A sua reflexão sobre as questões da avaliação do Sistema Educativo, que hoje vem publicada no DN, merece a nossa atenção:
A avaliação dos professores só faz sentido num sistema que seja capaz de se avaliar a si próprio. Quanto vale um bom professor num mau sistema? Que causas estão na origem do insucesso escolar ou do abandono precoce da escola que possam caber, exclusivamente, numa grelha de avaliação do desempenho do professor?
Também não vale a pena querer, no ponto em que nos encontramos, dividir simplisticamente a questão entre aqueles que querem avaliar e aqueles que não querem ser avaliados. Num país onde quase nada é avaliado, onde quase ninguém sofre as consequências dos seus actos (excepto os pobres diabos…), onde se pode deixar, impunemente, falir bancos cuja nacionalização parece um branqueamento, onde a má gestão pública e a incompetência dos decisores políticos não é sequer quantificada economicamente, onde os prémios e outros “estímulos” são assumidos como complementos salariais e as despesas de representação servem para pagar hábitos caros, parece aconselhável falar de avaliação com menos retórica e mais bom senso.
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