Friday, October 05, 2012

A República ao contrário



 Um gesto significativo: a bandeira nos Paços do Concelho foi hasteada ao contrário. Um funcionário começou a desatar a bandeira para emendar o erro mas foi aconselhado a não o fazer.
Os sinais somam-se. O fim da República, do dia da República pelo menos, está a ser comemorado à porta fechada, com forte segurança, com controlo de acessos. O primeiro-ministro fugiu para Bratislava e do governo só um representante, Aguiar Branco, está presente.
Neste momento discursa António Costa, dirigente desse mesmo PS que foi campeão das PPP e que nacionalizou o BPN, dois grandes responsáveis pelo buraco financeiro em nos encontramos enterrados. Está a falar  da austeridade e dos nossos oito séculos de história, como estes fossem escudo à primeira. Um responsável de um dos partidos que nos trouxeram até aqui diz que a situação onde estamos é indigna e fá-lo como se não tivesse pontas de responsabilidade no que se passa.
A seguir falará Cavaco Silva.  Suponho que assistiremos a uma continuação do discurso da necessidade de equidade e de termos atingido o limite do esforço fiscal. Terá memória suficiente para falar do arranque das vinhas, do abate dos barcos de pesca, da destruição da agricultura, do fecho da indústria e do dinheiro da formação profissional que comprou duas maiorias absolutas? Duvido. O institucionalista, aquele que não é político profissional, está acima destas trivialidades.

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