Wednesday, May 11, 2011

Mudar o regime

Pinto de Sousa e o Partido Socialista são responsáveis pela situação em que o país se encontra. É uma evidência cuja demonstração se basta no facto de o governo lhes pertencer há seis anos. Mas isto não significa que o país estivesse bem antes de José Sousa assumir o governo. O país já estava mal, a dívida pública (que José Sousa praticamente duplicou) era já imensa e galopante, e o precipício começava a estar à vista. Na verdade, o estado português já gasta acima das suas possibilidades desde, pelo menos, o segundo governo de Aníbal Cavaco Silva, que lançou a agora tão censurada “política do betão”, promoveu obras faraónicas e fez crescer o funcionalismo público muito para além do necessário. António Guterres agravou drasticamente este cenário com os “rendimentos mínimos”, a sua “paixão pela educação”, os “jobs for the boys” com que ele prometera terminar, a criação das famosas e inúmeras “fundações” do regime, os “Euros” da bola, e, genericamente, com um dramático aumento da presença do estado na vida das pessoas. Durão Barroso, que prometera acabar com isto, fugiu do governo ao fim de dois anos e meio e depois de ter lançado algumas medidas saneadoras que não corresponderam à necessária reforma do estado português. Mesmo antes de migrar para Bruxelas, Barroso já tinha desistido de mexer a sério no estado quando nomeou Deus Pinheiro para presidir à sua suposta reforma.
Daqui se deve concluir que não bastará mudar de governo e receber o dinheiro do empréstimo para recuperar o país. Pelo contrário, se a oposição – que se presume suceda no governo ao Partido Socialista – se convencer que basta mudar as pessoas e o estilo da gestão e não o próprio regime, isto é, o modelo socializante em que temos vivido, agravaremos mais ainda a nossa situação e o país não terá salvação nas próximas décadas.

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