitos e empurrando o papel de disciplinador quase exclusivamente para os professores.


No entanto, e quando os professores tentam exercer esse papel disciplinador, 'são os próprios pais e mães que não exerceram essa autoridade sobre os filhos que tentam exercê-la sobre os professores, confrontando-os', acusa..
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'O abandono da sua responsabilidade retira aos pais a possibilidade de protestar e exigir depois.

Quem não começa por tentar defender a harmonia no seu ambiente, não tem razão para depois se ir queixar', sublinha.
Há professores que são 'vítimas nas mãos dos alunos'.

Savater acusa igualmente as famílias de pensarem que 'ao pagar uma escola' deixa de ser necessário impor responsabilidade, alertando para a situação de muitos professores que estão 'psicologicamente esgotados' e que se transformam 'em autênticas vítimas nas mãos dos alunos'.

A liberdade, afirma, 'exige uma componente de disciplina' que obriga a que os docentes não estejam desamparados e sem apoio, nomeadamente das famílias e da sociedade.


'A boa educação é cara, mas a má educação é muito mais cara', afirma, recomendando aos pais que transmitam aos seus filhos a importância da escola e a importância que é receber uma educação, 'uma oportunidade e um privilégio'.

'Em algum momento das suas vidas, as crianças vão confrontar-se com a disciplina', frisa Fernando Savater.


Em conversa com jornalistas, o filósofo explicou que é essencial perceber que as crianças não são hoje mais violentas ou mais indisciplinadas do que antes; o problema é que 'têm menos respeito pela autoridade dos mais velhos'.


'Deixaram de ver os adultos como fontes de experiência e de ensinamento para os passarem a ver como uma fonte de incómodo. Isso leva-os à rebeldia', afirmou.

Daí que, mais do que reformas dos códigos legislativos ou das normas em vigor, é essencial envolver toda a sociedade, admitindo Savater que 'mais vale dar uma palmada, no momento certo' do que permitir as situações que depois se criam.


Como alternativa à palmada, o filósofo recomenda a supressão de privilégios e o alargamento dos deveres.

Caso TDM = Caso Freeport: sempre Alberto Costa

Caso TDM, em 1988 Alberto Costa foi demitido de director da Justiça em Macau, há 21 anos, por pressões sobre juiz -
Alberto Costa surgiu ontem no centro das notícias sobre alegadas pressões sobre os magistrados do caso Freeport, que o ministro da Justiça negou de forma pronta. Mas esta não é a primeira vez que o seu nome surge em notícias sobre pressões. Há 21 anos, suspeitas de pressões sobre um juiz levaram à sua demissão de director dos Assuntos de Justiça de Macau, quando o governador era Carlos Melancia.
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Em 1988, Costa deixou o cargo na administração de Macau no meio de suspeitas de pressões sobre o juiz José Manuel Celeiro no caso do escândalo da televisão de Macau, TDM. Em 2005, José António Barreiros, que, enquanto secretário de Estado Adjunto para os Assuntos da Justiça, tinha demitido Alberto Costa, quebrou um longo silêncio de 16 anos e acusou-o de "conduta imprópria". Ontem, contactado pelo PÚBLICO, o advogado José António Barreiros não quis fazer quaisquer declarações sobre o caso de há vinte anos nem comentar as notícias de ontem do semanário "Sol".
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O citado caso de Macau remonta ao mês de Abril de 1988, quando José Manuel Celeiro decretou a prisão preventiva do presidente da TDM, António Ribeiro, por suspeita de peculato. Numa entrevista a "O Independente", em 2005, Barreiros contou que optou por demitir Alberto Costa por ter considerado impróprio que o agora ministro tivesse tido então "conversas informais" com o magistrado defendendo que a prisão preventiva de António Ribeiro seria uma medida excessiva naquele caso. José Manuel Celeiro apresentou queixa.
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Comentário : Alberto Costa teve uma saída pela porta pequena do governo de Macau, tal como teve no governo de António Guterres. Será que a saga continua neste governo? Pelos vistos, o rapaz está habituado a exercer pressões sobre a justiça...

Saturday, April 04, 2009

Artigos polémicos do novo Estatuto do Aluno- objectivo: melhorar as estatísticas

Estatuto do Aluno

Artº 22º…
.4 - Com a aprovação do aluno na prova prevista no nº 2 ou naquela a que se refere a alínea a) do nº 3, o mesmo retoma o seu percurso escolar normal, sem prejuízo do que vier a ser decidido pela escola, em termos estritamente administrativos, relativamente ao número de faltas consideradas injustificadas.

Artº 26º…
.4 - A aplicação da medida correctiva da ordem de saída da sala de aula e demais locais onde se desenvolva o trabalho escolar, é da exclusiva competência do professor respectivo e implica a permanência do aluno na escola, competindo aquele, determinar, o período de tempo durante o qual o aluno deve permanecer fora da sala de aula, se a aplicação de tal medida correctiva acarreta ou não a marcação de falta ao aluno e quais as actividades, se for caso disso, que o aluno deve desenvolver no decurso desse período de tempo.

