Wednesday, December 15, 2010

Qual a amostra para as provas do PISA 2009 ?

Circulam informações de que terá havido manipulação da amostra. Para que não restem dúvidas, convinha que o GAVE libertasse a informação sobre a constituição da amostra e os procedimentos usados na administração dos testes.
O GAVE perdeu credibilidade com a crescente politização dos resultados dos exames nacionais durante o consulado de Maria de Lurdes Rodrigues. É conhecida a polémica que envolveu a SPM e o GAVE em torno dos resultados nos exames de Matemática do 9º ano.
As justificações do GAVE não convencem.
Enquanto o ME não libertar a informação sobre todo o processo que envolveu as provas do PISA/2009, as dúvidas sobre a manipulação da amostra permanecem. Quem não deve não teme. Até porque circulam emails com denúncias concretas à OCDE sobre uma putativa falta de seriedade no processo. Se o ME está convencido da lisura e seriedade com que o processo se concretizou por que razão mantém o secretismo sobre a constituição da amostra e os procedimentos na administração dos testes?
A desconfiança face às agências do Estado tuteladas há 13 anos pelos socialistas justifica cada vez mais que o muito sensível dossié dos exames nacionais seja entregue a uma agência independente do Governo. É o que acontece em várias países europeus, entre os quais a Inglaterra.
O GAVE deixou-se instrumentalizar a propósito dos exames de matemática e de português e agora nada do que faça fica isento de suspeita.
As respostas que a ministra da educação deu hoje à deputada do BE, Ana Drago, não convencem. A ministra disse que não tinha informações sobre a amostra seleccionada para integrar o PISA/2009.
A única forma de dissipar as dúvidas é através da divulgação das listas de alunos que as 212 escolas seleccionadas enviaram para a OCDE. Como foram elaboradas as listas? Com que critérios? Houve alunos que ficaram de fora porque tinham notas medíocres? Os alunos seleccionados foram objecto de treino específico para resolverem as perguntas dos testes do PISA? É assim tão difícil fazer isso? O GAVE não tem essa informação?
E se o GAVE resiste a fornecer a informação, há sempre a possibilidade de se criar uma comissão parlamentar de inquérito que obrigue o GAVE a fazê-lo.
Esta questão é demasiado importante para que subsistam dúvidas sobre a seriedade do processo.

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