Monday, March 31, 2008

As turmas vão passar a ser feitas na Assembleia da República (proposta )

«O Bloco de Esquerda anunciou esta segunda-feira que vai apresentar um projecto-lei para impedir a constituição de turmas exclusivamente constituídas ou por alunos privilegiados ou por repetentes na escola pública, como meio para combater o insucesso escolar.»
Mais ano menos ano estamos a discutir a instalação duma câmara de video-vigilância em casa sala, directamente ligada ao Ministério, ao ISCTE e à AR para observarem se tudo aquilo que eles acham que deve acontecer está de facto a acontecer.

O Ego Insuflável de José S. Pinto de Sousa

Com base aos estudos de opinião publicados, é possível afirmar que José Sócrates começou a descer ao inferno da repulsa dos eleitores - "o pior primeiro-ministro" desde o 25 de Abril de 1974, segundo sondagem revelada pelo Jornal de Negócios de ontem, 27-3-2008. Por isso, mascara-se de suavidade e prodigalidade (baixa do IVA de 21% para 20% a meio do ano orçamental, anunciada em 27-3-2008) a política autoritária e somítica e recuperam-se potestivamente causas divisórias, ditas "fracturantes" porque quebram a unidade popular, como o divórcio a pedido ou, mais rápido ainda, Divórcio na Hora à moda do Simplex. O aperto da crise económica, incontornável mesmo para os media de confiança, obrigará provavelmente à introdução de outras causas divisórias - eutanásia, procriação assistida, adopção de crianças por homossexuais e regionalização - para cobrir o flanco esquerdo desprotegido e distrair o flanco direito com o folclore ideológico. E ainda poderá baixar o IVA para os 18%, de forma a descer a fasquia abaixo do governo Durão Barroso.Porém, a situação económica internacional não perdoa e a popularidade de José Sócrates está num abismo nas famílias com desempregados e emigrantes - para além dos famigerados funcionários públicos, professores, médicos, enfermeiros e doentes, militares e polícias, reformados e contribuintes.

Análise do Estatuto do Aluno- por António Barreto

AS CENAS DE PANCADARIA NA ESCOLA têm comovido a opinião. A última em data, com especial relevo, ocorreu numa escola do Porto e foi devidamente filmada por um colega. Em poucas horas, o “clip” correu mundo através do YouTube. A partir daí, choveram as análises e os comentários. Toda a gente procura responsáveis, culpados e causas. Os arguidos são tantos quanto se possa imaginar: os jovens, os professores, os pais, o ministério e os políticos. E a sociedade em geral, evidentemente. As causas são também as mais diversas: a democracia, os costumes contemporâneos, a cultura jovem, o dinheiro, a televisão, a publicidade, a Internet, a permissividade, a falta de valores, os “bairros”, o “rap”, os imigrantes, a droga e o sexo. Para a oposição, a culpa é do governo. Para o governo, a culpa é do governo anterior. O trivial.Deve haver um pouco disso tudo. O que torna as coisas mais complicadas. Sobretudo quando se pretende tomar medidas ou conter a vaga crescente de violência e balbúrdia. Se as causas são múltiplas, por onde começar? Mais repressão? Mais diálogo? Mais disciplina? Mais co-gestão? Há aqui matéria para a criação de várias comissões, a elaboração de um livro branco, a aprovação de novas leis e a realização de inúmeros estudos. Até às eleições, haverá alguns debates parlamentares sobre o tema. Não tenho a certeza, nem sequer a esperança, que o problema se resolva a breve prazo.
DE QUALQUER MANEIRA, a ocasião era calhada para voltar a ver a obra-prima do esforço legislativo nacional, o famoso “Estatuto do aluno”. A sua última versão entrou em vigor em finais de Janeiro, sendo uma correcção de outro diploma, da mesma natureza, de 2002. Trata-se de uma espécie de carta constitucional de direitos e deveres, a que não falta um regulamento disciplinar. Não se pode dizer que fecha a abóbada do edifício legal educativo, porque simplesmente tal edifício não existe. É mais um produto da enxurrada permanente de leis, normas e regras que se abate sobre as escolas e a sociedade. É um dos mais monstruosos documentos jamais produzidos pela Administração Pública portuguesa. Mal escrito, por vezes incompreensível, repete-se na afirmação de virtudes. Faz afirmações absolutamente disparatadas, como, por exemplo, quando considera que “a assiduidade (...) implica uma atitude de empenho intelectual e comportamental adequada...”! Cria deveres inéditos aos alunos, tais como o de se “empenhar na sua formação integral”; o de “guardar lealdade para com todos os membros da comunidade educativa”; ou o de “contribuir para a harmonia da convivência escolar”. E também os obriga a conhecer e cumprir este “estatuto do aluno”, naquele que deve ser o pior castigo de todos! Quanto aos direitos dos alunos, são os mais abrangentes e absurdos que se possa imaginar, incluindo os de participar na elaboração de regulamentos e na gestão e administração da escola, assim como de serem informados sobre os critérios da avaliação, os objectivos dos programas, dos cursos e das disciplinas, o modo de organização do plano de estudos, a matrícula, o abono de família e tudo o que seja possível inventar, incluindo as normas de segurança dos equipamentos e os planos de emergência!
TRATA-SE DE UM ESTATUTO burocrático, processual e confuso. O regime de faltas, que decreta, é infernal. Ninguém, normalmente constituído, o pode perceber ou aplicar. Os alunos que ultrapassem o número de faltas permitido podem recuperar tudo com uma prova. As faltas justificadas podem passar a injustificadas e vice-versa. As decisões sobre as faltas dos alunos e o seu comportamento sobem e descem do professor ao director de turma, deste ao conselho de turma, destes à direcção da escola e eventualmente ao conselho pedagógico. As decisões disciplinares são longas, morosas e processualmente complicadas, podendo sempre ser alteradas pelos sistemas de recurso ou de vaivém entre instâncias escolares. Concebem-se duas espécies de medidas disciplinares, as “correctivas” e as “sancionatórias”. Por vezes, as diferenças são imperceptíveis. Mas a sua aplicação, em respeito pelas normas processuais, torna inútil qualquer esforço. As medidas disciplinares são quase todas precedidas ou acompanhadas de processos complicados, verdadeiros dissuasores de todo o esforço disciplinar. As medidas disciplinares dependem de várias instâncias, do professor aos órgãos da turma, destes aos vários órgãos da escola e desta às direcções regionais. Os procedimentos disciplinares são relativos ao que tradicionalmente se designa por mau comportamento, perturbação de aula, agressão, roubo ou destruição de material, isto é, o dia-a-dia na escola. Mas a sua sanção é de tal modo complexa que deixará simplesmente de haver disciplina ou sanção.
O ESTATUTO cria um regime disciplinar em tudo semelhante ao que vigora, por exemplo, para a Administração Pública ou para as relações entre Administração e cidadãos. Pior ainda, é criado um regime disciplinar e sancionatório decalcado sobre os sistemas e os processos judiciais. Os autores deste estatuto revelam uma total e absoluta ignorância do que se passa nas escolas, do que são as escolas. Oscilando entre a burocracia, a teoria integradora das ciências de educação, a ideia de que existe uma democracia na sala de aula e a convicção de que a disciplina é um mal, os legisladores do ministério da educação (deste ministério e dos anteriores) produziram uma monstruosidade: senil na concepção burocrática, administrativa e judicial; adolescente na ideologia; infantil na ambição. O estatuto não é a causa dos males educativos, até porque nem sequer está em vigor na maior parte das escolas. Também não é por causa do estatuto que há, ou não há, pancadaria nas escolas. O estatuto é a consequência de uma longa caminhada e será, de futuro, o responsável imediato pela impossibilidade de administrar a disciplina nas escolas. O estatuto não retira a autoridade na escola (aos professores, aos directores, aos conselhos escolares). Não! Apenas confirma o facto de já não a terem e de assim perderem as veleidades de voltar a ter. O processo educativo, essencialmente humano e pessoal, é transformado num processo “científico”, “técnico”, desumanizado, burocrático e administrativo que dissolve a autoridade e esbate as responsabilidades. Se for lido com atenção, este estatuto revela que a sua principal inspiração é a desconfiança dos professores. Quem fez este estatuto tinha uma única ideia na cabeça: é preciso defender os alunos dos professores que os podem agredir e oprimir. Mesmo que nada resolva, a sua revogação é um gesto de saúde mental pública.
«Retrato da Semana» - «Público» de 30 Mar 08- António Barreto

Pela Blogosfera- blog, o reino da macacada

Sunday, March 30, 2008

Daniel Sampaio afirma que o Estatuto do Aluno é uma monstruosidade

Daniel Sampaio, entrevistado pelo jornalista da SICN, Vítor Crespo, afirma que o Estatuto do Aluno é uma monstruosidade pedagógica. Aparentemente, já só há quatro portugueses que continuam convencidos da bondade do novo Estatuto do Aluno: a ministra, Valter Lemos, Jorge Pedreira e o senhor Albino. Todos os restantes portugueses já se aperceberam de que o Decreto Lei 3/2008 é uma monstruosidade e um monumento ao eduquês e à tecnoburocracia que afoga as nossas escolas. para ver o vídeo clique no link: http://videos.sapo.pt/L7l53aYggzl3z97e6m7c

Humor do Inimigo Público

Denúncia na última edição de "O Inimigo Público". É importante manifestarmos toda a nossa solidariedade para com as vítimas de todas as formas de bullying.
Por muitas razões que tenha o agressor para se sentir defraudado, este tipo de atitudes não pode ser tolerado e a DREN - Direcção dos Recursos Éticos da Nação - já aceitou a medida disciplinar de transferência do prevaricador para um outro país da área continental de residência da família. Apesar das recusas de vários países em aceitá-lo, julga-se ser possível obter uma vaga se subsecretário de estado no Governo da Sildávia.

