Friday, October 16, 2009

Fiasco 2004



"Como rentabilizar o estádio municipal ?" A questão anima, ciclicamente, as hostes políticas e desportivas em Aveiro. O recinto de-senhado por Tomás Taveira e construído para o Euro 2004, com lotação de 30 mil lugares, recebe quinzenalmente pouco mais de 2000 pessoas para os jogos do Beira-Mar, na II Liga. E não consegue mudar a imagem que lhe está associada: um monte de betão colorido deixado ao vazio. Agora, há quem defenda em Aveiro uma solução radical - a demolição.
O recurso ao camartelo já se tornou o primeiro grande debate do novo mandato autárquico e foi assumido muito a sério pelo líder concelhio do PSD, partido que comanda a autarquia. "A implosão do estádio não é uma aberração completa, mas não quer dizer que a defenda", disse Ulisses Pereira, actualmente deputado também na Assembleia da República, que faz depender essa "hipótese" da avaliação de "outras soluções" e de um referendo local aos aveirenses.
O exemplo não é inédito, lembra Ulisses Pereira, ao dar conta do caso de uma cidade suíça onde haverá uma consulta idêntica em preparação."O estádio tem valor negativo, todos os anos acumula prejuízos", justifica o presidente concelhio do PSD, não vendo "nesta fase de crise" que surjam parceiros interessados no equipamento "sem o remodelar ou dotar de multifuncionalidades"."Não sei o que será mais barato, adaptar ou fazer de raíz", insiste Ulisses Pereira
O presidente reeleito da Câmara, Élio Maia, "não comenta" a polémica instalada pelas declarações do líder concelhio do PSD, mas a oposição exige medidas. Pelo PS, Raul Martins, diz ser "competência" da autarquia encontrar as medidas adequadas, considerando, por isso, "não fazer sentido" referendar o futuro do estádio. António Regala, do PCP, já defendeu "a venda" do estádio, "mas apenas para caricaturar" o ponto a que se chegou, colocando a hipótese da implosão "ao mesmo nível". O Bloco de Esquerda, único partido a votar contra a construção do estádio, apressa-se "a responsabilizar", através de Nelson Peralta, os outros decisores políticos. "O referendo seria para lavarem as mãos dos problemas que criaram", acusa.

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