Monday, July 27, 2009
Um desesperado Pinto de Sousa
Mas esta reconversão esquerdista do PS tem grandes possibilidades de fracassar, até porque não acredito que todos aqueles que andaram estes quatro anos a criticarem veementemente a actuação do PS não vão engolir esta cambalhota política. Denota também a ausência de uma estratégia coerente no PS, depois de anos a tentar ter um discurso de centro-esquerda, bem longe de algumas destas personalidades radicais que agora namoram. E é a prova que nada neste PS é feito com convicção: tudo se adequa à estratégia.
Em 2005 convinha mostrar-se um partido moderado e até centrista, para conquistar este eleitorado. Depois as coisas começaram a correr mal e logo surgiu o "grande partido da esquerda moderna".
A nova poesia portuguesa- Anti- Rodriguismo
( autor desconhecido )
A NOVA POESIA PORTUGUESA (5 poemas)
ANTI-RODRIGUISMO ou A NOVA POESIA PORTUGUESA*
(Movimento poético iniciado no longínquo ano da graça de 2008 por um grupode 150 000 professores, cujo objectivo único era a exaltação das qualidades intrínsecas da então ministra da (des)educação -- Maria de LurdesRODRIGUES.)*
Seguem-se 5 poemas ilustrativos deste movimento.
*Fernando Pessoa
- Autopsicografia*
A Lurdinhas é um(a) fingidor(a).
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é amor
Pela escola que ela sente.
E os que a ouvem com ar infeliz
Na televisão sentem bem,
Não o amor que ela diz,
Mas só o ódio que ela tem.
E assim nas calhas da vida
Gira, a corromper a nação,
Esse combóio de corda
Que se chama (des)Educação.
*Fernando Pessoa*
- GOVERNO PORTUGUÊS
Ó governo salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por votarmos em ti, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas reuniões tivemos que fazer!
Quantos papéis tivemos que preencher!
Valeu a pena? Nada vale a pena
Se a ministra é pequena.Quem quer passar a doutor
Tem que passar além da dor.
Deus à escola o trabalho e o sacrifício deu,
Mas nela é que espelhou o céu.
Augusto Gil*
- BALADA DA SINISTRA
Bate leve, levemente,
A ministra da educação.
Será cega? Será doente?
Surda é certamente,
Pois não ouve a Nação.
Quem bate, assim, levemente,com tão sinistra certeza,que não ouve, que não sente?
Não é anjo, nem é gente,deve ser bicho, com certeza.
Fui ver. A tristeza caíado inferno, não do céu,na nossa escola agora fria.
- Há quanto tempo a não via!Nem tinha saudades, Deus meu!
E uma infinita tristeza,uma grande perturbação
entra em nós, fica em nós presa.
Cai neve na Natureza- e cai no nosso coração.
*Bocage*
- Retrato da SinistraBaixa,
de olhos ruins, amarelenta,
Usando só de raiva e de impostura,
Triste de facha, o mesmo de figura,
Um mar de fel, malvada e quezilenta ;
Arzinho confrangido que atormenta,
Sempre infeliz e de má catadura,
Mui perto de perder a compostura,
É cruel, mentirosa e rabugenta.
Rosto fechado, o gesto de fuinha,
Voz de lamento e ar de coitadinha,
Com pinta de raposa assustadinha,
É só veneno, a ditadorazinha.
Se não sabes quem é, dou-te uma pista:
Prepotente, mui gélida e sinistra,Amarga, matreira e intriguista
,É autoritária... e é MINISTRA.
*Camões*
- Soneto à sinistra
Alma mesquinha e vil, tu que pariste
As normas do estatuto do docente,
Não tens nada de humano, não és gente,
Nada mais que injustiças produziste.
Se lá nesse poleiro aonde subiste
O estado do ensino tens presente,
Repara como és incompetente,
Como a classe docente destruíste.
Se pensas que esta gente está domada,
Te aceita a ti, ao Valter e ao Pedreira,
Estás perfeitamente equivocada
:Em breve encontraremos a maneira
De vos correr p'ra longe à cacetada,
Limpando a educação de tanta asneira!
