Saturday, April 02, 2011

Ainda está para nascer alguém mais mentiroso do que Pinto de Sousa

O malogrado Sousa Franco disse, certa vez, que o governo de António Guterres era o pior desde o tempo de D. Maria. Não podia imaginar os governos de José de Sousa… De facto, quanto aos executivos liderados nos últimos seis anos pelo ainda primeiro-ministro, não será exagerado afirmar que não haverá, porventura, na História de Portugal, Governos que mentiram tanto aos Portugueses, Vasco Gonçalves incluído. O anterior mentiu despudoradamente, iludindo e convencendo os eleitores de que não havia crise ou que esta estava em vias de ser solucionada. O actual Governo, então, mente quase todos os dias. Mentiu no défice de 2009, dizendo que andaria pelos 3%, para, a seguir às eleições, vir a reconhecer que atingiu os 9,3% (défice que, agora, o INE corrigiu para 10%!). Quanto a este ano, o Governo assegurava que o défice seria de 6,8% do PIB, valor que foi, agora, corrigido para 8,6%. Mente quando sustenta que a oposição não quis negociar o PEC IV, quando é certo que se comprometeu com esse pacote no Conselho Europeu antes de, sequer, o enviar ao parlamento para a dita negociação. Mente quando diz defender o ‘Estado social’, quando a realidade é que se preparava para congelar todas as pensões a partir dos 187 euros e cortar nas reformas a partir dos 1500 euros, isto para já não referir o fim das deduções fiscais nas despesas das famílias em saúde e educação. Mente quando quer fazer acreditar que está a reduzir a despesa pública, quando é certo que não deu um passo no sentido de cortar a gordura no Estado, isto é, o despesismo e as mordomias. Mente quando diz que Portugal não precisa nem recorre a ajuda externa, quando é certo que, só o BCE, já emprestou ao País mais de 60 mil milhões de euros. Mente ainda quando diz que um governo de gestão não pode recorrer a ajuda financeira da União Europeia, quando esta já fez saber que aceitaria esse pedido caso lhe fosse apresentado e todos os constitucionalistas de nomeada já esclareceram, e bem, que, sendo necessário e indispensável, esse pedido pode ser apresentado por um governo de gestão. Neste âmbito, a entrevista de Teixeira dos Santos, atirando para o Presidente da República uma responsabilidade que, obviamente, apenas cabe ao governo, constituiu uma dos mais baixos exemplos de politiquice de que há memória. Mente quando garante que está a reavaliar as mega obras públicas (TGV, novo aeroporto, parcerias público-privadas, etc.), quando a verdade é que essas obras vão avançando à socapa, aumentando ainda mais o endividamento nacional. Mas, mais grave do que todas as mentiras do Governo, é a criminosa evolução da dívida pública que se verifica desde 2005. Em menos de seis anos, a dívida pública passou de cerca de 80 mil milhões de euros para 159,5 mil milhões, no final de 2010 (92,4% do PIB), prevendo-se que, em 2011, atinja os 168,7 mil milhões de euros, ou seja, 97,3% do PIB! Quer isto dizer que, desde que Sócrates é primeiro-ministro, os Portugueses ficaram a dever mais 90 mil milhões de euros ao estrangeiro, ou seja, em média, cada cidadão nacional deve mais 9 mil euros do que quando estes vigaristas se alçaram ao poder. Muito se tem escrito sobre não valer a pena falar, neste período pré-eleitoral, das culpas pela situação em que Portugal presentemente se encontra. Discordo radicalmente dessas teses desresponsabilizadoras. Sei que convém ao cábula relapso. Mas a verdade é que como pode alguém acreditar nas soluções que, agora, pressurosa e desavergonhadamente, o Partido Socialista nos virá propor, quando é certo que, nos últimos 16 anos, governou mais de 12 e nos atirou para o buraco em que nos encontramos? Seja como for, daqui a pouco mais de dois meses vamos ver, finalmente, se os Portugueses correm com esta bandidagem que arruinou o País e que, em seis anos, provou ter falhado rotundamente nas ilusões de desenvolvimento e de progresso com que defraudou os eleitores. Ou se, pelo contrário, estes cairão, pela terceira vez, nas tretas e lérias do político mais incompetente, demagogo e irresponsável que alguma vez ocupou, entre nós, as funções de primeiro-ministro

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