Sunday, April 06, 2008
Herbert von Karajan- Die Walküre
Comemorou-se ontem o centenário do nascimento do genial - eu, quando quero e gosto, também não me privo - Herbert von Karajan. Numa entrevista longínqua perguntaram a Teresa Berganza quem é que, na opinião dela, eram os maiores músicos do século XX. Berganza escolheu a Callas, Karajan e Domingo. Sim, Karajan foi, sobretudo, um músico cujas interpretações, algumas iconoclastas, permanecem únicas. Pessoalmente não era um modelo de simpatia e a "correcção" nunca lhe perdoou o "pecado" nazi. Mesmo aqui, Karajan limitou-se a seguir a reflexão do insuspeito Valéry: a vida dura pela mediania mas vale pelo excesso. De Bach a Strauss, passando por Wagner, Bruckner, Brahms ou Beethoven (de quem dirige a "7ª" no vídeo), Karajan deixou a sua "marca" indelével de extraordinário e caprichoso artista, como, aliás, lhe competia. Na ópera italiana são incontornáveis as suas versões de Verdi, Puccini ou de Donizetti, "ao vivo" ou em estúdio. Até o derradeiro "Ballo", com as inexplicáveis Florence Quivar e Josephine Barstow, constitui um monumento prodigioso de direcção orquestral com a fiel Filarmónica de Vienna. Impôs novos "talentos", forçou intérpretes a experimentar coisas que lhes arruinaram a voz (a Ricciarelli, depois da "Turandot", desapareceu vocalmente) e arrancou de outros - a "Isabel de Valois" ou a "Aida" da Freni, em Salzburgo - o melhor. Mais um da altiva estirpe que já não se fabrica.
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