Ofício Circular nº 17/08, de 27/11, da DREN
nº 4
b) Caso o aluno obtenha aprovação na prova (nº 4, do artigo 22º do estatuto do Aluno), retoma o seu percurso escolar normal, sem prejuízo da competência da escola para determinar os efeitos administrativos das faltas injustificadas dadas pelos alunos antes da realização da prova de recuperação, nomeadamente, no que diz respeito ao facto de essas faltas entrarem ou não no cômputo de posteriores faltas que o aluno venha a dar, tal como explicitado na Informação nº 9/CRS/SEE/2008, de2008.02.19, do Gabinete de Sua Excelência o Senhor Secretário de Estado da Educação;

Enfim , mais uma pérola do Eduquês, para melhorar as estatísticas.

Friday, April 03, 2009

Corruptos ao poder

Empresa trata resíduos sólidos na zona de Braga

Alegre apela à direcção do PS para reagir contra a nomeação de Domingos Névoa -

Manuel Alegre apelou hoje à direcção do PS para que reaja à eleição de Domingos Névoa para a presidência da empresa intermunicipal Braval, dizendo que essa nomeação contraria os “valores éticos” do partido e da democracia.
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As declarações de Manuel Alegre foram feitas na Assembleia da República, depois de questionado pela agência Lusa sobre a eleição do empresário da Bragaparques, que em Fevereiro foi condenado por corrupção, para presidente da administração da Braval.
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“O PS tem que reagir. Nós não podemos apenas criticar quando essas coisas são feitas por outras forças políticas. Temos de dar o exemplo”, afirmou o deputado socialista. E considerou depois que a nomeação do empresário da Bragaparques constituiu “uma falta de respeito por uma decisão da justiça”.
“Entendo que estamos perante uma clara falta de respeito democrática”, salientou.

Comentário : A direcção do Partido de Pinto de Sousa nada vai dizer porque eles adoram a corrupção e, naturalmente, os corruptos, corruptores e correlativos.., Pois, nem sequer fazem leis na AR para acabar com eles...logo, adoram-nos... Reparem que, nem os ministros da propaganda do PS, Vitalino Canas e Santos Silva, disseram uma palavra sequer, contra a nomeação do sr. Névoa...

Agrupamento de Escolas de santo Onofre-intervenção de Ana Drago



Ana Drago pediu explicações sobre a razão pela qual o Ministério da Educação se prepara para destituir o Conselho Executivo do Agrupamento de Escolas de Santo Onofre, nas Caldas da Rainha.

Thursday, April 02, 2009

Nunca se deve dar o poder a um gajo porreiro

«No início, ninguém dá nada por eles. Mas, pouco a pouco, vão conseguindo afirmar o seu espaço. Não se lhes conhece nada de significativo, mas começa a dizer-se deles que são porreiros. Geralmente estes tipos porreiros interessam-se por assuntos também eles porreiros e que dão notícias porreiras. Note-se que, na política, os tipos porreiros muito frequentemente não têm qualquer opinião sobre as matérias em causa mas porreiramente percebem o que está a dar e por aí vão com vista à consolidação da sua imagem como os mais porreiros entre os porreiros. Ser considerado porreiro é uma espécie de plebiscito de popularidade. Por isso não há coisa mais perigosa que um tipo porreiro com poder. E Portugal tem o azar de ter neste momento como primeiro-ministro um tipo porreiro. Ou seja, alguém que não vê diferença institucional entre si mesmo e o cargo que ocupa. Alguém que não percebe que a defesa da sua honra não pode ser feita à custa do desprestígio das instituições do Estado e do próprio partido que lidera. O PS é neste momento um partido cujas melhores cabeças tentam explicar ao povo português por palavras politicamente correctas e polidas o que Avelino Ferreira Torres assume com boçalidade: quem não é condenado está inocente e quem acusa conspira. Nesta forma de estar não há diferença entre responsabilidade política e responsabilidade criminal. Logo, se os processos forem arquivados, o assunto é dado por encerrado. Isto é o porreirismo em todo o seu esplendor. Acontece, porém, que o porreirismo de Sócrates, pela natureza do cargo que ocupa, criou um problema moral ao país. Fomos porreiros e fizemos de conta que a sua licenciatura era tipo porreira, exames por fax, notas ao domingo. Enfim tudo "profes" porreiros. A seguir, fomos ainda mais porreiros e rimos por existir gente com tão mau gosto para querer umas casas daquelas como se o que estivesse em causa fosse o padrão dos azulejos e não o funcionamento daquele esquema de licenciamento. E depois fomos porreiríssimos quando pensámos que só um gajo nada porreiro é que estranha as movimentações profissionais de todos aqueles gajos porreiros que trataram do licenciamento do aterro sanitário da Cova da Beira e do Freeport. E como ficámos com cara de genuínos porreiros quando percebemos que o procurador Lopes da Mota representava Portugal no Eurojust, uma agência europeia de cooperação judicial? É preciso um procurador ter uma sorte porreira para acabar em tal instância após ter sido investigado pela PGR por ter fornecido informações a Fátima Felgueiras. Pouco a pouco, o porreirismo tornou-se a nossa ideologia. Só quem não é porreiro é que não vê que os tempos agora são assim: o primeiro-ministro faz pantomima a vender computadores numa cimeira ibero-americana? Porreiro. Teve graça não teve? Vendeu ou não vendeu? Mais graça do que isso e mais porreiro ainda foi o processo de escolha da empresa que faz o computador Magalhães. É tão porreiro que ninguém o percebeu mas a vantagem do porreirismo é que é um estado de espírito: és cá dos nossos, logo, és porreiro. E foi assim que, de porreirismo em porreirismo, caímos neste atoleiro cheio de gajos porreiros. O primeiro-ministro faz comunicações ao país para dizer que é vítima de uma campanha negra não se percebe se organizada pelo ministério público, pela polícia inglesa e pela comunicação social cujos directores e patrões não são porreiros. Os investigadores do ministério público dizem-se pressionados. O procurador-geral da República, as procuradoras Cândida Almeida e Maria José Morgado falam com displicência como se só por falta de discernimento alguém pudesse pensar que a investigação não está no melhor dos mundos... Toda esta gente é paga com o nosso dinheiro. Não lhes pedimos que façam muito. Nem sequer lhes pedimos que façam bem. Mas acho que temos o direito de lhes exigir que se portem com o mínimo de dignidade. Um titular de cargos políticos ou públicos pode ter cometido actos menos transparentes. Pode ser incompetente. Pode até ser ignorante e parcial. De tudo isto já tivemos. Aquilo para que não estávamos preparados era para esta espécie de falta de escala. Como se esta gente não conseguisse perceber que o país é muito mais importante que o seu egozinho. Infelizmente para nós, os gajos porreiros nunca despegam.»

