Wednesday, January 12, 2011

A relativização dos valores

A morte do cronista Carlos Castro encheu os jornais e as televisões. Tratou-se de um crime bárbaro, como já repetidamente foi dito, praticado com requintes de crueldade. Sobre a pessoa da vítima, nada resta acrescentar senão - paz à sua alma. E sobre o presumível assassino?
Da muita e, por vezes, contraditória informação carreada pela Comunicação Social, poderá sintetizar-se, talvez, estarmos presente um modelo (fotográfico?) não assumidamente homossexual. Daí a imediata interrogação - o que fazia ele em Nova Iorque com Carlos Castro?
Acompanhava-o. Porquê, e a troco de quê?
Estas questões são, em meu entender, verdadeiramente assustadoras. Por elas se alcança a força magnética do dinheiro. A relativização dos valores. O móbil de (pelo menos) uma geração há meia-duzia de anos para cá crescendo em frente do ecran televisivo, sonhando uma fama sem suporte e sem merecimento.
O estrelato
! É o que, na mediocridade das ideias e dos objectivos, os jovens portugueses têm em mente. Atingir o estrelato a qualquer preço. E, para tal, é necessário dinheiro - o dinheiro que lhes permita esperar calmamente pela sua oportunidade de serem cantores, modelos, actores, estilistas, cabeleireiros...
Pelo dinheiro, ao que se vê, fazem-se fretes como este, que está na origem do crime de Nova Iorque. E mata-se! Oxalá outros candidatos a fretes congéneres meditem um pouco antes de selar, futuramente, qualquer pacto semelhante...

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