É um testemunho vibrante sobre o que é ser professor do 3º CEB e do ensino secundário no reino eduquês. Tudo o que João Torgal relata é realidade cristalina. Leiam,por favor, o texto que João Torgal publicou no blogue A Mesa do café e digam se não se identificam com quase tudo o que ele diz.
Andámos quase trinta anos a dar pancada no ensino directivo, nos métodos expositivos, nos exames e no uso da memória no processo de aprendizagem. A memória, palavra proibida, deu lugar à aprendizagem significativa. O esforço, palavra proibida, foi substituído por actividades lúdicas. O aluno deu lugar ao aprendente. Os conteúdos passaram a chamar-se competências. E o resultado está à vista.
A retórica do eduquês tomou conta da Inspecção Geral do Ensino e da DGIDC e todos os órgãos e intervenientes de controlo pedagógico estão contaminados por ela. Resultado: há palavras proibidas no léxico da Pedagogia. E as escolas e os professores têm de fingir que acreditam na retórica do eduquês, plasmando-a nos relatórios de prestação de contas. A consequência foi a generalização da mentira. Do faz-de-conta. Quanto mais uma escola interioriza a retórica do eduquês, maior é a probabilidade de obter menções de Muito Bom nas avaliações externas. E as menções de Muito Bom na avaliação externa dão quotas mais generosas de Excelente e de Muito Bom para os funcionários e os professores. E a mentira continua contaminando todos domínios da escola.
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