Saturday, March 29, 2008

Violência nas Escolas- Texto de Ana Gomes

O video da agressão à professora na Escola Carolina Michaelis é um murro na nossa consciência colectiva. Todos temos culpa por ter deixado degradar a disciplina na escola democrática, a autoridade dos professores e por negligenciarmos as crianças que os pais não têm tempo, nem capacidades, para educar.Eu sinto culpa, por nunca me ter interessado pelas implicações das mudanças sociais na degradação do ensino em Portugal, por nunca me ter incomodado em demasiada com a qualidade política de quem ficava com a pasta da Educação a seu cargo em sucessivos governos. E sinto ainda mais culpa por ter obrigação de ter ouvido professores e alunos na familia e nas amizades mais próximas.Claro que há quem tenha muito mais responsabilidades do que eu. E há sobretudo quem deva intervir politica e disciplinarmente, quando é imperioso intervir.Não compreendo, por isso, que os responsáveis do Ministério da Educação desvalorizem a gravidade do que o filme do Carolina Michaelis revela – que não é caso isolado, como demonstram outros videos que estão a circular, como muitos professores há muito denunciavam e como até o PGR já alertara. A inversão de valores e abalo à autoridade que o video documenta é grave, passe-se numa só ou em 7% das escolas do país. O acto tem de ser punido exemplar e rapidamente, para que a dissuassão no futuro funcione.E sobretudo não compreendo que perante actos de delinquência conhecidos, ocorridos em várias escolas e cometidos pelos mesmos alunos – maxime as agressões repetidas na escola de Tarouca - responsáveis do ME venham encolher os ombros, dizendo que nada se pode fazer porque os responsáveis são menores, não podem ser privados da escola, não podem ser expulsos da escola, nem objecto de quaisquer sanções aplicadas pelas autoridades escolares.Eu pasmo! Então os outros alunos, professores e funcionários da escola vão ter que aguentar quantas mais agressões e distúrbios certos alunos entendam perpetrar? Então o bom ambiente e a segurança na escola vai ficar dependente dos humores de algumas crianças deseducadas em familias disfuncionais, como admitia esta manhã à TSF o Secretário de Estado Valter Lemos serem os delinquentes de Tarouca?Como é obvio essas crianças e jovens perturbadas não podem ser privadas da escolaridade. Precisam até de acompanhamento especial, em escola ou instituição adequadas. Não podem, de maneira nenhuma, é continuar nas escolas normais a desinquietar toda a gente e a agredir quem lhes resista. Caso contrário, a sensação de impunidade alastra, e não haverá meio nenhum de restaurar disciplina e segurança nas escolas.A aluna matulona que agrediu a pequena professora no Carolima Michaelis, o canastrão que filmou a cena rebolado de gozo, os delinquentes que repetidamente agrediram empregadas e alunos em Tarouca, os paspalhões que procuram destrambelhar uma professora numa aula de economia noutro video esta noite passado nas TVs, só podem ter um destino e amanhã já. Por ordens da Senhora Ministra, se as autoridades escolares não tomarem a decisão que se adequa: imediata suspensão das escolas respectivas, com divulgação pública da suspensão. E rápidos processos disciplinares, para efectivar a expulsão daqueles alunos das escolas que perturbaram e acelerar as suas tranferências para instituições adequadas, onde as suas necessidades de educação especiais sejam asseguradas pelo Estado, se os paizinhos não quiserem ou puderem tomar outras disposições.Ele há limites para tudo. E momentos para intervir de forma exemplar. O Ministério da Educação precisa de mostrar que não é complacente com alguns e intransigente com outros. Que a lei e a disciplina é para todos e para fazer cumprir por todos. Pelos alunos também.
In blog "Causa nossa "

Saem do Governo e vão para as admnistrações dos bancos

*Fernando Nogueira:*> Antes -Ministro da Presidência, Justiça e Defesa> Agora - Presidente do BCP Angola
*José de Oliveira e Costa:*> Antes -Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais> Agora -Presidente do Banco Português de Negócios (BPN)
*Rui** Machete:*> Antes - Ministro dos Assuntos Sociais> Agora - Presidente do Conselho Superior do BPN; Presidente do Conselho> Executivo da FLAD
*Armando Vara:*> Antes - Ministro adjunto do Primeiro Ministro> Agora - Vice-Presidente do BCP
*Paulo Teixeira Pinto:*> Antes - Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros> Agora - Presidente do BCP (Ex. - Depois de 3 anos de 'trabalho', Saiu com 10> milhões de indemnização !!! e mais 35.000€ x 15 meses por ano até morrer...)
*António Vitorino:*> Antes -Ministro da Presidência e da Defesa> Agora -Vice-Presidente da PT Internacional; Presidente da Assembleia Geral> do Santander Totta - (e ainda umas 'patacas' como comentador RTP)
*Celeste Cardona:*> Antes - Ministra da Justiça> Agora - Vogal do CA da CGD> >
*José Silveira Godinho:*> Antes - Secretário de Estado das Finanças> Agora - Administrador do BES> >
*João de Deus Pinheiro:*> Antes - Ministro da Educação e Negócios Estrangeiros> Agora - Vogal do CA do Banco Privado Português.
*Elias da Costa:*> Antes - Secretário de Estado da Construção e Habitação -> Agora - Vogal do CA do BES
*Ferreira do Amaral:*> Antes - Ministro das Obras Públicas (que entregou todas as pontes a jusante> de Vila Franca de Xira à Lusoponte)> Agora - Presidente da Lusoponte, com quem se tem de renegociar o contrato.> > etc etc etc...
*O que é isto ? **> - Não, não é a América Latina, nem Angola. É Portugal no seu esplendor!
Recebido por e.mail

Friday, March 28, 2008

Matemática não é Chinês

Os resultados dos testes internacionais PISA, divulgados no fim de 2007, revelaram não só uma má posição de Portugal (26º lugar entre os 30 países da OCDE) como uma ausência de progressos na aprendizagem da Matemática pelos nossos jovens de 15 anos (a sua pontuação, 466, a mesma que em 2003, ficou abaixo da média da OCDE, 498). Mas o curioso é que, bem próximo de nós, embora à nossa frente, ficaram os Estados Unidos (com 474 pontos). Aqui não aconteceu nada, mas do lado de lá do Atlântico os sinos tocaram a rebate. Acaba de ser divulgado o relatório de uma Comissão Nacional, de nomeação presidencial. O relatório, que contou com a participação do Conselho Nacional de Professores de Matemática, classifica a prestação americana no ensino e aprendizagem de Matemática de “medíocre”, pelo que a nossa será “medíocre menos”. O estudo propõe mudanças de tomo: quer moderar o chamado ensino centrado no aluno (a investigação pedagógica não conclui pela sua superioridade) e propõe objectivos curriculares precisos em cada ano (por exemplo, as fracções devem ser dominadas entre o 5º e o 7º anos) assim como metodologias para os atingir (por exemplo, maior recurso à memória).O relatório americano devia ser lido e reflectido. Ele diz-nos que os alunos que confiam nos seus dotes não aprendem tanto como aqueles que acreditam que o sucesso depende do seu trabalho. O “chairman” comentou: A aproximação à Matemática baseada no talento, isto é, que ou se tem jeito ou não, como para tocar violino, tem de ser mudada.
Pior do que os nossos maus resultados é a indiferença perante eles. A Sociedade Portuguesa de Matemática clamou na altura por uma mudança urgente. Mas não foi ouvida nem, muito menos, convidada para participar em qualquer processo de revisão profunda. E o mesmo aconteceu com a Associação de Professores de Matemática. O Ministério da Educação, confrontado com os dados do PISA, desvaloriza-os. Dá pena ver o esforço das autoridades nacionais para os menosprezar (chegam a ufanar-se de termos resultados semelhantes a outros países mediterrânicos, como a Itália, a Grécia e a Turquia). Quando não os menosprezam, esforçam-se por desculpabilizar um sistema que se viu a nível internacional tão cruamente retratado.O primeiro lugar da literacia matemática foi ganho por Taiwan (549 pontos) seguido pela Finlândia, Coreia do Sul e Hong Kong. Digno de louvor é o 8º lugar conseguido por Macau (525 pontos), outrora português e hoje chinês. Um amigo meu comentou, sarcástico: Há uma boa maneira de subir no PISA. É entregarmos a administração do território... A China propriamente dita estava fora da amostra, mas os resultados não seriam muito diferentes dos de Taiwan, Hong-Kong e Macau. O que terão os jovens chineses de diferente dos norte-americanos e dos nossos?A resposta tem a ver com a aprendizagem e com o ensino. Kevin Miller, professor de Psicologia na Universidade de Michigan, explicou, numa conferência em Coimbra, a relevância das diferenças culturais e pedagógicas, que ele próprio tem investigado. Afirmou: Nos EUA aceita-se que não perceber nada de Matemática é uma espécie de ‘medalha’. O mesmo não acontece na China, onde os alunos têm interesse pela aprendizagem, pois a cultura, a escola e os professores estimulam esse interesse (...) Numa cultura como a americana os alunos tendem a esconder as suas dificuldades e, sempre que podem, fazem escolhas que contemplam níveis menos exigentes de matemática, ou de onde ela está mesmo afastada. E acrescentou: Apesar das diferenças de ensino entre os vários estados e entre escolas, há nos EUA um padrão de ensino assente na exposição do professor e na solicitação aos alunos para repetirem a informação fornecida. Em contrapartida, na China os professores além de proporcionarem uma informação sólida, procuram que os alunos expliquem os procedimentos. Assim, estimulam-nos muito mais a comprender o que vão aprendendo.
A Matemática não é chinês, podemos aprendê-la como na China.