Friday, July 24, 2009
A verdadeira vocação da Escola
Mas as escolas não devem ser máquinas burocráticas. Devem ser centros vivos de estudo, centros de vida cultural, centros de transmissão e produção de conhecimento. As escolas devem assumir-se como pólos culturais fundamentais, e mostrar uma alternativa à cultura de realejo e do foguete, ao discurso para a televisão e sobre a televisão, e mostrar alternativas: a discussão das grandes ideias filosóficas, científicas, artísticas, históricas e religiosas. Mostrar que discutir ideias, expandir o nosso conhecimento, alargar a nossa compreensão, são não apenas actividades compensadoras em si, mas também elementos fundamentais para que uma sociedade seja capaz de vencer desafios com ideias novas e criativas, com soluções imaginativas e inteligentes. Este é o papel original das escolas.
Compete ao professor devolver às escolas a sua verdadeira vocação, e tirar das garras dos burocratas do Ministério e dos políticos cinzentos de discurso televisivo o destino das escolas. São essas pessoas que querem escolas passivas porque querem cidadãos passivos, que querem a cultura afastada das escolas porque o mote é dividir para conquistar. Mas a escola não pode nem deve dissociar-se da vida cultural e política de um país. A escola é o lugar onde se devia discutir ideias a um outro nível que não o da todo-poderosa televisão (…). Mas terão de ser os professores a reivindicar a autoridade nas escolas; terão de ser eles a dizer que quem manda são os professores, e não o contrário, e que os professores existem para servir os estudantes e a sociedade.
A escola tem de pugnar pela qualidade. Essa qualidade começa na sala de aula.»
Desidério Murcho, A Natureza da Filosofia e o seu Ensino, Plátano Editora, Lisboa, 2002, pp. 14-15.
A data de edição do livro é Julho de 2002. E hoje? Será a situação actual diferente? A resposta parece ser óbvia, mas fica ao critério do leitor.
Thursday, July 23, 2009
A frase :
-António Ribeiro Ferreira, jornalista, "Correio da Manhã", 20-07-2009
Os estádios de futebol- um projecto falhado de Pinto de Sousa
Ler a crónica do José Pacheco Pereira na Sábado em linha. «Aquilo que parecia em 1999 uma ode ao desenvolvimento baseado no futebol - em Aveiro a “maior zona de requalificação” do país, os estádios “muito sofisticados” “com três estúdios para televisão pelo menos“, “criar novas centralidades”, “novas oportunidades” etc., etc. - e que se repetiu a propósito de muita coisa, dos gadgets como o “Magalhães” a falhanços como as Cidades Digitais e a Via CTT, nos anos da maioria absoluta até desfalecer em Junho de 2009, hoje parece muito frágil. Quando o ouvíamos em 2005, 2006, 2007, 2008, a falar da “revolução” que os seus projectos de desenvolvimento iriam trazer ao país, deveríamos ter tido mais memória do passado deste governante, mas falhámos no escrutínio do que já então era possível ter e que se devia ter. Pinto de Sousa vai falar do mesmo modo na sua campanha eleitoral porque ele não sabe fazer de outra maneira. É por isso que é bom voltar a estes vídeos com dez anos para o perceber melhor.»
Monday, July 20, 2009
Corrupção tem de ser combatida
:Combate à corrupção tem de ir ao ponto essencial
A ocasião faz o ladrão
Friday, July 17, 2009
Do interesse público
Wednesday, July 15, 2009
Relatório da OCDE arrasa Decreto Regulamentar 2/ 2008
Foi divulgado o Relatório da OCDE sobre a avaliação de desempenho docente. As conclusões deixam mal a ministra da educação. O relatório da OCDE critica a associação entre os resultados dos alunos e a avaliação de desempenho dos docentes bem como a avaliação feita por pares com consequências na progressão da carreira. Ora, essas são as duas características centrais do modelo imposto pelo decreto regulamentar 2/2008 e que mais contestação provocaram entre os professores. O decreto regulamentar 1-A/2009, que impôs o versão simplex, também não sai incólume do estudo da OCDE, uma vez que o relatório manifesta uma clara oposição a que a avaliação de desempenho de tipo quantitativo e com consequências para a progressão na carreira seja feita pelos directores e colegas a quem foram atribuídas funções de avaliação.
Nas recomendações, o Relatório da OCDE aponta parta a necessidade de haver uma avaliação de tipo qualitativo e meramente formativa, feita pelos directores, e uma avaliação com incidência na progressão na carreira docente, feita por elementos exteriores à escola e sem qualquer relação funcional com os docentes avaliados. A OCDE aconselha que os avaliadores externos sejam especialistas certificados em avaliação de desempenho e que adoptem critérios uniformes para todas as escolas do país.