Helena Matos, Público*

Novo Estatuto do Aluno- publicidade enganosa do ME

No primeiro período, faltas no terceiro ciclo foram quase três milhões.
Redução de faltas poderá não ser real, advertem escolas
-Os alunos do ensino básico e secundário estão a faltar menos, como agora anunciou o Ministério da Educação (ME), ou são as escolas que estão a contabilizar menos faltas do que aquelas que foram dadas? A polémica estalou na sequência dos dados divulgados segunda-feira, pelo ME, apontando para uma redução, no primeiro período, de 22,5 por cento no número de faltas registado no 3º ciclo e de 22,4 por cento no secundário.
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A ministra da Educação atribui o feito ao novo Estatuto do Aluno, que obriga os faltosos à prestação de provas de recuperação. Os números revelam que há meios mais racionais para combater o absentismo do que a “ameaça de chumbo”, disse Maria de Lurdes Rodrigues. “Um progresso absolutamente extraordinário”, comentou o primeiro-ministro.
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Mas nas escolas o anúncio está a ser recebido com alguma “perplexidade”. Responsáveis contactados pelo PÚBLICO recordam, a propósito, que por força do novo Estatuto do Aluno, aos estudantes que fizeram provas de recuperação e tiveram positiva, são retiradas as faltas registadas, o que não quer dizer que tenham faltado menos.
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Podem ir acumulando faltas, acumulando provas e ir voltando sempre à estaca zero. É o que a lei prevê”, resume Isabel le Gê, presidente do conselho executivo da escola D. Amélia, em Lisboa. É uma das “perversidades” que aponta ao novo Estatuto do Aluno. O de ir contra a acção formativa que deve ser a da escola: “Promove-se o oportunismo.” “Para os alunos que trabalham e são responsáveis é um insulto”, diz, dando conta de queixas que tem vindo a receber.

Comentário : Este ME já nos habituou a tudo o que é de mau, na área da educação. Por favor leiam este comentário, deixado no "Público", por um professor, de Lisboa: "Sou professor, tenho 3 alunos que faltam sistematicamente, fazem provas de recuperação (se não passarem na prova, o prof terá que fazer outra...), passam e as faltas voltam a ZERO, voltam a faltar até ao limite, nova prova, faltas novamente a ZERO... até que já desisti de marcar faltas, assim não fazem prova de recuperação, só aparecem para fazer testes... Este sistema é completamente absurdo e uma injustiça tremenda para aqueles alunos que nunca faltam, pois se tem o azar de correr mal o teste, tem negativa, os outros faltam, fazem provas até passarem.... Parabéns aos especialistas, políticos, ministros, secretários de estado e "opinadores" especialistas (incluindo os que aqui comentam as noticias) em Educação que nunca puseram um pé numa Escola. É assim o Estatuto de Aluno, uma aberração que visa passar toda a gente sem o mínimo esforço, digo sinceramente, um aluno hoje em dia para reprovar tem mesmo que se esforçar... Só vamos ver a porcaria que este ME andou a fazer daqui a 15/20 anos."