Wednesday, October 08, 2008

Viagens ao fim da noite



As pequenas e médias empresas, um "nicho" que costuma encher a retórica política entre nós, têm à volta de trinta mil trabalhadores que não receberam subsídio de férias. Provavelmente a coisa alastrará ao de natal e, fatalmente, aos salários. No comércio, cerca de duas a três dezenas de estabelecimentos - pequeninos e pequenos - vão fechando diariamente as portas o que arrasta para o desemprego duas a três pessoas por dia. Como nada funciona sem crédito e como o crédito tem cada vez menos crédito, é praticamente seguro que a crise do sistema financeiro paralise ainda mais a já nossa paralítica economia que tem vivido quase exclusivamente do esplendor dos anúncios e da propaganda. Como no Anel do Nibelungo, a "mansão do deuses" vai arder e ouro regressa às aguas primordiais. Espanha (esse modernaço e inconsequente Zapatero), França, Irlanda, talvez a Alemanha, todos estes "Walhalla" ameaçam trevas. Como nos acordes finais do Crepúsculo dos Deuses, já sem deuses, homens e nada, emerge uma esperança. Duma coisa dificilmente nos vamos livrar. De viajar, embalados ou "realistas", ao fim da noite.

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