Os pais e encarregados de educação dos alunos da Escola Secundária Infanta D. Maria, em Coimbra, considerada a melhor entre as escolas públicas, nos dois últimos anos, lamentam o número elevado de substituições registados no início do ano lectivo.
O caso foi denunciado na semana passada pelo conselho executivo da instituição e, esta quinta-feira, os pais e encarregados de educação voltaram à carga para tentar salvar aquela escola de referência.
Isabel Caldeira, presidente da Associação de Pais da Escola Infanta D. Maria, disse à TSF que, só no mês de Outubro, tiveram lugar «mais de 100 substituições», numa escola com pouco mais de 100 docentes.
Para a responsável, tantas substituições resultam em «sobrecarga e cansaço prematuro» entre o corpo docente, para além de um «acréscimo de trabalho burocrático» necessário para implementar o sistema de gestão e a avaliação de desempenho dos professores.
Isabel Caldeira contestou ainda a «morosidade enorme» na substituição dos professores que optam pela reforma, considerando esta situação «insuportável».
Na opinião da presidente da Associação de Pais, estes casos estão a baixar o nível de qualidade da escola. «Queremos manifestarmos para não perdermos uma escola que prometia qualidade», frisou.
Jorge Louro
Comentário ( de Ramiro Marques retirado do blog ProfAvaliação)
As consequências nefastas do modelo burocrático de avaliação de desempenho estão à vista de todos. Só a ministra da educação se recusa a ver. Recusa-se a ver porque entrou num processo de negação da realidade. A publicação dos rankings deu o primeiro sinal: houve um recuo generalizado das escolas públicas. As escolas públicas foram varridas dos primeiros 20 lugares. Toda a gente sabe a razão: os professores deixaram de ter tempo para preparar as aulas e para ensinar. Os professores estão exaustos. Estão atolados em burocracia inútil. O decreto regulamentar 2/2008 é um veneno para as escolas: um produto altamente tóxico. Está a destruir o clima das escolas e a arruinar a saúde dos professores. A sua revogação é um imperativo nacional. É preciso perguntar aos partidos da oposição: quem é que se compromete a apresentar na AR uma proposta de decreto lei que revogue o decreto regulamentar 2/2008? Tu, professor, faz a tua parte. Não fiques em casa. Amanhã, junta-te aos 100 mil que vão encher as ruas de Lisboa. Não queiras ficar afastado de um momento histórico. Faz parte da História! Vais poder dizer: "eu também estive lá!" Se és um dos 5 mil professores que se aposentaram em 2008, não fiques sentado no sofá a ver a História a passar em frente dos teus olhos. Faz parte dela: junta-te aos 100 mil colegas que vão encher as ruas de Lisboa.
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