Thursday, April 15, 2010

Um político com sentido de oportunidade



Em 2007 José Miguel Júdice saiu do PSD, após longos anos de destacada militância no partido.Na altura não se compreendeu.Mas ainda nesse ano Júdice aceitou ser mandatário da candidatura do PS à Câmara de Lisboa.Estranhei, embora já não me surpreendesse.Já em 2008, Júdice afirmaria que, e cito, “Eu não acredito que o PSD sirva para alguma coisa”, logo acrescentando que “o PSD e o CDS, tal como estão, são dois anões políticos e não têm condições de ser uma sólida alternativa ao Partido Socialista”.Por se tratar de alguém que historicamente sempre esteve ligado à direita, foi um poco estranho, de tal viragem para o outro lado.Mas as coisas começaram a ficar mais esclarecidas quando, a propósito da golpada da tentativa de compra da TVI pela PT, o semanário 'Sol' revelou que “No dia 29 de Maio [de 2009], Rui Pedro Soares diz que esteve «com o Júdice» (o advogado José Miguel Júdice, cujo nome é apenas referido, não existindo escutas de conversas com ele), que pensou outra solução. A Media Capital, empresa-mãe da TVI, detém outras participadas. Se a PT, aliada a parceiros de confiança, dividisse esse ‘bolo’ em fatias, conseguiriam dominar a holding através dos administradores lá colocados pelos vários compradores. Rui Pedro conta como se «inventou uma solução de antologia»: em vez de comprarem 30% da holding, «compram activos em baixo, o que permite que a PT, directamente, possa comprar a internet e a produtora de novelas, e que outras entidades mais inócuas vão comprar 30% da televisão»”Agora diz-nos o Expresso, que o “Escritório de Júdice recebeu 460 mil euros da Taguspark”, entidade ligada à tentativa de controlo da TVI por parte da rapaziada do PS.Compreendi, finalmente.
Adenda
José Miguel Judice , que terá pertencido a um grupo ultradireitista o MDLP, depois do 25 de Abril, apareceu agora a apoiar o PS e Pinto de Sousa, depois do caso Casa Pia e a presidir à frente ribeirinha de Lisboa.
José Miguel Judice tinha funções no Banco Privado Português (BPP).
O BPP parece que vai ser declarado insolvente.
Isto dá que pensar , nomeadamente como os dinheiros das empresas públicas ou com capitais públicos são usadas e como o dinheiro é gasto.
Pagar a um escritório de advogados 460 mil euros por pareceres é imoral. A todas as luzes e uma ofensa à maioria dos advogados potrugueses.

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