Depois da notícia «PGR diz que "Portugal não é um país de corruptos"» surge o artigo de opinião que se transcreve e que nos faz pensar num problema que, enriquecendo alguns portugueses, acaba por lesar os interesses do Estado e de todos nós.
Onde param os corruptos?
Correio da Manhã. 28 de Maio de 2010.
Por Eduardo Dâmaso, Director-Adjunto
Podemos dormir mais descansados. O procurador-geral da República garantiu ontem que Portugal "não é um País de corruptos". Vamos, por isso, recuperar mais depressa da crise económica porque não há evasão de capitais, não há apropriação de recursos públicos nem desperdício do dinheiro de todos nós. Ironia à parte, e respeitando a opinião de Pinto Monteiro, Portugal precisa de tudo menos destas visões suaves da realidade.É óbvio que Portugal não é um País de corruptos mas está abundantemente demonstrado que é um País com gravíssimos problemas de corrupção. Já nada adianta meter a cabeça na areia para não ver o que se passa. Não adianta roubar gravadores ou câmaras de filmar para evitar que certas realidades se descrevam.A realidade é o que é e mais tarde ou mais cedo acaba por se impor. Se Portugal não tivesse gente corrupta
- não se tinham perdido oitenta por cento dos fundos comunitários da formação profissional.
- Não havia uma derrapagem média nas obras públicas superior a cem por cento.
- Os milhões que Bruxelas deu à agricultura portuguesa teriam sido aplicados de outra maneira. - Nem as cidades teriam tantos problemas de urbanismo.
Agora, conceda-se, em matéria de corrupção cada um vê o que lhe interessa. E se preferimos ficar pela ‘verdade’ formal das estatísticas, então a realidade resplandecerá.
NOTA: Das quatro alíneas que o autor apresenta, verifica-se haver graves prejuízos para Portugal e, portanto, para todos os portugueses. A gestação e desenvolvimento da crise (que está a ser paga, com mais sacrifício, pelos mais carentes de recursos) passou por estes aspectos.
Saturday, May 29, 2010
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