Se pesquisarmos neste blog sobre «corrupção» deparamos com uma grande quantidade de posts que a ela se referem. É certo que, da forma como tal negócio se processa, não é fácil a um terceiro provar que ela existiu, mas isso não elimina as dúvidas que qualquer cidadão pensante possa ter, até porque os sintomas exteriores são tão referidos, desde o mais simples aldeão até aos mais conhecidos políticos, que algo se passa com certeza. Dizia uma conhecida jurista que grande parte dos políticos é oriunda de famílias pobres e, pouco tempo depois do ingresso na política, passa a ser dos mais ricos do País.Segundo o Conselho de Prevenção da Corrupção (CPC) "as áreas da contratação pública e da concessão de benefícios públicos contêm riscos elevados de corrupção" e, por isso, pede um plano de gestão de riscos. Sobre este ponto, o engenheiro e ex-deputado João Cravinho, que já tinha proposto esta medida, defende que a política é a área central a visar.Cravinho propôs no Parlamento, há três anos, uma medida muito semelhante àquela que é agora avançada pelo Conselho de Prevenção da Corrupção (CPC). Mas o assunto está longe de ser encarado a sério, de forma a conseguir resultados eficazes na cura desta lepra social. Um dos motivos por ele apontado é que a "corrupção administrativa é de segunda ordem face à corrupção política". E quanto a esta "o poder político recusa-se obstinadamente a reconhecê-la, quanto mais a agir". O poder político, com a «ética» que lhe rege o comportamento, não está interessado em legislar contra si próprio, não vai, por seu gosto, matar a galinha dos ovos de ouro.O ex-deputado Cravinho diz de forma clara que "a corrupção é hoje um fenómeno sistémico e não individual, é um fenómeno em rede que tem como ponto essencial a dimensão política". E neste plano foram feitos apenas "alguns retoques, para deixar tudo na mesma".O carácter «sistémico» do fenómeno mostra que não surgiu agora, é alimentado por uma burocracia asfixiante criada e sustentada com uma desconfiança sádica em relação aos cidadãos e bem patente na aprovação por unanimidade de todos os grupos parlamentares da lei de financiamento dos partidos em que sobressaía o dinheiro vivo, constituindo uma porta aberta para cobertura ou conivência na lavagem de dinheiro sujo. Uma falta de consciencialização para a gravidade do «fenómeno», no aspecto do interesse nacional e da moralidade e da ética.De entre os artigos consultados, deixam-se os seguintes links:
:Combate à corrupção tem de ir ao ponto essencial
A ocasião faz o ladrão
Monday, July 20, 2009
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