Tuesday, September 30, 2008

O sr. Pinto de Sousa vive num país virtual

O primeiro-ministro, José Pinto de Sousa, lamentou esta sexta-feira, em Faro, a «incompreensão» dos que «desprezam o plano tecnológico» e assegurou que essas vozes críticas «não sabem do que estão a falar», noticia a Lusa.
«Aqueles que desprezam as tecnologias nas escolas não sabem do que estão a falar», afirmou o chefe do Governo durante a apresentação do Plano Tecnológico para as escolas portuguesas, que teve lugar na Escola Secundária Pinheiro e Rosa, em Faro.
O novo Plano permitirá que até ao fim do ano todas as escolas do 2º e 3º ciclo fiquem ligadas à Internet pelo menos a 64 Mbps, mas a escola hoje visitada por Pinto de Sousa ficará ligada a 100 Mbps por fibra óptica, à semelhança de outras 99 em todo o País.
Como é de pequenino que se torce o pepino, convém que os meninos aprendam logo desde tenros infantes a mexer em computadores, já que a sua vida profissional será totalmente preenchida em frente a estas máquinas: em call-centers e caixas de supermercados, que o nosso governo tanto se esforça para banalizar, e tornar apelativo, como emprego de futuro.Seria interessante perguntar ao nosso amigo se as tecnologias são assim tão importantes que possam substituir um professor, já que pelos vistos há neste momento um computador para todos os alunos que dele necessitam, mas não há emprego para 40.000 professores, algo que o executivo acha perfeitamente normal. Será que a prioridade é arranjar um computador, para alunos que não têm professores? Será que o Magalhães trás consigo um programa que o habilite a ensinar?Seria também interessante dizer ao nosso primeiro ministro que se quer comparar-se aos países do Norte da Europa, deveria começar por uma perspectiva mais terrena: explorar a fundo o sistema social Nórdico, que começa desde logo por um ensino extremamente rígido e rigoroso, em que as tecnologias são efectivamente uma componente vital da aprendizagem do aluno, mas em que a faceta do professor e da auto-responsabilização é ainda mais importante. O facilitismo fica na gaveta. Será que nos podemos comparar a uma região assim? Evidentemente não.Parece que o Primeiro Ministro está num mundo virtual, sem contacto com o mundo real.

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