Saturday, September 09, 2006

Comunidade internacional versus Futebol Nacional

Comunidade internacional versus Futebol português
Comunidade internacional
Futebol português

As acusações de violação dos direitos humanos são generalizadas mas só os perdedores é que chegam a ser condenados.
As suspeitas de corrupção são generalizadas mas só a arraia miúda é que chega a ser condenada.
Os países recorrem a organizações terroristas fora da alçada dos tratados internacionais para fazer determinados serviços sujos.
Os dirigentes recorrem às claques para fazer determinados serviços sujos.
Quem manda no Conselho de Segurança são as potências vencedoras da Segunda Guerra Mundial
Quem manda nos tribunais desportivos são os 3 grandes e o Major.
Os partidários das organizações terroristas não se cansam de clamar por justiça e por paz.
Os dirigentes das claques não se cansam de denunciar a falta de verdade desportiva.
Nenhuma resolução da ONU é tomada sem o acordo das principais potências.
Nenhuma decisão é tomada sem o acordo dos principais clubes.
A culpa é sempre do Bush.
A culpa é sempre do Pinto da Costa.
Os comunistas, os trotskystas e o Freitas do Amaral querem salvar o direito internacional.
A dada altura Vale e Azevedo tomou em suas mãos a tarefa de limpar o futebol português.
Kofi Annan tem um filho metido na política internacional.
Valentim Loureuro tem um filho metido no futebol.
Determinados países recorrem com frequência ao terrorismo, constrõem armas supostamente proíbidas pelas convenções e traficam substâncias proibidas. Não lhes acontece nada.
Determinados clubes recorrem a jogadores mal inscritos, doping e outras práticas ilegais e só lhes acontece alguma coisa se não tiverem poder.
As culpas do conflito do Médio Oriente remontam ao século XIX.
Ainda há quem se lembre dos dois penalties de que o Benfica beneficiou num célebre jogo no final dos anos 50.
Os partidários da facção A estão sempre prontos a reconhecer como crimes de guerra o que quer que a facção B faça.
Os adeptos de um determinado clube estão sempre prontos a ver erros de arbitragem de cada vez que o árbitro apita contra a sua equipa.
Os fundos revolucionários acabam sempre por ir parar à conta privada dos líderes nacionalistas.
Os dirigentes das claques circulam em carros topo de gama.
A ONU nunca se responsabiliza pelos seus fracassos.
A federação nunca se responsabiliza pelos seus fracassos.
Ninguém se manifesta pela paz na Chechénia ou no Darfur.
Ninguém se interessa pela verdade desportiva de um Rio Ave - Penafiel.
Os terroristas de uns são os combatentes da liberdade de outros.
Aquilo que para uns é um penalty evidente, para outros é um mesgulho descarado.
Impera o moralismo. Como consequência, cada facção condena aos adversários aquilo que desculpa aos seus.
O moralismo, a vitimização e a mentira são armas de propaganda muito utilizadas por jogadores e dirigentes.
Quem está a perder alega sempre que a outra parte está a usar armas proibidas mas não existe nenhum tribunal que possa julgar tais alegações.
Quem perde alega sempre que o árbitro foi parcial, mas não existe nenhum tribunal que avalie de forma imparcial as arbitragens.
Há quem faça uma contabilidade paralela das humilhações e do sofrimento que os diversos povos vão sofrendo de modo que os crimes presentes podem sempre ser justificados com o sofrimento dos antepassados remotos.
Há quem faça classificações paralelas tendo em conta os erros de arbitragem de modo que os favores concedidos pela arbitragem na última jornada podem ser justificados pelos erros de arbitragem do início do campeonato.

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