Artigo de Carlos Fiolhais no blog " De Rerum Natura "

Uma política reconhece que existe uma excessiva politização da Admnistração Pública

“Lugares de topo são troféu para quem ganha eleições”
A «excessiva politização da administração pública» é, segundo Leonor Beleza, uma das causas mais sérias do mal-estar em que vive a sociedade portuguesa. Ontem, numa conferência na Quinta das Lágrimas, a social-democrata lamentou que critérios de competência e experiência sejam, muitas vezes, ultrapassados pelo peso da cor política.
Leonor Beleza voltou à cidade onde aprendeu a andar, a ler e viveu uma parte da sua infância, desta vez a convite da Fundação Inês de Castro, para inaugurar o ciclo de conferências “Quintas na Quinta”. Depois de alguma «ausência pública deliberada» de actividades que, há alguns anos lhe levavam «praticamente todo o tempo» - a vida política -, a ex-ministra da Saúde e actual presidente da Fundação Champalimaud esclareceu que não vinha retomar o que abandonou e escusou-se a fazer apreciações directas à actuação do Governo, de qualquer força política em particular ou mesmo ao partido de que é militante (PSD). Decidiu falar sobre a “tomada de posição” da SEDES (Associação para o Desenvolvimento Económico e Social) - da qual foi membro fundador em 1970. Um documento «valioso» sobre o estado do país, tornado público no final do mês passado, mas com «pouca repercussão», referiu, lembrando que é assinado por «pessoas pertencentes a uma elite cultural com dedicação real ao país».
De entre as razões do «mal-estar que nos consome», Leonor Beleza destacou a «excessiva politização da administração pública», que, reparou, não é de hoje, mas que se tem vindo a agravar, atingindo «graus inimagináveis». Como funcionária pública, «vivi a progressiva politização a partir do topo e, dentro do partido a que pertenço, a progressiva profissionalização da actividade partidária, a par da crescente disseminação de profissionais da política a partir dos lugares de topo na administração pública».
Ao contrário do que deveria ser, temos políticos nos lugares de profissionais da administração pública e «profissionais da política sem outra experiência de vida nas empresas, no sector público ou na intervenção cívica».
Na sua exposição, contrapôs o desejado «serviço ao povo» que compete ao funcionário na administração e a carreira baseada na competência e na experiência, com a postura de «trepar» às custas de «cor política» ou mesmo da «facção partidária adequada». Leonor Beleza considerou que a administração deve obedecer a quem legitimamente conquista o poder - não está em causa a «lealdade» - mas deve fazê-lo com isenção, rigor e competência.
A ex-ministra considera que não tem existido a «salutar separação de águas» entre administração pública e política. Pelo contrário, «as coisas têm vindo a deslizar com o acordo de muitas pessoas, como se a administração pública fosse um feudo». Os partidos do poder, no Governo e nas autarquias, têm agravado a confusão entre política e o resto, apontou.
Males da justiça
«Acho que se entenderam, infelizmente, numa conveniente posição de que os quadros de topo da administração são lugares políticos, troféu de quem ganha as eleições». As consequências são «dramáticas» e manifestam-se na qualidade dos serviços prestados pelas instituições públicas.
«Reconheço que, até agora, nada na actuação dos partidos políticos, nem mesmo as nomeações álibi, tem mostrado vontade de arrepiar caminho», declarou a presidente da Fundação Champalimaud. Ainda assim, Leonor Beleza recusa-se a aceitar que se as coisas forem discutidas não seja, efectivamente, possível que «o bom senso e a pressão pública levem os partidos a dominar as suas hostes, remetendo-se à sua inequívoca esfera de influência em democracia». Neste contexto, a militante social-democrata exortou os cidadãos a «não estarem calados».
A Justiça e a Comunicação Social foram outros «males» apontados ao nosso país. Sobre o primeiro, falou das «demoras, dos exageros, os protagonismos disparatados, o desejo de afrontar poderes», e associou-lhe também os efeitos da Comunicação Social sensacionalista. «Os males seriam diferentes se o sistema de justiça não alimentasse a especulação, a desinformação e o desrespeito pelos direitos dos cidadãos, e se a Justiça interviesse rapidamente para punir abusos, começando pelos seus próprios», defendeu.
Leonor Beleza declarou-se uma pessoa «inconformada» mas «optimista». «Acho que quando percebemos que um caminho é o correcto podemos encontrar a força de o percorrer e de o explicar», referiu.
Rui de Alarcão, a quem coube apresentar a conferencista, sublinhou as provas de cidadania activa dadas por Leonor Beleza ao longo da sua vida - «um elemento fulcral para o aprofundamento da democracia» - e lembrou ser também objectivo das conferências da Quinta das Lágrimas promover a cidadania participativa e incentivar o debate. «Dificilmente o ciclo começaria melhor, reflectindo sobre o estado do país e o relatório da Sedes».
O senhor que se segue como orador, anunciou José Miguel Júdice, é Joaquim Gomes Canotilho. No dia 24 de Abril - as conferências repetir-se-ão sempre na última quinta-feira do mês -, o constitucionalista, catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, fala sobre “Coimbrinhas e coimbrões – Do desencanto local, à cidade global” Um tema, referiu Júdice, que interessará a muita gente.
Cardoso da Costa, antigo presidente do Tribunal Constitucional na fase de debate que se seguiu à intervenção inicial, elogiou a «frontalidade e rigor» com que Leonor Beleza falou de «problemas cruciais na nossa vida política» e partilhou do seu sentimento e opinião. Deixando de lado a Justiça - «um dos problemas mais graves do país» - o catedrático de Direito reparou antes no «défice do Estado democrático português», por não ter conseguido criar um sentimento democrático na administração pública. «Interrogo-me sobre as orientações legais que têm vindo a ser tomadas ao longo dos anos e que agora assumem uma postura mais viva e acabada, se serão as melhores para desenvolver o sentido da administração pública e o espírito de função pública».
O cirurgião Manuel Antunes disse partilhar do «inconformismo» da conferencista, o mesmo que, disse, o tem levado andar à procura de «novas portas». Quanto ao diagnóstico da SEDES e as realidades apontadas, «são quase banalidades, na medida em que todos as conhecemos». E as soluções? «Há alguma luz que nos guie à procura dessas portas», questionou.
Leonor Beleza fez o médico dos Hospitais da Universidade de Coimbra recordar a sua chegada ao país e à cidade, há cerca de 20 anos, e reparou nos ganhos hoje alcançados, não obstante as dificuldades encontradas. Há que «protestar, falar, dizer o que está errado e o que achamos que deve ser feito».
José Pedro Paiva, historiador, lembrou que «a dominação dos partidos» e os «sistemas clientelares» não fazem apenas parte da realidade dos dias de hoje. As grande organizações, económicas, académicas e culturais são, no seu entender, dominadas por esses sistemas há muito tempo. A novidade está no «afastamento das elites» do centro. Leonor Beleza respondeu que é afastado pelos poderes quem não interessa ter no sistema, mas também se afastam aqueles que entendem que não devem ser comandados por pessoas a quem não reconhecem competências.
Relatório da SEDES
Assumindo «o dever cívico decorrente de uma ética da responsabilidade», a SEDES publicou no final de Fevereiro um documento que chama a atenção «para os sinais de degradação da qualidade da vida cívica» que estão por detrás do «mal-estar difuso» vivido hoje na sociedade.
Ausência de elites do país na política; asfixia pelos partidos da sociedade e do Estado, que leva à «tentacular expansão da influência partidária - quer na ocupação do Estado, quer na articulação de interesses da economia privada - muito além do que deve ser o seu espaço natural» são apenas algumas das causas apontadas no relatório para o mal-estar nacional e que Leonor Beleza sublinhou ontem.
Refere-se ainda «o resultado da combinação de alguma comunicação sensacionalista com uma justiça ineficaz» e a «confusão entre o que a lei não proíbe e o que é eticamente aceitável» e a desproporção entre o que se reprime e o que não se combate com meios tão eficazes. O documento apela, por fim, «à abertura de canais entre quem toma as decisões e a sociedade e os cidadãos em geral».
Perfil
Maria Leonor Couceiro Pizarro Beleza de Mendonça Tavares licenciou-se em Direito pela Universidade de Lisboa e aí foi assistente durante vários anos, exerceu também advocacia (neste momento tem suspensa a sua inscrição na Ordem dos Advogados).
No plano político, ocupou vários lugares de destaque no PSD, foi deputada à Assembleia da República (AR) em várias legislaturas, tendo aliás sido, por duas vezes, vice-presidente da AR. No Governo, foi secretária de Estado da Presidência e do Conselho de Ministros, da Segurança Social e, ministra da Saúde (85-90).
Foi presidente do Instituto Francisco Sá Carneiro, ocupou cargos em órgãos sociais de largo número de instituições de solidariedade. Actualmente é presidente da Fundação Champalimaud .
No almoço de ontem, coube a Rui Alarcão - que foi aluno do pai e do avô de Leonor Beleza em Coimbra - fazer o resumo do «percurso público» da primeira convidada das conferências “Quintas na Quinta”. O antigo reitor focou «grandes méritos de uma personalidade de topo na vida nacional e também de inegável fulgor e de um marcante estilo», sublinhando «qualidades de inteligência, de cultura, de trabalho, de rigor e empenhamento e dedicação ao bem público que é raro encontrar».

Retirado do Diário de Coimbra de sexta,28 de Março de 2008

Finalmente, uma boa noticia para o M.E.


A fuga em massa para a aposentação de muitos dos docentes colocados no topo da carreira é uma óptima notícia para o ME, assim como para o Ministério das Finanças.
Mesmo perdendo entre 25 e 40% dos seus salários são muitos os colegas acima dos 55 anos e com mais de 30 anos, 35 mesmo, de serviço que decidiram desistir de permanecer como cobaias no laboratório particular dos frequentadores da 5 de Outubro (e da 24 de Julho, não esquecer…).
Para os maldizentes que dizem que os professores se movem apenas por dinheiro, esta situação deve ser anómala, mas certamente descobrirão que afinal é porque todo(a)s não tinham nenhuma vocação, que progrediram sem mérito, que eram maus profissionais e «impreparados».
Certamente um qualquer secretário fará circular mails com recortes sobre este assunto, congratulando-se com as partidas.
Mas se são boas notícias para o ME, para as Finanças e para outros corpúsculos menores, são péssimas para a Educação em Portugal. Muitos desde(as) docentes são do melhor que existe no nosso sistema educativo e decidiram desistir, enquanto sentem que estão a tempo de salvaguardar a sua sanidade mental e o respeito por si mesmos.
Os testemunhos são bem elucidativos sobre as razões da partida.
E todos conhecemos muitos outros que gostariam de partir, mas não podem por esta ou aquela razão. O ME e as Finanças estarão rejubilantes, claro. Decapitam boa parte da classe docente e logo dos professores mais caros e com maiores conhecimentos e capacidade crítica. Mesmo se muitos dos professores titulares agora providos vão desaparecer e com eles muita da gente que se queria para domesticar o resto da classe.Vão poder substituí-los por gente nova, barata e cordata perante o nosso sistema de funcionamento que se quer implementar, de semi-servidão da gleba e lei da rolha.
Sim, é possível que Valter Lemos, Teixeira dos Santos, José Sócrates, Maria de Lurdes Rodrigues e outros, por ordem decrescente de relevo nesta matéria, estejam hoje felizes com a edição do Público. Há formas de abandono escolar que eles aplaudem com gosto.
Retirado do " A Educação do meu umbigo" de Paulo Guinote

