Thursday, November 13, 2008

É necessário isolar P(into) de S(ousa)

Há vários PS. O que está no poder não é o PS de Manuel Alegre nem de António José Seguro. O primeiro criticou, na passada terça-feira, a arrogância, a escassa cultura democrática e a cegueira política da ministra da educação. É um PS que compreende a luta dos professores e sabe ler a realidade. O segundo afirmou ontem, em Alvalade, que é necessário valorizar o trabalho dos professores e que as reformas não se fazem com arrogância. O Público de hoje noticia que o deputado socialista António José Seguro afirmou ontem, perante uma plateia de militantes, na secção do PS de Alvalade, em Lisboa, que a “arrogância não pode ser a marca de um Governo de esquerda”. Seguro, que também é presidente da Comissão Parlamentar de Educação, frisou que "o papel dos professores tem de ser valorizado". Sem referir de forma directa as recentes manifestações de professores por causa do sistema de avaliação, António José Seguro, presidente da comissão parlamentar de Educação, deixou o recado: “O papel dos professores tem de ser valorizado, deve ser valorizado, porque eles são indispensáveis à concretização de qualquer projecto educativo”.
E há um PS que está no poder. Um PS misógino, que governa contra as mulheres, que elegeu como inimigo de estimação o maior grupo profissional do país e o que tem mais mulheres. Há uma explicação para isto? Há. Estou em crer que a actual liderança do PS é uma mistura espúria de um boys club, ligado entre si por cumplicidades homo-eróticas e naturalmente misógino, e um grupo de ambiciosos que se agarraram a quem os colocou perto do poder, de forma a partilharem os cargos e as mordomias inerentes ao controlo partidário das empresas públicas, Caixa, boa parte dos bancos privados com controlo socialista e todas as ex-empresas públicas, entretanto privatizadas e que, naturalmente, continuam a ser controladas pelo PS. A "determinação", "intransigência" e "firmeza" do Governo não são mais do que formas encapotadas de esconderem a falta de inteligência e de garantirem a conservação dos privilégios e cargos por uma casta que tomou conta do Governo e está, perigosamente, a estender o seu controlo a todo o país.

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