Arsélio Martins, que em Novembro recebeu das mãos da ministra da Educação o prémio nacional de professores, é o primeiro subscritor de um manifesto promovido pelo Movimento Escola Pública. O documento, que acusa o PS de ameaçar a escola pública, é corrosivo ao apreciar o regime de avaliação. "Queremos dar corpo a uma corrente que mobilize a cooperação contra a competição", sustentam os signatários, reclamando equipas multidisciplinares, "turmas mais pequenas e heterogéneas" e "discriminação positiva das escolas com mais problemas"."Investido na ideologia da rentabilização e da gestão por resultados, que branqueia os verdadeiros problemas e encavalita a urgência dos números do sucesso nas costas dos professores, o PS oferece mais Governo e menos serviço público à Educação. E na escola-empresa, que vai triunfando contra a escola democrática, crescem novas burocracias feitas por decreto, centraliza-se o poder em figuras unipessoais", lê-se no manifesto, disponível na Internet.A iniciativa foi subscrita por mais de 1600 pessoas. Além do professor de Matemática de Aveiro, também o sociólogo Boaventura Sousa Santos, o escritor José Luís Peixoto, o presidente do Sindicato de Professores da Grande Lisboa, António Avelãs, e o deputado do BE, Fernando Rosas assinam o documento. João Madeira, um dos fundadores do movimento, manifestou ao JN a convicção de que "os professores não vão baixar os braços". Docente de História há 28 anos, "nunca viu a classe tão unida e entusiasticamente determinada na rua". João Grancho, presidente da Associação Nacional de Professores, concorda. E, céptico quanto à mudança de discurso da ministra, acha possível na próxima "marcha" estarem mais de 143 mil pessoas. Ou seja mais do que o número total de professores. "É que isto pega-se..." Quarta-feira, Grancho vai à Comissão Parlamentar de Educação expor uma "alternativa" durante os três meses até final do ano lectivo, os "professores avaliadores" deveriam ter acções de formação, todos os instrumentos deveriam ser validados e as escolas deveriam criar, a partir dos princípios de referência, as suas próprias medidas. Em Setembro, todos arrancariam "mais fundamentados". No mesmo dia, será entregue no Parlamento uma petição contra a prova de ingresso na carreira docente, subscrita por 12 mil pessoas.
Artigo retirado do JN
Monday, March 10, 2008
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