Thursday, March 27, 2008

Como o Reino Unido está a resolver o problema da indisciplina na Escola


O exemplo britânico
Os pais dos alunos com comportamentos violentos nas escolas britânicas vão passar a ser multados num valor que pode ir até aos 1450 euros. "As intimidações verbais e físicas não podem continuar a ser toleradas nas nossas escolas, seja quais forem as motivações" sublinhou a Secretária de Estado para as Escolas. Disse também que " as crianças têm de distinguir o bem e o mal e saber que haverá consequências se ultrapassarem a fronteira". Acrescentou ainda que "vão reforçar a autoridade dos professores, dando-lhes confiança e apoio para que tomem atitudes firmes face a todas formas de má conduta por parte dos alunos". A governante garantiu que "as novas regras transmitem aos pais uma mensagem bem clara para que percebam que a escola não vai tolerar que eles não assumam as suas responsabilidades em caso de comportamento violento dos seus filhos. Estas medidas serão sustentadas em ordens judiciais para que assumam os seus deveres de pais e em cursos de educação para os pais, com multas que podem chegar às mil libras se não cumprirem as decisões dos tribunais". O Livro Branco dá ainda aos professores um direito "claro" de submeter os alunos à disciplina e de usar a força de modo razoável para a obter, se necessário.
Em Portugal, como todos sabemos, o panorama é radicalmente diferente. Por cá, continua a vingar a teoria do coitadinho: há que desculpabilizar as crianças até ao limite do possível, pois considera-se que o aluno é intrinsecamente bem formado( teoria de Jean Jaques Rousseau,pedagogo muito considerado por Ana Benavente, pelos actuais dirigentes de M.E. e pelos ideólogos do " Eduquês " ) o que o leva a assumir comportamentos desviantes são factores externos (contexto social e familiar) que ele coitado não consegue superar. Temos assim que o aluno raramente é penalizado e quando o é, os castigos ficam-se na sua maioria por penas ligeiras, não vá correr-se o risco de o menino/a sofrer traumas que o podem marcar para o resto da vida. As notícias sobre actos de vandalismo, de agressão, de indisciplina e de violência praticados em contexto escolar que, com progressiva frequência vamos conhecendo, deviam merecer da parte de quem tutela a educação, medidas mais enérgicas que infelizmente tardam em chegar.

Wednesday, March 26, 2008

Será que alguém do M. E. os ouve?

Aluna no Tribunal de Menores

Querem entupir os Tribunais de Menores.
Aluna no Tribunal de Menores
A aluna da Escola Secundária Carolina Michaëlis, no Porto, envolvida no incidente de violência com uma professora por causa de um telemóvel vai ser alvo de um processo no Tribunal de Menores do Porto. A decisão, soube o JN, foi ontem tomada pelo Ministério Público (MP) e visa apurar se a jovem cometeu algum ilícito penal durante a cena filmada e transmitida na Internet, através do portal “YouTube”, ou noutra ocasião. No final do processo, se houver razões para isso, pode vir a ser-lhe aplicada uma “medida tutelar educativa”, visando a “educação para o Direito”, conforme estipula a lei aplicável a menores.
O que se passou em concreto, seria perfeitamente solucionável no ambiente no contexto escolar ,se fosse devolvida autonomia ás Escolas, dado poder de autoridade aos professores e não fosse dada tanta legislação centralista e irresponsável, da autoria do Ministério.
Porque se isto vai parar - apesar de toda a sua gravidade - ao Tribunal de Menores passamos a ter dezenas de casos destes por cada período e o resultado não passa de um repreensão com cenho franzido do juiz.
Há que também - não desculpando ou pós-modernizando a responsabilidade - saber encarar a verdadeira proporção da ocorrência. Ainda não é um caso de polícia ou de Tribunal.
Outros haveria muitos antes deste…
E não é desta forma que se arranjam «casos exemplares», porque assim acaba por ser o descrédito e a desculpa para os relativistas se insurgirem contra o autoritarismo e a repressão e lá ficamos pior que na mesma.

Educação Refém

Em primeiro lugar, o professor é refém da sociedade que, em menos de 3 décadas, deixou de valorizar o “ser” para valorizar o “ter”. Hoje, a sociedade desvaloriza o saber e a ética e, por conseguinte, o papel da escola e do professor. A actual sociedade do consumismo e do imediatismo valoriza, sobretudo, os bens materiais. O que importa é vencer na vida sem ter que “suar a camisola” ( vemos alguns elementos na classe politica que só tiveram cargos no partido e no Governo, nunca trabalharam na Sociedade Civil, nunca tiveram cursos de gestão e governam o País e têm fraca cultura humanistica e filosófica, são autistas e têm pouca sensibilidade social ). Na teoria afirma-se que a educação é a prioridade mas, na prática, há um endeusamento do que é fácil e dá prazer imediato.(...).
O professor é, também, refém das famílias que nos últimos anos passaram por um processo de desestruturação acentuado. Para os professores, os pais estão a “remar contra a maré” pois adoptaram uma postura muito liberal na educação dos filhos, a qual tem contribuído para acentuar o divórcio entre a família e a escola: “Esse liberalismo interfere na escola na medida em que os alunos passam a ter, quase sempre, todo o apoio da família, mesmo que isso resulte num confronto com as orientações e opiniões da escola.”(...).
Outro aspecto relacionado com as famílias tem a ver com a responsabilidade pela aprendizagem. Antes, se um aluno não aprendia os pais consideravam os filhos como os principais culpados. Hoje, se um aluno não aprende a culpa é, em regra, atribuída ao professor e aos métodos ultrapassados. Subjacente a esta atitude está o mito “se o professor é bom qualquer aluno aprende”. Acontece que “para aprender é necessário que o aluno esteja motivado, que estude, faça os trabalhos e se esforce. Só aulas maravilhosas não bastam.”O estudo de Tania Zagury conclui, ainda, que o professor é refém das políticas educativas, da sua formação e da sua consciência. De políticas educativas equivocadas, porque não há seriedade na maioria das medidas implementadas nem avaliação dos seus resultados apesar dos elevados custos. Da sua formação, porque os professores inquiridos referem que tanto a formação inicial como a contínua são deficitárias face aos desafios de uma escola integrada numa sociedade em profunda transformação social e tecnológica. Da sua consciência porque, apesar da vontade de ensinar, têm a noção clara de que em condições tão adversas será muito difícil conseguir alcançar os objectivos estabelecidos.(...)
Será que os diferentes actores ainda não perceberam que são reféns uns dos outros? No fundo, é a educação que é refém."
Texto muito pertinente e com ideias muito claras e válidas que merece ser lido na íntegra no Blog da Formação

Tuesday, March 25, 2008

Cerco e fausto

O síndroma de cerco de José Sócrates leva-o a rarear as aparições públicas e, nos últimos tempos, com o agudizar da contestação na saúde e nas escolas, até a aparecer apenas onde não existe a possibilidade de assistência popular. Trata-se de um fenómeno que tem afectado os líderes das potências mundiais, cercados pela ubíqua provocação dos ecologistas radicais e anarquistas anti-globalização, que os forçou a destinar verbas e recursos para causas "politicamente correctas".No caso do Governo Sócrates, o primeiro-ministro sabe o efeito perigoso do contágio de uma vaia pública. A última vaia sonora, em 18-1-2008 em Braga na Cimeira Ibérica, que não pôde reduzir a comunistas organizados, levou-o a demitir o ministro da Saúde - António Correia de Campos. Sócrates, que tenho dito ser moralmente frágil, apesar das cóleras repentinas e fugazes, não suporta a contestação directa. Tem aguentado a ministra da Educação porque as organizações sindicais, por tacticismo do controleirismo político, concentram em Maria de Lurdes Rodrigues as suas críticas, aliviando a pressão sobre o líder do Governo.Ontem, 24-3-2008, de manhã, qual actor da noite dos óscares, lá esteve em Leiria, no nó da auto-estrada A-8, o primeiro-ministro em mais um evento hollywoodesco, com filmes, música, cenografia meticulosa, tenda grande, aquecedores de ambiente (!...), polícia omnipresente, num lugar sem acesso do povo - regra que, creio, só violará se souber que tem a assistência controlada. Quando mais cercado, mais fausto...Já agora, não consigo entender , num país em que se fecham hospitais e escolas por falta de dinheiro, é conveniente apurar quanto custam estes eventos do tour de pré-campanha que José Sócrates iniciou a ano e meio das eleições de 2009. A factura até pode ter um destinatário próximo, como a empresa ou serviço a que vai, mas sabe-se que quem paga acaba sempre por ser o cidadão, pois não há almoços grátis. Por isso, fica a pergunta: quando custam estes espectáculos?

