A pressa sempre foi má conselheira e, na guerra, uma fonte inesgotável de desaires para os contendores.
Nesta verdadeira guerra que o ME e o governo liderado por Pinto de Sousa declarou aos professores portugueses, praticamente desde que tomou posse, houve um tempo em que perdemos imenso terreno e em que os coveiros da Escola Pública de Qualidade para Todos (governo, opinon makers e restante tropa de choque) estiveram quase a conseguir atingir os seus objectivos.
Felizmente, embora com enormes custos e sacrifícios, os professores foram capazes de se reagrupar, organizar e reagir. Os últimos doze meses têm sido de luta árdua, mas que finalmente conseguiu inverter a tendência de supremacia governamental e de derrota dos professores.
Hoje somos nós quem detém a iniciativa, tendo conseguido finalmente remeter Pinto de Sousa, Maria de Lurdes Rodrigues e os seus secretários para a defensiva.
Esta inversão do curso da guerra, que começou a desenhar-se em 8 de Março, não nos pode distrair do essencial: esta guerra só será ganha quando houver um governo disposto a revogar toda a legislação aprovada pelo governo Pinto de Sousa, e isso só acontecerá se forem criadas condições para uma mudança de voto nas próximas eleições legislativas.
Percebo que muitos professores se sintam justamente indignados e cansados, desejando um fim rápido para o conflito. Admito até que haja vontade de fazer pagar aos responsáveis do ministério as malfeitorias que promoveram nestes 3 anos. Só que a pressa leva-nos a erros de avaliação que podem vir a revelar-se catastróficos para os nossos interesses.
Não podemos voltar a repetir os erros de avaliação que podiam ter deitado tudo a perder depois da assinatura do memorando. Muito mais avisado é saber resistir às provocações que fazem parte da estratégia do governo nesta fase de desespero. É por tudo isso que falar de um “novo entendimento” é um enorme disparate e, pelo contrário, o que importa relevar é a assumpção de uma postura combativa em cada escola, que se traduza na fomulação apresentada pelo Paulo Prudêncio:
a luta deve continuar no local fundamental: dentro de cada uma das escolas. Desde logo, pela recusa da proposição inicial do modelo de avaliação de desempenho: a entrega de um qualquer número de objectivos individuais
E já agora, pela participação na discussão e elaboração de moções que reafirmem essa recusa, dando resposta à sugestão da Plataforma Sindical de realizar reuniões nas escolas no dia 11 de Dezembro.
Até porque, agora, quem tem pressa é o governo, por causa das eleições. Nós temos todo o tempo do mundo para continuar a defender a Escola Pública Republicana e Laica, a Qualidade do Ensino para Todos e a Dignidade da Profissão Docente. Contra este governo e contra qualquer outro que queira dar continuidade aos disparates legislativos dos últimos anos.
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