A crise que estamos a atravessar teve a sua génese, entre outras coisas, na "distribuição" de crédito a pessoas que não tinham rendimentos para os pagarem, feita por "responsáveis" analistas de risco que recebiam prémios proporcionalmente ao número de créditos concedidos. Parece que a coisa foi estanque este fim de semana com a atribuição de uns valentes 1.3 triliões ao mercado.
Por incrível que pareça, esta burrice tem um dos seus mais conseguidos paralelismos na educação. Atribuem-se notas a quem não tem saber para isso, as famílias rejubilam com a entrada dos filhos na universidade, como com os créditos que lhes venderam a taxas pornográficas, e os professores - já faltou mais - são promovidos pelo número de aprovações que concedem e não pela sua qualidade ou excelência. Para terminar em beleza o paralelismo, resta acrescentar que no ensino superior não se passa pelo número de cadeiras ou disciplinas aprovadas, mas por um sistema de... créditos.
Isto é a caldeirada que se está a preparar. Na presente crise, houve bancos que faliram pessoas que ficaram sem casas, um país na bancarrota, taxas de juro a bater recordes e mais uma série de consequências por todos conhecidas. No entanto, na outra crise que penso que advirá de uma tamanha irresponsabilidade na educação, consequências muito mais gravosas se esperam. Até porque os biliões nunca transformarão um analfabeto com licenciatura num cidadão competente num fim de semana.
Thursday, October 16, 2008
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