Saída da ministra é fundamental- opinião

Texto de Mário Crespo
(...) Maria de Lurdes Rodrigues tem um tremendo desastre entre mãos e contribuiu directamente para ele com as suas políticas de desrespeito de toda a classe docente e com o incompreensível arrazoado de privilégios estatutários garantísticos aos discentes, que estão a condenar toda uma geração e a comprometer o futuro de todo um país. (...)Por isto a Turma do 9.ºC tem de acabar! Por uma questão de exemplo, os alunos têm de ser dispersos por outras turmas e o 9.º C deve ficar com a sala fechada o resto do ano, numa admoestação clara de que este género de comportamento chegou ao fim. Maria de Lurdes Rodrigues não pode ficar à espera de receber outra vez o apoio do primeiro-ministro. Depois disto, é seu dever sair do cargo. E não é, como diz constantemente, a mais fácil das soluções. É a medida necessária para que haja soluções. A saída da ministra é, viu-se agora, uma questão de segurança nacional. É a mensagem necessária para a comunidade escolar, alunos e professores, entenderem que o relaxe, a desordem e o experimentalismo desenfreado chegaram ao fim. Que não há protecção política que os salve já da incompetência do Ministério, da DREN e de tudo o mais que nestes três anos nos trouxe à vergonhosa situação que o vídeo do YouTube mostrou ao país e ao Mundo. Uma questão mais os sindicatos viram as imagens de um crime a ser cometido em público contra uma professora. Façam o que devem. Façam as devidas queixas-crime contra a aluna agressora e contra quem filmou e usou abusiva e ilegalmente da imagem da professora a ser martirizada. O crime foi visto por todos. O Ministério Público tem competência para mover o adequado processo contra esses alunos. Cumpram o vosso dever sem tibiezas palavrosas. Já não se pode perder mais tempo com disparates."
Mário Crespo Jornal de Notícias

Pinto Monteiro pede mais autoridade para os professores

O Procurador-Geral da República está contra a violência e o “sentimento de impunidade” nas escolas.O mais recente caso de violência escolar, em que uma aluna da escola Carolina Michaelis no Porto agrediu uma professora por causa de um telemóvel, leva o Procurador-Geral da República (PGR) a retirar uma conclusão: “Impõe-se que seja reforçada a autoridade dos professores e que os órgãos directivos das escolas sejam obrigados a participar os ilícitos ocorridos no interior das mesmas”. O que, “até agora, raras vezes, tem acontecido”, diz Fernando Pinto Monteiro.
O responsável máximo pela investigação criminal em Portugal, em declarações ao Diário Económico, garante que “nalgumas escolas formam-se pequenos ‘gangs’ que depois transitam para ‘gangs’ de bairro, armados e perigosos”. Pinto Monteiro considera que a violência escolar funciona, em alguns casos, como uma espécie de “embrião” para níveis mais graves de criminalidade. Ao contrário do Governo que insiste em desvalorizar o mediático caso da aluna do Porto filmada por colegas enquanto agredia a sua professora de francês, Pinto Monteiro considera que a violência nas escolas “existe e tem contornos preocupantes”.
Esta não é a primeira vez que o Procurador-Geral da República se pronuncia sobre a violência nas escolas. Em Novembro, em entrevista à revista “Visão”, Pinto Monteiro disse estar a par de que “até a senhora ministra da Educação” minimiza a dimensão da violência nas escolas.
Em boa verdade, bastaria que a irresponsabilidade e inimputabilidade que se observam na sociedade cá fora - com os espertos a escaparem a todo o tipo de pecados e pecadilhos com recurso a habilidades - não fossem transpostas para o universo escolar.
E já agora que a equipa ministerial não tivesse o discurso que tem há três anos de permanente confronto com os professores.
Porque, vamos ser honestos, não fomos nós que começámos a atear a lareira que já estava acesa…

Monday, March 24, 2008

Curiosidades Estatísticas

O nosso governo gosta muito de usar várias estatísticas; no entanto algumas estatísticas, têm dados muito contraditórios e curiosos:
No novo Estatuto do Aluno, uma falta de um aluno devidamente justificada por doença tem o mesmo valor estatístico duma falta injustificada por vadiagem;
Um diploma do 12º ano obtido por um aluno numa reputada Escola Secundária nacional tem o mesmo valor estatístico dum diploma obtido numa Junta de Freguesia, no curso Novas Oportunidades;
Uma aprovação na disciplina de Inglês Técnico com situação presencial tem o mesmo valor estatistico de uma aprovação a partir de o envio de respostas por fax ( situação não presencial);
Um diplomado de Licenciatura em Engenharia Civil pelo Instituto Superior Técnico tem o mesmo valor estatístico que um detentor de um diploma de Engenharia Civil pela Universidade Independente.
Concluindo, em vez de analisarmos as estatisticas sobre o aspecto quantitativo, também nos devemos preocupar, com o mérito, a qualidade, boa formação moral e os valores e atitudes que deverão ser transmitidos às gerações vindoras.
O governo central ao não ser exigente com os alunos, está a sacrificar o desenvolvimento do País.
No entanto, também compete à sociedade civil,ás familias, aos pais responsáveis, aos professores, melhorar a educação ( a educação começa em casa, na família, a Escola e os professores devem assegurar a instrução ). A melhoria dos resultados qualitativos do Sistema Educativo é um objectivo nacional , todos os pais, professores, alunos, devem trabalhar em conjunto e não devemos dar muito crédito à legislação facilitista do actual Ministério da Educação.
Temos um governo centralista muito forte e uma sociedade civil muito fraca. Todos os portugueses devem trabalhar para inverter a situação ( e não devemos ficar á espera de um D.João II, de um D.Manuel I, de um D. Sebastião, de um D.João V, de um Marquês de Pombal, de um Salazar, de um Sócrates).

Educação Simplex

Texto de Manuel António Pina
Um dos mistérios da actual política educativa é a imposição de rígidos critérios de avaliação aos professores em vez do que convencionou chamar-se de “progressão automática” na carreira e, no que respeita aos alunos, a opção pelo facilitismo e por uma espécie de “progressão automática” de ano com recurso a sucessivas “provas de recuperação”. As próprias classificações dos alunos contarão para a avaliação dos professores, o que significa que dar boas notas será meio caminho andado para um professor poder subir na carreira. Assim, não só no Estatuto da Carreira Docente a palavra “ensinar” desapareceu das atribuições dos professores, como estes estão hoje sujeitos a todas as formas de pressão (até física; ainda recentemente uma professora do Carolina Michaelis foi agredida por uma aluna a quem deu uma nota baixa), da parte de alunos, de pais e do próprio Ministério para serem permissivos. Desde que se matricule, um aluno tem a passagem de ano assegurada. Nem precisa de ir às aulas, basta-lhe fazer umas “provas de recuperação”. E, se nem isso resultar, obterá depois o diploma do 12º ano em 15 dias nas “Novas oportunidades” da sua junta de freguesia.
Não seria mais “simplex” o diploma do 12.º ano ser de distribuição geral como o Bilhete de Identidade?
( Texto de Manuel António Pina)

Ser professor em Portugal- uma opinião



Texto de António Maduro
O sistema educativo português tem servido de palco a múltiplas experiências, consoante o perfil dos protagonistas que assumem a liderança ministerial. Cada qual mexe e remexe a seu bel-prazer. São improvisações peregrinas de qualquer iluminado, importações pré-cozinhadas de modelos educativos de outras realidades sociais e culturais, menus pedagógicos e utópicos dos mais variados tipos e atributos. E como a coisa naturalmente não funciona, o legislador descarrega incessantemente leis, decretos, circulares, avisos, que anulam, que alteram, que esclarecem, e sobretudo que baralham e entorpecem os actores que tentam sobreviver no terreno. O importante para cada ministro é deixar marca pessoal, anulando irreversivelmente o precedente ou desfigurando-o. Neste país, pasme-se, qualquer um pode ser ministro da educação e a sua acção, por mais nefasta que seja, jamais será avaliada e o seu titular sancionado. Os insucessos resultantes destas políticas erráticas eram, ciclicamente, utilizados como arma de arremesso entre os partidos do poder. Mas isso são águas passadas. Descobriu-se, agora, que é mais fácil denegrir o elo mais fraco, ou seja, os professores. Os professores são agora culpados de todas as falhas do sistema, do atraso estrutural do país, das neuroses colectivas, da desestruturação familiar, do desemprego, da falência do Estado social, da decadência da classe média e, provavelmente, dos desaires da selecção. Nada é remetido para a profunda incompetência dos dirigentes políticos e de sucessivos ministérios que reforçam dia após dia o centralismo, a burocracia e o caos, negando a individualidade, a cultura e a inovação endógena às Escolas. A Escola Pública sobreviveu à massificação, à inflação do número dos seus pares, ao atravessamento de muitos que, sem o serem, fizeram de professores para tapar os buracos do sistema, à complexidade crescente das exigências sociais. Agora pede-se que sirva de depósito de crianças e adolescentes e que os seus professores façam o papel de animadores, de psicólogos, de assistentes sociais, de pais e mães, de distribuidores de afectos, de missionários e sacerdotes e ainda habilitem os jovens para a vida profissional e prosseguimento de estudos... O esforço tem sido grande e dificilmente reconhecido. Quer-se que a Escola recupere um atraso centenar como um milagre de alminhas. Basta lembrar que em 1910 cerca de 80% da população era analfabeta (taxa maior de escolaridade tinham os netos dos antigos escravos americanos) e que à beira do 25 de Abril de 1974, esta percentagem atingia ainda os 35%. Também na entrada da revolução dos cravos o número de licenciados ficava-se pelos míseros 4%, enquanto a França contava com 40%. Sociedade, cultura e mentalidade não se alavancam de um momento para o outro, daí a demagogia feroz das comparações. Então comparemos a estatura dos nossos políticos, com a dos seus homólogos franceses, alemães e até espanhóis e toca a rir pessoal, que a galhofa faz bem à alma lusa. É certo que os professores não estão isentos de culpas. Aceitaram e até embarcaram nas ridículas modas pedagógicas, não questionaram firme e publicamente o desvario disciplinar, o severo e preocupante desajustamento curricular, a absurda hora lectiva. Resignaram-se em demasia, vencidos pela hierarquia ou pela comodidade de não fazer mais ondas, quando o mar encapelado já torna tão difícil a vida da tripulação. Mas os tempos agora estão mais conturbados. Abriu a caça ao professor, apodado de corporativo (o que é risível), de retrógado e de incapaz. Esta campanha panfletária e populista, bem urdida por sinal, tem contado com o suporte dos média enfeudados ao poder e de alguns serventuários fabricantes de opinião. Como pãezinhos multiplicaram-se as invectivas, as inverdades, os malabarismos. Sabemos bem que a opinião de uns tantos adopta estrategicamente a conveniência clubística e que o discurso seria outro se os seus dilectos adversários fossem os autores das messiânicas reformas. Mas isto é a outra história da miséria das consciências. A mensagem triunfante é a do sucesso estatístico para a reclassificação na listagem europeia. Para quê a qualidade, o conhecimento, a autonomia reflexiva, a formação do cidadão para o exercício da democracia política, social e cultural. Cabe ao professor pactuar com o sistema, baixar o nível da aprendizagem, a fim de assegurar a circulação sem escolhos. Entra-se no paraíso do diploma, invertendo a razão de vida do próprio sistema. Para obviar a resistências incómodas, o professor passa a ver a sua progressão profissional vinculada à transição dos alunos. Este sistema perverso, desqualificador das aprendizagens, a ir avante, vai assassinar a Escola Pública e levar à migração dos filhos das classes médias altas, que se irão, inevitavelmente furtar ao miserabilismo e degredo da futura escola pública. Retorna-se à racionalidade mecânica do industrialismo aplicado a pessoas e não a objectos. A última descoberta reside na avaliação. Os professores não querem ser avaliados, bramam as carpideiras do poder. Vamos, então, desmontar o lego. Acontece que os professores constituem uma das classes profissionais com maiores habilitações. Para ingressar no sistema têm de deter uma licenciatura e de se submeter a um estágio profissional. Muitos não ficaram por estes requisitos primevos e, a suas expensas, tiraram pós-graduações, mestrados e até doutoramentos, frequentaram voluntária e obrigatoriamente um rol inúmero de acções de formação de natureza científica, didáctica e pedagógica. Um dos parâmetros essenciais à progressão na carreira docente baseava-se na realização com sucesso destes cursos. Mais ainda, os professores sempre cumpriram a avaliação estipulada pelo Ministério. Mas os professores, como uma das classes mais expostas, são avaliados pelo sucesso/insucesso das suas aprendizagens, pelo conhecimento dos seus alunos, pelos resultados nos exames, pela interacção que estabelecem com a turma, pela relação com a comunidade... As Escolas e com elas os docentes têm sofrido regulares avaliações pela Inspecção Geral de Ensino e com resultados reputados de meritórios. Curiosamente é este governo que faz da avaliação dos professores o seu quase exclusivo programa político quem retira os dias de formação antigamente consignados no seu Estatuto profissional e, assim, impede a frequência de colóquios e conferências da especialidade disciplinar; que inviabiliza as licenças sabáticas para realização de mestrados e doutoramentos... Como diria o português, não bate a bota com a perdigota. Mas porque recusam afinal os professores este modelo de avaliação? Como primeiro argumento, realço a decepção. Nas sociedades e organizações complexas, os modelos para aferir a competência e fiabilidade têm de ser debatidos com os actores e não impostos. Chama-se o primado do diálogo. Exige-se ainda que os avaliadores possuam mais experiência e habilitações profissionais que os avaliados, critério que de modo algum foi assegurado com o inaudito concurso para professor titular (que pelos pontos mais se assemelhou a um concurso televisivo, pois nada aferiu de valias científicas, técnicas e pedagógicas). Pede-se também que a avaliação assuma um carácter formativo e não uma mera incursão punitiva para poupar tostões ao cofre do Estado cerceando carreiras e expectativas. Pede-se ainda que seja exequível nos procedimentos e não arraste a Escola e os professores para a papelada estéril, desviando estes profissionais do direito e dever de ministrar boas aulas, de preparar as suas lições, de ensinar. Venha a avaliação, mas com engenho, com igualdade, com seriedade!
António Maduro (professor)

