O coletivo de juízes do Tribunal do Barreiro considerou que da prova produzida durante o Julgamento resultaram fortes indícios de que existiram pagamentos ilegais dentro do Ministério do Ambiente. Durante as sessões de julgamento, três testemunhas afirmaram sob julgamento que o antigo primeiro-ministro José Pinto de Sousa recebeu pagamentos em dinheiro para viabilizar o projeto do outlet de Alcochete. Recorde-se que foram estava em causa a construção de um mega centro comercial em plena Zona de Proteção Especial do Estuário do Tejo, na altura em que o ex-primeiro-ministro José Pinto de Sousa era ministro do ambiente. Os magistrados entenderam não ignorar estes três depoimentos, mandando extrair certidão autónoma para que seja finalmente investigado a fundo o que se passou e para que Pinto de Sousa  se possa defender. Tudo isto comprova a incompetência (ou mesmo falta de isenção) da Directora do DCIAP Cândida Almeida, que durante vários anos impediu, sob o alto patrocínio do PGR Pinto Monteiro, que se investigasse a sério o envolvimento de Pinto de Sousa neste licenciamento ilegal. Espero que o Ministério Público mude agora de atitude. Já é tempo de termos a mesma exigência perante a alta corrupção do Estado do que aquela a que assistimos na pequena criminalidade. Todos os cidadãos devem ser iguais perante a lei e, já agora, perante os procuradores do MP. Tenham mais ou menos poder, sejam ou não ministros, usem ou não avental. A isso chama-se Estado de Direito.