Provavelmente, nada acontecerá a Armando Vara, apesar de ter sido constituído arguido no âmbito do processo " A Face Oculta ". A Polícia Judiciária e as primeiras instâncias do Ministério Público e dos Juizos fazem o seu papel mas, quando entram em cena outras figuras, mais graúdas, os processos simplesmente são travados. Daí até à prescrição ou ao arquivamento, vai um pequeno passo.
Para a Justiça portuguesa, os poderosos nunca são culpados. Corrupção ou tráfico de influências? Veja-se Lopes da Mota.
Quanto a Armando Vara, todos se lembram da forma como foi obrigado a demitir-se do Governo por causa da Fundação para a Prevenção e Segurança e das irregularidades cometidas. Nada que o tenha afectado especialmente - regressado à Caixa Geral de Depósitos, passara automaticamente de simples empregado de balcão a Administrador do Banco.
Alguns anos antes, em 1990, criara a Sovenco - Sociedade de Venda de Combustíveis. Como sócios, José Pinto de Sousa e Virgílio de Sousa. Curiosamente, estão todos a contas com a Justiça em processos de corrupção - Vara com a «Face Oculta», Pinto de Sousa com o Freeport, Virgílio de Sousa já condenado a prisão por corrupção no Centro de Exames de Condução de Tábua.
Todos estes escândalos acabaram com a carreira política de Armando Vara, mas nem por isso a sua influência política diminuiu, traduzida agora no mundo dos negócios. Da Caixa Geral de Depósitos, passou para o BCP pela mão de José Pinto de Sousa. Já estava no Banco privado quando foi promovido, na Caixa, à categoria mais elevada do vencimento, com efeitos a partir do momento em que regressar. Sim, porque antes de sair foi-lhe concedida uma licença sem vencimento.
E agora isto.
Através de escutas e movimentações da conta bancária, o Ministério Público tem provas de que Armando Vara recebeu 10 mil euros para intervir directamente junto do ministro Mário Lino na entrega de negócios a grandes empresas privadas.Haverá certamente uma justificação, porque, como é óbvio, estamos em presença de mais uma campanha negra.
E Mário Lino?
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