Saturday, October 25, 2008

Enquanto o D. R 2 / 2008 não for revogado , temos de o cumprir sem o simplificar

Todos os professores (mesmo os PCE’s modernaços e os titulares adesivos) sabem que o DR 2/2008 é impraticável, devido ao desajustamento que existe entre a missão da escola pública e os princípios de seriação, classificação e punição em que assenta este modelo asfixiantemente burocrático.
O normal, num país democrático e governado por pessoas com sólida formação política, cívica e moral, e que estivessem atentas aos inúmeros estudos sobre a escola produzidos pela investigação (nos países mais avançados, mas também em Portugal), seria que o DR fosse revogado (se alguma vez tivesse visto a luz do dia).
Neste país em que os governantes se habituaram ao “quero, posso e mando”, as mais das vezes apenas por que sim e sem que as decisões assentem em estudos sérios e credíveis, aquilo a que assistimos é ao exercício arrogante do autoritarismo do ministério da educação.
Agora, face à exigência dos sindicatos de suspensão imediata do DR 2/2008, que surge na sequência da comprovação feita nas escolas de que ele é inexequível, voltamos a assistir à farsa das afirmações feitas pelos responsáveis governamentais de que o processo não será suspenso nem simplificado.
Em simultâneo, a central de informação do governo vai fazendo o seu trabalho de descredibilização do movimento sindical e da luta dos professores. Um exemplo do que afirmo é a notícia da moção aprovada por mais de 130 dos 160 professores da Escola Camilo Castelo Branco, em Vila Real, que apesar de já ser conhecida à alguns dias, só foi publicada pelo DD ontem, depois da conferência de imprensa da Fenprof, sob o título: “Professores contra a avaliação: sindicatos andam «distraídos»“ (sexta-feira, 24 de Outubro de 2008 20:49).
Esta notícia não é inocente e surge no momento em que se começa a verificar que existem condições para unir todos os professores numa só manifestação, como se torna notório com a notícia do apelo de Paulo Guinote, João Madeira e Constantino Piçarra a merecer destaque no Público (24.10.2008 - 17h26)
Nestas circunstâncias, manter uma forte pressão sobre o governo e o ministério, com manifestações e outras formas de protesto, é fundamental para ganhar esta guerra, dura e sem tréguas. Mas é também necessário usar todas as estratégias à mão, mesmo quando isso se possa traduzir por algum agravamento temporário das condições de trabalho.
É por isso que cada um de nós, na sua escola e face aos seus avaliadores, tem que exigir o estrito e rigoroso cumprimento da lei, tal como MLR e JP dizem que ela será cumprida. Temos que mostrar que não estamos, nem ficamos parados.
Quanto aos PCE’s, sempre que receberem as equipas de bombeiros/112 na escola advogando a simplificação de processos e a eliminação de exigências não revogadas do DR 2/2008, o melhor que têm a fazer é torcerem o nariz, porque a lei é dura, mas é a lei. E ainda ontem o Público noticiava na primeira página que a Inspecção Geral de Finanças vai investigar dirigentes da função pública por incumprimento das normas legais de avaliação dos funcionários, prevendo inclusive a punição dos prevaricadores.

1 comment:

Anonymous said...

UM FORTE ALERTA DEIXO:

ATACAR SINDICATOS É DIVIDIR OS PROFESSORES: E ISSO, SE NÃO É MANOBRA DE MANDATÁRIOS DO GOVERNO ACABA POR DAR-LHE IMENSO
JEITO... Quando os jornalistas interrogarem o Primeiro-Mionistro basta dizer-lhes:
"Os professores não sabem o que querem... Não querem é ser avaliados... Afinal, não se entendem nem para organizar uma manifestação!"

ESTÁ NA HORA DE UNIR... DEIXEMOS as TRICAS... ABAIXO QUAISQUER PROTAGONISMOS... A UNIÃO SUPERA O SOMATÓRIO DA ENERGIA DAS PARTES.
Sempre defendi e continuarei a defender que somos todos igualmente profissionais, como em todas as profissões (uns mais dedicados um pouco que outros, fruto das diferenças e competências individuais, uns com melhores resultados que outros frutos das contingências de origem sociocultural dos alunos e das condições de trabalho, dos meios e recursos disponíveis... mas nada mais que isso! A carreira e esta palhaçada da avaliação tem que acabar. Quero voltar a ser apenas professor. Concorri para ser excluído como tantos outros com melhor qualificação que eu, seguramente... Mas acabei ficando como titular. Esta categoria que me deram é o motivo da minha luta. Como disse no Congresso de uma Central Sindical: TENHO VERGONHA DE SER TITULAR! Posso até ter tido a felicidade de ter realizado um "curriculum vitae" invejável mas cheguei a Titular por não ter tido a infelicidade de ter sido forçado a faltar... Concorri mas, preferia ter ficado de fora! para publicar o meu curriculum e colocar como Título: Eu sou, para esta ministra, um incompetente. Diferentemente de muitos outros cidadãos de outrora que pertenceram à PIDE, jamais me orgulharei de ter sido um dia Titular. Por favor, vamos lutar para acabar com esta VERGONHA... TODOS, Um dia ou DOIS DIAS... Mas vamos estar TODOS lá... De preferência não nos dois dias... mas nos 3 ou 4 ou 5 dias... que forem necessários para, como os professores franceses, fazerem recuar o Governo teimoso que nos conduz para o abismo e não se dá conta que "a única forma de podermos seguir em frente, por vezes, é dar um passo atrás". Visite-nos... Porque, como disse em Lisboa, Não Calarei A Minha Voz... Até Que O Teclado Se Rompa !

CONTEM COMIGO... DIVULGO NO MEU BLOG AS INICIATIVAS...

Vemo-nos em http://ferreirablog.blogs.sapo.pt/19668.html
Até já... COMPANHEIROS e COMPANHEIRAS! JUNTOS SEREMOS MAIS FORTES.