Tuesday, October 04, 2011

Os 10 pecados mortais do eduquês

retirado de Profblog de Ramiro Marques


O eduquês é uma ideologia pedagógica parida no ventre da esquerda pós-moderna com adeptos à esquerda e à direita. Expressa-se numa retórica que faz da mudança permanente a missão da escola.

Alimenta-se da suspeição a tudo o que possa ser conotado com a escola tradicional, vista pelos ideólogos do eduquês como repressiva, castradora e elitista. Afirma-se em oposição a ela. Deixa-se contaminar pelas ecotretas e pela "religião do clima". Manifesta uma crença quase religiosa no poder que as tecnologias têm de transformar o ensino. Agarra-se a tudo o que é novidade pedagógica e quanto mais exótica e improvável a novidade maior a militância com que é acriticamente defendida.


O eduquês é um forma de acriticismo pedagógico. Esgota-se na forma, anula o conteúdo. Desvia o professor das funções letivas, esmaga-o com tarefas que estão a montante e a jusante do processo de instrução: reuniões para preparar planos, reuniões para fazer planos, reuniões para avaliar os resultados dos planos e relatórios para dar conta da avaliação dos planos.


O eduquês é uma forma de burocracia pedagógica que alimenta e se alimenta da complexidade. Gosta de siglas, usa uma linguagem hermética, incorpora estrangeirismos e exprime-se num discurso redondo.

Em vez de valorizar o processo de transmissão do conhecimento científico, centra-se na manipulação política dele. Alimenta-se de uma cultura de ressentimento contra os padrões culturais e as tradições do Ocidente. Valoriza o exótico, o que nos é distante e o que não é nosso.


Faz da escola um instrumento de engenharia social em nome de uma igualdade fabricada que esmaga o mérito e desconfia da excelência.


Padece de 10 pecados mortais:



1. Concepção instrumental da educação: "aprender a aprender", "aptidão para o pensamento crítico", "aptidões metacognitivas", "aprendizagem permanente".


2. Desenvolvimentalismo romântico: "escola centrada na criança", "diferenças individuais dos alunos", "ensinar competências e não os conteúdos".


3. Pedagogia naturalista: "construtivismo", "aprendizagem por descoberta", "aprendizagem holística", "método de projecto", "currículo em espiral", "aprendizagem temática".


4. Antipatia pelo ensino de conteúdos: "os factos não contam tanto como a compreensão", "os factos ficam desactualizados", "menos é mais", "aprendizagem para a compreensão".


5. A desvalorização dos padrões culturais tidos como relativos e subjectivos, portanto irrelevantes.


6. Crítica do uso da memória e recusa das actividades de repetição, tidas como não significativas, portanto inúteis.


7. Defesa da ideia falsa de que as crianças só compreendem o que lhes está próximo e o que é concreto e manipulável.


8. Primazia à componente lúdica e recreativa por oposição à valorização do esforço na aprendizagem.


9. Redução da aprendizagem a um processo construtivista que diminui a função de transmissão dos conteúdos.


10. Visão anti-intelectualista da cultura e da educação

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