Quatro distintos académicos ingleses atacam as políticas educativas do Governo do Reino Unido, argumentando que o excesso de legislação, directivas e interferências do ministério da educação nas escolas revela desconfiança nos professores e cria instabilidade e confusão. Os quatros académicos são professores nas universidades de Cambridge, Londres e Kingston. Acusam o Governo de sujeitar as escolas públicas a uma revolução permanente e a mudanças constantes, provocando grandes malefícios nas escolas. Na carta que escreveram ao jornal Independent, afirmam que o ministério da educação já não faz parte da solução, sendo, pelo contrário, a origem dos problemas.
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Comentário
Subscrevo totalmente esta argumentação : o ministério da educação está a sujeitar as escolas públicas a um processo de revolução permanente que tem criado confusão, desmotivação, desconfiança e exaustão. A equipa ministerial revela uma forma iluminada e não democrática de fazer política educativa, impondo reformas de cima para baixo e remetendo os docentes para um mero papel de execução. Apoiando-se num conjunto de iluminados que, no caso de Portugal, estão sempre com todos os ministros da educação, e em estudos encomendados pelo Governo, o ME inunda as escolas de decretos, decretos regulamentares, despachos, despachos internos (também há despachos externos?), portarias e circulares, afogando os professores em burocracia e sujeitando o currículo a mudanças permanentes, jamais avaliadas e nunca apoiadas em estudos empíricos realizados por investigadores independentes. Digo aqui, à semelhança do que afirmaram os quatro académicos britânicos, que o ministério da educação deixou de ser parte da solução para passar a ser a origem dos problemas. Qualquer ministro da educação que venha a seguir terá de fazer duas coisas, caso pretenda reverter o declínio da educação pública: enxotar os adesivos iluminados que ocupam os corredores e grupos de trabalho do ME e revogar uma parte significativa da legislação que foi aprovada nos últimos três anos.
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