Sunday, March 23, 2008

Falta de condições para implementar a avaliação de desempenho proposta pelo Ministério

Os Presidentes dos 21 Agrupamentos de Escolas do distrito de Coimbra que se juntaram, e bem, e apelaram à Ministra da Educação para suspender o processo de avaliação dos professores até ao final do ano lectivo! Também o Agrupamento de Escolas de Montemor-o-Velho já tinha, em reunião geral de professores, decidido que naquela escola a avaliação estava suspensa por falta de exequibilidade! Parabéns pela iniciativa tomada por 94 dos 99 professores presentes!
Segundo o jornal “ O Sol”, os Agrupamentos que tomaram uma posição conjunta são:
Infanta D. Maria
Silva Gaio
São Silvestre
Martim de Freitas
Pedrulha
Alice Gouveia
Avelar Brotero
D.Duarte
Jaime Cortesão
Quinta das Flores
Escolas de Taveiro
Ceira
Eugénio de Castro
Soure
Lousã
Penela
Góis
Poiares
Álvaro Viana de Lemos
José Falcão
Lousã

O Professor volta a atacar



Interessante como MLR sucede, embora ainda em lume brando, a Correia de Campos como alvo preferencial de Marcelo Rebelo de Sousa.
Após contextualização longa acerca da evolução do papel das escolas e famílias na educação dos jovens nos últimos 30 anos, o dedo apontado sem hesitação aos erros deste Ministério em matéria de desautorização pública dos professores, ao tentar torná-los os responsáveis por todos os males do sistema de ensino.
Em seguida a desmontagem da «utopia» (palavras do próprio) que está na base do discurso acerca do novo modelo de gestão escolar e da participação dos pais, encarregados de educação e comunidade como forma de melhor resolver os problemas das Escolas, quando se verifica que as próprias famílias cada vez têm menos tempo para resolver os problemas dos seus próprios filhos.
Por fim o salientar que o Estatuto do Aluno, enquanto instrumento introdutor de um regime de irresponsabilidade completa em termos de assiduidade, é apenas o culminar de um processo de três anos que ajudou a destruir ainda mais a autoridade democrática dos professores nas escolas.
Como síntese final, a declaração que os três anos deste Ministério da Educação em nada melhoraram a situação neste aspecto particular, antes ajudando a erodir decisivamente algo que já não estava muito bem.

Wednesday, March 19, 2008

Feliz aniversário e urgente regresso ao ISCTE

A srª ministra da educação completa hoje o seu 52º aniversário. À pessoa e à docente Maria de Lurdes Rodrigues, os meus sinceros parabéns!Contudo, pelo recentemente comemorado 3º ano com a pasta da educação do governo da nação, não posso, obviamente, congratular-me com a efeméride. Antes pelo contrário:
Creio que a professora Maria de Lurdes não apenas perdeu três anos na sua enaltecida e reconhecida carreira docente, como, exponencialmente, perdeu, nesses mesmos três anos, mais de 100.000 professores.
Quanto a ganhos, apenas um (1!) declarado e assumido: o do Sr. Albino, da ‘CONFAP’, claro.
Cara Professora, renovo os votos de feliz aniversário e manifesto-lhe o meu sincero desejo do seu mais rápido e urgente regresso ao ISCTE.
Os portugueses e a educação agradecem!
Fernando Leal
In http://www.kosmografias.wordpress.com/

mil itens a Matemática

Ver neste endereço do GAVE muitas questões sobre matemática , para vários niveis de ensino.

Imaginar a avaliação de desempenho de professores aplicado noutras profissões


Já que muitos jornalistas e comentadores defendem e compreendem o modelo proposto para a avaliação dos docentes, estranho que, por analogia, não o apliquem a outras profissões (médicos, enfermeiros, juízes, etc). Se é suposto compreenderem o que está em causa e as virtualidades deste modelo, vamos imaginar a sua aplicação a uma outra profissão, os médicos.A carreira seria dividida em duas: médico titular (a que apenas um terço dos profissionais poderia aspirar) e médico.A avaliação seria feita pelos pares e pelo director de serviços. Assim, o médico titular teria de assistir a três sessões de consultas, por ano, dos seus subordinados, verificar o diagnóstico, tratamento e prescriçãode todos os pacientes observados. Avaliaria também um portefólio com o registo de todos os doentes a cargo do médico a avaliar, com todos os planos de acção, tratamentos e respectiva análise relativa aos pacientes.O médico teria de estabelecer, anualmente os seus objectivos:doentes a tratar, a curar, etc. A morte de qualquer paciente, ainda que por razões alheias à acção médica, seria penalizadora para o clínico, bem como todos os casos de insucesso na cura, ainda que grande parte dos doentes sofresse de doença incurável, ou terminal. Seriam avaliados da mesma forma todos os clínicos, quer a sua especialidade fosse oncologia, nefrologia oucirurgia estética...Poder-se-ia estabelecer a analogia completa, mas penso que os nossos 'especialistas' na área da educação não terão dificuldade em levar o exercício até ao fim.A questão é saber se consideram aceitável o modelo? Caso a resposta seja afirmativa, então por que não aplicar o mesmo, tão virtuoso, a todas as profissões?

Monday, March 17, 2008

fotos do campeonato nacional de jogos matemáticos em Braga











Foto dois - Jogo do Semáforo; Foto três - Jogo do Ouri;

Foto quatro - Jogo das Amazonas; foto cinco- jogo do Hex
Foto um- Campeão nacional de Hex do 3º ciclo

































Saturday, March 15, 2008

Saudoso Eça de Queirós


Fúria Legislativa

Num só dia foram apresentadas dois projectos de lei do Governo PS; a proibição de "piercings" na língua, nos órgãos genitais e a menores de 18 anos ( a quem será , também proibida qualquer tatuagem permanente) , e a proibição de importar criar e reproduzir cães considerados perigosos.
Resta saber se o Governo já pensou como vai cumprir tais leis.
Serão multados ou detidos todos aqueles que já tiverem piercings nas zonas corporais interditas? Se não, como adivinhar que os piercings foram feitos antes ou depois da proibição?
E como controlar o mercado negro, que já se adivinha, para " furar" tais proibições?
O Governo não deve querer abarcar na provisão legal todos os mais infimos aspectos da vida, mas sim criar melhores condições económicas e sociais para o povo .
Estou agora a lembrar- me doutra lei muito fundamentalista, a lei da pesca, em que tentava prever tudo . Na altura esta lei foi muito ridicularizada.

Friday, March 14, 2008

Professores e Juízes: um paralelismo

Avaliar um professor pelas positivas que dá é o mesmo que avaliar um juiz pelas absolvições que decreta.
A subversão é a mesma:
Menos condenações = menos despesa para o estado = melhor rácio de criminalidade = menor despesa com a população presidiária = evitabilidade de construção de novas prisões = melhor imagem internacional de Portugal.
Todos os números melhoram.
A sociedade é que não, porque os maus alunos passam mas continuam ignorantes e os criminosos cometem crimes mas não vão presos. Uns e outros não receberão o justo castigo que merecem. Pelo contrário: são recompensados pelo mal que fazem a si próprios e à sociedade.
Quem sai prejudicado são, por isso, os bons alunos e as pessoas sérias e honestas.
É o Portugal de José S. Pinto de Sousa.

