O DN destaca: são já cerca de centena e meia os agrupamentos e escolas que tomaram posições no sentido de pedir a suspensão da avaliação, garante Mário Nogueira, da Fenprof. O sindicalista assegura que o processo está "efectivamente parado" em cerca de metade, já que muitas escolas optaram por "estratégias de protelamento". No entanto, o secretário de Estado da Educação considera que este cenário "é absolutamente falso". Valter Lemos assegura que o processo está a decorrer na "esmagadora maioria" dos estabelecimentos de ensino e que os pedidos formais que chegaram ao Ministério são poucos - "uma dezena, talvez nem isso".
Mário Nogueira diz que tem encontrado situações diferentes no terreno. "Temos estado em várias escolas todos os dias e há muitas onde quase todos os professores já manifestaram a intenção de suspender processo", diz. Em cerca de centena e meia já se tomaram posições efectivas, noutras os professores aprovaram moções para apresentar ao Ministério e noutras ainda correm abaixo-assinados para exigir a suspensão. Além disso, diz o sindicalista, é difícil contabilizar as que estão a adiar os prazos, mas juntando todas estas situações, "o processo está parado em cerca de metade".
João Madeira, do Movimento Escola Pública, prefere não distinguir entre as escolas que anunciaram formalmente a suspensão do processo e aquelas onde foram levantados outros obstáculos. "São expressões diferentes do mesmo problema que convergem no mesmo sentido, isto é, traduzem todas bloqueios à avaliação", diz. "O número está a crescer de dia para dia", confirma José Ricardo, da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE). "É necessário alterar o modelo de avaliação, porque o processo está a causar graves prejuízos ao ensino", diz o vice-secretário-geral da FNE. Para Mário Nogueira, a implementação da avaliação veio criar "um ambiente de cortar à faca nas escolas". "É por isso que pedimos a suspensão deste disparate", conclui. No entanto, os representantes da FNE e da Fenprof salientam que pretendem avançar rapidamente para a renegociação do processo de forma a encontrar um processo de avaliação "mais justo". "Não questionamos a necessidade de avaliação", reforça Mário Nogueira.
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