Tuesday, May 31, 2011

Jovens à deriva num País sem rumo


Na última semana, os portugueses foram surpreendidos por três acontecimentos que configuram violência juvenil grave e gratuita.
Jovens que deviam estar na escola, vêem-se envolvidos em cenas de pancadaria de extrema violência.
Primeiro foi o caso das duas raparigas, uma de 15 e outra de 16, que pontapearam selvaticamente na cabeça e nas costas uma rapariga de 13 anos. O ato foi filmado com telemóvel por um rapaz de 18 anos que colocou o filme no Facebook. O rapaz e a rapariga mais velha ficaram em prisão preventiva. O juiz Carlos Alexandre não se comoveu com a retórica desresponsabilizante do bastonário da Ordem dos Advogados.

Depois, foi o caso de uma rapariga de 17 anos que esfaqueou uma amiga de 15 anos aparentemente por causa de um litígio em torno de um telemóvel. A vítima terá sido golpeada 17 vezes. A agressora foi detida e ficou em prisão preventiva.
Hoje, 30 jovens encapuzados, espalharam o terror numa carruagem de um comboio parado na estação do Rossio. Os jovens, sem bilhete, ameaçaram os passageiros de roubo e de morte. A PSP deteve 14 jovens e pô-los de seguida em liberdade.
Os portugueses deviam refletir sobre a banalização da violência juvenil. Por que razão a violência juvenil é cada vez mais frequente? E por que razão o nível de violência e crueldade das agressões é cada vez maior?
Grande parte destes jovens andam na escola mas não vão às aulas. Fazem parte de gangues, são identificados mas não são responsabilizados pelos atos. A Lei Tutelar de Menores é uma caricatura. Um jovem português de 15 anos de idade pode fazer um massacre que não vai preso. A polícia pouco mais faz do que identificar os agressores e pô-los em liberdade. A participação ao Tribunal dá em nada. São menores de idade, logo não são responsáveis. Na pior das hipóteses são colocados num colégio de portas abertas. Um colégio de onde podem sair e entrar sempre que querem. Só em casos de extrema gravidade, os jovens com menos de 16 anos de idade são colocados em regime fechado.
Grande parte destes jovens não estudam nem trabalham. Mas não perdem o direito a refeições gratuitas nas escolas, à oferta de manuais escolares que não usam e a subsídios que não merecem. Crescem e são educados na irresponsabilidade. Na ideia de que, façam o que fizerem, estão acima da lei. Na certeza de que, ainda que não estudem nem trabalhem, o Estado tem a obrigação de prover e distribuir riqueza produzida pelos outros e confiscada pelo Governo com o objetivo de a distribuir por quem não a merece.
Se os portugueses não travarem isto, só podem esperar o agravamento da violência gratuita. Chegará o dia em que não podem sair de casa sem medo.

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