Nuno Crato premiado com prémio internacional


O matemático e divulgador científico Nuno Crato foi hoje distinguido com um dos European Science Awards na área da comunicação da ciência, atribuídos pela Comissão Europeia, em Bruxelas. (...)É a primeira vez que um português é distinguido neste galardão, criado em 2004 (então chamado Prémio Descartes para a Comunicação da Ciência), edição em que venceu o famoso naturalista e apresentador britânico de documentários David Attenborough. (...)Na descrição do estilo adoptado na divulgação científica, o júri chamou-lhe a “abordagem Crato”, com uma “escrita fácil de ler, mas informativa e cientificamente sólida.

Wednesday, March 12, 2008

Plano de José S.Pinto de Sousa entre Março de 2005 a Março de 2009

O eng. Sócrates quer desmantelar a administração pública, beneficiando o privado dos boys, com o aumento das regalias desses mesmos boys, e acrescentando o desemprego e a desigualdade, através de um ciclo com várias fases.
1.ª fase:Discurso da reforma dos abusos, da modernidade, da dificuldade em governar (discurso Salazarento), e das declarações que só ele é que tinha governado bem durante estes 30 anos, e da necessidade dos sacrifícios, para além da legislação agressiva, e de uma publicidade constante das alterações estruturais, em conjunto com a negligência e apoio da oposição, e apoio do PR e da UE.
2.ª fase:Não corrige os abusos existentes na função pública, justifica-se com eles para desmantelar serviços públicos, congela salários/promoções, e passando para a mobilidade funcionários, e mais tarde despedindo-os.
3.ª fase: Sem serviços públicos, a sociedade fica desfalcada, e então o governo paga a empresas privadas de boys, a preços exorbitantes e fazendo menos.
4.ª fase: as empresas e os boys acumulam riqueza e não investem na sociedade em empregos, mas na especulação financeira .
5.ª fase: os investimentos são do Estado, ao mesmo tempo que consegue o equilíbrio das finanças e o crescimento económico à custa do emagrecimento do Estado e dos apoios da União Europeia.
6.ª fase: a riqueza concentra-se em poucos, há desigualdade, a situação não melhora, empresas saem do país, aumenta emigração e desemprego e falência da justiça. Surgem sinais de revolta social, de insegurança, e manifestações na saúde, educação, e na justiça.
7.º fase: O governo entra na espiral de promessas e inaugurações mas tudo no futuro tais como: concessões de Estradas, aeroportos, TGV, hospitais, e descida de impostos. Com isto angaria apoios financeiros para as eleições, comprometendo as obras a empresários e boys, e criando a sensação de que o povo deve votar em quem não acabou a obra. Sócrates é um cavaleiro que põe a cenoura à frente do animal cansado mas que continua a sacrifica-lo, sem ferraduras, sem comer, e o animal caminha sempre a pensar que alcançará a cenoura, mas de repente cai para o lado morto. O cavaleiro come a cenoura, abandona o cadáver, e vai a pé, enquanto os seus parceiros da UE continuam a cavalo, mas sem cenouras como isco.

Igreja sugere calma e elogia professores

A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) apelou ontem ao consenso na educação e a uma cultura de exigência no sector, considerando que as tensões actuais prejudicam os alunos.
“Acompanhamos com interesse e alguma preocupação a situação dos professores, como grupo mais decisivo para o futuro de Portugal”, e “temos grande estima pela sua acção”, afirmou o porta-voz da CEP, D. Carlos Azevedo, que, no entanto, não quis tomar posição sobre a polémica que divide os docentes e a tutela.
Considerando que a sociedade deve assegurar “esse reconhecimento da sua função de professores”, o prelado salientou a necessidade de uma “cultura de exigência que deve nortear a sociedade portuguesa” nesta área.
“A Igreja não pode deixar de acompanhar toda esta polémica”, mas “não queremos tomar uma posição mais detalhada porque o assunto é muito complexo”, disse à Lusa D. Carlos Azevedo.
Os professores e educadores são um grupo decisivo para o futuro do País, mais decisivo do que os políticos, técnicos e financeiros”, sustentou ainda D. José Policarpo, em declarações à Rádio Renascença, à margem do lançamento das Obras Escolhidas de D. António Ribeiro, em Lisboa.

Tuesday, March 11, 2008

Sindicatos concordam com sugestão de Vitorino para a avaliação experimental de professores

Os sindicatos dos professores elogiaram hoje a sugestão do dirigente socialista António Vitorino para que o Governo adopte um modelo experimental de avaliação dos professores, como forma de resolver o impasse entre docentes e o Ministério da Educação.No seu programa de comentário político Falar Claro na RTP, António Vitorino disse ontem que o Governo deve aceitar que a aplicação do novo modelo de avaliação seja “aferida” ao longo do tempo e não concretizado “instantaneamente”.Mário Nogueira, da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), disse hoje à Lusa que se trata de uma proposta “razoável” e “ponderada” que vai ao encontro do que a Federação tem dito.“Trata-se de uma proposta de quem sabe e percebe que há coisas que têm de ser graduais, num processo complexo”, como o da avaliação, comentou Mário Nogueira.João Dias da Silva, dirigente da Federação Nacional da Educação (FNE), considerou a sugestão “sensata” e “contraditória em relação à imposição do Governo em aplicar o modelo de avaliação apressadamente”.Contactada pela Lusa, fonte do Ministério da Educação disse não haver reacção de momento à proposta de António Vitorino.“Não são só as oposições” que contestam. De acordo com Mário Nogueira, a entrada em vigor de um modelo de avaliação sem que seja experimentado e corrigido para ser melhorado seria uma posição “aventureira” e “irresponsável”.Na opinião deste sindicalista, o Governo devia ouvir as posições do próprio partido e “perceber que não são só as oposições” que contestam a forma como o Ministério da Educação quer aplicar o modelo de avaliação.Também João Dias da Silva, da FNE, considera que a “ideia de fazer a avaliação de forma experimental e simplificada pode ajudar a definir os aspectos negativos e a corrigi-los”.“Há um conjunto de aspectos que devem ser simplificados” e tal só poderá acontecer quando se começar a testar o modelo de avaliação, adiantou.

Os Desvaloriza...dores

Tenho, na minha memória , alguns títulos recentes da imprensa, aos pares, que são do seguinte teor:
«Tribunal Constitucional arrasa contas dos partidos» / «Partidos desvalorizam (...)»;
«Tribunal de Contas arrasa empreitadas públicas» / «Governo desvaloriza (...)»;
«DECO arrasa serviços dos CTT» / «Administração dos CTT desvaloriza (...)»;
«OCDE arrasa (...)» / «Governo desvaloriza (...)».
«Adeptos do (...) provocam distúrbios» / «Presidente do (...) desvaloriza (...)»
E por aí fora, a que se juntam muitas outras "desvalorizações", não aos pares, mas igualmente bizarras, como a do Ministro das Finanças que "desvaloriza" o facto de o Estado deixar prescrever dívidas fiscais no valor de quase 800 milhões de euros, a do Ministro da Administração Interna que "desvaloriza" a onda de criminalidade, etc. etc.Agora foi a vez de a Ministra da Educação e de José Sócrates "desvalorizarem" o gigantesco protesto dos professores.
Bem... cada um lá sabe de si. Mas o que pensaríamos de alguém a quem fossem avisar que tinha a casa a arder e que, com um ar de superioridade, "desvalorizasse" a informação?

Monday, March 10, 2008

Professor do ano assina Manifesto

Arsélio Martins, que em Novembro recebeu das mãos da ministra da Educação o prémio nacional de professores, é o primeiro subscritor de um manifesto promovido pelo Movimento Escola Pública. O documento, que acusa o PS de ameaçar a escola pública, é corrosivo ao apreciar o regime de avaliação. "Queremos dar corpo a uma corrente que mobilize a cooperação contra a competição", sustentam os signatários, reclamando equipas multidisciplinares, "turmas mais pequenas e heterogéneas" e "discriminação positiva das escolas com mais problemas"."Investido na ideologia da rentabilização e da gestão por resultados, que branqueia os verdadeiros problemas e encavalita a urgência dos números do sucesso nas costas dos professores, o PS oferece mais Governo e menos serviço público à Educação. E na escola-empresa, que vai triunfando contra a escola democrática, crescem novas burocracias feitas por decreto, centraliza-se o poder em figuras unipessoais", lê-se no manifesto, disponível na Internet.A iniciativa foi subscrita por mais de 1600 pessoas. Além do professor de Matemática de Aveiro, também o sociólogo Boaventura Sousa Santos, o escritor José Luís Peixoto, o presidente do Sindicato de Professores da Grande Lisboa, António Avelãs, e o deputado do BE, Fernando Rosas assinam o documento. João Madeira, um dos fundadores do movimento, manifestou ao JN a convicção de que "os professores não vão baixar os braços". Docente de História há 28 anos, "nunca viu a classe tão unida e entusiasticamente determinada na rua". João Grancho, presidente da Associação Nacional de Professores, concorda. E, céptico quanto à mudança de discurso da ministra, acha possível na próxima "marcha" estarem mais de 143 mil pessoas. Ou seja mais do que o número total de professores. "É que isto pega-se..." Quarta-feira, Grancho vai à Comissão Parlamentar de Educação expor uma "alternativa" durante os três meses até final do ano lectivo, os "professores avaliadores" deveriam ter acções de formação, todos os instrumentos deveriam ser validados e as escolas deveriam criar, a partir dos princípios de referência, as suas próprias medidas. Em Setembro, todos arrancariam "mais fundamentados". No mesmo dia, será entregue no Parlamento uma petição contra a prova de ingresso na carreira docente, subscrita por 12 mil pessoas.
Artigo retirado do JN

Thursday, March 06, 2008

Comicio do Grande Timoneiro à porta fechada

Mudança protege o líder de qualquer imprevisto vindo da rua.

