
Marcelo Rebelo de Sousa, que sabe mais disto a dormir do que nós acordados, admitia ontem na televisão que a situação política podia mudar a curto prazo (ele usou uma frase mais colorida e ambígua, mas cujo sentido era esse).
Em Portugal, existe um estado de negação do óbvio. Os problemas do País são muito mais graves do que sustenta a propaganda governamental. Vejam aqui. Segundo o FMI, em 2010, haverá um magro crescimento de meio ponto percentual, "mas as perspectivas são pouco mais brilhantes num prazo mais longo", dizem os autores do estudo. O governo não vê nada disto, a oposição parlamentar de direita parece apostar na continuação do afundamento (quando bater no fundo, então, logo se verá) e a esquerda mantém o discurso das fórmulas que falharam no passado.
Em resumo, parecemos condenados a empobrecer devagar até 2017 ou 2018, ou de forma brutal em dois ou três anos. O desemprego e a dívida encontram-se em níveis nunca vistos, isto nunca foi testado e não sabemos os efeitos que terá na sociedade. Em 2014, acabam-se os fundos europeus, ou estes serão brutalmente reduzidos, desviados para o leste da UE.
Reparem que toda a situação em que estamos ocorre numa época em que o país está a ser subsidiado pela Europa a um ritmo anual de 3% do PIB. (Este governo teve 24 mil milhões de euros para gastar). Dinheiro em fundos estruturais que estamos a desperdiçar da forma mais estúpida.
O nosso ministro das Finanças é considerado o pior ministro da Comunidade Económica Europeia, já teve de fazer vários orçamentos rectificativos.
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