A FNE reagiu ao Relatório da OCDE pela voz de João Dias da Silva, que afirmou o total isolamento da ministra da educação e a necessidade de construir um novo modelo que não padeça dos males apontados no estudo da OCDE. João Dias da Silva acrescentou que, em matéria de avaliação de desempenho, foram dois anos completamente perdidos graças à teimosia da ministra da educação.
Interrogada pelos jornalistas à saída da sessão de apresentação do Relatório da OCDE, a ministra limitou-se a afirmar que não era tempo de tomar decisões.Entretanto, a Fne emitiu comunicado onde dá conta de que as críticas e recomendações constantes do Relatório da OCDE vêm ao encontro de elementos da proposta da Fne, nomeadamente a defesa da distinção entre a avaliação formativa, para melhoria das práticas, e a avaliação sumativa externa, para progressão na carreira. A Fenprof ainda não reagiu ao Relatório da OCDE.
Friday, July 10, 2009
Estudo encomendado pelo ME a Roberto Carneiro conclui que os diplomados das Novas Oportunidades não tiveram progressos nas carreiras profissionais
Caso CTT e as suas ligações ao caso BPN
“As agendas e notas pessoais de alguns dos arguidos do caso dos CTT foram um excelente ponto de partida para a Polícia Judiciária. Em vários documentos apreendidos a Júlio Macedo, antigo administrador da empresa que comprou o imóvel de Coimbra e que é suspeito de corrupção activa, constam desenhos com esquemas do pagamento de comissões. Os beneficiários são referidos por iniciais. O relatório final da Polícia Judiciária, a que o DN teve acesso, revela ainda um contacto entre o ex-presidente do Banco Insular, Vaz Mascarenhas, com José Oliveira Costa, antigo presidente do BPN, sobre um negócio dos CTT. (…)surge uma carta de José Vaz de Mascarenhas, antigo presidente do Banco Insular de Cabo Verde, que está no centro do caso BPN, a José Oliveira Costa, contando que o negócio entre os CTT e a TramCrone seria apenas uma simulação para ‘a saída do imóvel do património’ dos Correios ‘no contexto da transferência do seu fundo de pensões para a Segurança Social’.
Investigando o rasto do dinheiro das comissões, que estão documentadas no processo, a Judiciária acabou ainda por descobrir que Paulo Miraldo, enquanto chefe de gabinete do ministro António Mexia, depositou cheques passados por dois conhecidos empreiteiros. Paulo Miraldo também está constituído arguido.” (em Diário de Notícias)
No D.N., vem também uma interessante infografia com o esquema das comissões arquitectado (uma autêntica rede a fazer lembrar outras realidades), e agora conhecido a partir das tais notas e agendas pessoais. Reparo que no meio daqueles nomes todos aparecem 3, que são conotados com o PS.
“PJ acredita que ex-responsáveis e partido beneficiaram de um milhão. Falta apurar rasto final de verbas no BPN.
A Polícia Judiciária (PJ) suspeita que os ex-administradores dos CTT Carlos Horta e Costa e Manuel Baptista, bem como o PSD, terão beneficiado de um milhão de euros em notas resultantes de luvas por negócios ruinosos. (…)
(…) a confirmação das suspeitas mais graves dos inspectores da PJ, nomeadamente relacionadas com eventuais subornos recebidos por responsáveis da empresa e políticos, estão dependentes do termo de diligências de investigação junto do BPN. Falta saber, concretamente, qual o rasto final de um milhão de euros em dinheiro vivo.