Socialistas transferem comício nacional no Porto para pavilhão desportivo e desistem da Praça de D. João I . O grande timoneiro José S. Pinto de Sousa não gosta das multidões e vai preparar o comício virado para a comunicação social do regime.
O comício nacional do PS marcado para o dia 15 de Março no Porto, que levará José S. Pinto de Sousa ao reencontro com as bases, foi transferido da Praça de D. João I para o Pavilhão do Académico, uma mudança que “protegerá” o líder socialista de qualquer imprevisto vindo da rua.A convocação para este local foi feita ontem através do site oficial do PS, onde se anuncia também que, já neste fim-de-semana, dirigentes nacionais do partido vão percorrer o país para se reunirem com os militantes em todas as federações Guterres.

Prestações dos alunos da Eugénio de Castro na Redemate ( regional )l

A Redemate foi disputada na Escola Alice Gouveia em 5 de Março de 2008.
A nossa Escola levou cerca de 50 equipas e cerca de 100 alunos. Houve prémios para os três primeiros de cada ano.
No Mais mate do 6º ano o 1º lugar foi atribuida à equipa formada por José Pedro Ferreira Delgado e Filipe João Abrantes Soares da Conceição ( alunos do 6A ) e o 2º lugar foi atribuido à equipa formada por Pedro António Cruz e João Diogo ( alunos do 6E ).
Na competição Mais mate a nossa Escola ficou em 3º regional.
No Equamate do 7º ano o 2º lugar foi atribuido à equipa formada por João Janela e João André ( alunos do 7F ) e no Equamate do 9º ano foi atribuido 0 terceiro lugar à equipa formada por Raul Nuno de Oliveira Garcia e João Miguel Campos Teles ( alunos do 9B ).
Na competiçao Equamate a nossa Escola ficou em 3º regional.
Tivemos outras classificações honrosas com prémios não atribuidos, 4º e 5º lugar do MaisMate 5º ano, 4º lugar do MaisMate do 6º ano, 7º lugar do Equamate do 7º ano,5º e 6º lugar do Equamate do 8º ano, 4º e 6º lugar do Equamate do 9º ano.
Todos os resultados na página oficial do PMATE
A final nacional irá ser disputada em 28 de Abril, em Aveiro.

Tuesday, March 04, 2008

Governantes contra governantes

Valter Lemos, secretário de Estado da Educação, embaraçou o actual Governo pela forma como atacou uma sua antecessora socialista na função,Ana Benavente, que por sua vez tinha considerado que a equipa que dirige o ministério da Educação "não honra o PS".
O embaraço surgiu porque ao disparar sobre Ana Benavente, acabou por atingir, por ricochete, um influente membro do actual Governo, AugustoSantos Silva, ministro dos Assuntos Parlamentares, que no tempo de Guterres foi ministro da Educação, tendo precisamente Ana Benavente como sua secretária de Estado. A actuação de Benavente no Governo, disseValter Lemos, teve como consequência "os piores resultados escolares daEuropa".Ontem, numa conferência de imprensa na sede nacional do PS, AugustoSantos Silva acabou por implicitamente verbalizar o embaraço: "Não me quero alongar no assunto", disse, depois da segunda ou terceira insistência dos jornalistas. Acrescentando: "Todos temos as nossas apreciações sobre os tempos que passaram e os tempos que vivemos hoje. O mais importante é o tempo que nos espera."O dirigente socialista foi justificativo, explicando as dificuldades de então: a "oposição de várias organizações sindicais" e a "não existência de condições políticas para o Governo depender apenas de si próprio".Manuel Alegre ataca Antes de Augusto Santos Silva falar já Manuel Alegre lhe estava a exigir esclarecimentos. "Não é normal que um secretário de Estado de um Governo do mesmo partido ataque um anterior secretário de Estado", disse ao DN.O ex-candidato presidencial achou a atitude "tanto mais estranha quando isso pôs em causa o titular da pasta da Educação da altura, que por acaso é o actual ministro dos Assuntos Parlamentares". "Gostaria de saber o que ele pensa a este respeito", afirmou Alegre, que repudia a"quebra de regras de solidariedade que normalmente devem existir entre membros de diferentes governos do mesmo partido".
In DN
A oposição nem de precisa de se aplicar muito, pois a base de apoio do governo e os próprios governantes já não se entendem; à semelhança do fugitivo Guterres, e do fugitivo Durão Barroso, pode ser que José S. Pinto de Sousa se retire e se candidate a um lugar político da Comunidade Europeia.

Relações entre CONPAF e Ministério da Educação

( retirado do blog " Ensinar na Escola" )

Como não poderia o senhor Albino Almeida, o grande líder da CONFAP (Confederação Nacional das Associação de Pais), defender sistematicamente a ministra das actividades lúdicas, entretenimento e guarda de crianças e jovens?
O senhor recebeu através dos impostos pagos pelos contribuintes 38 717,5 euros no dia 8 de Setembro de 2006; 38 717,5 euros no dia 11 de Dezembro de 2006 (deve ter sido o subsídio de Natal) como se poder ler no Diário da República, 2ª Série, número 109 de 6 de Junho de 2007 (página 15720), como atesta a primeira fotografia deste post.
Mas o grande líder da CONFAP não se ficou por aqui, porque em 19 de Abril de 2007 recebeu qualquer coisa como 39 298,25 euros como consta no Diário da República, 2ª Série, número 201 de 18 de Outubro de 2007 (página 30115), como atesta a segunda fotografia deste post.
No total recebeu em dois anos 116 733,25 euros do ministério......!
Mas para aqueles que duvidam desta “sociedade civil” amansada através do dinheiro público, basta clicar nos links respectivos e verão com os próprios olhos o escândalo inacreditável.
Agora percebo tanto apoio ao ministério, tantas conferências de imprensa, tanta presença em tantos lugares tão dispersos geograficamente.
Como tenho sempre referido, o monstro gigantesco e burocrático ao qual se atribuiu o pomposo nome de Ministério da Educação tem uma fome cada vez mais difícil de satisfazer, agora até criou uma espécie de “parceiro” de negociações pago com o dinheiro dos contribuintes.
Artigo retirado do blog " Ensinar na Escola"
Outro grande apoiante de MLR é o major Valentim Loureiro- Presidente da Câmara de Gondomar, que tem contra si um processo judical por prática de corrupção.

Campeões de jogos matemáticos da cidade de Coimbra


Resultados dos 4º Campeonatos Nacionais de Jogos Matemáticos disputados em 29 de Fevereiro em Braga.
Luis Maduro campeão nacional de Hex - 3º ciclo , aluno da Eugénio de Castro, Diogo Mateus , 3º lugar de Pontos e Quadrados do 1º ciclo, aluno da EB1 da Sólum, João Miguel Caridade , 3º lugar de Semáforo do 1º ciclo, aluno do 2º Jardim Escola João de Deus.
Ver lista total de campeões nacionais no endereço oficial das competições- LUDICUM

Monday, March 03, 2008

Previlegiados e segregados

Vivemos num dilema desestabilizador entre a realidade quotidiana e a fantasia dos governantes, puramente virtual. Se fecharmos os olhos e ouvidos, ficaremos apatetados e deixamos de estar preparados para o nosso dever cívico de democraticamente participarmos na vida do País, mas se os abrimos, ficamos num estado próximo da loucura, pois deparamos com uma vala, um fosso medieval, entre a vida real e aquilo que se ouve dos governantes. Por um lado, onde quer que se juntem duas ou mais pessoas, vem o choradinho das dificuldades da vida, nomeadamente do aumento do preço do pão, que é mais do que a base da alimentação de muita gente. Por outro lado, tanto o primeiro-ministro como, por exemplo, o ministro do trabalho e segurança social falam do sucesso das medidas levadas a cabo, das promessas cumpridas, ao arrepio das sensações generalizadas dos portugueses não amarrados às benesses do PS, e dos relatórios de organizações internacionais a quem se atribuem dotes de seriedade e isenção.Quando eles falam, parece que estamos a ouvir seres alienígenas alheios às realidades deste rectângulo, onde as pessoas quase já não têm cintura após três anos de aperto do cinto sem verem para quê a não ser que disso têm beneficiado os governantes e os que os cercam – aumento do número de assessores, dos conselheiros dos deputados, dos carros novos comprados para vários ministérios, da continuação da acumulação de reformas milionárias ganhas com poucos anos de serviço, de viagens de ostentação turística e pouco mais, etc, etc.A barreira que separa os bafejados pela política e pelos negócios mal esclarecidos, dos pobres, principalmente idosos e pensionistas, mulheres e crianças, é de tal dimensão que a própria Comissão Europeia exorta Portugal a implementar medidas intensivas de apoio financeiro às famílias em risco de empobrecimento. Estamos perante a dicotomia que já não é apenas entre o interior e o litoral mas, de forma mais gritante, entre ricos e pobres, entre os que brincam com milhões e os que mendigam uns míseros cêntimos para enganar o estômago.No campo oposto a esta miséria demasiado espalhada pela população, a CGD, banco do Estado e abrigo luxuoso de amigos do Poder, anuncia os maiores lucros da sua história, e faz saber que, para fazer face à crise internacional e para obter resultados semelhantes no próximo exercício, será forçada a extorquir mais àqueles que a ela recorrerem, aumentando o preço do dinheiro. Até já se fala de taxas sobre a utilização do cartão Multibanco o tal que foi criado para benefício dos bancos, que dessa forma puderam reduzir pessoal das agências, que foi impingido gratuitamente a todos os clientes, e que, depois de as pessoas se habituarem, passou a ter uma taxa anual e que agora parece ver também taxados os levantamentos de dinheiro nas caixas automáticas.Mas, além da escandalosa distribuição da riqueza, em que na Europa só temos atrás a Letónia, há os maus resultados do sistema de ensino, em que o diploma não representa saber, a justiça demorada e com prescrições e arquivamentos de processos de gente de colarinho branco, a insegurança nas ruas e já nas casas, os deficientes cuidados de saúde para os mais necessitados e desprovidos de rendimentos, as carências na protecção social, etc.Algo há a fazer para tornar a população mais confiante no Poder, para criar mais justiça social , mais moralidade nas fracturas sociais.