Monday, November 10, 2008

Agora , o que fazer?

M.L.R e Pinto de Sousa apostam tudo na confrontação com os professores. Pinto de Sousa considera que o braço de ferro e o reforço da imagem de inflexível lhe devolvem os votos que os professores lhe tiraram.
2. Há nesta inflexibilidade socratina uma subliminar reacção contra as mulheres que são mães e trabalhadoras. É estranho que Pinto de Sousa tenha comprado uma guerra interminável com um grupo profissional constituído em 80% por mulheres que são mães e trabalhadoras. Freud talvez conseguisse explicar. .
3. A gigantesca manifestação de ontem e as cartas e emails enviados para os jornais e os blogs ajudaram a pôr a opinião pública a favor dos professores. Se essa viragem se reflectir nas sondagens, as pressões vindas do interior do PS, nomeadamente de António José Seguro (presidente da comissão parlamentar de educação e crítico da política educativa do Governo), aumentarão e poderão fazer recuar o Governo.Pinto de Sousa diz que não, mas, na verdade, governa para as sondagens.
4. Não vale a pena continuar a fazer críticas aos sindicatos. Ontem, portaram-se bem, apesar da enorme seca dos discursos intermináveis do Terreiro do Paço. Foi bom saber que a Plataforma Sindical vai abandonar a comissão paritária. É necessário reafirmar que os professores querem ser avaliados e desejam sujeitar-se a uma avaliação rigorosa e objectiva.
5. Estou em crer que a Plataforma Sindical acabará por denunciar o memorando de entendimento. Irá fazê-lo antes do final do ano lectivo; provavelmente no 2º período.
6. Amanhã, é preciso reforçar o movimento de resistência interna. Como? Baixando os braços e ficando em silêncio. Guardar a voz e as energias para as aulas. Dentro da sala de aula, procurar ser o melhor professor do mundo. Dar tudo o que há para dar porque os alunos são a razão de ser da nossa profissão. Fora da sala de aula, ficar em silêncio. Ir para as reuniões e não dizer nada. Ficará na acta uma coisa deste tipo: não se discutiu nada nem se decidiu nada porque os professores não quiseram quebrar o silêncio.
7. Não entregar os objectivos individuais. A única coisa que pode acontecer aos professores que não entregarem os objectivos individuais é sujeitarem-se a que sejam os avaliadores a fazê-lo.
8. Não estabelecer quaisquer acordos sobre calendário de assistência a aulas. Os avaliados devem dizer apenas: a minha sala está aberta; entre quando quiser. Ter sempre um teste ou ficha preparada. Quando o avaliador entrar na sala para assistir à aula, aplicar o teste ou a ficha.
9. Voltar às ruas. No dia 15/11, em Lisboa e em todo o lado onde seja possível.
10. Fazer greve no dia 19 de Janeiro. Ou antes, de preferência.

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