Carlos Horta e Costa, Carlos Encarnação, Paulo Pereira Coelho - este ainda não constituído arguido - e Paulo Miraldo são alguns dos destacados militantes do PSD aos quais são imputados crimes. (…)
(…) ao proporcionarem vantagens alegadamente ilegítimas a empresas privadas, gestores e vários políticos, sobretudo do PSD. (…)
(…) As duas escrituras de compra e venda do prédio de Coimbra foram feitas na Batalha, localidade onde, no mesmo dia, os administradores da empresa do grupo TCN que comprou o edifício aos Correios, Júlio Macedo e Pedro Garcês, levantaram um milhão de euros em numerário.” (em Jornal Notícias)
Wednesday, July 08, 2009
" Juntos conseguimos "
Monday, July 06, 2009
Opiniões - Stephen Heyneman
“Começaria por dar computadores aos professores”
Recentemente, Don Tapscott, um especialista canadiano em tecnologia, recomendava ao Presidente dos EUA que olhasse para o investimento português em computadores para os alunos do ensino básico. O Magalhães não convence Stephen P. Heyneman, que falou sobre a política educativa da administração Obama, na Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa, esta semana. “É um computador colorido. O que me perturba é ter sido dado às crianças como se elas pudessem ter autonomia para trabalhar sozinhas. E os professores?”, pergunta. “Começaria por dar computadores aos professores para trabalhar. Era isso que recomendaria à vossa ministra da Educação”, responde. O que viu foi crianças a brincar com o Magalhães, “como se fosse uma máquina de jogos e não como se tivessem um computador para trabalhar”. “Não deve ter sido para isso que os computadores foram distribuídos. Certamente não eram esses os objectivos do Ministério da Educação”, conclui. (Público, sem link)
Wednesday, July 01, 2009
Justiça muito lenta
A Lentidão da nossa Justiça
Por Filomena Martins, Directora-adjunta do DN
Por mais argumentos abonatórios que se apresentem, há um facto indesmentível: o caso Madoff, envolvendo muitos milhões em burlas e vítimas e todo o mundo, foi investigado e julgado em oito meses.Por cá, o Freeport esteve quatro anos parado no Montijo e Leva mais dois com este PGR e só agora tem os primeiros arguidos;O da Operação Furacão já não há memória dos primeiros suspeitos;O julgamento do processo de pedofilia da Casa Pia, nascido em 20032, está por marcar;Isto para não falar de Camarate;Ou mesmo com o Apito Dourado que ainda dura (em Itália sabe-se como terminou, em apenas dois anos, um processo semelhante).A lentidão é uma doença crónica da justiça portuguesa. Para a qual nenhum Governo encontrou cura. Pior nem sequer investiu nela.
Filomena Martins
NOTA: Além da brevidade da Justiça americana, é de salientar a sua independência, não se curvando perante o poder económico/financeiro, político ou outros. Lá não há, como cá, tanta imunidade e impunidade na camada mais favorecida da sociedade.Por cá, as aparências dão oportunidades para poder dizer-se que quem faz a Justiça são os advogados, os quais, explorando os meandros da legislação, entravam o andamento dos processos, levando ao seu arquivamento, à prescrição ou a sentenças benévolas com pena suspensa.Enquanto na América, Bernard Madoff foi condenado a 150 anos de prisão, após oito meses de processo, o que segundo a Casa Branca serve de forte exemplo para casos semelhantes, ficamos sem saber o que irá acontecer, cá, aos implicados no BCP, no BPN , no BPP e a muitos suspeitos de abusarem do dinheiro público, como Felgueiras, Isaltino, Ferreira Torres, Valentim, administradores da Gebalis, etc.A legislação tolhe os juízes, porque foi preparada para apoiar criminosos, corruptos, em desfavor das vítimas e do prestígio da própria Justiça. A deficiente elaboração da legislação reveste-se de tal gravidade que o PR, apesar da sua parcimónia, sensatez e cuidado na emissão de opinião, já alertou para a necessidade de mais cuidado na preparação das leis.Se a legislação favorece os transgressores e inimigos da sociedade, fica a interrogação: porque será que os políticos estão a apoiá-los com a sua conivência e cumplicidade, no acto de legislar? Sobre isto, encontram-se em vários blogs, nos posts e nos comentários, frases que levam a concluir que são eles os maiores malfeitores. Será exagero? Efectivamente, as notícias não se afastam muito dessa conclusão.Poderá ser dito que a rapidez e o rigor no julgamento de Bernart Madoff acontece na América, país grande e rico, muito diferente de Portugal. Porém, essa comparação não é coerente com outros aspectos em que Portugal se comporta como muito mais rico e poderoso que os EUA, como é o caso das remunerações e regalias dos altos dirigentes do Banco de Portugal, em comparação com os responsáveis pela Reserva Federal Americana.É desmotivante ou mesmo traumatizante qualquer meditação sobre comparações entre os Países ditos civilizados e Portugal, ou «esta coisa», que nem sempre merece as qualificações adjectivantes que gostaríamos de lhe atribuir.